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O que é um prematuro?

Luana

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O que é um prematuro?

A duração de uma gravidez é considerada normal, quando o parto se produz entre a 38ª e a 42ª semanas de gestação. Quando os bebés nascem antes das 38 semanas, então estamos perante um bebé prematuro ou também denominado de pré-termo.



O bebé prematuro caracteriza-se pela imaturidade do seu organismo, tornando-o mais vulnerável a determinadas enfermidades e, também, mais sensível a determinados factores externos (como sejam a luz e o ruído).

Neste sentido, a prematuridade pode classificar-se, segundo a idade gestacional, da seguinte forma:

Prematuridade Limite: compreende o grupo de bebés nascidos entre a 37ª e a 38ª semanas de gestação;

Prematuridade Moderada: pode ser definida quando o bebé nasce entre 31ª e 36ª semanas;

Prematuridade Extrema: Os recém-nascidos pré-termo extremo, são definidos como aqueles cuja idade gestacional é menor ou igual a 30 semanas, apresentam, como consequência desta maior imaturidade, problemas mais frequentes e mais graves, sobretudo os menores que 27 semanas.

Um bebé prematuro merece, assim, cuidados redobrados, uma vez que não teve a oportunidade de completar todo o processo de maturação biológico, dentro do útero da mãe.

No que se refere ao seu aspecto físico, destacam-se como principais características, as seguintes:

Tamanho pequeno;

Baixo peso ao nascer;

Pele fina, brilhante e rosada, por vezes coberta por lanugo (penugem fina);

Veias visíveis sob a pele;

Pouca gordura sob a pele;

Cabelo escasso;

Orelhas finas e moles;

Cabeça grande e desproporcionada relativamente ao resto do corpo;

Músculos fracos e actividade física reduzida;

Reflexos de sucção e de deglutição reduzidos

Os bebés prematuros, e dada a imaturidade que os caracteriza, podem mais facilmente adoecer. O risco associado a esta situação revela-se mais elevado quanto maior foi o grau de prematuridade e menor for o seu peso, muito em particular nos casos em que apresentam um peso inferior a 1500g.

É muito importante que os pais de um bebé prematuro conheçam a patologia própria destes bebés. Para isso é necessário que exista uma boa comunicação entre estes pais e as equipas médicas e de enfermagem que se encontram encarregues de cuidar do bebé. Aos pais deverá ser dada a confiança suficiente, para que possam expor livremente as suas dúvidas e preocupações, assim como, deverão ser criadas todas as condições para que os mesmos possam usufruir do seu bebé, desenvolvendo-se, desta forma, laços afectivos fortes, que tão importantes são para ambas as partes.
 

Luz Divina

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Nascimento


Nascimento


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Os recursos tecnológicos de uma Unidade de Cuidados Intensivos (UCI) em Neonatologia permitem, presentemente, dar assistência e possibilitar a sobrevivência dos bebés prematuros.




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O nascimento é, sem dúvida, o primeiro momento de tomada de consciência dos dias difíceis que se avizinham.

Provavelmente só poderá ver o seu bebé, no momento do nascimento, por breves segundos, pois ele necessitará de cuidados médicos.

Na melhor das hipóteses só o poderá voltar a ver no dia seguinte, isto se a sua condição de parturiente, assim o permita.


Peça a alguém que tire fotografias ao seu bebé, que o filme, ninguém lhe negará tal pedido, assim, mesmo à distância, poderá apreciá-lo. Não se esqueça que o irá encontrar pequenino, mas lindo...afinal é o seu bebé!!!





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Luz Divina

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Unidade de Cuidados Intensivos



Unidade de Cuidados Intensivos


Pelo facto dos bebés prematuros necessitarem de se adaptar, antecipadamente, à vida extra-uterina, numerosos cuidados terão de ser para que possam superar algumas das adversidades provenientes da sua prematuridade.


As primeiras visitas à Unidade são, sem qualquer dúvida, extremamente stressantes, assustadoras e, por vezes, frustrantes. Encontrará o seu bébé numa incubadora completamente monitorizado.


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Bebé na incubadora


Sendo uma unidade de cuidados intensivos facilmente se entenderá a panóplia de equipamentos aí existentes, ligados ao seu filho.

Além de diversos monitores que exibem vários tipos de informação, inalcançável para a nossa compreensão, não lhe será indiferente, os constantes apitos, que na maioria dos casos não traduzem qualquer anormalidade da situação. Poderá, ainda, encontrar alguns bebés que estejam ventilados.



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Bebé a ser ventilado


Os ventiladores ajudam os prematuros a respirar (tarefa que frequentemente esquecem, dada a sua imaturidade), os quais poderão ser de dois tipos:


  • invasivos: ligados ao bebé por intermédio de um tubo (traqueia)


  • não invasivos: vulgarmente denominados de CIPAP, sendo aplicada uma máscara sobre o nariz do bebé.

Provavelmente o seu bebé estará a ser monitorizado, no que se refere à percentagem de oxigénio no sangue, os seus ciclos respiratórios, os batimentos cardíacos e a sua tensão arterial.

A estes monitores estão associados sinais sonoros, os quais, com o decorrer do tempo, se revelarão menos "agressivos", dado que, muitas vezes, disparam, como consequência, de um mau contacto, ou devido a um movimento mais brusco do bebé.

Por isso não se preocupe, pois o pessoal especializado que acompanha o seu bebé prontamente detectará a existência, ou não, de algum problema.


