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Mafra é uma vila portuguesa no Distrito de Lisboa, com cerca de 11.300 habitantes. É sede de um município com 291,42 km² de área e 76.749 habitantes (2011), subdividido em 17 freguesias. O município é limitado a norte pelo município de Torres Vedras, a nordeste por Sobral de Monte Agraço, a leste por Arruda dos Vinhos, a sueste por Loures, a sul por Sintra e a oeste tem litoral no oceano Atlântico.
Mafra é famosa pelo seu palácio-convento, mandado construir por D. João V no século XVIII e que constitui a mais grandiosa obra do barroco português. Vestígios arqueológicos sugerem que o povoado hoje denominado por Mafra foi habitado pelo menos desde o Neolítico. A origem do termo Mafra continua envolta em mistério, sabendo-se apenas que evoluiu de Mafara (1189), Malfora (1201) e Mafora (1288). Alguns autores encontraram na sua origem o arquétipo turânico Mahara, a grande Ara, vestígio de um culto de fecundidade feminina outrora existente no aro da vila. Outros, radicaram o nome no árabe Mahfara, a cova, na presunção de que a povoação se encontrava implantada numa cova, facto desmentido pelo reconhecido arabista David Lopes. A vila está isso sim, situada numa colina, cercada por dois vales onde correm as ribeiras conhecidas por Rio Gordo e Rio dos Couros. Certo também é que Mafra foi uma vila fortificada, podendo ainda hoje encontrar-se, na Rua das Tecedeiras, um pouco da muralha que a cercava. Os limites do castelo, que tudo leva a crer assenta sobre um povoado neolítico, sucessivamente reocupado até à Idade do Ferro, compreendiam toda a zona da "Vila Velha", que hoje se inclui no espaço delimitado a Oriente pelo Largo Coronel Brito Gorjão, a Sul pela Rua das Tecedeiras, a Ocidente pelo Palácio dos Marqueses de Ponte de Lima e a Norte pela Rua Mafra Detrás do Castelo. A designação desta rua deve-se ao facto de a povoação ter voltado, literalmente, as costas ao flanco norte, por ser o mais exposto aos ventos. A densa floresta que, consta, existiu até ao século XIX na Quinta da Cerca, constituída por árvores de grande porte, reforçaria o paravento. Em 1147, Mafra é conquistada aos Mouros por D. Afonso Henriques, e em 1189 a vila é doada pelo Rei D. Sancho I ao Bispo de Silves, D. Nicolau, que no ano seguinte lhe confere o primeiro foral. Em 1513 o Rei D. Manuel I concede Foral Novo a Mafra, o que subentende a relativa importância da vila, que em breve diminuiria drasticamente. Um censo da população datado de 18 de Setembro de 1527 apura 191 vizinhos, dos quais apenas quatro vivem em casais na vila. Quando em 1717, o Rei D. João V lança a primeira pedra da construção do Palácio, Mafra resumia-se a uns casarios, aglomerados a centenas de metros do Monumento.
Ao longo do século XIX começou a povoação a crescer em direcção ao Monumento. Mafra foi palco de episódios importantes na história de Portugal: corria o dia 8 de Dezembro de 1807 quando as tropas de Napoleão entraram em Mafra para montar quartel-general no Palácio. Parte do exército seguiu para Peniche e Torres Vedras, enquanto o restante ficou aquartelado no Palácio e Convento, e os oficiais nas casas da vila, sob o comando do General Luison. A invasão duraria cerca de nove meses. No dia 2 de Setembro o exército inglês irrompia em Mafra, saudado com grande alegria pela população e ao som dos carrilhões. A 5 de Outubro de 1910 de novo o povo de Mafra viveria um dia único. A revolução republicana estalara na véspera em Lisboa, o Rei D. Manuel II refugiara-se durante a noite no Palácio e abandonava Mafra, no automóvel escoltado, acompanhado da sua mãe e avó, rumo à Ericeira, onde o iate “D. Amélia”, os conduziria a Gibraltar e ao exílio. Volvidos quatro anos sobre a fuga de El-Rei, novo sobressalto em Mafra: no dia 20 de Outubro, um grupo de monárquicos reuniu-se no largo D. João V e munido de algumas armas, encaminhou-se para a Escola Prática de Infantaria, instalada no Convento, depois de cortar os fios telefónicos e telegráficos. A revolta foi facilmente anulada pelos militares, acabando na cadeia de Mafra cerca de uma centena de pessoas. Desde a construção do Monumento que os militares conferem parte do ambiente humano à Vila de Mafra.
