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Estudo fala ainda em demência e dificuldades de movimento
As mulheres às quais foram removidos ovários antes da menopausa correm maior risco de desenvolver problemas de memória, demência e dificuldades de movimento como o parkinsonismo, revelam dois estudos publicados no jornal da Academia Norte-americana de Neurologia.
Depois de seguirem mulheres durante cerca de 30 anos e realizado perto de 3.000 entrevistas no maior estudo do género até agora, investigadores da Mayo Clinic, em Rochester, Minnesota, verificaram que as mulheres sujeitas à remoção de um ou dois ovários antes da menopausa por razões não relacionadas com cancro (como quisto, endometriose ou como prevenção para cancro) enfrentam um risco acrescido de a longo termo terem problemas cognitivos ou demência, quando comparadas com as mulheres que eram mais velhas quando foram submetidas à remoção de ovários.
No entanto, salienta o estudo, as mulheres que, apesar de terem retirado ambos os ovários, são tratadas com estrogénio até pelo menos aos 50 anos não viram esse risco aumentado.
Esta investigação ajuda a clarificar questões sobre o papel do estrogénio na saúde antes da idade natural da menopausa e a «habilidade» do estrogénio para proteger o funcionamento do cérebro.
«É possível que o estrogénio tenha um efeito protector no cérebro e que a falta de estrogénio devido à remoção dos ovários possa aumentar o risco de a mulher desenvolver problemas de memória», disse Walter Rocca, neurologista da Mayo Clinic, membro da Academia Norte-americana de Neurobiologia e autor principal do estudo.
O risco do parkinsonismo
Muitas das mulheres envolvidas no estudo sobre a demência foram também incluídas num estudo mais vasto que descobriu que as mulheres que tiveram um ou mais ovários removidos antes da menopausa tinham quase duas vezes mais probabilidade de desenvolver parkinsonismo, um sindroma que envolve tremor durante o descanso, rigidez muscular e lentidão de movimentos e cuja forma mais comum é a doença de Parkinson.
Segundo a investigação, o risco do parkinsonismo aumenta quanto mais cedo for a remoção dos ovários.
«Similar às descobertas para a demência, estas descobertas podem ser explicadas por uma perda prematura do estrogénio e decrescente neuroprotecção», sublinhou Rocca.
Os dois estudos são publicados na edição on-line de Neurology, o jornal médico da Academia norte-americana de Neurologia.
IOL