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Projecção cartográfica

Freundlich

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O processo de sistematicamente transformar partes da Terra esférica para que sejam representadas em uma superfície plana mantendo as relações espaciais é chamado de Projecção Cartográfica. Este processo é obtido pelo uso de Geometria e, mais comumente, por meio de fórmulas matemáticas. A correspondência entre os pontos da superfícies terrestre e a sua representação, constitui o problema fundamental da cartografia, pois impossibilita uma solução perfeita, ou seja, uma projeção livre de deformações. Tentando minimizar as distorções, diferentes técnicas de representação são aplicadas no sentido de se alcançar resultados que possuam propriedades favoráveis para um propósito específico.

Fonte:Wikipédia
 

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Projecção de Mercator foi apresentada em 1569 pelo geógrafo e cartógrafo flamengo Gerhard Kremer (de sobrenome latino Gerardus Mercator), através de um grande planisfério de dimensões 202x124 cm, composto por dezoito folhas impressas.

Tal como em todas as projeções cilíndricas, os meridianos e paralelos são representados por segmentos de reta perpendiculares entre si, e os meridianos são eqüidistantes. Essa geometria faz com que a superfície da Terra seja deformada na direção leste-oeste, tanto mais quanto maior for a latitude. Na projeção de Mercator, o espaçamento entre paralelos adjacentes aumenta com a latitude, de modo a que aquela deformação (na direção leste-oeste) seja acompanhada por idêntica deformação na direção norte-sul). Isto tem como conseqüência que a escala da projeção aumente também com a latitude, tornando-se infinita nos pólos (o que impede a sua representação). Tratando-se de uma projeção conforme, a escala não varia com a direção e os ângulos são conservados em torno de todos os pontos. Contudo, e tal como em qualquer outra projeção cartográfica, a escala varia de lugar para lugar, distorcendo a forma dos objetos geográficos representados. Em particular, as áreas são fortemente afetadas, transmitindo uma imagem errada da geometria do nosso planeta. Por exemplo, a Groenlândia é representada com uma área idêntica à de África, muito embora ela seja, na realidade, cerca de 13 vezes menor.

Na projecção de Mercator, as linhas que, à superfície da Terra, fazem um ângulo constante com os meridianos (linhas de rumo constante, ou loxodrómias) são representadas por segmentos de recta. Este é precisamente o tipo de trajecto praticado pelos navios no mar, onde as bússolas são utilizadas para indicar as direcções geográficas e dirigir os navios nas suas rotas. As duas propriedades referidas – a conformidade e a representação das linhas de rumo por segmentos de recta - , fazem com que esta projecção seja particularmente apropriada para apoiar a navegação marítima: rumos e azimutes são medidos directamente na carta, através de transferidores ou das rosas-dos-ventos aí impressas, e as correspondentes direcções podem facilmente ser transferidas para outros locais da carta, utilizando réguas de paralelas ou um par de esquadros de navegação.


O mundo pela Projeção de Mercator.O nome e as explicações fornecidas por Mercator no seu planisfério (Nova et Aucta Orbis Terrae Descriptio ad Usum Navigatium Emendate: nova e aumentada descrição da Terra, corrigida para uso da navegação) mostram que este foi expressamente concebido para uso da navegação marítima. Embora o método de construção não seja conhecido, é provável que Mercator tenha utilizado um processo gráfico, transferindo alguns troços de loxodrómia, previamente marcados num globo, para uma quadrícula geográfica, e ajustando posteriormente o espaçamento entre paralelos de modo a que aqueles troços fossem representados por segmentos de reta. A projecção de Mercator constituiu um notável progresso na cartografia náutica do século XVI. Contudo, apareceu porventura antes de tempo, já que as limitações inerentes aos métodos de navegação então praticados impediam o seu uso efetivo. Dois problemas principais concorriam para tal: a impossibilidade de determinar a longitude no mar e o fato de se continuar a utilizar as direcções magnéticas indicadas pela bússola, em vez das direcções geográficas. Só em meados do século XVIII, após a invenção do cronómetro marítimo (que possibilitou a determinação da longitude no mar) e o conhecimento da distribuição espacial da declinação magnética à superfície da Terra, a projecção de Mercator foi definitivamente adotada pelos navegadores.

O abuso da projecção de Mercator em representações globais do Mundo, bem como a controvérsia provocada pela promoção política da Projeção de Gall-Peters, levaram um grupo de organizações a aprovar, em 1989-90, uma recomendação rejeitando o uso de todas as projecções cilíndricas em planisférios.

Vários autores contribuíram para o desenvolvimento da projecção de Mercator:

Erhard Etzlaub (c. 1460-1532), geógrafo alemão que produziu pequenos mapas da Europa e África (1511), utilizando uma projecção idêntica à de Mercator, muito antes de este ter apresentado a sua carta do Mundo. Nada se sabe sobre o método utilizado pelo autor.
Pedro Nunes (1502-1578), matemático e cosmógrafo português que primeiro descreveu a loxodrómia, e o seu uso em navegação, e sugeriu que o Mundo fosse representado através de numerosas cartas náuticas de grande escala, na projecção cilíndrica equidistante, de modo a minimizar as deformações angulares em cada uma delas.
Edward Wright (c. 1558-1615), matemático inglês que primeiro formalizou matematicamente a projecção de Mercator (1599) e publicou tabelas destinadas à sua construção (1599, 1610).
Thomas Harriot (1560-1621) e Henry Bond (c.1600-1678), matemáticos ingleses que, independentemente, associaram a projecção de Mercator à sua fórmula logarítmica moderna, mais tarde formalmente deduzida através do Cálculo.
 

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A Projecção de Gall-Peters é um tipo de projeção cartográfica dita cilíndrica e equivalente. As retas perpendiculares aos paralelos e as linhas meridianas têm intervalos menores, o que resulta numa reprodução fiel das áreas dos continentes à custa de uma maior deformação do formato dos mesmos. Esta projeção surgiu em 1973, e suscitou debates acalorados entre os cartógrafos, devido às implicações políticas de suas características.

A projeção de Gall-Peters é dita "terceiro-mundista", por dar um realce maior às nações que historicamente compõem a parte mais pobre do mundo. Arno Peters o batizou de "mapa para um mundo mais solidário". Os países situados em altas latitudes são relegados a um segundo plano, ao contrário da projeção de Mercator. A maior diferença da projeção de Gall-Peters para a representação de Mercator é a redução do tamanho do continente europeu e o aumento considerável do continente africano. Todavia, continua sendo um mapa pouco conhecido, e poucas editoras fazem menção a ele em seus livros e cartas geográficas.
 
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