Numa fase inicial o seu bebe será alimentado a soro, mediante a utilização de uma bomba infusora, a qual permitirá dosear a quantidade do mesmo. Este será mais um fio a que o seu filho estará ligado.



panoplia-de-fios.jpg

Panóplia de fios

Quando o seu bebé já puder iniciar a ingestão de leite (materno, ou não) será utilizada uma sonda nasogástrica, isto porque os prematuros, cansam-se com muito facilidade, não conseguindo por isso mamar (só por volta das 34 semanas é que o reflexo de mamar surge). Assim, sem dispêndio de energia relevantes, mais facilmente aumentará de peso.


Todos estes equipamentos, assim como os procedimentos que lhes estão associados, poderão ser assustadores, mas pense que são preciosos auxílios para que tudo corra bem com o seu bebé.


O bebé que idealizou durante toda a sua gravidez, estará ali, à sua frente, frágil e absolutamente dependente da maquinaria, do pessoal especializado e principalmente de si.

Esta última afirmação poderá parecer um "lugar comum", vai dizer que se sente impotente, inútil, face ao que o seu bebé está a passar, mas o carinho e o amor que lhe puder oferecer, o ajudará, sem qualquer dúvida, a superar tão difícil início de vida.








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Luz Divina

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Principais Complicações



Principais Complicações



Uma das características dos bebés prematuros reside na incapacidade que apresentam para regular de forma adequada a sua temperatura corporal, daí a necessidade das incubadoras, pois estas irão permitiram reproduzir as condições de temperatura e humidade oferecidas pelo útero materno.


São diversas as complicações que um prematuro pode enfrentar nas suas primeiras semanas de vida!



  • Dificuldades Respiratórias: Os bebés prematuros carecem de uma proteína denominada surfactante, que se produz nos pulmões, permitindo os alvéolos de se encherem de ar.Esta carência dificulta a respiração (oxigenação), sendo necessário a administração de oxigénio adicional, mediante assistência mecânica, com o objectivo de manter dilatados os pulmões. Esta assistência mecânica pode-se resumir ao CPAP (sigla que traduzida do inglês significa “pressão positiva contínua nas vias respiratórias”) o qual aporta uma mistura de ar e oxigénio sob pressão, aos pulmões do bebé, através de pequenos tubos que se colocam no nariz. O CPAP ajuda o bebé a respirar, mas não respira por ele. No caso, em que os bebés não conseguem respirar sozinhos (muitas vezes eles esquecem este mecanismo!) poderá haver necessidade da ajuda de um ventilador, o qual respirará por eles, até que os pulmões amadureçam. Outro dos tratamentos consiste na administração do surfactante, para abrir os alvéolos pulmonares, promovendo a sua função de troca gasosa. Salienta-se que os bebés prematuros estão constantemente monitorizados no sentido de detectar eventuais apneias (quando deixam de respirar), sendo, por isso, uma situação rapidamente detectável.


  • Problemas Cardíacos: Durante a vida fetal, existe um vaso, denominado ductus, que faz com que o sangue não passe pelos pulmões, uma vez que o feto recebe o oxigénio através da placenta. Normalmente, este vaso fecha pouco depois do nascimento, permitindo aí que o sangue vá aos pulmões para se oxigenar. Nos prematuros, o ductus, por vezes, não encerra de forma adequada, provocando uma insuficiência cardíaca. A persistência do ductus pode ser diagnosticada pelo aparecimento de um sopro, confirmando-se numa ecografia cardíaca. Geralmente, a administração de fármacos próprios é suficiente para a resolução do problema, podendo, nalguns casos, ser necessária uma intervenção cirúrgica.


  • Inflamações Intestinais: A enterocolite necrotizante (denominada, também, de NEC) é um quadro inflamatório intestinal, potencialmente grave, ao que se associa uma baixa tolerância à alimentação, distensão abdominal e uma deterioração clínica geral. A radiografia abdominal, assim como, as análises clínicas são instrumentos preciosos na sua detecção. O seu tratamento consiste em submeter o bebé a uma dieta, com alimentação intravenosa e na administração de antibióticos. Por vezes é necessário a realização de uma cirurgia.


  • Hemorragia Intraventricular: Habitualmente estas hemorragias surgem nos primeiros dias de vida do bebé, sendo diagnosticadas mediante a realização de uma ecografia cerebral. Na maioria dos casos tratam-se de hemorragias pequenas que são reabsorvidas espontaneamente pelo organismo, sem consequências graves. As hemorragias mais graves podem provocar a dilatação dos ventrículos cerebrais, e a compressão do tecido cerebral, danificando-o. Quando se produz uma dilatação (hidrocefalia) pode ser necessário colocar um tubo, para efectuar a drenagem dos ventrículos (válvula).


  • Retinopatia: O bebé prematuro nasce com os vasos da retina ainda imaturos. Diferentes agentes externos, principalmente as variações de oxigenação, podem originar deficiências nestes mesmos vasos. Esta complicação é diagnosticada por um oftalmologista, observando-se uma maior incidência nos bebés nascidos com menos de 32 semanas.





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Luz Divina

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Idade Corrigida/Idade Real





Idade Corrigida/Idade Real




Um bebé prematuro é diferente de um bebé nascido a termo, e por isso mesmo não podemos exigir que actue como se fosse.

A idade corrigida traduz o ajuste estabelecido face à idade cronológica, em função do grau de prematuridade.


Considerando que o ideal seria nascer com 40 semanas de idade gestacional, deve-se descontar, da idade cronológica do prematuro, as semanas que faltaram para sua idade gestacional atingir 40 semanas, ou seja, idade corrigida = idade cronológica (40 semanas - idade gestacional em semanas).


