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GONDOMAR ELIMINOU OS ENCARNADOS NA TAÇA DE PORTUGAL



Fernando Ribeiro, o ourives que fornecia José Luís Oliveira quando este era presidente da comissão administrativa do Gondomar, revelou hoje à tarde em tribunal que lhe foi pedido para cunhar objectos em ouros relativos aos jogos que o Gondomar SC nessa época disputou com o Benfica e o Paços de Ferreira, a contar para a Taça de Portugal da época de 2002/2003. O ourives não conseguiu explicar a razão da encomenda numa época em que o Gondomar acabou por ser eliminado pelo Paços de Ferreira depois de vencer sensacionalmente na Luz por 1-0.

Fernando Ribeiro disse que as pulseiras que Oliveira encomendou se destinavam aos árbitros desses jogos pois os nomes dos mesmos foram lá gravados. O Benfica-Gondomar foi arbitrado por António Taia (Setúbal e o Paços Ferreira-Gondomar foi dirigido por Nuno Almeida (Algarve).

Ribeiro explicou ainda que as pulseiras que fez para o jogo do Gondomar com o Benfica eram de valor idênticos aos artefactos em ouro que entregou na época posterior, presumivelmente para os árbitros dos jogos do Gondomar.

Quando respondia já a perguntas do advogado dos Dragões Sandinenses, acabou por considerar que tinha consciência de que o ouro que lhe era comprado por José Luís Oliveira se destinava a árbitros, dando até como exemplo as pulseiras para os jogos da Taça de Portugal que tinha referido anteriormente.

"Se até tinham o nome do árbitro...", desabafou sobre artefactos que começavam com a palavra "recordação do jogo..."

Sobre os jogos do Gondomar na época de 2003/2004, o ourives referiu que fazia entregas normalmente ao fim de semana no valor unitário de 700 euros, sendo que esses objectos (pulseiras e voltas) podiam valer numa ourivesaria "masis 40 our 50 por cento". Algumas dessas entregas, que estão detalhadas em documento entregue pelo ourives, foram de 1000 euros, por se tratar de "ouro para senhoras".
Autor: E.Q.
 

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Apito Dourado - Sandinenses deram relógios "Timex"

ÁRBITROS RECUSARAM SEGUNDA OFERTA DE OURO DO GONDOMAR SC



Nuno Fraguito fazia parte da equipa do árbitro vilarealente Rui Silva, hoje na 1.ª categoria, na época de 2003/2004. Nessa temporada, esteve em dois jogos do Gondomar e noutros tantos dos Dragões Sandinenses.

No caso dos jogos do Gondomar, revelou no tribunal que a equipa de arbitragem aceitou uma primeira oferta, que constava de um fio de ouro e uma cruz, artefactos que Fraguito ainda guarda em casa e que avaliou em 142 euros. Pouco mais que o valor do relógio "Timex" que disse ter recebido, nessa época, dos Dragões Sandinenses: 110/120 euros.

Segundo Nuno Fraguito, a recusa, numa segunda ocasião, daqueles que chamam lembranças do Gondomar, foi uma iniciativa do seu chefe de equipa. Porque se entendeu que "se calhar" era ouro a mais, tratando-se de uma lembrança "aparentemente valiosa".

Interpelado pelo advogado-árbitro Carlos Duarte sobre se não era normal os árbitros receberem produtos típicos da região onde se disputavam os jogos - no caso de Gondomar, capital da filigrina -, Fraguito disse que para ele receber um fio de ouro ou um queijo da serra é a mesma coisa. Tendo a advogada Fátima Castro referido depois se é de bom tom um árbitro, por exemplo, recusar os típicos chapéus madeirenses quando arbitra jogos naquela ilha. "Se o fizermos, as pessoas tomam tal por ofensa", reagiu Fraguito.

Os advogados de defesa voltaram a tocar na tecla dos relógios que aparentemente os Dragões Sandinenses - grande rival do Gondomar na época investigada - ofereciam aos árbitros. "Tem conhecimento de em Sandim se fabricarem esse tipo de relógios?", foi a pergunta lançada pelo advogado Pedro Alhinho, que defende Joaquim Castro Neves. Com a defesa a marcar pontos ao conseguir demonstrar que não era apenas o Gondomar que oferecia lembranças mas também os seus adversários, sendo que o Gondomar oferecia o símbolo produtivo do concelho - artefactos de filigrana.
Autor: EUGÉNIO QUEIRÓS
 

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- Marques: «Se me tentassem corromper, daria voz de prisão»

ÁRBITRO AGENTE DA PSP DEFENDEU VALENTE MENDES



Fausto Marques é árbitro e agente da PSP. Na época de 2003/2004, acompanhou o árbitro lisboeta Valente Mendes em 3 jogos que o Gondomar SC disputou fora de casa, um deles no recinto dos Dragões Sandinenses. Interpelado pelo juiz António Carneiro da Silva, Marques disse que jamais foi alvo de qualquer tentativa de aliciamento. "A quem o fizesse daria de imediato voz de prisão", referiu.

No caso concreto dos jogos em análise (para além da partida com os Dragões, jogos com o Trofense e o Vilanovense), Fausto Marques contou um episódio curioso. No final do jogo da Trofa, que o Gondomar ganhou, foi convidado, tal como os seus colegas, para jantar com os dirigentes do Gondomar.

Mas a equipa de arbitragem recusou o convite pois já tinha sido convidada para jantar pelos dirigentes da equipa da casa, como terá acontecido.

Quanto às ofertas que podem vir a constituir-se como uma das contrapartidas oferecidas aos árbitros, Fausto Marques confirmou que nos 3 jogos do Gondomar recebeu artefactos em ouro mas frisou também que recebeu um relógio "Camel" dos Dragões Sandinenses. Para além de canetas com o símbolo do Trofense.

