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Festival na Casa da Música com jazz, rock e música erudita celebra 25 de Abril

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Música e Revolução: Festival na Casa da Música com jazz, rock e música erudita celebra 25 de Abril

Porto, 18 Abr (Lusa) - O Festival Música e Revolução, que começa a 25 de Abril na Casa da Música no Porto, apresenta até 03 de Maio um programa com sete concertos que vão do jazz e do rock à música erudita, clássica e contemporânea.

O director artístico da Casa da Música, Pedro Burmester afirmou que os sete concertos deste festival são dedicados "às obras musicais revolucionárias que marcaram um ponto de ruptura na história da música".

"Fazem parte deste ciclo, entre ouros, o Poema Sinfónico para 100 Metrónomos, de Ligeti, os madrigais de Claudio Monteverdi, Carlo Gesualdo e Heinrich Schütz e o jazz de Charlie Parker e Thelonious Monk", frisou o responsável.

O festival inicia-se, no dia da "Revolução dos cravos", precisamente com o Poema Sinfónico para 100 Metrónomos (1962), de György Ligeti, uma obra em que cem metrónomos (instrumento usado para medir os compassos da música) - cujo "tic-tac" é regulado com ligeiros desfasamentos - são postos a trabalhar até ficarem sem corda.

Com uma duração que oscila entre os 14 e os 22 minutos, aproximadamente, esta obra será apresentada diariamente entre 25 e 30 de Abril.

Ainda no primeiro dia, há um duplo concerto na Sala Suggia, em cuja primeira parte o Remix Ensemble, sob a direcção de Peter Rundel, vai tocar obras de Karlheinz Stockhausen e Arnold Schönberg e a ONP, dirigida por Christoph König, vai executar obras de François-Joseph Gossec, Claude Debussy e Richard Wagner.

Este concerto, partilhado pelo Remix Ensemble e pela Orquestra Nacional do Porto, reúne obras que revolucionaram a música no século XX.

A ruptura com a tonalidade anunciada por "Zeitmasse" de Stockhausen, ou a inovação na escrita vocal que "Pierrot Lunaire", de Schönberg, completam um concerto onde Gossec alude àquela que foi a mãe de todas as revoluções: a Revolução Francesa.

O concerto seguinte deste ciclo (a 26 de Abril) inclui as obras "Sagração da Primavera", de Igor Stravinsky, pela ONP, dirigida por Peter Rundel, na segunda parte, sendo a primeira parte preenchida pela obra "A-Ronne", de Luciano Berio, interpretada pelos Neue Vocalisten Stuttgart.

A "Sagração da Primavera" é possivelmente a obra que melhor representa a combinação do conceito de revolução ao nível estilístico e, simultaneamente, na reacção que provocou no público presente na estreia.

A obra foi de tal forma inovadora que originou uma verdadeira rebelião entre os que a apoiavam e os que a consideravam um insulto, e só depois da polícia estabelecer a ordem no teatro é que o bailado pôde prosseguir dentro de alguma normalidade.

Já "A-Ronne", de Luciano Berio, foi acolhida pacificamente na sua primeira versão para ser transmitida pela rádio em 1972. Adaptada posteriormente para oito vozes, é considerada um marco emblemático na utilização da técnica de colagem em obras para voz.

No dia seguinte (a 27 de Abril), os Neue Vocalisten Stuttgart retrocedem três séculos para apresentarem os madrigais de Monteverdi, Gesualdo e Schütz, obras vocais que marcaram uma ruptura com as limitações expressivas do Renascimento, através da introdução de dissonâncias harmónicas e novas técnicas contrapontísticas que viriam a revolucionar toda a música do período barroco.

Na segunda parte deste concerto, mais um salto no tempo, de novo para o século XX e novamente para a obra de Berio (Sequenza V para trombone e Sequenza X para trompete), que explorou as possibilidades expressivas de vários instrumentos levando ao limite o conceito de virtuosismo na execução musical.

