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Berlinale dá triunfo a realizador iraniano que não considera prémio mensagem política

florindo

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Out 11, 2006
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O Festival de Berlim deu hoje o triunfo ao cineasta iraniano Asghar Farhadi, ao coroar o filme «Nader et Simin, une séparation» bem como o elenco de actores.

O realizador iraniano não considerou que os prémios constituissem uma mensagem política, de acordo com a agência noticiosa francesa AFP.

"Nader et Simin, une séparation", um drama familiar com uma intriga judicial em fundo, arrecadou o Urso de ouro da 61.ª edição da Berlinale e o elenco partilhou o Urso de prata para as melhores atrizes -- Leila Hatami e Sarina Farhadi -- e melhores atores - Peyman Moadi, Shahab Hosseini e Sareh Bayat.

Asghar Farhadi, nascido em 1972, já tinha vencido um Urso de prata de melhor realizador com o filme "A propos d'Elly", em 2009.

Num encontro com a imprensa depois da cerimónia de entrega de prémios, Asghar Farhadi apresentou-se «como um realizador, não um herói».

«Se eu dissesse algo de político quando recebi o prémio isso iria mudar alguma coisa? Mas o meu filme pode mudar alguma coisa», disse.

O realizador iraniano mostrou-se convencido de que o urso recompensou o filme e de que o júri não foi influenciado por elementos externos.

O realizador nascido perto de Isfahan, onde as autoridades iranianas proibiram as filmagens em Setembro passado durante algum tempo, evocou o seu país e o compatriota Jafar Panahi, realizador condenado no Irão, quando recebeu o prémio.

«Quero deixar umas palavras sobre Jafar Panahi. Penso verdadeiramente que os seus problemas ficarão resolvidos em breve e espero que possa vir aqui no próximo ano», sublinhou.

A Berlinale convidou Jafar Panahi para o júri e reservou-lhe um lugar que permaneceu vazio na cerimónia de abertura e na da entrega de prémios.

A presidente do júri, Isabella Rossellini, leu uma mensagem de Panahi na abertura do festival depois de um dia de homenagem que lhe foi prestada a 11 de Fevereiro, data da revolução iraniana.

Acusado de ter feito um filme sobre uma manifestação de opositores ao regime de Teerão em 2009, Jafar Panahi, de 40 anos, viu a justiça iraniana condená-lo a seis anos de prisão e à interdição de trabalhar durante 20 anos.

Recorreu da sentença, encontrando-se a aguardar uma decisão judicial na sua casa na capital iraniana.

Já o Urso de prata, ou grande prémio do júri, recompensou "Le cheval de Turin", um filme de duas horas e meia a preto e branco realizado pelo húngaro Bela Tarr.

A acção parte de um incidente traumatizante na vida do filósofo alemão Friedrich Nietzsche para contar a história de dois camponeses e do cavalo destes. Este filme aborreceu o público mas a crítica saudou o «estilo magnífico e a visão sem compromisso».

A Berlinale distinguiu ainda um compatriota ao atribuir o Urso de prata de melhor realizador a Ulrich Koehler pelo filme "La Maladie du sommeil".

Filmado nos Camarões, o filme interroga a capacidade de integração dos homens ao relatar a história de um alemão incapaz de se despegar de África.

Ulrich Koehler, que cresceu no antigo Zaire (República Democrática do Congo), agradeceu aos pais por lhe terem proporcionado uma infância em África.

«Quero agradecer aos meus pais por nos terem oferecido, quando éramos crianças, uma vida tão livre e apaixonante», disse.

Jornal de Notícias
 
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