Embora não esteja totalmente esclarecido até quando se deve corrigir a idade do prematuro, é recomendado utilizar a idade corrigida até os 2 anos de idade, a fim de obter a expectativa real para cada criança.


A correcção da idade cronológica em função da prematuridade é fundamental para o correcto diagnóstico do desenvolvimento nos primeiros anos de vida, pois, a título de exemplo para um prematuro de 28 semanas, não utilizar a idade corrigida aos 24 meses (ou seja 24 meses - 3 meses = 21 meses de idade corrigida), implica exigir a um bebé de 21 meses que se comporte de igual forma que um de 24 meses.



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Luz Divina

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Os pais - Montanha Russa Emocional



Os pais - Montanha Russa Emocional




Em virtude do nascimento prematuro do bebé, os pais inevitavelmente viverão num turbilhão de sentimentos e sensações, os quais, por vezes, são muito difíceis de gerir.

A dor, a culpa, a ira, a revolta e o arrependimento, intercalados com a alegria, o orgulho e a felicidade são alguns dos sentimentos presentes, alternando-se, quase minuto a minuto, num processo extenuante e destruidor.

É necessário, por isso aprender a enfrentar esta situação descobrindo formas de ultrapassar as emoções menos felizes, permitindo, assim, usufruir, com melhor ânimo, o seu bebé, desfrutando, simultaneamente, da alegria de terem sido pais.

Para muitos prematuros a sua estadia na Unidade de Cuidados Intensivos é vivida com muitos altos e baixos, triunfos e contratempos, vivência esta, que necessariamente é transmitida aos seus pais.

São apresentados, de seguida, alguns conselhos que poderão ajudar os pais a prepararem-se para mais uma etapa:



  • Dê rédea solta às sua emoções, não se reprima, fale do que sente, partilhe os seus medos e temores com o pessoal especializado da Unidade;



  • Estabeleça uma rotina diária. Tente equilibrar o seu trabalho, a sua casa e as visitas ao hospital. Aproveite enquanto o seu bebé está no hospital e reserve um tempo para si e para a sua família, pois quando ele for para casa dificilmente encontrará tempo extra. Não se esqueça que o seu bebé está bem entregue e apesar dele necessitar muito de si, ele também quererá saber que os seus pais encontram tempo para reporem as energias



  • Fale com outros pais que tiveram os seus filhos na Unidade. A partilha de sentimentos e lutas, ajudará muito a superar esta fase. O saber que não somos os únicos e que não estamos sós, é muito importante. É por isso conveniente rodear-se de pessoas que entendam o que se está a passar;
  • Explore as suas convicções religiosas e espirituais; use e abuse da sua fé para superar os momentos mais sinuosos;
  • Inicie um diário. Escreva o que sente, relate os acontecimentos relacionados com o seu bebé, pois um dia ele gostará de saber o que aconteceu. Tire fotografias, faça filmes, registe o momento;



    Jinc_02.jpg

    ...finalmente com 1 mês



    Celebre sempre que possa. Celebre as 10 g que o seu bebé ganhou, celebre o dia em que ele deixou o ventilador, celebre quando ele fizer um mês, celebre cada dia que passou, dê largas à sua alegria.



    cheguei-ao-kilo.jpg

    ...finalmente com 1 kg






    nascerprematuro
 

Luz Divina

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Hospitalização versus Pais



Hospitalização versus Pais



São diversas as necessidades dos pais no decurso da hospitalização do seu bebé, as quais poderão ser prontamente colmatadas pelo pessoal especializado que acompanha o seu bebé.




hospitalizacao-versus-pais.jpg



Assim, destaca-se a necessidade de:


  • estar com o seu bebé na unidade sempre que quiser;
  • informação frequente, exacta e sincera sobre o estado de saúde do seu bebé;
  • informação acerca das normas e políticas da unidade;
  • ser tratada/o como parte integrante da equipa que acompanha o seu bebé;
  • resposta às questões que coloca, mesmo que não seja a resposta que quer ouvir
  • reconhecimento das suas fragilidades, anseios e medos face à delicada situação porque está a passar.

Nesta relação que se estabelece entre os pais, a unidade de cuidados intensivos e o pessoal especializado (médicos, enfermeiros e auxiliares de saúde), são vários os pontos de stress que poderão ser criados, destaca-se:



  • o ambiente visual e sonoro da unidade;
  • o equipamento existente;
  • as injecções;
  • a repetitividade dos alarmes sonoros
  • a manipulação do bebé;
  • as alterações na rotina hospitalar e nos procedimentos habituais;
  • a discrepância nas informações fornecidas;
  • a saída de outros bebés hospitalizados na Unidade.




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Luz Divina

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Pais/Profissionais de Saúde



Pais/Profissionais de Saúde




No ambiente hospital e muito em particular numa Unidade de Cuidados Intensivos , os laços afectivos, entre pais e filhos, quase sempre são comprometidos em virtude, não só do longo período de internamento a que o bebé provavelmente estará sujeito, mas também, como consequência das rotinas impostas pela própria Unidade e obviamente pelas condições clínicas da mãe e do bebé, muito em particular se for um grande prematuro.

A primeira visita é sem qualquer dúvida a constatação da realidade em que se encontra o bebé. É um momento inesquecível para os pais, que se deparam não só com a aparência frágil e dependente do seu filho, mas também com um enorme aparato tecnológico que a ele está ligado.

