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Agricultura Biológica

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O QUE É A AGRICULTURA BIOLÓGICA?

A Agricultura Biológica, também conhecida como “agricultura orgânica” (Brasil e países de língua inglesa), “agricultura ecológica” (Espanha, Dinamarca) ou “agricultura natural” (Japão) caracteriza-se por possuir uma base:


Ecológica - Baseia-se no funcionamento do ecossistema agrário e recorre a práticas – como rotações culturais, adubos verdes, consociações, luta biológica contra pragas e doenças - que fomentam o seu equilíbrio e biodiversidade;



Holística - Baseia-se na interacção dinâmica entre o solo, as plantas, os animais e os humanos, considerados como uma cadeia indissociável, em que cada elo afecta os restantes;


Sustentável - Porque visa:

- manter e melhorar a fertilidade do solo a longo prazo, preservando os recursos naturais solo, água e ar e minimizar todas as formas de poluição que possam resultar de práticas agrícolas;

- reciclar restos de origem vegetal ou animal de forma a devolver nutrientes à terra, minimizando deste modo o uso de recursos não-renováveis;

- depender de recursos renováveis em sistemas agrícolas organizados a nível local. Assim, exclui a quase totalidade dos produtos químicos de síntese como adubos, pesticidas, reguladores de crescimento e aditivos alimentares para animais.



Socialmente responsável - A Agricultura Biológica une os agricultores e os consumidores na responsabilidade de:

- Produzir alimentos e fibras de forma ambiental, social e economicamente sã e sustentável;

- Preservar a biodiversidade e os ecossistemas naturais;

- Permitir aos agricultores uma melhor valorização das suas produções e uma dignificação a sua profissão, bem como a possibilidade de permanecerem nas suas comunidades;

- Não emprega adubos nem pesticidas químicos de síntese;

- Garantir aos consumidores a possibilidade de escolherem consumir alimentos de produção biológica, sem resíduos de pesticidas de síntese e, consequentemente, melhores para a saúde humana e para o ambiente.



Qualidade - Os estudos realizados revelam que os produtos de Agricultura Biológica possuem maiores teores de matéria seca, de minerais e de vitaminas:

- São mais saborosos e conservam-se melhor.

- Testes efectuados em animais revelam uma maior fecundidade e menor susceptibilidade a doenças para os animais alimentados com produtos de agricultura biológica, quando comparados com animais alimentados com produtos convencionais, cultivados com adubos químicos de síntese.



Segurança alimentar- A Agricultura Biológica não recorre ao uso de pesticidas e fertilizantes de síntese, promotores de crescimento, como antibióticos e hormonas, aditivos e conservantes de síntese, irradiação e organismos geneticamente modificados.

Assim, o aumento da área de agricultura Biológica não só contribui para reduzir a degradação e poluição ambiental, como contribui para a saúde pública, na medida em que os produtos de AB:

- não contêm resíduos de pesticidas;

- contêm teores de nitratos mais baixos;

- garantem ao consumidor o direito à escolha, na medida em que não são irradiados nem são ou contêm organismos geneticamente modificados;

- garantem ao consumidor, no caso dos produtos animais, que estes são produzidos respeitando princípios éticos, necessidades e etologia da espécie, em regime extensivo ou semi-extensivo; são alimentados de acordo com a sua natureza, com produtos sãos, de preferência provenientes da própria exploração e produzidos em AB (logo, os riscos de BSE são nulos); não recebem tratamentos de rotina com antibióticos (minimizam os problemas de resistência); em termos de contaminação microbiana, apresentam menor risco potencial de infecção por E. coli, e, em vários casos, menores níveis de micotoxinas (onde se incluem as aflatoxinas), conforme reconhecido pela própria FAO.



Por todos estes motivos, este modo de produção é cada vez mais reconhecido por autoridades europeias como a alternativa de produção mais viável, promovendo a qualidade e não apenas a quantidade, aliada à preservação do ambiente e da saúde humana.



Depois de muitas décadas de intensificação agrícola, com importantes prejuízos ambientais, a agricultura biológica tenta ser uma aproximação da agricultura à ecologia recuperando técnicas tradicionais.

