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Castelo Branco: floresta em risco de incêndio

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Castelo Branco: floresta em risco de incêndio

Depois dos grandes incêndios de 2003, Quercus e autarcas da região alertam para perigo iminente


Em 2003, a floresta do distrito de Castelo Branco ficou devastada com os incêndios. No entanto, e segundo os autarcas da região, a falta de ordenamento nestes cinco anos fez com que o perigo se mantenha, informa a Lusa.

«Aquilo que se vê é crescimento espontâneo de pinheiros e vegetação, aos milhares. Há zonas de floresta onde o mato já é tanto que nem se consegue entrar. Se tivermos o azar de aparecer um fogo com algumas proporções vamos ter outra vez uma tragédia. Não temos dúvida disso», disse José Marques, presidente da Câmara de Oleiros.

A falta de reflorestação nas zonas ardidas é outro dos problemas e José Marques aponta o dedo à falta de apoio do Governo: «Os responsáveis governamentais não estão sensibilizados para esta realidade. E, sem garantias, os proprietários também não apostam na floresta, porque receiam que volte tudo a arder».

Burocracia das ZIF atrapalha ordenamento

«Muitas áreas ficaram abandonadas e não tiveram qualquer intervenção. O grande problema é que as propriedades são muito pequenas, as pessoas têm dificuldade em se agrupar e deixam a vegetação nascer espontaneamente. Se um dia volta a haver um incêndio grande, continuamos com os mesmos problemas», afirmou Joaquim Morão, presidente da Câmara de Castelo Branco.

As Zonas de Intervenção Florestal (ZIF), figura legal criada para agrupar proprietários, «têm estado em constituição e esperamos que assim se ultrapasse o problema». Mas, para Paulo Fernandes, vereador na Câmara do Fundão, é preciso aligeirar as leis que criam as ZIF, pois «a chave do problema está em juntar todos os pequenos proprietários para criar uma economia florestal».

Paulo Fernandes considerou urgente aligeirar a burocracia de criação das ZIF. Outro problema é que as comparticipações financeiras do Programa de Desenvolvimento Rural (ProDeR) «estão pensadas para as ZIF», sendo que «diminuíram bastante e os proprietários podem estar mais inibidos em continuar a limpeza da floresta e apostar numa reflorestação mais capaz».

Plantação ilegal de eucaliptos pode ser problema

As zonas de pinhal destruídas nos grandes incêndios de há cinco anos estão a ser «ilegalmente substituídas por eucaliptos», que «ardem com mais facilidade», avisou Samuel Infante, dirigente da Quercus em Castelo Branco.

Os proprietários não apostam na reflorestação com espécies autóctones, «que até são apoiadas pelo Estado», como o sobreiro, azinheira ou castanheiros, pois «uma floresta diversificada é mais resistente aos fogos».

Os incêndios registados em 2003 destruíram mais de 424 mil hectares e provocaram 20 mortos em todo o país. O distrito de Castelo Branco acabou por ser o mais afectado.


IOL
 
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