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Cota proposta pela EDP submerge quase toda linha Tua

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Barragem: Cota proposta pela EDP submerge quase toda linha Tua

A linha do Tua ficará praticamente toda submersa se for aprovada a proposta hoje apresentada pela EDP para a construção da barragem de Foz Tua com uma quota de 195 metros.

Segundo avançou à Lusa fonte ligada ao processo, a empresa apresentou também «soluções de mobilidade para a parte da linha afectada».

Porém, se a decisão final sobre a barragem aprovar a quota proposta, ficarão debaixo de água 50 dos 66 quilómetros do que resta de caminho-de- ferro no nordeste Transmontano.

Independentemente da quota, desaparecerá a parte mais atractiva do vale do rio Tua, que colocou esta via entre as «linhas estreitas mais belas do mundo».

A fonte realçou que «as soluções de mobilidade alternativas são apenas teóricas porque vão depender da decisão sobre a quota».

A EDP foi a única concorrente a apresentar proposta para a construção e exploração, pelo período de 75 anos, da maior das dez barragens previstas no plano nacional do Governo.

A construção da barragem, com uma capacidade de 324 megawatts (MW), deve iniciar-se em Setembro de 2009, tendo uma duração prevista de quatro anos.
Oficialmente ainda não foram reveladas as condições desta proposta, mas já em Janeiro o presidente do Instituto Nacional da Água, Orlando Borges, reconhecia que «qualquer solução implicará a submersão da linha do Tua».

Os estudos prévios analisaram várias cotas, entre 160 e 200 metros, e em todos os cenários ficará submersa a parte mais atractiva turisticamente da linha e a ligação desta à Linha do Douro e ao litoral.

Na cota mínima, serão engolidos pela albufeira os últimos 15 metros da linha, enquanto que com a cota máxima restará pouco mais no outro extremo, ficando a ligação reduzida a um percurso entre Mirandela e o Cachão.

O presidente do INAG esclareceu, em Janeiro, que quem ganhar o concurso fica «obrigado a fazer a respectiva avaliação de impacte ambiental, em que serão estudadas as diferentes cotas».

«É uma obrigação deste plano e só esse estudo concluirá qual a cota da barragem», garantiu.

O concurso público para a construção da barragem pedia «alternativas» para o troço da linha que vier a ser afectado.

Fonte ligada ao processo disse à Lusa que se vingar a cota proposta pela EDP, de 195 metros, «construir uma linha alternativa à actual custaria mais que a barragem».

O presidente da Câmara de Mirandela, José Silvano, um dos opositores à barragem, remeteu para mais tarde declarações sobre os últimos desenvolvimentos.

Silvano protagonizou, em Janeiro, um diferendo com o INAG ao afirmar publicamente ter informações daquele organismo de que a cota que iria ser aprovada era a máxima.

O presidente do INAG, Orlando Borges desmentiu que estivesse tomada qualquer decisão, mas o autarca reiterou que seria até « »incompreensível« outra solução, porque qualquer das alternativas »acaba com a linha«

»Então se o Estado vai acabar com a linha do Tua porque é que há-de optar por uma cota de 160 se tem mais potencial energético para explorar com os 200 metros«, questionou.

O receio de encerramento da linha do Tua surgiu na região com o acidente de há um ano, em que morreram três pessoas no descarrilamento de uma carruagem do metro de Mirandela o serviço da CP.

O troço acidentado só foi reaberto quase um ano depois do acidente e, antes da Páscoa, o Instituto de Mobilidade e Transportes Terrestres (IMTT) ameaçou interditar a circulação.

A REFER, proprietária da linha, e o LNEC- Laboratório Nacional de Engenharia Civil- não concluíram dentro do prazo os estudos e medidas de segurança.

O IMTT deu mais dois meses para a situação ser regularizada e o novo prazo termina a 21 de Maio.

Paralelamente ao processo do acidente decorreu o anúncio, estudos e concurso público da barragem, que reforçou os receios de encerramento da linha.

Diário Digital / Lusa
 
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