Este árbitro foi também irónico quando falou no perito Jorge Coroado, que analisou um dos jogos em causa, não tendo visto razão para grande penalidade a favor do Gondomar no jogo com os Dragões (que terminou empatado a uma bola). "O senhor Jorge Coroado na Sport-TV comenta um lance de uma maneira no momento e após a repetição comenta-o de outra", salientou este agente da PSP que neste momento integra uma equipa de arbitragem chefiada por um inspector da Polícia Judiciária. Que recordou como última oferta duas sandes de couratos e um sumo.
Autor: EUGÉNIO QUEIRÓS
 

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Apito Dourado - Carolina Salgado depõe no dia 13

NA ÚLTIMA SESSÃO ANTES DA PAUSA DA PÁSCOA



Carolina Salgado irá depor no Tribunal de Gondomar como testemunha do processo "Apito Dourado" no próximo dia 13, pela manhã, justamente na derradeira sessão antes de uma pausa do julgamento devido à Páscoa.

A antiga companheira do presidente portista Pinto de Costa não esteve presente na primeira convocatória, no dia 27 de Fevereiro, já que na mesma altura foi chamada para uma diligência no Tribunal de Instrução Criminal do Porto.

Carolina Salgado, que é testemunha arrolada pelo Ministério Público (MP), tinha já sido chamada ao Tribunal de Gondomar no primeiro trimestre do ano passado para depor no âmbito da instrução do processo agora em julgamento, tendo relatado, na altura, a existência de diferentes encontros entre Pinto da Costa e os arguidos Valentim Loureiro e Pinto de Sousa.

"Rc"
 

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Apito Dourado - PC sabe dia 25 se vai ser julgado

CASO DO JOGO BEIRA-MAR-FCPORTO DA ÉPOCA DE 2003/2004



Está marcada para o próximo dia 25 de Março, uma terça-feira, a decisão instrutória do caso relativo ao jogo Beira-Mar-FC Porto, da época de 2003/2004. O debate instrutório decorreu ontem no Tribunal de Instrução Criminal do Porto sem a presenças dos acusados: Pinto da Costa, António Araújo e o árbitro Augusto Duarte.

O processo - que foi arquivado pelo DIAP do Porto e reaberto pela procuradora geral adjunta Maria José Morgado sensivelmente há um ano - está nas mãos da juíza Anabela Tenreiro e será ela a determinar se há razões para os 3 acusados irem ou não a julgamento.

A expectativa da defesa continua centrada na contestação à forma como processo foi reaberto e também na validade das escutas telefónicas. O advogado de Augusto Duarte - árbitro que está acusado também no caso do jogo FC Porto-Estrela da Amadora, em fase de instrução - alegou ainda que o depoimento de Carolina Salgado, que serviu de base à reabertura do processo, não pode ser valorado como foi porque se apresenta no processo "quase como co-autora" dos crimes em questão.

Soube-se também que a juíza de instrução criminal prescindiu de ouvir a irmã gémea de Carolina Salgado, que se encontra doente. Anabela Tenreiro considerou que está completamente esclarecida a "questão da cómoda", ou seja, o local de onde, segundo Carolina, Pinto da Costa terá tirado 2.500 euros para entregar ao árbitro Augusto Duarte. Segundo a defesa de Pinto da Costa, a cómoda a que Carolina se refere nunca existiu na casa da Madalena, onde tudo aconteceu, estando, isso sim, num apartamento que o casal tinha no Monte da Virgem (Gaia).
Autor: E.Q.
 

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Apito Dourado - Cosme Machado e as comparações com Collina

ÁRBITRO BRACARENSE MOSTRA-SE IRÓNICO EM TRIBUNAL



O árbitro bracarense Cosme Machado, da 1.ª categoria nacional, pôs a sala de audiências a rir quando respondeu assim à pergunta, do procurador Gonçalo Silva, ‘por que razão é tratado por Collina?’: “Não sei, se calhar o Collina é que é conhecido por Cosme!” Logo acrescentando: “Não sou assim tão feio...”

O juiz António Carneiro da Silva pediu de imediato contenção na ironia e a verdade é que Cosme Machado não precisa de palavras para justificar a alcunha. Que o procurador do MP queria ver detalhada a propósito de uma escuta entre José Luís Oliveira e Pinto de Sousa, na qual se fala no Collina português como árbitro a nomear para o jogo Paredes-Gondomar. Partida que o Gondomar perdeu e de que saiu com razões de queixa.

Ontem, pela primeira vez viram-se imagens de jogos no tribunal de Gondomar. De qualidade sofrível e com falhas técnicas. Ainda assim, deu para ver o Gondomar a marcar um golo, no tal jogo de Paredes, na sequência de um lançamento da linha lateral, com o árbitro a assinalar fora-de-jogo! E a explicar assim a decisão: “A bola terá raspado primeiro num defesa do Paredes”. Oliveira e Castro Neves “passaram-se” enquanto o juiz dava por encerrada a audiência.
Autor: EUGÉNIO QUEIRÓS
 

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Procuradora quer Pinto da Costa réu

Para julgamento. No debate instrutório de ontem relativo ao Beira-Mar–FC Porto (0-0) de 2003/04, a procuradora do Ministério Público (MP), Emília do Casal Bom, defendeu que se mantêm todos os indícios do crime de corrupção, concluindo que Pinto da Costa, o árbitro Augusto Duarte e o empresário António Araújo têm que se sentar no banco dos réus.



Da parte da defesa, uma chuva de contestações. Para os advogados do presidente portista, não poderia ter sido a Equipa de Coordenação do Processo Apito Dourado (ECPAD) a deduzir acusação até porque apenas tem competências para dirigir e coordenar inquéritos.

Os representantes de Pinto da Costa asseveram que a decisão deveria ter partido do MP de Gaia, comarca onde ocorreram os factos e onde decorreu o inquérito, que resultou em arquivamento.

