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Pesca Inglesa

Fonsec@

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A técnica da Pesca à Inglesa tem a sua origem nas ilhas Britânicas, e surgiu da necessidade dos pescadores britânicos ultrapassarem algumas dificuldades na pesca desportiva em virtude de um clima mais chuvoso e ventoso que no resto da Europa e pelo facto de na maior parte dos rios e albufeiras os peixes, mais desconfiados, tenderem a manter-se muito afastados das margens.
Após alguma ineficácia demonstrada nos primeiros anos, no final da década de 70 e início da de 80, e com o aparecimento de revolucionárias canas e bóias e uma apurada técnica na distribuição dos chumbos no fio, a Pesca Inglesa consagrou-se como uma técnica eficaz e com excelentes resultados na competição, já que permite realizar capturas a longa distância, 20/25 ou mesmo 40/50 metros, a qualquer profundidade e em situações adversas no que diz respeito à corrente e ao vento.
Em Portugal desenvolveu-se rapidamente logo após a disputa do Campeonato Mundial de Coimbra em1987, sendo hoje uma das principais técnicas de pesca mais praticadas nos nossos rios e albufeiras.
Relativamente aos vários elementos a utilizar serão aconselhadas as seguintes observações básicas:
Canas
As canas inglesas devem ser constituídas por 3 corpos e ter um comprimento entre 3,90 e 4,20 metros, menos ou mais rijas mas com resistência garantida, capacidade para poderem lançar bóias até 20 g., e com um número necessário de passadores para um melhor controlo do lançamento e da recuperação.
Carretos
Os carretos deverão ser ligeiros com bobines cónicas tipo "match" que possam ter uma capacidade para 200 ou 250 metros de fio como máximo. Será imprescindível possuir várias bobines com diferentes diâmetros de fio.
Fios
A característica fundamental do fio a utilizar assenta nas suas propriedades afundantes. Após cada lançamento será necessário recuperar algum fio para o posicionar bem esticado e abaixo da linha de água. Normalmente bastará um 0,12 para uma pescaria normal e um 0.14 para maiores profundidades, longas distâncias ou exemplares de maior porte.
Bóias
Na variadíssima gama de bóias ao dispor no mercado, na maior parte fabricadas em pena de pavão ou em fibras e com chumbo incorporado em vários dos seus modelos, deverá ter sempre em conta a sua utilização em cada situação de pesca:
As do tipo "waggler" (insert e straight) ou a com flyer para águas pouco profundas e a curta distância;
A "bodied" ou "onion" com "flyer" e a "swinger" para maiores distâncias, maior profundidade e vento moderado;
A "stick" para águas correntosas mas estáveis;
A "avon" para águas muito alteradas pelo vento ou de correntes mais fortes.
Chumbos
Os chumbos deverão ser macios para uma rápida e eficaz substituição e de todos os tamanhos desde os "ssg" até ao nº13. Quando na utilização de chumbos a travar a bóia deverão ser usados com fio de silicone para protecção da montagem. A mesma característica se aplica às olivas não esquecendo de proteger o fio da sua influência.
Anzóis
Relativamente aos anzóis e pensando na sensibilidade será aconselhável usar anzóis com patilha curta, bico fino e resistente e uma farpela reduzida.
 

Fonsec@

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Pesca Inglesa (continuacao)

A Pesca Inglesa apresenta dois sistemas distintos e assentes numa determinada utilização da bóia e dependente da profundidade da água ou por simples opção do pescador:

1 - Com bóia fixa, para pesqueiros com profundidade inferior ao comprimento da cana;
2 - Com bóia de correr (slider), para profundidades superiores à cana.
A utilização da bóia de correr é aparentemente mais complicada para quem se inicia nesta técnica de pesca desportiva, mas indispensável para a obtenção de bons resultados em grande parte dos nossos rios e albufeiras.
Montagens para bóia fixa
Desenho 1 Desenho 2 Desenho 3 Desenho 4 Desenho 5 Desenho 6
Águas pouco profundas e fraca corrente
Águas pouco profundas e fraca corrente
Águas pouco profundas e fraca corrente
Média profundidade e com corrente
Média profundidade e muita corrente
Águas de média e muita profundidade
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Montagens para bóia de correr
Desenho 7 Desenho 8 Desenho 9
Águas até média profundidade e fraca corrente
Águas mais profundas e com alguma corrente
Sondagem
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imontagem8.gif
isondagem.gif

Nos lançamentos e para se procurar evitar alguns aborrecidos embaraços da montagem quando cai na água, é importante travar a deslocação da bóia antes da sua queda, colocando o dedo no fio do carreto, acção que obriga a que os chumbos da montagem se projectem para a frente da bóia. Logo de imediato se deve proceder ao endireitamento da linha através de 3 ou 4 voltas no carreto e com a ponteira da cana dentro de água.
Para uma correcta utilização da bóia de correr será decisivo o uso de um bom nó para o seu travamento, para além de uma cuidada distribuição dos chumbos. Existem duas ou três maneiras de rapidamente se fazer um nó, desde que não se esqueça de usar para o efeito um fio mais grosso do que o do carreto, mas o método mais seguro será o exemplificado no desenho 10 e cujos nós se poderão encontrar à venda nas lojas da especialidade ou então previamente feitos em casa.
Para ambos os casos, bóia fixa e bóia de correr, deverá ser feita uma rigorosa sondagem do(s) pesqueiro(s) a fim de poder aplicar eficazmente o método seleccionado e evitar possíveis alterações que iriam prejudicar os objectivos de uma engodagem feita num determinado local.
O engodo, a engodagem e os iscos, terão uma importância fundamental na possível obtenção de bons resultados na Pesca Inglesa. Para além de uma cuidadosa, sem ser excessiva, engodagem inicial e para uma distância até 20 ou 25 metros será muito aconselhável a do tipo em "rappel" com os iscos seleccionados (incluindo asticot com ou sem cola) e com uma fisgada em cadência regular e de pouca quantidade utilizando uma fisga de copo. Para maiores distâncias deverá ser usada uma fisga de rede com o asticot sempre colado. Os principais iscos para esta técnica são o asticot branco ou colorido, cânhamo, ervilhaca e trigo ou algum milho, servindo estes mesmos iscos como um dos componentes de um engodo à base de farinhas.
 
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