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Eduardo Lourenço publicará em 2009 textos que foi escrevendo

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Eduardo Lourenço publicará em 2009 textos que foi escrevendo

O ensaísta, professor universitário e filósofo Eduardo Lourenço disse hoje à Lusa que a partir do próximo ano tenciona publicar alguns dos textos que foi «escrevendo ao longo do tempo».

«A partir do próximo ano [conto] publicar alguns dos textos que vou escrevendo ao longo do tempo, que estão à espera que me decida a publicá-los«, disse Eduardo Lourenço hoje, dia em que comemora 85 anos.

«Fui sempre muito preguiçoso, mas com a ajuda de alguns amigos, que estão revendo o meu espólio, talvez ainda haja alguma coisa que possa interessar aos meus contemporâneos quando eu os publicar«, considerou hoje na Guarda, onde se encontra para participar em actividades promovidas pelo Centro de Estudos Ibéricos (CEI).

O CEI foi criado numa parceria da Câmara Municipal da Guarda com as universidades de Coimbra e de Salamanca (Espanha), envolvendo mais tarde o Instituto Politécnico local, após um desafio lançado pelo ensaísta na sessão solene comemorativa do Oitavo Centenário do Foral da Guarda, em 1999.

Nesta sua deslocação, o ensaísta, natural de S. Pedro do Rio Seco, freguesia do concelho de Almeida, distrito da Guarda, também procede à entrega oficial de cerca de três mil volumes da sua biblioteca pessoal, à futura biblioteca municipal que tem o seu nome e deverá ser inaugurada a 27 de Novembro, dia da cidade.

O espólio oferecido é constituído essencialmente por «obras das referências da cultura portuguesa e dos meus centros de interesse, sobretudo em matéria de História de Ideias«, precisou.

Eduardo Lourenço também adiantou à Lusa que o espólio da sua biblioteca particular deverá ficar «distribuído« pelas cidades da Guarda e Coimbra.

«Os meus livros vão ficar distribuídos aqui na parte norte do país, entre a fronteira e Coimbra«, revelou, indicando que na «cidade dos estudantes« ficarão livros «de natureza filosófica«.

«Penso que será Coimbra, mas não sei onde, porque ainda não está nada oficializado«, disse, sem adiantar pormenores.

A doação dos livros à Guarda ocorre porque a cidade «lembrou-se de dar o meu nome à futura biblioteca, um gesto que desde o princípio sempre considerei injustificado, inadequado, não me reconheço nenhum valor especial para que uma honra dessa natureza me tenha sido concedida«, confessou Eduado Lourenço.

«Portanto, quando pensei o destino de uma parte dos meus livros, sobretudo aos livros de Língua Portuguesa, lembrei-me, naturalmente, que onde eles ficariam melhor seria nesta cidade que teve a gentileza de me acolher e de dar o meu nome a uma futura biblioteca«, justificou.

O ensaísta mostrou-se contente por festejar os seus 85 anos na Guarda, afirmando que se sente «em casa«.

«Sinto-me realmente em casa porque foi raro, desde que fui lá para fora [França], que tenha vivido um dia do aniversário em Portugal«, referiu.

Sobre o Acordo Ortográfico da língua portuguesa, disse à Lusa que, na sua opinião, Portugal «passava« sem o acordo, «mas também passa com ele«.

«Não é uma questão realmente vitável. Eu sei que é uma questão que tem alguma importância mas, para mim, não é a coisa mais decisiva«, disse.

Recordou que «há muitas culturas com um duplo registo linguístico, que nem sequer é bem o caso português, que é mais uma nuance do que um duplo registo, que não têm nenhuma espécie de acordo«.

Eduardo Lourenço referiu, como exemplos, que «ninguém conhece« acordos ortográficos entre os Estados Unidos e a Inglaterra, ou mesmo dos países de língua espanhola e a Espanha, onde as variantes «são mais diversificados ainda do que o registo linguístico que separa o Português de Portugal e o Português do Brasil«.




Fonte:Lusa
 
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