Quanto aos outros arguidos, se António Araújo não requereu instrução, já a defesa de Augusto Duarte considera haver nulidade nas escutas – pelo facto da juíza Anabela Tenreiro não as ter acompanhado devidamente – e critica o depoimento de Carolina, apelidando-o de “incongruente”. Aliás, os advogados de Duarte afirmam que o testemunho de Salgado a transforma em “co-autora dos crimes”.

Para 25 de Março está marcada a decisão instrutória, sendo que a juíza dispensou o testemunho de Ana Salgado, pedido por Pinto da Costa. Relembre-se que, quando convocada, a gémea de Carolina faltou, por motivos de saúde.

Tenreiro diz que Ana já não seria útil, até porque a juíza já está esclarecida no caso da cómoda da casa da Madalena, Gaia, de onde Pinto da Costa, segundo Carolina, terá retirado um envelope com 2500 euros para entregar a Augusto Duarte, árbitro do Beira-Mar–FC Porto, de 2003/04.
Sérgio Pereira Cardoso
 

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Camisolas e relógios em nova 'guerra'

Quem deu mais?’ A pergunta sintetiza a guerra de ofertas que marcou a 11.ª sessão do ‘Apito’. No dia em que árbitros revelaram camisolas do Gondomar personalizadas com os seus nomes, ficou-se a saber que os Dragões Sandinenses, rivais dos gondomarenses em 2004, ofereciam relógios. De marca.



Face ao atraso do procurador titular do processo, Gonçalo Silva, foi Carlos Teixeira, principal responsável pelo ‘Apito’, quem tomou as rédeas da acusação, num estilo bem mais agressivo do que o de Silva.

E foi em instâncias de Teixeira que o assistente de Licínio Santos, Ângelo Ferreira, revelou terem-lhes sido entregues, no final de um jogo, camisolas do Gondomar com o nome dos três árbitros inscritos. Patrick Pinto, o outro auxiliar, mostrou ao tribunal a sua camisola n.º 10.

Nuno Fraguito, assistente do árbitro Rui Silva, contou também prendas do Gondomar (artigos em ouro que estimou em 142 euros no total) mas também da parte dos rivais de Sandim: “Recebemos relógios Timex, na ordem dos 120 euros”, disse, em versão sublinhada também pelo auxiliar de Valente Mendes – polícia de profissão – que divulgou ter recebido um relógio Camel da parte dos Dragões.
S.P.C.
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Apito Dourado - Cosme Machado retractou-se

ÁRBITRO DE 1.ª CATEGORIA VAI VOLTAR AO TRIBUNAL



O árbitro de 1.ª categoria Cosme Machado vai voltar a ser ouvido no Tribunal de Gondomar, depois de aqui ter dito, ontem, que o golo do Gondomar em Paredes, que teria dado o empate a esta equipa, foi bem invalidado. O lance foi visto várias vezes no tribunal e começava num lançamento da linha lateral, com a bola a ser enviada directamente para um jogador do Gondomar que fez o golo, já em tempo de compensações.

Alegou Cosme Machado que foi o golo foi bem invalidado pois "a bola raspou num defesa do Paredes" que tentou aliviar, sem sucesso, a bola. Horas depois, o árbitro de Braga reconsiderou e a 12.ª sessão do julgamento começou praticamente com a leitura de uma declaração sua por escrito na qual referia que o golo, afinal, foi mal invalidado, resultando a sua primeira apreciação de uma "confusão", tendo ficado a pensar que a bola, depois do lançamento da linha lateral, tinha tocado primeiro num jogador do Gondomar antes de sofrer o toque que a enviou para as malhas.

Pedro Alhinho, advogado de Joaquim Castro Neves, ex-chefe do departamento de futebol do Gondomar SC, entendeu como anómala esta declaração de Cosme Machedo e requereu ao juiz que enviasse uma exposição sobre o acontecimento aos órgãos competentes do futebol, tendo em conta que se trata de um árbitro de 1.ª categoria. O advogado João Medeiros, que defende Pinto de Sousa, também contestou e disse que se impunha nova audição a Cosme Machado. O juiz António Carneiro da Silva entendeu como necessária nova audição da testemunha mas não viu razão para qualquer queixa contra o árbitro aos órgãos desportivos competentes, deixando, porém, essa possibilidade aberta para a defesa de Castro Neves.

A primeira testemunha do dia foi precisamente um dos árbitros-assistentes de Cosme Machado. Que, ao contrário do seu chefe de equipa, na véspera, depressa confirmou ao procurador Gonçalo Silva que Cosme Machado também era conhecido pela alcunha de "Collina", embora "não gostasse que o tratassem assim".
Autor: E.Q.
 

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Apito Dourado - Investigue-se a... investigação

MINISTÉRIO PÚBLICO DE GONDOMAR SEGUE TESE DE ADVOGADO



O procurador do Ministério Público do Gondomar, titular do processo originário do Apito Dourado, pediu para ser extraída uma certidão a propósito de um requerimento do advogado de Castro Neves, Pedro Alhinho, que impediu que no julgamento fossem reproduzidas as respostas de uma das testemunhas - Manuel Silvestre, antigo empregado de mesa do restaurante Margem Douro, onde terão ocorrido alguns jantares/lanches de árbitros com dirigentes do Gondomar - em fase de inquérito.

Isto porque Gonçalo Silva, o procurador, entendeu que esta testemunha estava a mostrar "grande divergências" em tribunal em relação ao que tinha dito na fase anterior.

Silvestre apresentou-se no tribunal com grandes falhas de memória e nem se recordava do preço da lampreia há quatro anos. Aliás, seria mesmo o advogado de Castro Neves a fornecer ao tribunal um menu actual do restaurante visado, onde se pode ler que uma lampreia custa 80 euros, sendo que, segundo Silvestre, "para cinco pessoas aconselhava sempre duas lampreias".