O facto do bebé se encontrar na Unidade de Cuidados Intensivos leva a que os pais, quase que transformem, este local, na sua segunda casa (senão, primeira).

Estes pais têm obviamente necessidade de permanecer de forma assídua e contínua junto do seu filho, de o acompanhar, de o mimar.

Esta fase é extremamente dolorosa, pois além das enormes dúvidas que têm relativamente ao seu estado de saúde, o ambiente hospitalar (intensivo) que os rodeia, pouco ajuda a amenizar o desconforto, a angústia e o medo que sentem.

O papel dos profissionais de saúde envolvidos neste processo revela-se, assim extremamente importante, pois além de cuidarem do bebé, podem, com pequenas atitudes, atenuar o grau de ansiedade dos pais, permitindo que esta fase seja ultrapassada da melhor maneira possível.

É verdade que, por vezes, algumas atitudes/palavras, decorrentes do normal funcionamento da unidade, noutras circunstâncias, passariam completamente despercebidas, no entanto, face ao difícil momento que estes pais estão a passar, tudo e nada que se faça ou diga, poderá ser (erradamente) mal interpretado.

Assim, é exposto de seguida uma lista de algumas destas situações as quais podem ser facilmente ultrapassadas e resolvidas, com alguma sensibilidade, pelos profissionais de saúde envolvidos em todo este processo:

- No dia da primeira visita, deverá ser explicado de forma clara o que é uma Unidade de Cuidados Intensivos e qual deverá ser o comportamento dos pais nesse mesmo local, que cuidados deverão ter, o que podem ou não fazer, a quem se podem dirigir caso surja alguma dúvida, etc;

- O profissional de saúde deve perguntar aos pais como querem ser tratados. É prática comum nestes locais, de apelidarem, os pais, de mãe ou pai. Se para uns esta atitude poderá não ter significado, para outros poderá traduzir-se nalgum desconforto, afinal estes pais só o são dos seus filhos e de mais ninguém. Quanto muito, ao dirigir a uma mãe (ou pai), e caso não saiba o seu nome, chame-a (o) por mãe (pai) de..... (nome do filho);

- Quando se referir ao bebé, não o apelide de “meu bebé”. Na realidade, e em virtude dos pais não poderem, por questões clínicas, usufruir em pleno do seu bebé, poderão sentir ciúmes (infundados, obviamente, mas reais) os quais são, por vezes, difíceis de gerir.

Os profissionais de saúde nunca se poderão esquecer que em virtude do seu trabalho, têm como enorme privilégio o livre acesso ao bebé, não acontecendo o mesmo com os pais, daí estes estarem limitados no desempenho da sua afectividade;

- Promova, sempre que possível, o contacto entre os pais e o bebé. Mesmo em situações em que este contacto não possa ser directo, por razões clínicas, o profissional de saúde deverá motivar os pais a abordarem o seu filho, dando-lhes confiança e estímulo, explicando-lhes como é importante para o bebé, sentir a sua presença, a sua voz, o seu cheiro;

- Assim que a condição clínica do bebé o permita, incentive os pais a pegar nele, ensinando a forma correcta de o fazerem. Este momento é muito esperado pelos pais, mas também é, por vezes, assustador, devendo, assim ser dado o tempo suficiente, para que o primeiro contacto seja o menos stressante possível;

- Ensine os pais a lidarem com o seu filho, ajudando-os a detectar e a entender os seus sinais, a tratarem dele, quando for possível. Os pais necessitam de sentir que são efectivamente pais do seu bebé e de estarem à vontade nesse papel;

- incentive os pais a filmarem e a fotografarem o seu bebé. Durante o momento difícil que estão a viver, esta poderá parecer uma questão secundária, mas um dia mais tarde estes pais gostarão de possuir esses testemunhos de uma época ultrapassada;

- Se ocorrer um momento particularmente positivo e marcante e caso os pais estejam ausentes, registe esse momento. Hoje em dia todos os telemóveis têm câmara fotográfica;

- Incentive os pais a cantarem, a falarem e a contarem histórias ao seu bebé, assim como a decorarem a sua incubadora;

- É preciso ter consciência que todos os pais são diferentes e por isso reagem de maneiras diferentes. Seja perspicaz e sensível para lidar da melhor forma com cada um deles;

- É importante entender que também os pais têm “dias críticos”, seja por isso compreensivo;

- Assim que seja possível, permita que os pais forneçam a roupa para o seu bebé;

- Festeje com os pais os momentos positivos, quando o bebé atinge determinado peso, quando faz 1 mês, quando abandona o ventilador, etc

- Forneça informações claras e precisas relativamente ao estado de saúde do bebé, permita que os pais coloquem questões e seja amável e compreensivo, face à ansiedade que por vezes demonstram.





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Luz Divina

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A Família e os Amigos



A Família e os Amigos



Como é que os amigos e familiares podem ajudar


O carinho dos Avós


Finalmente chegou o dia do nascimento do tão desejado neto!


Mas a alegria que, à partida, preencheria em pleno o coração dos avós babados, passa a ser acompanhada por uma enorme preocupação, face à prematuridade com que o bebé veio e também por constatarem a angústia em que os seus pais se encontram, pelo bebé estar na Unidade de Cuidados Intensivos.

A ansiedade e a impotência sentida face à situação vivida, assim como, a dificuldade em tranquilizar os recentes pais, são algumas, das dificuldades, pelas quais inevitavelmente os avós vão ter de passar.

