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Medicamentos usados em Portugal ineficazes na prevenção

Matapitosboss

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Set 24, 2006
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Um ensaio clínico divulgado hoje nos Estados Unidos revela que dois medicamentos à venda em Portugal, contra a diabetes e a hipertensão arterial, não evitam que as pessoas em risco destas doenças venham a sofrer das mesmas.

O estudo 'Navigator', apresentado durante a conferência anual do Colégio Americano de Cardiologia, que decorreu este fim de semana em Atlanta, nos Estados Unidos, concluiu que o antidiabético Nateglinida (substância activa) não permite evitar a progressão da diabetes em pessoas em risco.
A mesma investigação apurou que o hipertensor arterial Valsartan não consegue uma redução significativa do risco de acidente cárdio e cerebrovascular nesta população estudada.
Os dois fármacos foram testados com placebo num ensaio que envolveu 9.306 participantes de 40 países.
"A maioria dos especialistas julgava que a Nateglinida travava a diabetes e que o Valsartan reduzia o risco cardíaco neste grupo de doentes", afirmou Robert Califf, um dos responsáveis da investigação clínica na Faculdade de Medicina da Universidade Duke à Durham (Carolina do Norte).
"O mais interessante, em relação ao Naterglinida, é que os seus efeitos foram mesmo contrários ao esperado", adiantou o especialista.
Em Portugal, onde um terço da população sofre de diabetes ou está em risco de vir a sofrer desta doença, o Nateglinida tem venda autorizada desde Abril de 2001 e é vendido mediante receita médica obrigatória.
Em declarações à Agência Lusa, o director clínico da Associação Protetora dos Diabéticos de Portugal (APDP), João Gardete Correia, esclareceu que o Naterglinida só é administrado em Portugal a doentes com diabéticos.
A população alvo da investigação agora apresentada tem o que os especialistas designam de "pré-diabetes", ou seja, manifestam alterações na tolerância à glucose, registando valores intermédicos entre os que não são e os que são diabéticos.
O estudo "pretendia provar que estes medicamentos - em comparação com placebo - diminuíam o risco da pessoa avançar para a diabetes ou de sofrer acidentes cárdio e cerebrovasculares", explicou, acrescentando que o mesmo não detectou "eficácia em termos de prevenção".
Em Portugal o Nateglinida é "pouco utilizado", existindo "muitas outras opções", mas quando é administrado é já em doentes com a diabetes diagnosticada, revelando nessa fase eficácia, disse.
O Valsartan tem autorização de comercialização em Portugal desde 2001, é de receita médica obrigatória e é bastante prescrito pelos médicos para o controlo da hipertensão arterial.
Estima-se que, em Portugal, existam mais de dois milhões de hipertensos.
Neste estudo, a eficácia do Valsartan na redução dos acidentes cárdio e cerebrovasculares não ficou comprovada.
A adopção de modos de vida saudáveis foi defendida pelos autores do estudo, opinião subscrita por João Gardete Correia, para quem a melhor prevenção passa por exercício e uma alimentação saudável.


Fonte: Diário de Notícias
 
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