No seu requerimento para justificar o recurso às declarações de Silvestre na fase de inquérito, o advogado Pedro Alhinho referiu que o inquérito conduzido pela Polícia Judiciária não teve o objectivo de apurar factos que tivessem a ver com a verdade desportiva mas sim, apenas, "e cirurgicamente", "na situação de putativa lesão da verdade desportiva alegadamente praticada em benefício do Gondomar SC".

Com isto querendo dizer que a investigação foi direccionada e desprezou outros factos semelhantes que podiam também comprometer outros clubes.

Face a esta posição, o procurador Gonçalo Silva pediu que destes factos seja extraída uma certidão para apurar "um eventual crime de denegação de justiça ou prevaricação", a apreciar possivelmente por um tribunal superior. Pedro Alhinho reagiu, manifestando a intenção de constituir-se assistente neste eventual processo.
Autor: EUGÉNIO QUEIRÓS
 

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Apito Dourado - Madaíl: «Decisões em menos de dois meses»

PRESIDENTE DA FPF GARANTE QUE CONSELHO DE DISCIPLINA VAI JULGAR O APITO DOURADO



Gilberto Madaíl foi ouvido hoje à tarde no Tribunal de Gondomar, na qualidade de testemunha arrolada pelo Ministério Público. No final de uma audição que durou 20 minutos, o presidente da FPF falou aos jornalistas e reconheceu que o Apito Dourado tem causado "muitos prejuízos" ao futebol português. Para além disso, garantiu que o Conselho de Disciplina da FPF vai decidir "dentro de um mês ou mês e meio" os processos resultados do Apito Dourado nos quais já foram deduzidas notas de culpa.

Os ex-dirigentes do Gondomar envolvidos neste processo, o próprio Gondomar SC e 35 árbitros e árbitros assistentes já receberam as respectivas notas de culpa relativas aos processos disciplinares que lhes foram instaurados e podem recorrer a instrução dos mesmos. Em causa está a possibilidade de punições que no caso do Gondomar SC pode incidir na pena de suspensão das competições, o mesmo acontecendo em relação à actividade dos árbitros. Os árbitros que receberam a nota de culpa ou são réus no processo originário ou testemunhas do mesmo, estando no rol um árbitro de 1.ª categoria: Rui Silva. Ao contrário do que já informamos, o árbitro Cosme Machado não recebeu qualquer nota de culpa, estando o seu processo ainda em aberto.

O depoimento de Madaíl na sala de audiências foi sóbrio. O presidente da FPF falou sobretudo do processo eleitoral de 2002, por onde passa um dos pontos importantes da acusação. O MP entende que Valentim Loureiro, na qualidade de presidente da Liga, usou os 20 por cento de votos da Liga para assegurar a reeleição de Pinto de Sousa para o Conselho de Arbitragem da FPF, para mais tarde contar com a sua colaboração na nomeação de árbitros para os jogos do Gondomar na época de 2003/2004.

Madaíl disse que a Liga estava "fora disto", ou seja, do processo eleitoral e que apenas contou, como é de lei, com uma vice-presidência da direcção. Mais a mais, Pinto de Sousa nem foi a sua primeira escolha e só por ele se decidiu "na última hora", depois de ter sido cogitada a possibilidade de Vítor Pereira ocupar a presidência do Conselho de Arbitragem, hipótese que caiu por terra quando o actual presidente da Comissão de Arbitragem da Liga se associou à lista de Artur Jorge (que acabou por não ir a votos).

"O sr. Pinto de Sousa já vinha do passado", referiu, depois de salientar que Valentim Loureiro e o então presidente da Associação de Futebol do Porto, Adriano Pinto, estavam de relações cortadas. Com o seu depoimento, Gilberto Madaíl não revelou qualquer influência de Valentim Loureiro na nomeação de Pinto de Sousa para a presidência do Conselho de Arbitragem, sendo que esta é uma das contrapartidas que o Ministério Público encontrou para acusar ambos neste processo.
Autor: E.Q.
 

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Gilberto Madaíl levanta dúvidas

Gilberto Madaíl, presidente da Federação Portuguesa de Futebol (FPF), mostrou-se esta quarta-feira preocupado quanto a eventuais discrepâncias entre das decisões da Justiça civil e desportiva no processo ‘Apito Dourado’.



“É uma dúvida que tenho. Se na justiça desportiva alguém vier a ser castigado, punido e em tribunal não? O que acontece? O que prevalece? Acho que a justiça civil, pois não é um acto meramente desportivo, mas não sou um especialista”, justificou o dirigente.

No Tribunal de Gondomar, onde esteve a prestar declarações no âmbito do processo ‘Apito Dourado’, na qualidade de testemunha arrolada pelo Ministério Público, Madaíl defendeu que “se alguém for punido nos tribunais, não há razões nenhumas para também não o ser na justiça desportiva”. Em causa, está a probabilidade de as decisões serem tomadas em momentos diferentes, já que “em mês e meio a dois meses, a maior parte dos processos, senão a totalidade, estará resolvida na Federação”, enquanto nos tribunais o processo continua a arrastar-se.

No seio da FPF, o dirigente falou em algumas dificuldades nomeadamente ao nível dos processos, que estavam dependentes dos tribunais, e na audição de testemunhas que já não estão ligadas ao futebol, pois “se alguém não quiser vir depor, não vem”.

À margem das dificuldades e das dúvidas, Madaíl pretende que todo o processo seja “resolvido com a maior celeridade possível, a bem do futebol português, cuja imagem tem sido desgastada a nível internacional e interno”.