A partir de 1840 o Convento passou a ser ocupado por tropas, e em 1859 cerca de 4000 recrutas ali assentaram praça para receber instrução no Depósito Geral de Recrutas, criado por D. Pedro V. Esta instituição seria extinta no ano seguinte, após 94 recrutas terem falecido supostamente devido a doença infecto-contagiosa. De 1848 a 1859, e de 1870 a 1873 o Convento alberga o Real Colégio Militar. Em 1887 é criada a Escola Prática de Infantaria e Cavalaria e no ano seguinte é construída, na Tapada de Mafra, a carreira de tiro, de que passou a ser frequentador o Rei D. Carlos, entusiasta dos concursos de tiro. Em 1896 é criada a Escola Central de Sargentos, dependente da Escola Prática de Infantaria. Em 1911 é fundado o Depósito de Remonta e Garanhões, que dá lugar, em 1950, à Escola Militar de Equitação e sete anos mais tarde ao Centro Militar de Educação Física, Equitação e Desportos. Hoje continua a funcionar o agora denominado (desde 1993) Centro Militar de Educação Física e Desportos, no Largo General Conde Januário, e a Escola Prática de Infantaria, no Convento de Mafra.
Vista aérea de Mafra e do Convento.
Rede Rodoviária.
O Concelho de Mafra é constituído por uma rede viária que serve toda a região, tendo como eixos principais as estradas nacionais - EN 8, EN 9, EN 116 e EN 247 - e as estradas secundárias (municipais), permitindo a ligação os municípios de Torres Vedras, Sintra, Loures, Sobral de Monte Agraço e Lisboa. Para além destas estradas, o Município é servido ainda, pela Auto-Estrada A8 (Lisboa - Leiria, com as seguintes saídas no Concelho de Mafra: Venda do Pinheiro, Malveira e Enxara dos Cavaleiros), e pela A21 (Ericeira – Mafra – Malveira, com as seguintes saídas: Ericeira, Mafra Oeste, Mafra Este, Malveira e Venda do Pinheiro), contribuindo para a melhoria das deslocações de passageiros e mercadorias e consequentemente, para o desenvolvimento do próprio Concelho.
Em relação ao serviço de transportes públicos rodoviários de passageiros, este é assegurado pelas empresas Barraqueiro Transportes, SA (Barraqueiro Oeste e Mafrense); Rodoviária de Lisboa; e Isidoro Duarte. A oferta rodoviária concentra-se nos seguintes troços principais:
Mafrense: Principal operador de transporte público rodoviário no concelho, existindo em Mafra, na Malveira e na Ericeira, ligações para Torres Vedras, Sintra, Loures e Lisboa (Campo Grande e Colégio Militar).
Barraqueiro Oeste: Ligação de Torres Vedras e de Sendieira para Lisboa (Campo Grande), passando pela Malveira e por Loures.
Rodoviária de Lisboa: Ligações da Malveira para Almargem do Bispo e para Bucelas
Isidoro Duarte: Efectua ligações nas zonas de Milharado e Venda do Pinheiro, e também para a zona ocidental do concelho de Loures e para o Campo Grande, em Lisboa.
Rede Ferroviária.
O concelho é servido pela Linha do Oeste, com estações em Mafra (estação Mafra-Gare) e Malveira, e apeadeiros em Alcainça–Moinhos e Jeromelo, desempenhando funções, essencialmente, interurbanas e regionais, quer em termos de transportes de mercadorias (sobretudo na estação da Malveira), quer em termos de passageiros.
