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"Amália" - Carlos Coelho da Silva: "Vamos ver a artista para lá dos palcos"

Satpa

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Carlos Coelho da Silva: "Vamos ver a artista para lá dos palcos"

JOAO ANTUNES

Interrompemos um momento de repouso e concentração, antes do início de mais um dia de filmagens, para ter uma pequena conversa com o realizador de "Amália", Carlos Coelho da Silva. Uma espécie de balanço final da fase da rodagem.



Agora que as filmagens estão a terminar, o que lhe apetece dizer?


É um balanço muito positivo, porque à partida este filme apresentava uma quantidade de dificuldades técnicas e logísticas e chegar ao fim com tudo feito e o grau de satisfação que eu tenho é uma sensação muito boa. Também estou a montar o filme e vou sentindo que está tudo a correr conforme o previsto.

Que dificuldades eram essas de que fala?

Neste projecto apostámos em situações técnicas que nunca tinham sido feitas em Portugal. O filme viaja por várias épocas e vários décors. Nova Iorque foi construída num estúdio em Portugal e toda a envolvente foi feita com imagens que fui lá filmar. Em televisão já se fez muitas vezes mas em cinema é a primeira vez em Portugal. E ao nível do som tivemos de pegar em material original, muito antigo e reconvertê-lo em digital 5.1. Mas ver todos estes passos vencidos dá uma enorme satisfação.

Que Amália é que os espectadores vão descobrir?

Vamos ver a Amália que está para lá dos palcos. Parte deste filme tem a ver com esse percurso mais íntimo. Da relação com os amigos, com a família, com os homens da vida dela. A Amália que nasceu na Lisboa dos anos 20, num ambiente de extrema pobreza e conseguiu com o talento e a personalidade que realmente a transformava numa pessoa única, combater todas as dificuldades e alcançar o estatuto de estrela.

Sempre houve uma certa discussão sobre a relação da Amália com o antigo regime. Este filme vai redimir em definitivo a imagem da artista?

Para muita gente não. Há muitas opiniões contraditórias em relação aquilo que foi a vida da Amália. A esquerda ataca-a numas coisas, a direita noutras. Tivemos de escolher aquilo que nos pareceu mais verdadeiro, entre a relação dela com o regime e com as pessoas que eram contra o regime, porque também conviveu com pessoas de esquerda.

A quem é que se destina o filme?

Ao grande público. É muito abrangente em termos de idades. A Amália pode ser relembrada pelos fãs e pelos admiradores, mas também por gente mais nova, que pode ver nela um exemplo de mulher que lutou pela vida e por uma vida artística e que ultrapassou as barreiras de Portugal. É um filme para a família, com uma forte componente musical, sem ser um musical.

Será que vai bater o seu próprio recorde de filme português mais visto de sempre?

Sim, porque à partida, o nome suscita uma grande curiosidade. Mas também porque narrativamente ando sempre à procura de novas soluções e com todos estes ingredientes e o belíssimo elenco, acredito que pode ter muito público.

A Sandra Barata Belo ao início era uma grande incógnita. Qual é o balanço que faz em relação ao trabalho dela?


Ela revelou que além do talento que senti que tinha, também tinha técnica e estava à altura do desafio. Tem sido emocionante vê-la reviver os momentos da Amália com uma colagem muito grande à verdadeira personagem, e não só fisionomicamente. Sinto sempre que é mesmo a Amália que está a cantar. Excedeu as melhores expectativas.


JN
 
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Satpa

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A "Amália" agora só falta estrear

A "Amália" agora só falta estrear

Filme de Carlos Coelho da Silva termina tem chegada prevista às salas em Dezembro


JOÃO ANTUNES

Com estreia prevista para o início de Dezembro, está praticamente concluída a fase de filmagens de "Amália". E o realizador, Carlos Coelho da Silva, está a montar o filme ao mesmo tempo que o roda...

As condições climatéricas deram uma ajuda à produção mais ambiciosa de toda a história do cinema português, interrompendo os dias de sol para atirar umas gotas de água por cima do Cemitério do Alto de São João, durante o dia de ontem. Mesmo assim, os carros de bombeiros estavam a postos, para simular a chuva que caía no dia do funeral do banqueiro Ricardo Espírito Santo, em 1955.

É essa uma das magias do cinema, as viagens no tempo. A rodagem da cena 95, ocorrida na tarde de ontem, sucedeu-se à cena 29, filmada da parte da manhã, no mesmo local. Dessa vez, o trágico evento teve ainda mais a ver intimamente com a nossa diva, que em 1939 viu desaparecer a sua irmã Aninhas, então com apenas 16 anos. De uma hora para a outra, com o almoço pelo meio, Sandra Barata Belo "envelheceu" quase 20 anos. Algo aliás a que a jovem actriz, escolhida entre muitas para representar a cantora , se habituou a fazer nos mais de dois meses de rodagem do projecto, que terminam amanhã.

Segue-se a fase da montagem, que, aliás ,vem fazendo em simultâneo com a rodagem o realizador Carlos Coelho da Silva, o mesmo de "O Crime do Padre Amaro", até agora o maior sucesso de sempre do cinema português. Um recorde de assistência que pode bem ser batido quando "Amália" estrear nos cinemas, já no início de Dezembro. A série de televisão, produzida em simultâneo, chegará apenas no próximo ano, a coincidir com o 10º aniversário da morte de Amália.

Durante as filmagens, encontrámos Ana Padrão, que representa a mãe de Amália. "Está tudo a correr bastante bem. Eles estão contentes", diz-nos a actriz. Quanto à eventual controvérsia que poderá surgir em torno do filme, não esconde: "É claro que vai ser controverso. A realidade é uma coisa sempre subjectiva. Isto é uma versão da vida da Amália." Mas não tem dúvidas sobre o sucesso da obra. "Acho que é capaz de ser o filme mais visto de sempre em Portugal. É a Amália."

Susana Mendes faz o papel de Filipina, casada com um dos irmãos de Amália e sua confidente e companheira de muitos anos. Para a actriz, "foi óptimo fazer este filme, cinema é cinema". E também se mostra muito entusiasmada com o que pode vir a ser o resultado final. "As pessoas vão mesmo ver a Amália. A Sandra está óptima. Acho que as pessoas vão-se emocionar. Vão mesmo arrepiar-se, tenho a certeza absoluta. A Sandra tem momentos em que é a Amália."

Depois de falarmos com a actriz, no primeiro dia de filmagens, ocorrido a 9 de Junho, voltámos a encontrar Sandra Barata Belo, apenas a dois dias do final das filmagens. "Estou muito mais calma e aliviada", confessa. "Gostei muito de ter feito o filme. Foi um grande prazer. Emocionei-me com algumas cenas que fiz e ri às gargalhadas com outras. Agora vamos começar a outra etapa, que é a ansiedade de ver isto feito."

Quanto ao resultado final, Sandra Barata Belo não é excepção quanto ao entusiasmo e às expectativas. "Por aquilo que tenho visto e por aquilo que as pessoas que estão dentro do filme têm dito, sei que está muito bonito.Sempre tentei defendê-la e enaltecê-la. Sempre a respeitei, a elevei, com o estatuto que continua a ter para mim e para muitos portugueses. Lá porque a fiz não deixa de ser diva, a nossa diva."


JN
 
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