“Vim cá prestar o meu contributo para se poder resolver com a celeridade possível um caso que tem prejudicado o futebol português. Disse o que sabia ou me recordava. Disse a verdade. Só pretendo que o processo seja resolvido o mais depressa possível e com justiça”, reiterou.

No depoimento, o dirigente foi questionado sobre a forma de composição de listas para a federação, um sistema de poder e influências gerido pelas associações. “Defendo há muito tempo, e nada tem a ver com este processo, que é importante que o futuro presidente da FPF possa escolher uma equipa homogénea como entender, sem haver qualquer forma de influenciar a escolha”, frisou.
"CM"
 

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Madaíl muda versão e inocenta Valentim

Marcha-atrás. Gilberto Madaíl, presidente da Federação Portuguesa de Futebol (FPF), havia relevado, em fase de instrução, a influência de Valentim Loureiro na escolha de Pinto de Sousa para presidente do Conselho de Arbitragem (CA) da FPF. Ontem, em tribunal, disse exactamente o contrário.



Em resposta ao procurador Gonçalo Silva, que se cingiu à nomeação de 2002, Madaíl foi peremptório. “Pinto de Sousa foi uma escolha pessoal minha. Não houve qualquer interferência, nem do Boavista, nem do Valentim Loureiro. Quem toma as decisões é a Federação”, afirmou.

O líder da FPF desde 1996 admitiu ainda que a nomeação foi negociada, “pessoalmente”, com as associações distritais da Federação: “Não fazia sentido eleger alguém que fosse depois hostilizado pelos nossos associados.”

“E a Liga?”, questionou o procurador. “Não interferia com estas matérias”, respondeu Madaíl.

Apesar de a Associação de Futebol (AF) do Porto – em 2003/04, presidida por Adriano Pinto (já falecido) – ter o maior número de votos nas eleições da FPF, Madaíl observou: “Valentim Loureiro e Adriano Pinto até estavam de relações cortadas, há já bastante tempo, devido a divergências políticas.”

Da AF Porto apenas foi nomeado, em 2002, um vice-presidente do CA, Francisco Costa, arguido neste processo do ‘Apito Dourado’.

À saída do tribunal, Madaíl revelou que o Conselho de Disciplina da FPF vai apresentar resultados dos processos abertos no âmbito do ‘Apito’ dentro de um mês e meio, no máximo, altura em que o julgamento de Gondomar ainda estará a decorrer.

Contudo, o líder da Federação realçou a importância da Justiça civil: “As decisões serão respeitadas, até porque têm melhores meios para julgar.”

Madaíl não se quis alargar em comentários sobre o seu depoimento, limitando-se a abordar todo o processo na sua generalidade: “Vim apenas dizer a verdade num caso que tem sido bastante prejudicial para o futebol português.”

INVESTIGAÇÃO ALVO DE CERTIDÃO

A irritação do procurador do Ministério Público (MP), Gonçalo Silva, com o depoimento do funcionário do restaurante Margem Douro, culminou com o pedido do magistrado para ler o que o mesmo funcionário havia dito em fase de inquérito.

Pedido logo rejeitado por Pedro Alhinho, representante de Castro Neves, que defendeu que a testemunha, quando ouvida pela Polícia Judiciária, nem estava acompanhada de um advogado. Mas Alhinho não ficou por aqui e continuou, afirmando que a investigação da PJ não pretendeu descobrir a verdade, mas sim, e “de forma cirúrgica”, apurar apenas “factos relacionados com a putativa lesão da verdade desportiva, alegadamente praticada em benefício do Gondomar”, terminou.

O procurador do MP não se deixou ficar e respondeu extraindo uma certidão que pretenderá provar se a tese do advogado está correcta e se, consequentemente, “teve lugar o crime de denegação de Justiça ou prevaricação”. Pedro Alhinho pediu novamente a palavra para se dizer disposto a constituir-se assistente no eventual processo.

ALHINHO E A INVESTIGAÇÃO DE UM SENTIDO

O advogado de Castro Neves, Pedro Alhinho, já disse várias vezes que a investigação da PJ foi de sentido único. Raras são as sessões em que Alhinho não pergunta a árbitros se receberam ofertas de outros clubes.

EMPREGADO DE RESTAURANTE COM AMNÉSIA

Manuel Silvestre foi empregado do restaurante Margem Douro, em Gondomar, durante 20 anos. O estabelecimento foi palco de jantares entre dirigentes gondomarenses e árbitros, tendo o mesmo sido confirmado por Silvestre em fase de inquérito, junto da PJ. Ontem, já não se lembrava de tal facto. Sobre Castro Neves e José Luís Oliveira, o funcionário disse que os conhecia, mas apenas como clientes, desmentindo saber de alguma ligação dos mesmos ao clube da capital da ourivesaria. Aliás, mesmo a lampreia – prato em evidência no julgamento – levantou dúvidas ao ainda empregado de hotelaria. “Não sei qual é o preço”, disse, afirmando mais tarde que, para cinco pessoas, “sugeria duas lampreias”. O preço, no Margem Douro, de uma lampreia, rondava os 90 euros.

DETALHES

A ELEIÇÃO DE 2002

É um dos principais argumentos da Acusação no que a Pinto de Sousa diz respeito. As contrapartidas do antigo líder da arbitragem passariam pela sua reeleição no cargo e também pela viagem a Moçambique na comitiva do então primeiro-ministro Durão Barroso, alegadamente propiciada pelo major Valentim Loureiro.

COSME RETRACTA-SE

Anteontem, Cosme Machado, árbitro de 1.ª categoria, analisou um lance no jogo Paredes--Gondomar, de 2003/04, em que um lançamento lateral, após raspar – ou não – num defesa, chega a um avançado que marca golo. No jogo, Machado invalidou o golo e, em tribunal, vendo as imagens, confirmou-o. Hoje, retractou-se, por escrito, diz que errou devido “aos nervos” e disponibilizou-se para voltar a ser ouvido.

