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Sangue-frio de piloto evita tragédia nos céus de Lisboa

joseseg

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Mai 26, 2007
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No voo entre Évora e Cascais, com uma arma apontada à cabeça, desobedeceu a ex-militar e aterrou avião em segurança.

O piloto da avioneta que na tarde de sexta-feira realizou uma aterragem de emergência no aeródromo de Tires, disse ao DN que efectuou grande parte da viagem entre Évora e Cascais com uma arma encostada à cabeça pelo sequestrador. O homem armado queria que o avião caísse em Lisboa, referiu o piloto Mikael Anderson, que desobedeceu ao sequestrador, enfrentou-o e levou a avioneta em segurança até ao aeródromo.

Mikael Anderson revelou que o sequestrador J. Oliveira, um ex- -militar de 41 anos, lhe encostou uma carabina à cabeça, pouco depois de terem levantado voo do aeródromo de Évora, tomando conta do aparelho.

Cerca de 20 minutos depois, J. Oliveira mandou-o saltar, tal como fizeram dois pára-quedistas que seguiam a bordo. "Eu também tinha um pára-quedas, mas não fiz o que ele mandou", contou o piloto.

Pelo contrário, mesmo sob a ameaça de uma arma de fogo, Mikael Anderson cortou o combustível da aeronave, iniciou uma manobra arriscada e conseguiu aterrar o PAC 750 XL, de matrícula alemã na pista de Tires, tendo apenas danificado a asa esquerda e o trem de aterragem do aparelho.

"O avião caiu, mas sobrevivemos os dois", salientou o piloto, de nacionalidade sueca. Na confusão da atribulada aterragem de emergência, Mikael Anderson conseguiu arrancar uma arma ao sequestrador e fugiu do local, afastando-se da avioneta imobilizada.

Instantes depois, J. Oliveira terá desferido um disparo na própria cabeça, acabando por morrer perto do avião. O corpo foi encontrado fora da avioneta, junto à asa esquerda do aparelho.

Foi com esta aterragem forçada, às 16.57, e o suicídio, que chegou ao fim uma tarde de "loucura" iniciada por volta das 14.00, quando o ex-militar J. Oliveira - que foi emigrante em Macau - terá disparado dois tiros de carabina sobre um vizinho em Fortios, próximo de Portalegre, provocando-lhe ferimentos graves no ombro e na face. Moradores daquela aldeia indicam que na origem do desentendimento terá estado um negócio relacionado com a venda de um terreno.

Fonte da GNR avançou ao DN que o vizinho ferido, João Garcia, de 59 anos, foi atingido quando se encontrava no interior da sua propriedade. As autoridades suspeitam que, após disparar, o agressor terá obrigado João Garcia a entrar num automóvel, largando-o alguns metros à frente, junto à estrada, onde foi encontrado por um camionista.

O automóvel, um Hyundai Matrix, foi armadilhado com uma bomba artesanal e deixado no parque de estacionamento do aeródromo de Évora, incendiando-se pouco depois de o avião ter levantado voo.

De acordo com Mikael Anderson, o ex-militar apareceu no aeródromo e explicou que pretendia ir de avião até Cascais para ir buscar máquinas fotográficas e aproveitava a viagem para captar algumas imagens aéreas. O piloto, o ex-militar e dois pára-quedistas descolaram de Évora às 16.25.

"Passados alguns minutos, tinha uma arma à minha frente e percebi que a razão da viagem era outra", contou o piloto, adiantando que, a determinada altura, J. Oliveira terá exigido seguir em direcção a Espanha: "Ninguém sabe para onde ele queria ir. Escreveu algumas notas a dizer que queria ir para Espanha, mas não acredito que estivesse a falar verdade. Penso que provavelmente queria cair nalgum local em Lisboa."

DN
 
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