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Prémios Gulbenkian: Crítico João Lopes sublinha compromisso documental de Pedro Costa
Lisboa, 11 Jul (Lusa) - O cinema de Pedro Costa, figura singular do panorama português, destaca-se pelo compromisso documental, de olhar para as coisas à nossa volta, disse hoje à agência Lusa o crítico e docente João Lopes.
Pedro Costa foi distinguido hoje com o Prémio Gulbenkian Arte, no valor de 50 mil euros, por uma cinematografia com "uma estética pura e austera" e "com uma forte presença das comunidades urbanas", segundo o júri.
Num comentário a esta distinção, João Lopes referiu que o cinema de Pedro Costa evoluiu para um compromisso entre ficção e documentário, sobretudo a partir de "Ossos" (1997), o ponto de viragem na sua cinematografia.
"Ele procura distinguir todas as ilusões e equívocos de muitas coisas que vemos continuamente no formato documental e estou-me a referir por exemplo às reportagens televisivas", disse João Lopes.
No entender deste especialista, a vertente de "registo histórico de um determinado lugar" é assumida por Pedro Costa nos seus mais recentes filmes, que acompanharam a mudança social no Bairro das Fontaínhas, na Amadora, desde "Ossos" até "Juventude em Marcha" (2006).
Apesar de a via criativa de Pedro Costa fazer parte de um certo cinema "minoritário", tanto em Portugal como a nível europeu, diz João Lopes, o seu cinema não deixou de ser reconhecido também entre os críticos portugueses.
Se se pudesse traçar uma filiação artística de Pedro Costa, João Lopes atribuí-la-ia a experiências que alguns realizadores portugueses protagonizaram nos anos 1960, nomeadamente Fernando Lopes Lopes em "Belarmino" e Manoel de Oliveira em "Acto da Primavera",
SS.
Lusa/fim
Lisboa, 11 Jul (Lusa) - O cinema de Pedro Costa, figura singular do panorama português, destaca-se pelo compromisso documental, de olhar para as coisas à nossa volta, disse hoje à agência Lusa o crítico e docente João Lopes.
Pedro Costa foi distinguido hoje com o Prémio Gulbenkian Arte, no valor de 50 mil euros, por uma cinematografia com "uma estética pura e austera" e "com uma forte presença das comunidades urbanas", segundo o júri.
Num comentário a esta distinção, João Lopes referiu que o cinema de Pedro Costa evoluiu para um compromisso entre ficção e documentário, sobretudo a partir de "Ossos" (1997), o ponto de viragem na sua cinematografia.
"Ele procura distinguir todas as ilusões e equívocos de muitas coisas que vemos continuamente no formato documental e estou-me a referir por exemplo às reportagens televisivas", disse João Lopes.
No entender deste especialista, a vertente de "registo histórico de um determinado lugar" é assumida por Pedro Costa nos seus mais recentes filmes, que acompanharam a mudança social no Bairro das Fontaínhas, na Amadora, desde "Ossos" até "Juventude em Marcha" (2006).
Apesar de a via criativa de Pedro Costa fazer parte de um certo cinema "minoritário", tanto em Portugal como a nível europeu, diz João Lopes, o seu cinema não deixou de ser reconhecido também entre os críticos portugueses.
Se se pudesse traçar uma filiação artística de Pedro Costa, João Lopes atribuí-la-ia a experiências que alguns realizadores portugueses protagonizaram nos anos 1960, nomeadamente Fernando Lopes Lopes em "Belarmino" e Manoel de Oliveira em "Acto da Primavera",
SS.
Lusa/fim