PIMENTA NA TERÇA

Ao contrário do que tem sido habitual, hoje não haverá ‘Apito Dourado’. As sessões têm-se estendido de segunda a quinta-feira, mas, devido a questões de logística, apenas voltará na próxima terça-feira. Entre as testemunhas, destaca-se o nome de Pimenta Machado, ex-presidente do V. Guimarães.
Sérgio Pereira Cardoso
 

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Madail "iliba" Valentim Loureiro

"Em 2002 fui eu que escolhi Pinto de Sousa". Foi desta forma, objectiva, que Gilberto Madail esclareceu ontem, na 12ª sessão do julgamento do processo Apito Dourado, não ter havido qualquer interferência de Valentim Loureiro na continuidade de Pinto de Sousa no Conselho de Arbitragem da FPF. "Não houve contactos com a Liga ou qualquer tipo de interferência. Falávamos com as associações, não tínhamos que falar com a Liga, os clubes, com o Boavista ou com outro qualquer", disse o presidente da FPF na resposta às questões do procurador Gonçalo Silva.

Na fase de instrução, o juiz Pedro Miguel Vieira considerou que Gilberto Madail deu a entender que Pinto de Sousa tinha sido indicado pela AF Porto. "O major e o falecido presidente da AF Porto, Adriano Pinto, estavam de relações cortadas há muitos anos", sublinhou ontem Madail, admitindo que Pinto de Sousa "estivesse um pouco cansado" e seria, por isso, "natural", que não quissesse "continuar" para lá do final do mandato (em 2006).

Esta sessão, onde foram ouvidas mais nove testemunhas, ficou ainda marcada por uma declaração de Cosme Machado, lida pelo juiz António Carneiro da Silva, na qual o árbitro de I Categoria reconheceu ter "invalidado mal" um golo ao Gondomar num jogo disputado em Paredes, contrariando o que tinha dito em tribunal na véspera.

in "O Jogo"
 

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Almeida Pereira não favoreceu FC Porto ou Pinto da Costa

A Procuradoria-Geral da República considerou, em despacho, que o procurador Almeida Pereira, que recusou dirigir a PJ/Porto, não teve "qualquer comportamento processual de favor" relativo ao FC Porto ou ao seu presidente, Pinto da Costa. Esta é a conclusão expressa num despacho do Procurador-geral adjunto Agostinho Homem, titular de um inquérito sobre a alegada parcialidade de algumas decisões de procuradores do DIAP/Porto, em resposta a requerimento do próprio Almeida Pereira. Segundo o despacho de Agostinho Homem, datado de ontem e a que agência “Lusa” teve hoje acesso, Almeida Pereira acompanhou a equipa do FC Porto a Sevilha para a final da Taça UEFA de 21 de Maio de 2003, a convite do presidente do clube, Jorge Nuno Pinto da Costa. "Não se apurou, no entanto, que tivesse havido, da sua parte, qualquer comportamento processual de favor", lê-se no despacho do procurador. “Também não há nos autos elementos que apontem para a prática de qualquer ilícito criminal, nomeadamente corrupção", segundo o mesmo documento onde, no entanto, está salvaguardado que o inquérito "ainda não terminou". Almeida Pereira recusou, a 28 de Fevereiro, assumir o cargo de director da PJ/Porto, que tinha anteriormente aceite, justificando a recusa, em comunicado, pelo ambiente gerado na sequência da comunicação pública da aceitação. No documento, Almeida Pereira afirma ter entendido "adequado" comunicar às entidades competentes a sua decisão de "recusa do convite aceite" para substituir Vítor Guimarães. O magistrado sublinhou que, desde o anúncio público da sua aceitação do convite do ministro da Justiça para assumir a direcção da PJ do Porto, foi "objecto de calúnias, infâmias e vilipêndios de proveniência nunca assumida".
"ojogo"
 

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Martins dos Santos e filho alegam inocência

O ex-árbitro Martins dos Santos já tem julgamento marcado para o tribunal do Funchal, para o próximo dia 27, no qual está acusado de corrupção desportiva passiva, no jogo Marítimo-Nacional.

No mesmo dia, saber-se-á, no tribunal de Vila Verde (Braga), se também vai a julgamento por factos relativos ao jogo Vilaverdense-Maria da Fonte, do Campeonato Nacional da III Divisão, época de 2003/2004. O debate instrutório decorreu ontem no tribunal de Vila Verde, onde estiveram presentes Martins dos Santos e o filho, Daniel.

Martins dos Santos, David Rodrigues (ex-director desportivo do Vilaverdense) e Belarmino Aleixo (árbitro) estão acusados do crime de co-autoria de corrupção desportiva activa, enquanto Daniel Santos está acusado do crime de autoria material de corrupção desportiva passiva.

Segundo a acusação, David Rodrigues telefonou a Martins dos Santos na véspera do jogo "evidenciando a necessidade de ganhar a próxima partida" e solicitou-lhe "que pedisse ao filho para beneficiar o Vilaverdense". Ao que Martins dos Santos respondeu que esse benefício já teria sido prometido anteriormente, tendo David Rodrigues prometido prendas para o filho do então árbitro de 1.ª categoria. O dirigente do Vilaverdense deu também a entender que o árbitro Belarmino Aleixo usaria os seus "conhecimentos" para controlar o observador do árbitro.

Antes do início do jogo, Daniel Santos ligou para o pai e manifestou não estar muito satisfeito com a prenda recebida: uma meia libra. Segundo o MP, estaria à espera de um relógio. David Santos, quando ouvido em interrogatório judicial, disse que efectivamente encontrou uma meia libra no balneário mas que a deixou no cacifo. O Vilaverdense venceu por 1-0 e viria a subir de divisão.