O município de Mafra é administrado por uma câmara municipal composta por 9 vereadores. Existe uma assembleia municipal, que é o órgão legislativo do município, constituída por 44 deputados (dos quais 27 eleitos directamente).
Câmara Municipal de Mafra.
Bandeira de Mafra.
Brasão de Mafra.
Mafra é famosa pelo seu palácio-convento, mandado construir por D. João V no século XVIII e que constitui a mais grandiosa obra do barroco português. Vestígios arqueológicos sugerem que o povoado hoje denominado por Mafra foi habitado pelo menos desde o Neolítico. A origem do termo Mafra continua envolta em mistério, sabendo-se apenas que evoluiu de Mafara (1189), Malfora (1201) e Mafora (1288). Alguns autores encontraram na sua origem o arquétipo turânico Mahara, a grande Ara, vestígio de um culto de fecundidade feminina outrora existente no aro da vila. Outros, radicaram o nome no árabe Mahfara, a cova, na presunção de que a povoação se encontrava implantada numa cova, facto desmentido pelo reconhecido arabista David Lopes. A vila está isso sim, situada numa colina, cercada por dois vales onde correm as ribeiras conhecidas por Rio Gordo e Rio dos Couros. Certo também é que Mafra foi uma vila fortificada, podendo ainda hoje encontrar-se, na Rua das Tecedeiras, um pouco da muralha que a cercava. Os limites do castelo, que tudo leva a crer assenta sobre um povoado neolítico, sucessivamente reocupado até à Idade do Ferro, compreendiam toda a zona da "Vila Velha", que hoje se inclui no espaço delimitado a Oriente pelo Largo Coronel Brito Gorjão, a Sul pela Rua das Tecedeiras, a Ocidente pelo Palácio dos Marqueses de Ponte de Lima e a Norte pela Rua Mafra Detrás do Castelo. A designação desta rua deve-se ao facto de a povoação ter voltado, literalmente, as costas ao flanco norte, por ser o mais exposto aos ventos. A densa floresta que, consta, existiu até ao século XIX na Quinta da Cerca, constituída por árvores de grande porte, reforçaria o paravento. Em 1147, Mafra é conquistada aos Mouros por D. Afonso Henriques, e em 1189 a vila é doada pelo Rei D. Sancho I ao Bispo de Silves, D. Nicolau, que no ano seguinte lhe confere o primeiro foral. Em 1513 o Rei D. Manuel I concede Foral Novo a Mafra, o que subentende a relativa importância da vila, que em breve diminuiria drasticamente. Um censo da população datado de 18 de Setembro de 1527 apura 191 vizinhos, dos quais apenas quatro vivem em casais na vila. Quando em 1717, o Rei D. João V lança a primeira pedra da construção do Palácio, Mafra resumia-se a uns casarios, aglomerados a centenas de metros do Monumento.
Ao longo do século XIX começou a povoação a crescer em direcção ao Monumento. Mafra foi palco de episódios importantes na história de Portugal: corria o dia 8 de Dezembro de 1807 quando as tropas de Napoleão entraram em Mafra para montar quartel-general no Palácio. Parte do exército seguiu para Peniche e Torres Vedras, enquanto o restante ficou aquartelado no Palácio e Convento, e os oficiais nas casas da vila, sob o comando do General Luison. A invasão duraria cerca de nove meses. No dia 2 de Setembro o exército inglês irrompia em Mafra, saudado com grande alegria pela população e ao som dos carrilhões. A 5 de Outubro de 1910 de novo o povo de Mafra viveria um dia único. A revolução republicana estalara na véspera em Lisboa, o Rei D. Manuel II refugiara-se durante a noite no Palácio e abandonava Mafra, no automóvel escoltado, acompanhado da sua mãe e avó, rumo à Ericeira, onde o iate “D. Amélia”, os conduziria a Gibraltar e ao exílio. Volvidos quatro anos sobre a fuga de El-Rei, novo sobressalto em Mafra: no dia 20 de Outubro, um grupo de monárquicos reuniu-se no largo D. João V e munido de algumas armas, encaminhou-se para a Escola Prática de Infantaria, instalada no Convento, depois de cortar os fios telefónicos e telegráficos. A revolta foi facilmente anulada pelos militares, acabando na cadeia de Mafra cerca de uma centena de pessoas. Desde a construção do Monumento que os militares conferem parte do ambiente humano à Vila de Mafra.
