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Transtornos da infância precoce e primeira infância - o sono

Luana

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TRANSTORNOS DA INFÂNCIA PRECOCE E PRIMEIRA INFÂNCIA - O SONO


Existem diversos transtornos emocionais que qualquer ser humano está sujeito a ter, inclusive as crianças e adolescentes. O tratamento adequado desses transtornos de forma e em época adequadas, proporciona não só às crianças e adolescentes um melhor desenvolvimento, senão também à família e, em última instância, à sociedade.

O contacto precoce íntimo da criança com a mãe, imediatamente depois do nascimento terá um significado emocional muito grande para o futuro emocional da pessoa.

Os gestos e carinhos com que a mãe toca seu filho recém nascido, a conversa simbólica cujo significado é mais sentido que compreendido pela criança, a sensação tranqüilizadora que a criança sente quando sente seu corpo junto ao corpo da mãe, quando capta os batimentos cardíacos no peito da mãe são experiências afetivas primordiais que ficarão eternamente presentes no perfil afetivo dessa criança.

Esta etapa de relacionamento afetivo íntimo mãe-bebê tem sua influência mais marcante entre os 3 e 10 anos (da infância precoce até a idade escolar, ou primeira infância). E nessa etapa as crianças necessitam do relacionamento afetuoso com os adultos, de um contacto que estimule segurança, confiança e proteção.

Alterações no relacionamento mãe-filho nessa faixa etária podem ter conseqüências danosas ao desenvolvimento infantil e seqüelas que podem se perpetuar ao longo da vida adulta. Essas conseqüências dependerão da época (quanto mais precoces piores), das características afetivas inatas da criança, da personalidade da mãe e das circunstâncias desse relacionamento.

Transtornos do sono - De 0 a 1 ano

Cada criança possui um ritmo próprio de sono que, habitualmente, não precisa coincidir com o ritmo que a mãe ou os parentes desejam. Antes de 1 ano, satisfeitas as necessidades fisiológicas (fome e sede) e quando não existem outros problemas (cólicas, frio, calor...) o bebê rapidamente dorme. Isso confirma que o sono é intimamente relacionado à saciedade, pois, durante os primeiros meses, o despertar está estreitamente vinculado à sensação de fome e o adormecimento à sensação de satisfação.

Ao passar do primeiro para o segundo ano a vigília vai se tornando cada vez mais freqüente, pois começam a se ampliar os interesses das crianças, tornando-as mais ativas. O ritmo habitual do sono pode estar comprometido quando existem dificuldades em relação à alimentação ou com dificuldades de relacionamento.

No primeiro trimestre as dificuldades em conciliar o sono podem ser causadas por vários fatores:

Inadequação do regime alimentar.

Incompatibilidade dos horários da criança com os horários da mãe.

Falta de estímulos em geral.

Superestimulação capaz de provocar hiperexcitabilidade.

Ausência de contacto materno.

Personalidade hiperativa da criança.

Falta de um ambiente mais acolhedor e tranqüilo.
Transtorno de Associação (veja na coluna ao lado).

Transtornos do sono - De 1 a 2 anos

Algumas vezes os transtornos do sono começam no segundo ano de vida. Nessa fase a criança se excita com todas novidades e possibilidades (engatinhar, andar, pegar...)

A partir daí, dormir já não é somente uma resposta automática às necessidades fisiológicas, uma vez que a criança precisa abstrair-se de seus interesses para poder dormir. Pode produzir-se, nesta fase, um grau importante de ansiedade, fazendo com que a criança tente manter-se acordada por todos os meio.

Também nessa fase a criança começa a se utilizar de todos os meios para manter sua mãe por perto, tais como o choro, birras, manhas, etc. Para pegar no sono é necessário alguns rituais, como canções de ninar, balanços, sucção do peito materno, recorrer a objetos aconchegantes, tais como bixinhos de pelúcia, mantas de lã, paninhos, etc.

Entre os fatores externos capazes de provocar ansiedade e, conseqüentemente perturbar o sono, os principais são a irregularidade dos horários, ambientes barulhentos e agitados e a soperestimulação por parte dos pais e parentes.

Transtornos do sono - De 2 a 5 anos

A quantidade de horas que a criança dorme, assim como a profundidade do sono e sua distribuição durante as 24 horas do dia, depende das diferentes etapas do desenvolvimento, pois a evolução do sono é paralela ao processo de maturação cerebral e funcional do organismo.

A possibilidade de separação da mãe ao ir para a cama é um dos motivos que interferem no sono durante o segundo ano. Se a estimulação durante a vigília não é adeqüada e não há uma boa relação mãe-filho, o sono não será de boa qualidade. Mas, de modo geral, entre os 3 e 5 anos o sono tende a se normalizar, embora possam haver alguns episódios de despertar no meio da noite, pedir para dormir com os pais, ter sonhos desagradáveis, etc. Nessa fase as crianças recusam dormir de dia.

Também nessa época a criança experimenta o medo e a angustia de forma combinada. Os medos podem ser bastante freqüentes, incluindo o medo do escuro, medo de ficar sozinho, medos sobrenaturais, de animais. Por isso é comum que as crianças peçam alguma luz acesa, normalmente do corredor, ou que tenham um interruptor à mão ou, quando for mais sério o medo, pedem para dormir ou adormecer com as mães.