Martins dos Santos e o filho alegam inocência e o mesmo fizeram Belarmino Aleixo e o dirigente do Vilaverdense. Tendo este último dito que era normal o Vilaverdense oferecer uma meia libra ao árbitro.

Acusação "está nua"

O Ministério Público não se deixou convencer pelos argumentos das defesas na fase de instrução e ontem, através da procuradora Graça Peres, pediu que seja feito um despacho de pronúncia para julgamento "nos termos exactos da acusação", embora os indícios recolhidos "não fossem absolutos" e assentem "nas escutas telefónicas".

Lourenço Pinto - presidente da Associação de Futebol do Porto - representou a sua sobrinha, Sandra, na defesa da família Martins dos Santos e fez uma longa exposição. Começou por referir que o MP teve "uma certa dificuldade em poder acusar" porque "dos indícios trazidos do processo não resultam elementos passíveis para deduzir uma acusação". O que acontece, no seu entender, "sem convicção e força porque está, de facto, nua". Mais, Lourenço Pinto entende que se chegou lá devido também a "circunstancianlismos vindos de fora para dentro", numa referência ao "impacto mediático" do processo Apito Dourado. "Se não tivesse sido assim, o processo estaria já arquivado".

O advogado de Martins dos Santos considerou também que as escutas telefónicas enfermam de "vícios" que podiam ter conduzido à sua nulidade. Quanto à questão da meia libra, juntou ao processo uma directiva da FIFA e da UEFA, datada de 2005, na qual se estipula que os árbitros devem apenas receber lembranças no valor limite de 200 francos suíços, ou seja, 150 euros ao câmbio da época. Um valor abaixo do da meia libra em causa.

"Pode fazer-se um juízo ético sobre a matéria das escutas mas subsistem dúvidas latentes e, como tal, não existe qualquer razão para se chegar a uma acusação", referiu Lourenço Pinto, que alertou para o facto de um eventual julgamento "ser muito mais penalizante que a própria sanção" para os visados.

in "Record"
 

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Martins dos Santos arrisca julgamento

O ex-árbitro internacional Martins dos Santos arrisca mais um julgamento no âmbito do ‘Apito Dourado’. Desta vez, os factos remontam a 2004 e são relativos ao jogo Vilverdense Futebol Clube e Sport Club Maria da Fonte, realizado a 10 de Abril, no Estádio de Vila Verde (venceu a equipa da casa por 1-0).



Martins dos Santos está acusado de corrupção activa, sendo o árbitro alegadamente corrompido o seu filho. O ex-árbitro internacional é acusado de ter servido de intermediário e ontem, no Tribunal de Vila Verde, a procuradora Graça Peres pediu que fosse pronunciado. “Os indícios não são absolutos. Mas pede-se a pronúncia nos exactos termos da acusação”, disse a procuradora.

A defesa tem uma opinião diferente. “O comportamento do árbitro pode gerar um juízo ético, mas não um processo-crime”, disse o advogado do filho de Martins dos Santos, garantindo que a acusação “não tem força” e não “existem elementos para acusar”.

A decisão instrutória será agora conhecida a 27 de Março, altura em que se saberá se o caso segue ou não para julgamento,

Refira-se, ainda, que para além de Martins dos Santos e do seu filho Daniel são acusados neste processo o dirigente do Vilaverdense David Rodrigues e o árbitro Belarmino Aleixo.

Segundo a Acusação, Daniel teria ligado para o pai, antes do início do jogo, dizendo estar satisfeito com a meia libra em ouro oferecida pelo clube da casa. Durante a instrução negou tê-la guardado, garantindo que acabou por deixá-la no balneário.

Este processo, tal como a maioria das certidões do ‘Apito’, assenta em escutas telefónicas e a acusação foi deduzida após a constituição da equipa de Maria José Morgado.
Tânia Laranjo
 

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Procurador convidado pelo FC Porto

A Procuradoria-Geral da República, numa nota entregue ao procurador Almeida Pereira, que recusou dirigir a PJ/Porto na sequência de pressões internas, esclareceu que aquele não teve “qualquer comportamento processual de favor” relativo ao FC Porto ou ao seu presidente, Pinto da Costa.



O esclarecimento surge mais de uma semana depois da polémica e por pedido do próprio, depois de ter sido tornado público pelo CM que o magistrado era visado numa investigação.

A PGR vem agora esclarecer os contornos do caso – já noticiado. O despacho do procurador-geral-adjunto Agostinho Homem, titular do inquérito sobre a alegada parcialidade de algumas decisões de procuradores do DIAP/Porto, refere que o magistrado foi inquirido por ter acompanhado a equipa do FC Porto a Sevilha, para a final da Taça UEFA, de 21 de Maio de 2003. O convite, aceite pelo procurador, foi feito pelo presidente do clube, Jorge Nuno Pinto da Costa.

“Não se apurou, no entanto, que tivesse havido, da sua parte, qualquer comportamento processual de favor”, lê-se no despacho, onde no entanto está salvaguardado que o inquérito “ainda não terminou”. Todos os magistrados foram ouvidos como testemunhas.
T.L.
 

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Apito Dourado - Herculano Lima diz que a "montanha vai parir um rato"

EX-PRESIDENTE DO CONSELHO DE JUSTIÇA DA FEDERAÇÃO



Herculano Lima, ex-presidente do Conselho de Justiça da FPF, considera, em entrevista a publicar amanhã na revista "Viva", que o Apito Dourado é um processo no qual "a montanha vai parir um rato".

Nesta entrevista, este juiz conselheiro do Supremo Tribunal de Justiça, já jubilado, justifica a sua saída do CJ da FPF, por discordar da redução do castigo a Valentim Loureiro (de 6 meses para 100 dias), situação que lhe permitiu continuar a presidir à mesa da Assembleia Geral da Liga. Segundo Herculano Lima, a decisão "não interpretou correctamente os preceitos legais dos critérios de graduação das penas e, mais grave, fez apelo a elementos estranhos".

