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Tejo deixa de receber esgotos não tratados a partir de 2010

xicca

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Os esgotos de cerca de 100 mil habitantes de Lisboa vão deixar de ser despejados no rio Tejo sem qualquer tratamento no fim do primeiro trimestre de 2010, graças a um investimento de mais de 100 milhões de euros que inclui as obras de beneficiação da Estação de Tratamento de Águas Residuais (ETAR) de Alcântara.

A data foi avançada ao PÚBLICO por Carlos Martins, presidente da comissão executiva da Simtejo, a sociedade responsável pela recolha, tratamento e rejeição de águas residuais dos municípios de Amadora, Lisboa, Loures, Mafra, Odivelas e Vila Franca de Xira. O responsável salienta que as obras em questão, financiadas pelo Banco Europeu de Investimento, pelo Fundo de Coesão e por capitais próprios, representam "um esforço financeiro que tem muito significado".

Segundo o engenheiro, foi, aliás, por razões financeiras que não houve a possibilidade de avançar antes com estas obras de saneamento, compatibilizando-as com a intervenção que o Metropolitano de Lisboa realizou no Terreiro do Paço. Carlos Martins admite que "historicamente" a Simtejo enfrentou "problemas de tesouraria por atrasos nos pagamentos" das câmaras de Lisboa, Loures e Odivelas, mas garante que a sociedade "vai terminar o ano com todas as dívidas regularizadas".

O presidente da Simtejo explicou que são cinco as empreitadas a concluir até ao fim do primeiro trimestre de 2010, com o objectivo de acabar com o despejo directo de esgotos para o Tejo, incluindo as obras de beneficiação em curso há cerca de dois anos na ETAR de Alcântara. As outras quatro empreitadas vão arrancar, de acordo com Carlos Martins, a partir de Janeiro próximo, estando ainda por lançar os concursos públicos relativos a duas delas.

A primeira obra a começar, e a mais mediática porque vai voltar a transformar o Terreiro do Paço num estaleiro e impedir o usufruto do Cais das Colunas, contempla a construção de "duas câmaras de válvulas" que vão permitir separar as águas pluviais das residuais, encaminhando as primeiras para o Tejo e as segundas para Alcântara. Até agora, explica Carlos Martins, isso não acontece e as águas domésticas poluídas vindas da Avenida do Almirante Reis e da Av. da Liberdade são despejadas directamente para o rio.

Esta intervenção, que começa a 5 de Janeiro e vai obrigar à vedação da placa central do Terreiro do Paço, inclui ainda, segundo o responsável, a construção de "dois grandes interceptores pluviais novos para evitar que a praça venha a ter problemas de inundações" e de "válvulas para evitar que as marés afectem os colectores".

Das maiores estações

Também em Janeiro arranca uma obra no Largo do Chafariz de Dentro, que inclui a construção de um colector e de uma pequena estação elevatória, com o objectivo de alterar o "sistema de esgotos antigo e confuso" que actualmente apanha as águas residuais da zona de Alfama e as encaminha para o Tejo sem tratamento.

A terceira obra a desenvolver pela Simtejo, que deve começar em Abril de 2009, abrange a área entre o torreão nascente do Terreiro do Paço e o Cais do Sodré, contemplando a edificação de "uma das maiores estações elevatórias que o país tem" junto aos edifícios da Agência Europeia de Segurança Marítima e do Observatório da Droga e Toxicodependência.

A última empreitada, que "deve começar em Maio", decorrerá entre o Cais do Sodré e Alcântara. Aqui, explica Carlos Martins, será construído um colector para "interceptar as águas residuais que vêm da Av. D. Carlos I e apanhar as águas que vêm da Av. do Infante Santo", onde nascerá uma estação elevatória, encaminhando-as para a ETAR.

ETAR de Alcântara vai tratar esgotos de 756 mil pessoas

Orçadas em mais de 64 milhões de euros, as obras em curso na Estação de Tratamento de Águas Residuais (ETAR) de Alcântara visam aumentar o nível de tratamento dos esgotos e eliminar os maus cheiros.

Quando esta infra-estrutura estiver a funcionar em pleno, o que, segundo o presidente da comissão executiva da Simtejo, deverá acontecer no início de 2010, as águas residuais passarão a beneficiar da instalação de equipamentos para tratamento preliminar e biológico, desinfecção e reutilização de efluentes, controlo de maus cheiros e tratamento de lamas e gorduras.

"É uma obra de grande dimensão que vai trazer um contributo muito significativo para a despoluição do estuário do Tejo e da costa portuguesa", declarou anteriormente o ministro do Ambiente, Francisco Nunes Correia.

Sobre a ETAR, que vai ficar dimensionada para atender uma população de 756 mil habitantes, vai ser construída uma cobertura verde, a fim de reduzir o seu impacto na paisagem.




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