Assim, é importante que estes avós tenham consciência dos seguintes aspectos:


  • nos últimos anos, a medicina sofreu enormes progressos ao nível dos cuidados prestados a estes pequeninos. As suas perspectivas de vida são presentemente muito melhores, por isso não caia na tentação de se recordar do tempo, em que os seus filhos nasceram, pois não existe qualquer comparação possível;



  • como pais e também como avós, o vosso papel é importantíssimo, mesmo que se encontrem geograficamente afastados, podem, mesmo nestes casos, apoiar os novos pais nesta difícil etapa;



  • é importante que estejam atentos à forma como o seu filho (a) está a lidar com a situação e aceite as suas emoções incondicionalmente, mesmo que não sejam iguais às suas;



  • sejam pacientes e tolerantes, especialmente, nos dias mais críticos. Nunca se esqueçam que o seu filho (a) está sobre uma grande tensão emocional;



  • liberte-os de eventuais culpas que sintam. Na maioria dos casos não existem culpados num nascimento prematuro;



  • respeite as decisões que os pais tomam. Por vezes os pais têm de tomar decisões muito difíceis, independentemente da que for adoptada, foi a que consideraram mais adequada, afinal estes pais, só querem o melhor para o seu filho e tudo fazem nesse sentido. Por isso abstenha-se de qualquer crítica;



  • anime os novos pais, diga-lhes o quanto admiram a forma como amam e cuidam do seu bebé, incentive-os com palavras e gestos amáveis. Por vezes um abraço, um carinho valem ouro num momento difícil,



  • questione os pais relativamente à melhor forma de ajudarem demonstrando disponibilidade face a determinadas tarefas, nomeadamente domésticas, ir ao supermercado, ou cuidar e apoiar os outros filhos;



  • celebre o nascimento do seu neto (a), não se inibam, nem fiquem constrangidos em demonstrar alegria, mesmo que haja preocupação. Procedam como habitualmente actuam no seio familiar;



  • visitem o vosso neto (a), perguntem aos pais quando é mais oportuno efectuarem essas mesmas visitas. Não se esqueçam que vínculo afectivo entre os avós e os netos é muito importante e especial, afinal quem é que está sempre disponível para fazer as vontades todas ????



  • caso seja possível acariciem e mimem o vosso neto, dêem-lhe aquele colinho especial;



  • caso as normas da Unidade o permitam, disponibilizem-se para substituir, temporariamente, os pais no acompanhamento do seu bebé, incentivem os pais a irem almoçar fora, a estarem um tempo juntos para recarregarem baterias, enquanto os avós ficam a fazer companhia ao seu neto, todos ficam a ganham.




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Os Nossos Amigos


Quando os comentários doem…..



A chegada de um bebé é sempre acompanhado de grande alegria, no entanto, quando a mesma se antecipa, por vezes a reacção dos que nos são próximos é…inesperada.


Perante o nascimento prematuro e uma vez que se trata de uma situação cuja realidade é desconhecida pela maioria das pessoas, as tentativas de conforto apresentadas aos pais, caracterizam-se, num momento ou noutro, por alguma falta de sentido de oportunidade, magoando mais do que possa acalentar.


Na tentativa de tentarem desvalorizar a situação, e com as melhores das intenções, os pais podem ficar magoados, com alguns comentários, menos apropriados, que lhes são dirigidos.


Habitualmente, uma das frases mais demolidoras e também uma das mais utilizadas é: “Não te preocupes, cá fora cresce”.

Ora basta pensar um bocadinho….se assim fosse então todos os bebés deveriam nascer prematuros, para quê ficarem 9 meses de clausura, apertados numa barriga? Nasceriam todos de 6 meses, iam para casa administrava-se ao bebé um complexo vitamínico reforçado com calciferol (Vit. D), e tudo estaria descansado e resolvido!


Mas a realidade é outra, bem diferente e muito, mas muito mais complexa…


Estes bebés terão de enfrentar adversidades que não se resumem só ao seu crescimento, algumas muito complicadas, que podem inclusivamente comprometer o futuro do bebé.

É muito importante que se entenda que todo este percurso é feito de vitórias e derrotas, por isso seja solidário com os pais nesses diferentes momentos.


Quando os pais lhe mostrarem um filme, ou uma fotografia do seu bebé na Unidade de Cuidados Intensivos é natural que se sinta impressionado, não só com o tamanho do bebé, mas também com o “aparato tecnológico” que o rodeia.

Lembre-se, antes de dizer o que quer que seja, que o bebé é prematuro e por isso é pequenino e que todos aqueles fios e todas aquelas máquinas servem precisamente para o ajudar.

Ficar impressionado com tudo isto é perfeitamente compreensível, mas os pais também ficarão contentes se ficar impressionado com a força e com a garra que o seu bebé apresenta.


Também é comum, algumas pessoas demonstrarem uma curiosidade exagerada face a um bebé prematuro, na ânsia de verem algo de diferente! Pois descansem as vossas mentes estes bebés têm uma aparência idêntica aos bebés a termo, com todos os defeitos e virtudes que estes últimos podem apresentar.


Uma outra atitude errada reside no estabelecimento de comparações entre bebés. “ O bebé da Maria também tem três meses e tem o dobro do tamanho da Rita”.

Pois é…a Rita tem 3 meses de idade real, mas 1 mês de idade corrigida, nasceu de 7 meses…como é que um bebé com 1 mês poderá ter o tamanho de outro com 3 meses? Este tipo de comparações só serve para angustiar ainda mais os pais do bebé prematuro. Estes pais já sabem que os seus filhos são pequeninos, não é preciso relembrá-los constantemente.


