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Táxis circulam pouco, mas poluem muito - estudo

ecks1978

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Out 29, 2007
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Os táxis representam apenas um quinto dos automóveis que circulam na Avenida da Liberdade, mas contribuem com um terço das emissões poluentes, revela um estudo que atribui os elevados níveis de poluição à antiguidade dos veículos.

'A elevada idade média destes veículos constitui um factor da maior importância no que diz respeito às emissões de poluentes atmosféricos, nomeadamente de partículas inaláveis. Apesar de contabilizarem apenas um quinto dos veículos ligeiros em circulação na Av. Liberdade, a estimativa das suas emissões de PM10 [partículas finas] corresponde a cerca de um terço do total das emissões dos veículos ligeiros', sublinha o estudo de caracterização do tráfego rodoviário nesta avenida, realizado entre Maio e Junho de 2008.

O relatório, elaborado pelo Departamento de Ciências e Engenharia do Ambiente da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade Nova de Lisboa conjuntamente com a Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional de Lisboa e Vale do Tejo (CCDR-LVT), no âmbito de planos de melhoria da qualidade do ar, adianta que esta 'situação reforça a necessidade de definição de medidas de melhoria do desempenho ambiental da frota de táxis'.

O estudo salienta que a Avenida da Liberdade é uma das principais vias de tráfego da cidade de Lisboa, apresentando congestionamentos frequentes e grande fluxo de veículos, servindo de acesso aos locais mais centrais da cidade, como a zona da Baixa Pombalina, e constituindo um ponto chave na entrada e saída da cidade (pela Auto-Estrada de Cascais - A5, e pela Auto-Estrada do Sul - A2).

É também uma das vias onde se registam os níveis de poluição mais elevados do país e do conjunto das capitais europeias, apresentando normalmente valores muito acima dos limites estabelecidos para as partículas inaláveis, um poluente perigoso para a saúde, que consegue penetrar profundamente nos pulmões e está associada a dificuldades respiratórias, bronquite crónica e problemas cardiovasculares.

As contagens de tráfego, que serviram de base ao relatório, foram realizadas em vários locais de amostragem, na zona da Av. Liberdade e Baixa Pombalina, em períodos temporais distintos (hora de ponta da manhã, hora de ponta da tarde e período intermédio durante o dia).

Os resultados obtidos permitiram concluir que, independentemente do período do dia, um número muito elevado de veículos percorre diariamente a Av. Lib erdade, consequência do facto de cerca de dois terços dos veículos circularem apenas com o condutor, e que cerca de metade do trânsito rodoviário é constituído por tráfego de atravessamento.

De acordo com os dados, a maior fracção de trânsito que circula na faixa central corresponde aos veículos ligeiros de passageiros (67-70 por cento), seguida dos táxis (11-15 por cento) e ligeiros de mercadorias (6-9 por cento).

Os motociclos correspondem a cerca de 3 por cento do tráfego em circulação e os pesados não ultrapassam os 8 por cento.

Nas faixas laterais a distribuição é um pouco diferente, pois não circulam veículos pesados de passageiros, mas a fracção correspondente aos veículos ligeiros de passageiros continua a ser predominante (62-74 por cento), embora os táxis apresentem um peso relativo superior ao da faixa central (17-23 por cento).

A caracterização dos veículos ligeiros de passageiros permitiu verificar que estes são relativamente recentes, uma vez que mais de metade cumpre as normas de emissões Euro 3 e Euro 4 (ano de matrícula de 2001 a 2008).

Ao contrário da frota de veículos ligeiros de passageiros, a frota de táxis é bastante antiga, já que cerca de 60 por cento da mesma é composta por veículos que cumprem a norma Euro 1 (desde 1992), ou mais antigos ainda, refere o estudo.

O presidente da Câmara de Lisboa, que apresentou hoje um novo modelo de circulação para a Baixa de Lisboa, invocou as medições efectuadas à qualidade do ar na Avenida da Liberdade e estudos sobre o ruído na Baixa, como suporte para as medidas propostas, alegando que estas 'zonas nobres' da cidade não suportam o volume de tráfego actual.

Tornar a Baixa pombalina 'mais acessível, com mais conforto, mais segurança, mais qualidade do ar e menos ruído' são, segundo António Costa, objectivos do modelo de mobilidade, que visa 'também devolver o rio às pessoas, tornar a Baixa mais agradável, mais segura e mais acessível aos transporte particular' e com mais facilidade de circulação para os transportes públicos.

'Eliminar o trânsito que vinha à Baixa não para trabalhar, fazer compras, visitar ou residir, mas que a usava apenas como atalho' é, segundo o autarca, o objectivo do novo modelo, que, acrescentou, vai retirar do Terreiro do Paço '70 por cento dos 5.500 carros em média por hora à hora de ponta' o atravessava sem que se destinasse à baixa.
 
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