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Timor-Leste: expedição descobre uma das maiores concentrações de baleias e golfinhos

xicca

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Depois de seis meses a sobrevoar as águas ao largo de Timor-Leste, à procura de cetáceos, tartarugas, tubarões, raias e crocodilos, sete investigadores subiram a bordo do navio oceanográfico “Timor Tiger” e o que descobriram deixou-os maravilhados. Colados aos binóculos, estes cientistas dizem ter encontrado uma das maiores concentrações de baleias e golfinhos do planeta. Um verdadeiro “hot spot” de biodiversidade.​

Em apenas um dia de observações foram registados mais de mil animais em oito grupos separados, numa faixa com 50 quilómetros de extensão. “Esta é uma das zonas mais abundantes em cetáceos alguma vez encontrada”, comentou Karen Edyvane, cientista do australiano NRETAS (Department of Natural Resources, Environment, The Arts and Sport).

“Os golfinhos e baleias estavam, literalmente, a saltar na água por todo o lado à nossa volta. Era difícil decidir que animal fotografar”, contou José Monteiro, biólogo timorense.

A bordo do “Timor Tiger”, navio de madeira tradicional indonésio com 20 metros e o primeiro a ser registado naquele país para a investigação científica oceanográfica, foram identificadas dez espécies de cetáceos, entre elas a baleia-azul, baleia-bicuda, baleia-piloto-de-aleta-curta, golfinho-de-risso e o golfinho-comum.

“O ‘Timor Tiger’ é um excelente navio para observar cetáceos. Tem vários níveis e plataformas que permitiram aos observadores encontrar animais a grandes distâncias”, comentou Edyvane.

Em dias com boas condições climatéricas foram observados grupos com cerca de 400 indivíduos, salientou a bióloga australiana. “Ficámos todos maravilhados com tanta abundância, diversidade e densidade de cetáceos”.

A expedição, que foi o primeiro grande estudo de cetáceos em Timor-Leste, veio confirmar aquilo que os biólogos marinhos apenas suspeitavam: as águas profundas dos estreitos de Wetar e Ombai, ao largo de Timor - que podem ter até três mil metros de profundidade -, são uma importante rota migratória e corredor para a vida marinha, ligando os oceanos Pacífico e Índico.

“É vital que Timor-Leste continue o seu trabalho de investigação científica para saber mais sobre estas magníficas criaturas e garantir que estas populações de cetáceos sejam devidamente protegidas”, considerou José Monteiro.

A expedição, coordenada por Mark Meekan, do Instituto australiano para a Ciência Marinha, foi financiada pelo Ministério timorense da Agricultura e das Pescas, no âmbito de um projecto sobre conservação costeira e marinha. O objectivo é desenvolver actividades marinhas sustentáveis e promover o emprego e o desenvolvimento económico.

Mas esta descoberta, além de ser benéfica para Timor-Leste, representa muitos desafios. “O Governo de Timor-Leste reconhece o enorme potencial para o ecoturismo ao longo da sua costa e vai agir com cautela no desenvolvimento dessa indústria”, garantiu Celestino Barreto de Cunha, director das Pescas no Ministério das Agricultura e Pescas. “Estamos comprometidos em garantir a protecção desta biodiversidade marinha e vamos continuar a procurar aconselhamento científico da Austrália sobre o desenvolvimento sustentável da indústria do ecoturismo”, acrescentou.




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