Se és Amigo, apoia!



Assim, perante o nascimento prematuro do bebé é necessário em primeiro lugar conhecer um pouco esta realidade, por isso é importante, recolher alguma informação sobre o tema. Esta postura facilitará muito o apoio que possa dar aos pais.



  • Seja sensível face ao duro momento que os pais estão a viver, ter um bebé numa Unidade de Cuidados Intensivos é emocionalmente muito desgastante;


  • Não seja exagerado. Não dramatize, nem exacerbe o optimismo. Seja comedido nos comentários, por vezes, é melhor ouvir do que falar;


  • Disponibilize-se para ajudar, aliviando, a nova rotina que os pais tiveram que adoptar, como seja, idas ao supermercado, ir buscar à escolas outros filhos que existam, etc.


  • Não demonstre desagrado, só porque os pais não retribuíram uma mensagem que deixou no atendedor de chamadas. Não se esqueça que estes pais estão completamente absorvidos pela situação que estão a enfrentar e obviamente que agradecem a sua preocupação


  • Se pretender oferecer um presente, escolha-o com cuidado. Se optar por oferecer roupa, não escolha um babygrow para um bebé de 9 meses, só irá criar ansiedade nos pais. Existem lojas que vendem roupa adequada para bebés prematuros;


  • Quando o bebé for para casa, pergunte aos pais quando será oportuna uma visita. Entenda que nos primeiros tempos o bebé não poderá ter um contacto diversificado com pessoas. Seja paciente.


Não se esqueça que …Errar é Humano, se por acaso houver algum momento menos feliz, tenha a descontracção suficiente para corrigir esse erro, afinal você é um AMIGO!




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O Regresso a Casa



O Regresso a Casa



O momento da alta hospitalar traduz-se quase num segundo nascimento. Finalmente poder-se-á cuidar em pleno do bebé.



Outono/Inverno…cuidados redobrados!


Chegou o tão esperado momento… o bebé, que tantos dias passou numa Unidade de Cuidados Intensivos Neonatais, finalmente vai para casa.

A felicidade dos seus pais é enorme, mas os receios também são muitos…

E agora como vai ser, como é que o nosso bebé se vai comportar?

Quando é dada a alta hospitalar ao bebé que nasceu prematuro é porque o mesmo já se encontra recuperado, o que não quer dizer que esteja livre de qualquer risco!

Para um bebé prematuro, a chegada dos meses mais frios, implica obrigatoriamente um cuidado redobrado, pelas complicações que daí podem advir!

É por isso necessário estar bem informado acerca dos problemas que possam ocorrer, sendo a prevenção, a forma mais adequada de proteger o seu apressadinho.

Sistema Imunitário

Qualquer bebé necessita de protecção, pois é um ser vulnerável. No caso dos bebés prematuros, a imaturidade do seu sistema imunitário afigura-se mais evidente, onde é claro uma menor defesa face a infecções, em particular nos bebés nascidos antes da 35ª semana de gestação, uma vez que não houve a possibilidade de ser feita a transferência, via placentária, de anticorpos da mãe para o bebé.


O vírus Sincicial Respiratório (VSR)

Este vírus pode afectar qualquer pessoa, sem grandes complicações, mas no caso dos prematuros, pode originar um quadro respiratório bastante grave que importa prevenir.


O que se pode fazer

É possível prevenir as infecções destes pequeninos, mediante o cumprimento do plano de vacinação, onde se deve incluir a vacina contra o VRS (Synagis), assim como, a implementação, na rotina diária, de determinados hábitos, tais como:

- lavar as mãos antes de tocar no bebé;

- não permitir que se fume perto do bebé, preservando-o de ambientes potencialmente poluídos;

- evitar que o bebé tenha contacto com outras adultos/crianças potencialmente portadoras de alguma infecção;

- evitar manter o bebé em ambientes fechados, juntamente com outras pessoas, como é o caso de centros comerciais, transportes públicos etc.

- evitar que o bebé contacte com objectos (brinquedos por exemplo) utilizados por crianças que estejam doentes, devendo os mesmos serem lavados com frequência;

- lavar bem os utensílios do bebé, (biberões, pratos, etc.);

- proporcionar uma temperatura amena dentro de casa (nem muito frio, nem muito calor) promovendo simultaneamente o seu arejamento.






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Acompanhamento do Bébé



Acompanhamento do Bébé



Que cuidados se devem ter com o bebé.


Dicas



Este texto tem como principal objectivo orientar as mães relativamente a aspectos do desenvolvimento motor dos seus bebés, apresentando-se, de seguida, algumas dicas no que se refere à sua estimulação, mediante atitudes simples do dia a dia.


Desenvolvimento Motor Normal:




0-3 meses: Durante este período o bebé passa quase todo o tempo num "come e dorme", podendo, no entanto, serem aproveitados os momentos em que ele estiver mais acordado, para estimular a aquisição do controlo da cabeça, mediante a realização de exercícios de passagens. Sempre que o bebé estiver bem acordado tente deixá-lo de barriga para baixo, vai perceber que ele, algumas vezes, fará força com a cabecinha para cima, até ficar cansado e não tentar mais, este é o momento de parar!!



3-6 meses: Após os primeiros 3 meses, o bebé já vai interagir mais consigo e com o ambiente, então poderá usar os brinquedos para estímulo visual e notar que ele já responde melhor, seguindo os objetos com mais facilidade. Este é também o momento de estimular o controlo do tronco, "força na barriguinha", para issso basta brincar ao “serrador” (tãobalalão, cabeça de cão…..), puxando o bebé para se sentar, diminuindo cada vez mais os apoios.



