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Aves viajam em auto-estradas de vento para poupar energias

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Estudo de investigadores espanhóis com cagarras

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Aves viajam em auto-estradas de vento para poupar energias


As longas rotas migratórias das aves, que sempre intrigaram os investigadores, podem denunciar que algumas espécies aprenderam a disfrutar das correntes de vento muito antes dos navegadores portugueses o terem feito. Uma equipa de investigadores espanhóis chegou a esta conclusão depois de ter analisado as rotas migratórias da cagarra. Os resultados foram publicados na revista “Public Library of Science-One”.

Segundo a edição on-line do “El Mundo”, a equipa da Universidade da Extremadura, do Real Jardim Botânico e da Universidade de Barcelona traçou uma simulação matemática a partir da observação das rotas migratórias da cagarra, uma ave de 800 gramas, maior que uma gaivota, que podemos observar na Madeira, e que é uma espécie de maratonista de migrações.

A cagarra viaja todos os anos cerca de 11 mil quilómetros desde o seu lugar de nidificação, no Atlântico Norte, até África. Mas faz questão de se desviar cerca de três mil quilómetros, quase tocando a costa brasileira, até chegar ao destino.

Em 2004 uma equipa também espanhola disse na “Science” que é o vento que determina a distribuição geográfica das espécies de líquenes e musgos, após terem constatado que lugares apartados por oito mil quilómetros partilhavam espécies que regiões vizinhas não tinham. Concluíram então que as esporas dessas espécies eram transportadas por correntes de vento.

“Queríamos aprofundar o nosso conhecimento destas auto-estradas de vento. Mas era difícil seguir esporas de musgos”. Foi então que optaram por escolher como modelo de estudo a cagarra (“Calonectris diomedea”), explica Jesus Muñoz, um dos elementos da equipa.

Com a ajuda do satélite QuikSCAT, da Agência Espacial Norte-Americana, NASA e com geolocalizadores de 10 gramas apenas, os investigadores verificaram que os três mil quilómetros a mais feitos pelas cagarras se traduzem na sua sobrevivência uma vez que dspenderiam muito mais energia a contrariar correntes fortes das Canárias à costa africana, tal como verificaram os marinheiros portugueses sobre as correntes inavegáveis na mesma costa.

Bast à cagarra aproveitar os ventos e pairar no ar, como um surfista na onda, poupando energia na viagem.

Os resultados da investigação podem ajudar na investigação das rotas de aves, de esporas de fungos, como em epidemiologia, para evitar a propagação de agentes patológicos, frisa a equipa. “É um trabalho sobre tudo aquilo que se move sobre o Atlântico”. E pode até ser útil para a aviação, uma vez que é sabido que os voos da Europa para a América se desviam a norte para aproveitar correntes frias que se deslocam para oeste e assim poupar combustível.


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