Concretamente sobre o processo Apito Dourado, Herculano Lima, que é adepto do FC Porto e tem presença assídua no Estádio do Dragão, diz que não conhece elementos probatórios, mas revela a convicção de que "a montanha vai parir um rato".

Recorde-se que o CJ da FPF é actualmente presidido por Gonçalves Pereira, vereador do PSD sem pelouro na Câmara Municipal de Gondomar.
Autor: EUGÉNIO QUEIRÓS
 

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O Camaleão

Gilberto Madaíl foi a tribunal dizer que afinal Valentim Loureiro não teve nada a ver com a escolha de Pinto de Sousa para a presidência do Conselho de Arbitragem da FPF. O que era mentira passou a ser verdade ou a verdade passou a ser mentira?



No futebol português, durante anos – e isso está reflectido quer nas escutas telefónicas quer em declarações públicas prestadas por diversos protagonistas da bola – estabeleceram-se contactos, amizades, influências no sentido de se conseguir a ‘melhor nomeação’ para determinado jogo.

O esquema passou a revelar foros de rotina e normalidade a partir do momento em que todos passaram a ser uma espécie de família. A família do futebol. Se se encontra receptividade em alguém para nos oferecer o árbitro que pretendemos e isso se torna numa rotina e se isso, depois, tem uma correspondência prática neste ou naquele jogo, é óbvio que o trabalho fica mais simplificado. A questão deixa de ser o ‘quanto’ se joga para passar a ser o ‘quanto’ se é ajudado. Um jogo (perigoso) de mimos e agrados. Pinto da Costa e Valentim Loureiro tiveram os seus azedumes, próprios de uma franca proximidade, mas, mesmo nos tempos mais difíceis de coexistência, nunca se hostilizaram. Nem mesmo quando o Boavista cresceu desmesuradamente e se anunciava uma espécie de ‘majorização’ do clube do Bessa.

O crescimento do Boavista nunca se poderia fazer à custa do enfraquecimento do FC Porto. Pinto da Costa e Valentim Loureiro sabiam disso e nunca perderam de vista a ideia de que, juntos, eram capazes de protagonizar uma ideia de poder mais sólida.

O major ia dizendo que era do Sporting, mas esteve sempre muito mais perto dos interesses do FC Porto e até do Benfica. A certa altura soube jogar nos dois tabuleiros. A verificação não retira os correspondentes méritos desportivos. Mas uma coisa é jogar ‘apenas’ com as capacidades dos treinadores e dos atletas; outra coisa, bem diferente, é ser beneficiário de ‘subsídios exógenos’.

Estão a ser investigados determinados encontros, em concreto. Isso não significa que o ‘sistema’ tenha colocado as suas garras especificamente nesses jogos. Houve outros, muitos outros, cujas arbitragens foram incomparavelmente mais suspeitas.

Essa é a verdade inconveniente que nunca será descoberta. E, nesta matéria, são poucos os que estão ‘inocentes’. De algum modo, todos se colocaram na posição de poder beneficiar da forma como o ‘sistema’ foi construído. Os clubes pequenos com o objectivo de ficarem com as migalhas. Outros – agora na oposição – também se deixaram enfeitiçar. O actual presidente do Benfica, então no Alverca, percepcionando a forma como poderia não ficar para trás, foi muito próximo de Pinto da Costa. Toda a gente sabe. Hoje, está na primeira linha do combate contra esse ‘sistema’. Copiar os métodos de Pinto da Costa foi algo que vários dirigentes tentaram. Aproximando-se dele para perceberem. Aproximando-se dele para combaterem outros. Aproximando-se dele para lhe fazerem frente... ‘por instantes’.

Em suma: os protagonistas do futebol que temos, caracterizado como está, tirando o caso de guerrinhas pessoais, estão mais próximos uns dos outros do que se pensa. A lengalenga da mudança é uma treta. Ninguém faz nada para mudar. Pretende-se uma transferência de poderes através das mesmas técnicas e métodos. Não vejo ninguém verdadeiramente interessado que o peso que se possa achar fora das quatro linhas se reduza ou elimine. Não vejo ninguém verdadeiramente interessado na regeneração do sistema.

Todos querem os ‘melhores’ árbitros. Aflitiva é a decantada incapacidade do presidente da FPF, que se refugia nos seus ‘parcos poderes’ para justificar a inacção. Gilberto Madaíl diz que não pode fazer nada. É cómodo, dá estatuto e mordomias várias.

O futebol português está em ‘estado vegetativo’ e o presidente da FPF – para utilizar um plebeísmo – ‘anda na boa’, a pensar em organizar Europeus e Mundiais. O presidente da FPF é, teórica e estatutariamente, a figura que mais deveria interessar-se por tudo o que diz respeito ao futebol português. À sua identidade; à sua genuinidade; à sua credibilidade – e ao seu crescimento qualitativo.

Madaíl encolhe os ombros. Que não pode e que não sabe. E assim continua, à espreita da melhor conjuntura para manter o ‘status’ ou dar o salto, internacionalmente. O futebol português definha e Madaíl rejubila.

Grave, gravíssima, é a posição sobre o ‘Apito Dourado’. Diz que não pode fazer mais nada senão esperar pela ‘justiça civil’. Quer dizer: a FPF aconselha os associados a não recorrerem para os tribunais administrativos mas depois fica à espera das suas decisões. Que tristeza!

O Gil Vicente pagou a factura da incoerência. Madaíl muda de cor conforme lhe dá jeito, porque tem muitos ‘amigos’ a quem é necessário dar satisfações. Por isso, é o presidente da FPF. Por isso, são poucos que o contestam. Significa que, para este sistema, é o presidente certo.
Rui Santos, jornalista
 
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