A partir de 1840 o Convento passou a ser ocupado por tropas, e em 1859 cerca de 4000 recrutas ali assentaram praça para receber instrução no Depósito Geral de Recrutas, criado por D. Pedro V. Esta instituição seria extinta no ano seguinte, após 94 recrutas terem falecido supostamente devido a doença infecto-contagiosa. De 1848 a 1859, e de 1870 a 1873 o Convento alberga o Real Colégio Militar. Em 1887 é criada a Escola Prática de Infantaria e Cavalaria e no ano seguinte é construída, na Tapada de Mafra, a carreira de tiro, de que passou a ser frequentador o Rei D. Carlos, entusiasta dos concursos de tiro. Em 1896 é criada a Escola Central de Sargentos, dependente da Escola Prática de Infantaria. Em 1911 é fundado o Depósito de Remonta e Garanhões, que dá lugar, em 1950, à Escola Militar de Equitação e sete anos mais tarde ao Centro Militar de Educação Física, Equitação e Desportos. Hoje continua a funcionar o agora denominado (desde 1993) Centro Militar de Educação Física e Desportos, no Largo General Conde Januário, e a Escola Prática de Infantaria, no Convento de Mafra.
Vista aérea de Mafra e do Convento.
Rede Rodoviária.
O Concelho de Mafra é constituído por uma rede viária que serve toda a região, tendo como eixos principais as estradas nacionais - EN 8, EN 9, EN 116 e EN 247 - e as estradas secundárias (municipais), permitindo a ligação os municípios de Torres Vedras, Sintra, Loures, Sobral de Monte Agraço e Lisboa. Para além destas estradas, o Município é servido ainda, pela Auto-Estrada A8 (Lisboa - Leiria, com as seguintes saídas no Concelho de Mafra: Venda do Pinheiro, Malveira e Enxara dos Cavaleiros), e pela A21 (Ericeira – Mafra – Malveira, com as seguintes saídas: Ericeira, Mafra Oeste, Mafra Este, Malveira e Venda do Pinheiro), contribuindo para a melhoria das deslocações de passageiros e mercadorias e consequentemente, para o desenvolvimento do próprio Concelho.
Em relação ao serviço de transportes públicos rodoviários de passageiros, este é assegurado pelas empresas Barraqueiro Transportes, SA (Barraqueiro Oeste e Mafrense); Rodoviária de Lisboa; e Isidoro Duarte. A oferta rodoviária concentra-se nos seguintes troços principais:
Mafrense: Principal operador de transporte público rodoviário no concelho, existindo em Mafra, na Malveira e na Ericeira, ligações para Torres Vedras, Sintra, Loures e Lisboa (Campo Grande e Colégio Militar).
Barraqueiro Oeste: Ligação de Torres Vedras e de Sendieira para Lisboa (Campo Grande), passando pela Malveira e por Loures.
Rodoviária de Lisboa: Ligações da Malveira para Almargem do Bispo e para Bucelas
Isidoro Duarte: Efectua ligações nas zonas de Milharado e Venda do Pinheiro, e também para a zona ocidental do concelho de Loures e para o Campo Grande, em Lisboa.
Rede Ferroviária.
O concelho é servido pela Linha do Oeste, com estações em Mafra (estação Mafra-Gare) e Malveira, e apeadeiros em Alcainça–Moinhos e Jeromelo, desempenhando funções, essencialmente, interurbanas e regionais, quer em termos de transportes de mercadorias (sobretudo na estação da Malveira), quer em termos de passageiros.
O município de Mafra é administrado por uma câmara municipal composta por 9 vereadores. Existe uma assembleia municipal, que é o órgão legislativo do município, constituída por 44 deputados (dos quais 27 eleitos directamente).
Câmara Municipal de Mafra.
Bandeira de Mafra.
Brasão de Mafra.
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