Durante muito tempo as técnicas utilizadas respeitaram o solo, a fertilidade, a diversidade e a qualidade das produções, seleccionando e/ou domesticando variedades e raças. Face a novas tecnologias, desde o início do século, mas sobretudo nas últimas décadas, conseguiram-se obter produções muito elevadas com utilizações substanciais de recursos disponíveis, sem limitações nos impactos negativos deste tipo de actuação, algumas vezes irreversíveis ou de difícil recuperação, isto é, actuou-se de forma não sustentável.

Com o objectivo de contrariar este modo produtivista, surgiu uma forma de agricultura alternativa que tende a aproximar a agronomia da ecologia, recuperando técnicas e práticas tradicionais, mas tendo presente algumas das novas tecnologias. A agricultura biológica é um sistema de produção que visa a manutenção da produtividade do solo e da cultura, para proporcionar nutrientes às plantas e controlar infestantes, parasitas e doenças, com utilização preferencial de rotações de culturas, adição de subprodutos agrícolas, estrumes, leguminosas, detritos orgânicos, rochas ou minerais triturados e controlo biológico de pragas, evitando-se assim o uso de fertilizantes e pesticidas de síntese química, reguladores de crescimento e aditivos nos alimentos para os animais.

Num solo sem cultivo, a evolução ao longo do tempo faz parte do processo de sucessão ecológica, isto é, do aumento progressivo de organização que se dá nos ecossistemas naturais. Uma vez alcançadas as condições de equilíbrio, o solo funciona como reserva nutritiva. O equilíbrio entre os diferentes organismos do solo e a sua interacção com a matéria orgânica e com as partículas minerais implica a formação de estruturas organo-minerais que estabilizam a humidade e regulam a libertação de nutrientes para as plantas. Quando um solo é utilizado em agricultura de forma mais intensiva, os equilíbrios modificam-se e as estruturas degradam-se, empobrecendo-o.

As técnicas utilizadas em agricultura biológica implicam uma boa percepção do meio envolvente à exploração que se efectua, nomeadamente de:

- Construção e manutenção da fertilidade do solo: funcionando o solo como um organismo vivo, pelo que deve ser nutrido de modo que as plantas que nele se desenvolvem encontrem boas condições e para que não diminua a actividade dos organismos benéficos essenciais à decomposição e mineralização dos detritos orgânicos que originam o húmus. A melhor forma de nutrir o solo é fornecer-lhe matérias orgânicas que constituem a base da fertilização. Estas incorporações enriquecem o solo em húmus, cuja degradação fornece à planta elementos minerais e substâncias fisiologicamente activas. Eventualmente, podem ser fornecidos ao solo alguns outros complementos minerais. Este ciclo faz com que se forme um solo estável, com libertação gradual de compostos para as plantas e enriquecimento de outros, sem perdas por lixiviação, tendo importante papel os organismos vivos do solo.

- Preservação da estrutura do solo: com a diminuição da fertilidade há degradação da estrutura e favorece-se a erosão. A matéria orgânica possibilita a formação de agregados de partículas minerais e orgânicas, aumentando a estabilidade e a permeabilidade ao ar e à água, originando-se uma melhor estrutura.

- Utilização de técnicas de cultivo adequadas: o desequilíbrio provocado pela agricultura pode ser compensado por meio de técnicas importantes, como sejam o fornecimento de estrumes, realização de rotações, manutenção de resíduos, sementeira nos limites das parcelas e segundo as curvas de nível, manutenção de um pH correcto e fornecimento de correctivos minerais, realização de mobilizações em épocas correctas e sem inversão de horizontes, utilização de adubos verdes e incorporação de restolhos, etc..

São igualmente técnicas adequadas, o controlo biológico de pragas e doenças e a utilização de recursos locais (variedades regionais ou raças autóctones).

Uma exploração agrícola em agricultura biológica deve conciliar a existência de agricultura e pecuária. Os animais têm um importante papel na produção de estrumes e consomem resíduos que, de outra forma, se perderiam, permitindo ainda a utilização de zonas que não teriam aproveitamento.



Fonte: ew9rfv.vianw.pt/agricultura/Agro_bio.htm
 
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