Os medos se acalmam com a presença dos pais e, com o tempo, acabam por desaparecer. Por isso é importante que os pais compreendam e tranqüilizem a criança.

Paola Gavilán Massa fala dos rituais e automatismos que aparecem nessa idade. Esses rituais servem para tranqüilizar a criança, facilitando para que pegue no sono. Algumas crianças chupam o dedo (polegar, quase sempre), outros só conseguem dormir com algum objeto, como por exemplo, uma almofada, bixinhos de pelúcia, paninho, etc.

Terror Noturno

Um episódio de terror noturno se caracteriza pela criança que acorda gritando, gesticulando e chorando. Ela se agita pedindo ajuda aos pais na tentativa de se livrar das fantasias que o atacam.

Segundo o DSM.IV, a característica essencial do Transtorno de Terror Noturno é a ocorrência repetida de terror durante o sono, representada por um despertar abrupto, geralmente começando com um grito de pânico. O terror noturno habitualmente inicia durante a primeira terça parte do principal episódio de sono e dura cerca de 1 a 10 minutos. Os episódios são acompanhados por excitação autonômica e manifestações comportamentais de intenso medo. Durante um episódio, é difícil despertar ou confortar o indivíduo mas, se a pessoa é desperta após o episódio de terror noturno, nenhum sonho é recordado, ou então existem apenas imagens fragmentadas e isoladas.

Os episódios de terror noturno para ser considerados Transtorno de Terror Noturno, devem causar sofrimento clinicamente significativo ou prejuízo no funcionamento social ou ocupacional. Nas crianças, assim como em adultos, podem ocasionar um “dia seguinte” cansativo e extenuante.

Durante um episódio típico de Terror Noturno, a pessoa se senta abruptamente na cama gritando, com uma expressão aterrorizada e sinais autonômicos de intensa ansiedade, como por exemplo, taquicardia, respiração rápida, rubor cutâneo, sudorese, dilatação das pupilas, tônus muscular aumentado. Geralmente a pessoa não responde aos esforços dos outros para despertá-la e, se despertada, mostra-se confusa e desorientada por vários minutos.

Quando os pais acodem a criança esta demora a ter noção clara do que se passa, permanecendo meio dormindo ainda por alguns momentos, por isso pode não reconhecer de pronto as pessoas e dizer coisas incompreensíveis. Quando acorda totalmente, vendo os pais ao seu lado, tranqüiliza-se.

Sonambulismo

A característica essencial do Transtorno de Sonambulismo são os episódios repetidos de comportamento motor complexo, iniciado durante o sono, incluindo levantar-se da cama e andar. Durante esses episódios, a pessoa apresenta uma redução do estado de alerta, um olhar vazio e uma relativa ausência de resposta à comunicação com outras pessoas.

Quando o sonâmbulo é desperta na manhã seguinte, pode ter uma recordação precária do episódio. Após o episódio, quando é despertado, pode haver um breve período de confusão ou dificuldade para orientar-se.

Os episódios de sonambulismo podem incluir uma variedade de comportamentos, desde simplesmente se sentar na cama, olhar em volta ou remexer no cobertor ou no lençol ou até se levantar, ir ao banheiro, sair do quarto, subir ou descer escadas, comer, falar e mesmo sair de casa. Os sonâmbulos podem ainda falar ou até mesmo responder a perguntas, mas seu discurso é relativamente confuso. Não é raro que essas pessoas respondam solicitações de outros para cessarem suas atividades e voltarem para a cama.

Particularmente na infância, o sonambulismo também pode incluir um comportamento inadequado, como por exemplo, urinar em um armário, na sala, etc. A maior parte dos episódios dura de alguns minutos a meia hora e podem terminar espontaneamente.

A criança sonâmbula se levanta durante a primeira parte da noite, agindo automaticamente, com os olhos abertos, olhar fixo e movimentos inseguros. Depois de andar algum tempo, costumam voltar à cama ou se deixam levar facilmente por qualquer pessoa. A idade de aparecimento do sonambulismo se dá entre os 7 e 8 anos, com mais freqüência em meninos.

Pesadelos

O DSM.IV fala de Transtorno de Pesadelo, cuja característica é a ocorrência repetida de sonhos assustadores que levam ao despertar. A pessoa com pesadelos torna-se plenamente alerta ao despertar, ao contrário dos sonâmbulos. Os pesadelos tipicamente ocorrem em uma seqüência onírica extensa e elaborada, sendo altamente indutores de ansiedade ou aterrorizantes. O conteúdo do sonho focaliza, mais comumente, um perigo físico iminente, perseguições, ataques, ferimentos, morte. Em outros casos, o perigo percebido pode ser mais sutil, envolvendo fracasso ou embaraço social, como estar em situação vexatória, nu, mal vestido, enfim, qualquer situação traumática para (e só para) a pessoa que sonha.

Ao despertar, pessoa com pesadelos podem descrever detalhadamente a seqüência e o conteúdo do sonho.

As criança com pesadelos a criança se mexe muito, geme e termina por acordar explicando aos pais os terrores pelos quais passou. Elas são prontamente tranqüilizadas, embora algumas vezes têm medo de voltar a dormir. Normalmente os pesadelos são expressão da ansiedade, concretizada em imagens dos sonhos que a criança vive como reais.

 
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