O concerto termina com a "Sinfonia de Câmara n.º 11 op.9", de Arnold Schönberg, peça que demonstra a forma como o compositor alemão subverteu a forma tradicional da sinfonia ao condensar as suas dimensões num só andamento, utilizando uma instrumentação solista.

Estão também incluídos neste ciclo dois concertos de jazz, o primeiro a 28 de Abril, por Bernardo Sassetti, em que o pianista, acompanhado pelo saxofonista Perico Sambeat, André Fernandes (guitarra), Paço Charlín (contrabaixo) e Alexandre Frazão (bateria) tocará temas de três grandes nomes da revolução "bebop" do jazz - Charles Mingus, Thelonious Monk e Charlie Parker.

No dia seguinte, o pianista norte-americano Jason Moran está com o seu octeto na Sala Suggia da Casa da Música, para apresentar, em estreia europeia, a sua obra multimédia "In my Mind: Monk at Town Hall, 1959", baseada no célebre concerto de Thelonious Monk, no Town Hall (Nova Iorque), em 1959.

Jason Moran é um pianista e compositor com uma reputação invejável e uma grande ligação ao mundo sonoro de Monk.

A obra multimédia "In My Mind", que inclui gravações históricas dos ensaios para esse concerto e projecções vídeo, assinala os 90 anos do nascimento de Monk, comemorados em Outubro passado.

Dia 30, Rui Reininho e a Companhia das Índias apresentam um espectáculo com 18 temas clássicos da música rock e pop, dos últimos 50 anos que - obedecendo à encomenda da Casa da Música - têm em comum o facto de marcarem rupturas ao longo das últimas décadas.

A selecção de Rui Reininho apresenta uma representação maioritária do rock, desde Elvis Presley, aos Stones, Beatles e Doors, David Bowie e Lou Reed, Iggy Pop e Sex Pistols, mas também inclui a música de intervenção dos espanhóis Aquaviva e do brasileiro Cazuza, líder do mítico grupo Barão Vermelho.

"Alguns não estarão de acordo com os temas que seleccionei, acharão que faltam alguns fundamentais e que há outros que não deviam estar, mas trata-se de uma escolha pessoal, subjectiva, que tem a ver com aquilo que estes temas representam no meu percurso pessoal", assumiu o vocalista dos GNR.

Entre as canções escolhidas estarão "Nightclubbing", de Iggy Pop, "Anarchy", dos Sex Pistols, "Poetas Andaluces de Ahora", dos Aguaviva e "Within You, Without You", dos Beatles, esta escolhida por ter como autor George Harrison, o Beatle favorito de Rui Reininho.

Neste espectáculo os temas escolhidos serão apresentados de forma personalizada.

"Não se pode dizer que cada tema terá uma cenografia própria, isso não era possível, mas haverá um envolvimento cenográfico específico, em que o vídeo ocupa um lugar importante", frisou o vocalista dos GNR.

O festival Música e Revolução encerra dia 03 de Maio, na Sala 2 da Casa da Música, com uma grande referência do rock industrial, a banda alemã Einstürzende Neubauten, que apresenta o seu álbum mais recente, "Alles Wieder Offen".

Na segunda parte do concerto actua a banda Stol, de Copenhaga, inspirada nas sonoridades do punk electrónico e do dark rock dos anos 80.

A sessão prolonga-se pela noite dentro em mais uma sessão de Clubbing, em que participam Baby G, um dos mais conhecidos DJ`s de Barcelona, o duo anglo-sueco Punks Jump Up, DJ Kitten, Eugene Kovax + Christof Dienz, o artista multimédia Vítor Joaquim, os Green Machine e Motornoise.

Na Sala Roxa, Álvaro Costa apresenta "Jagger, o Diabo e Jean-Luc Godard", uma referência aos filmes controversos do cineasta francês no final da década de 60: "One Plus One" e "Sympathy for the Devil".

Além dos bilhetes individuais, a Casa da Música oferece o conjunto dos bilhetes para os sete concertos deste festival com 50% de desconto
, ou, em alternativa, quatro concertos à escolha com 25% de desconto.

© 2008 LUSA - Agência de Notícias de Portugal, S.A.
2008-04-18 09:05:02
 
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