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Mini adultas

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Festinha de aniversário de cinco anos da filha da vizinha. O que mais chama atenção não é a decoração, o bolo ou o buffet. O figurino das meninas é, sem dúvida, a maior atração. Shorts, botas, paetês, gloss, colares, pulseiras, mini blusas, calças de couro... Parece um mundo novo, muito parecido com o real, mas todo em miniatura.

Desde quando a infância se tornou réplica da vida adulta? Uns culpam a Barbie, outros a Xuxa, mas toda menina sempre quis se vestir e se maquiar como a mãe. Hoje, as apresentadoras de TV também são modelo de feminilidade e até as bonecas já vêm com estojos de maquiagem que servem tanto para a menina quanto para o brinquedo.

São estimuladas desde muito cedo a se portarem como mulheres. Seja na forma de sentar (com as pernas fechadas ou cruzadas), seja na forma de brincar.

Brincam de “casinha”, de irem ao salão de beleza e de concursos de dança. Todo mundo acha esse comportamento “bonitinho”. E é, como todo comportamento de criança, mas, nesse caso, a criança não deve transportar o lúdico para o seu dia-a-dia.

Pai e mãe devem intervir, se necessário. Fica “claro que existe uma inversão de valores e uma falta de limite por parte dos pais”, diz o médico psiquiatra infantil GustavoDr. Gustavo Teixeira
Teixeira.

Na etapa do crescimento, as informações são armazenadas do mesmo modo que elas chegam, ou seja, a criança vai entender o comportamento vindo da mãe, se não for explicado, como normal. Tais informações devem ser filtradas e os filtros poderiam, segundo o médico, “ser os pais, mas que por falta de tempo, ou desinformação mesmo, não se fazem presentes para orientar”.

O saltos, por exemplo, não são recomendados em nenhuma idade, mas as crianças podem, de vez em quando, colocar um salto plataforma. “Este é o modelo recomendável e é importante que tenha menos de 4 centímetros e não coloque o pé numa postura de elevação no calcanhar e apoio nos dedos”, explica a fisioterapeuta Ana Carolina Salim. “O uso diário de saltos pode causar desvio na coluna”, alerta a fisioterapeuta.

Outro fator preocupante é a inquietação dessas pequenas em relação ao peso. “Ultimamente tem havido uma freqüência maior de meninas nos consultórios para fazer uma análise de dieta”, conta o endocrinologista Albermar Roberts Harrigan. Acostumadas a ouvirem na televisão e em casa que as gordinhas são feias e as magrinhas são bonitas, elas querem ter o corpo das bonecas para desfilarem como as modelos da televisão. Porém, os especialistas alertam para que os pais tenham cuidado e não permitam que crianças façam dietas ou adotem padrões estéticos.

“Quando é a menina que chega preocupada é porque a mãe já a perturbou bastante dizendo que ela está gordinha”, diz Albermar. Ter bons hábitos alimentares é muito importante, assim como a diferenciação do que cada filho come. O endocrinologista lembra que não é justo encher a casa de guloseimas para o irmãozinho que é magrinho, enquanto a menina que é “gordinha” se priva de tudo.

Os ídolos altamente sensualizados têm exercido muita influência sobre essas meninas que cada vez mais cedo são levadas por posturas, danças e até vocabulários carregados de sensualidade. Com certeza todos nós somos influenciados pela mídia, por nossos ídolos e ambientes sociais, mas o papel de educar é dos pais. Dizer que a hora ainda vai chegar, ensiná-las a desfrutarem de cada fase da vida e mediar as coisas pode ser uma saída.



Gustavo Teixeira é médico psiquiatra infantil – especialista em Comportamento Infantil

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