6-9 meses: Chegou o momento de rolar! Sei que as crianças não gostam muito de ficar de barriga para baixo, mas é muito importante que fiquem, pois só assim vão ter estímulo para se virarem. Quando estiverem de barriga para cima, ofereça os pezinhos dele, o bebés irá fazer movimentos de "embrulhinho" até perceber que, fazendo isso, pode começar a rolar. Esta é uma óptima fase para brincar com ele , nomeadamente com a bola, ou no cavalinho; não se esqueça que o seu bebé está a ficar maiorzinho!



9-12 meses: Estimule o gatinhar, deixe o seu bebé na posição de gato o tempo que for necessário, é importante verificar se o bebé está com roupa confortável, de modo a não restringir os seus movimentos e escorregar. Nesta fase uma queda pode causar insegurança e fazer com que seu pequeno demore mais tempo para se soltar. Durante esta fase também, é importante fazer exercícios para aumentar a força nas pernas, deixar o bebé de frente para o sofá e em pé é óptimo, assim ele mais facilmente poderá explorar o mundo que o rodeia!



Resumindo:



0-3 meses: controlo da cabeça

3-6 meses: postura sentada sem apoio

6-9 meses: postura de gato e urso e início do gatinhar

9-12 meses: gatinhar e marcha independente


Nota: Salienta-se que as idades anteriormente referidas são meramente indicativas, os pais nunca devem esquecer que cada criança tem o seu "timing" de desenvolvimento próprio.




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Luz Divina

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Sabia que....



Sabia que....





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  • A Pediatria afirmou-se como especialidade médica, durante a segunda metade do século XIX?



  • Os cuidados neonatais modernos surgiram na França, em 1880, com a invenção da incubadora, idealizada por Tarnier?



  • No séc. IX, o médico francês Pierre Budin, foi o primeiro a escrever um livro sobre lactentes nascidos de partos prematuros e classificou as crianças em pequenas e grandes para a idade gestacional, tendo, igualmente, sido considerado o pai da neonatologista?



  • Budin juntamente com Stéphane Tarnier foram os responsáveis pela organização da primeira consulta para lactantes?



  • Budin vulgarizou a alimentação artificial com leite esterilizado?



  • A ventilação pulmonar foi descrita pela primeira vez por Hoerder, em 1909?



  • Julius Hesse e Evelyn Lundeen, em 1922 (Chicago) preconizaram a manipulação mínima do recém-nascido, a lavagem frequente das mãos e o uso de indumentária adequada e específica na unidade de cuidados do recém-nascido?



  • Foi fundamentalmente a partir da II Guerra Mundial que os pediatras se dedicaram ao estudo da prematuridade?



  • O método de avaliação do estado do recém-nascido ao 1.º ao 5.º minuto de nascimento foi desenvolvido por Virgínia Apgar, na década de 50?



  • Foi na década de 70 que se assistiu ao aparecimento das unidades intensivas neonatais?



  • Foi na década de 90 que se vulgarizou a utilização do surfactante?





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Luz Divina

GF Ouro
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Nascer prematuro





Nascer prematuro




Parto




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As horas decorrem numa luta constante contra várias complicações. Era bom que tudo passasse depressa, mas cada bebé prematuro tem o seu próprio tempo de evolução. Saiba quais os riscos e o que pode fazer para evitar um parto pré-termo.



Numa gravidez de gémeos não se estranham um parto prematuro nem baixo peso à nascença. Contudo, quando isso acontece numa gravidez “simples”, já não é bem assim.

Ninguém espera que o bebé chegue mais cedo, e o delicado e inesperado da situação, por vezes com sentimentos de culpa à mistura, deixa os pais numa confusão de emoções muito dolorosas.


De facto, é difícil pensar-se que gente tão pequena tem de lutar tanto, logo que nasce. “Imaginamos que lutar pela vida é coisa de gente grande.

Porém, para os bebés prematuros, é justamente no momento em que nascem e conhecem a vida que iniciam a luta contra a morte”, diz a brasileira Claudiana Cabral, mãe das gémeas Isabella e Beatriz, prematuras de 24 semanas de gestação.


A duração normal de uma gravidez é de 37 a 42 semanas. Quando os bebés nascem antes das 37 semanas consideram-se prematuros ou prétermo. O bebé prematuro nasce com uma imaturidade de órgãos e sistemas (respiratório, digestivo, metabólico, controlo de temperatura) que o torna mais vulnerável a determinados problemas e também mais sensível à luz e ao ruído.


Apesar do trabalho diário das equipas médicas são, sem sombra de dúvida, os pais que mais se desgastam física e psiquicamente. “Nenhum pai está preparado para lidar com tanta fragilidade, por isso a ajuda das equipas de neonatologia é fundamental também para eles”, explica o experiente pediatra Luís Pinheiro. Os riscos e as consequências de um nascimento prematuro são muito reais.


Os primeiros tempos na incubadora e o primeiro ano de vida são importantíssimos. Apesar da intensa investigação e dos enormes progressos da medicina, não estão esclarecidas as causas da prematuridade. Conhecem-se fatores de risco, mas há ainda descobertas por fazer.


O que se sabe é que, principalmente os nascidos antes das 35 semanas, ou que são muito pequeninos, precisam de atenções especiais e de cuidados extraordinários, para conseguirem amadurecer biologicamente e sobreviver fora do útero. Percebe-se que são muito frágeis e dependentes.

Muitos cabem na palma de uma mão. Para apoiar tantos pais e mães de prematuros foi criada uma associação, composta por outros pais que já conhecem bem o medo, os anseios e a incerteza do futuro dos seus filhos. Um site para anotar: xxs-prematuros


Insistir na prevenção


“Ser mãe de um prematuro é viver num mundo à parte, porque tudo é diferente. É viver um dia de cada vez, coisa que ninguém faz quando tem um filho em tempo normal”, relembra Claudiana Cabral. Infelizmente, não é possível adivinhar que gravidezes chegarão a bom termo ou saber se as que sofrem ameaças de interrupção chegarão ou não ao fim. A prevenção da prematuridade é um dos maiores desafios da obstetrícia.


As medidas preventivas disponíveis apoiam-se nas denominadas prevenções primária (identificação e tratamento dos fatores de risco), secundária (diagnóstico precoce do trabalho de parto prematuro) e terciária (intervenções para reduzir as principais complicações do nascimento prematuro).

A maioria dos esforços concentrase nesta última, com medidas que reduzem a mortalidade perinatal, mas a incidência dos nascimentos prematuros continua alta.


Por ano, nascem em Portugal 800 a 1000 bebés com menos de 1500 gramas. Destes, 80 por cento dos nascidos às 30 semanas não tem problemas de desenvolvimento, o que revela um grande avanço nos cuidados destes nascituros.

Como evitar um parto prematuro? Não há muitas certezas nas respostas. Um conselho do pediatra Luís Pinheiro: “boa vigilância na gravidez e... fazer figas. Muitas vezes a placenta não fornece os nutrientes necessários e a criança chega ao fim mais pequenina”.


Carinho e mais carinho



A neonatologia portuguesa está muito bem cotada mundialmente, situando-se ao nível de qualquer país desenvolvido. A fase da preocupação exclusiva em salvar vidas deu lugar a outro desafio: a qualidade de vida futura dos prematuros.

Porém, nem todos estes bebés apresentam os mesmos problemas, pois a gravidade depende da idade gestacional. O limiar da viabilidade de uma criança é de 24 semanas de gestação, já que, abaixo desse tempo, a sobrevivência é muito difícil. O peso e a maturidade influenciam o futuro e, quanto mais prematuro o bebé for, maior a probabilidade de complicações e sequelas.


O arsenal de equipamentos que rodeia os prematuros, para monitori monitorizar, ventilar e alimentar, é imprescindível para os cuidados exigidos. Intimidam mas são necessários para controlar parâmetros como a temperatura corporal, o batimento cardíaco, a respiração e a alimentação.

Claro que criam barreiras, mas depois da autorização médica os pais podem tratar e acarinhar melhor o bebé, fator mais do que importante para o seu crescimento. “Construímos um vínculo muito forte por olhares e toques.

Quando ela se deita de bruços, com a mãozinha em cima do rosto, já sei que quer dormir e quando ouve a minha voz, ela presta muita atenção”, diz, emocionada, Claudiana Cabral. Infelizmente esta mãe perdeu uma das gémeas, uma prematura extrema.


“Poucas horas depois de Beatriz morrer, a Isabella esboçou um sorriso e foi isso que me deu força para continuar.” Os pais têm um papel crucial no apoio e na estimulação destas crianças, muito importante também depois da alta médica.

Até o mercado infantil se atualizou e os brinquedos são previamente estudados e indicados para cada fase. Também aqui os médicos e enfermeiros são os melhores conselheiros, trabalhando com os pais por um objetivo comum.


Reduzir o risco...



Eis algumas atitudes capazes de reduzir o risco de um bebé nascer antes do tempo, segundo o Instituto Nacional de Saúde norte-americano:


- Não consumir álcool. Este pode ter efeitos muito nocivos, tais como atraso mental, dificuldade de aprendizagem e problemas de desenvolvimento, pois o organismo do feto tem uma capacidade muito lenta para eliminar as substâncias tóxicas que continuam presentes, afetando diretamente o desenvolvimento das células. Atenção também aos cigarros e medicamentos em geral;


- Adotar uma dieta equilibrada e nutritiva, rica em frutas e fibras, evitando ao máximo fontes de gordura saturada e de colesterol, carne gorda, pele de frango e molhos à base de creme de leite;


- Incrementar o aporte de vitamina B12 (presente em laticínios, carne magra, ovos e cereais), importante para o desenvolvimento do sistema nervoso e dos glóbulos vermelhos; Insistir na prevenção “Ser mãe de um prematuro é viver num mundo à parte, porque tudo é diferente. É viver um dia de cada vez, coisa que ninguém faz quando tem um filho em tempo normal”, relembra Claudiana Cabral. Infelizmente, não é possível adivinhar que gravidezes chegarão a bom termo


- Praticar exercício. Este fortalece a musculatura pélvica e ajuda o corpo da mãe a voltar à forma inicial, entre outras vantagens já conhecidas. A autorização pelo médico assistente é imprescindível;


- Ter a vacinação em dia, sendo melhor garantir a imunização antes de engravidar;


- Avisar o médico logo que saiba que está grávida. Isto pode parecer óbvio, mas há mulheres que só o fazem com a gravidez já “em andamento”. Com acompanhamento de especialistas, as doenças, infecções e outras disfunções são tratadas precocemente;


- Falar do histórico de saúde completo ao obstetra;


- Fazer um bom aporte de ácido fólico, vitamina essencial para proteger o feto de malformações no sistema nervoso, cujas necessidades não são supridas pelos alimentos.




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