Banif arranca hoje com oferta de acções e obrigações para encaixar 320 milhões de euros
Oferta pública de subscrição de acções e obrigações arranca esta segunda-feira e faz parte do plano de recapitalização do banco. As acções podem ser subscritas a 0,01 euros cada uma e os títulos de dívida pagam um juro anual bruto de 7,5%.
Arranca esta segunda-feira mais uma etapa do plano de recapitalização do Banif, que contempla uma venda a todos os investidores de 10 mil milhões de novas acções, mais 225 milhões de obrigações, que só podem ser subscritas por quem for accionista.
De acordo com o prospecto da operação, publicado no site da CMVM, esta é a segunda operação da segunda fase do plano de recapitalização do Banif, sendo que a primeira correspondeu ao aumento de capital de 100 milhões de euros concretizado a 26 de Junho, que permitiu reduzir a posição do Estado para 86,8%.
A primeira fase deste plano passou pela injecção de 1,1 mil milhões de euros em dinheiros públicos no banco liderado por Jorge Tomé, sendo que a segunda passa por reembolsar parte do capital injectado pelo Estado.
Depois de angariados os primeiros 100 milhões de euros junto de investidores privados, esta operação que hoje arranca tem como objectivo um encaixe de 319,683 milhões de euros. Através da venda de 10 mil milhões de euros o banco pretende encaixar 100 milhões de euros, sendo que com a emissão de 225 milhões de obrigações (com um preço do subscrição de 1 euro cada uma) o valor a encaixar será de 225 milhões de euros. O encaixe líquido com as duas operações, se forem concluídas com sucesso, será de 319,683 milhões de euros, pelo que o banco pagará mais de 5 milhões de euros em comissões.
Emissão de acções até 19 e Julho
A oferta pública de subscrição (OPS) das 10 mil milhões de novas acções arranca hoje, 8 de Julho e termina a 19 de Julho, sendo que os resultados da oferta serão apurados a 22 de Julho e as novas acções deverão ser admitidas à negociação na bolsa a 31 de Julho.
A OPS é aberta a todos os investidores, uma vez que os accionistas prescindiram em assembleia geral do seu direito de preferência, pelo que ao contrário de outras operações do género, não serão transaccionados em bolsa os direitos de subscrição de acções.
O preço de subscrição das acções é de 0,01 euros, montante igual ao pago pelo Estado pela compra das acções na operação de recapitalização do banco, bem como na mais recente operação de reforço de 100 milhões de euros.
BES pode ficar com 2,76% do Banif
Tal como estava previsto desde o início da operação de recapitalização do Banif, o Banco Espírito Santo (BES) participa nesta operação de reforço de capital, tendo assumido o compromisso de assegurar a colocação, por subscrição directa ou por subscrição por terceiras entidades por si designadas, de até um máximo de 2.500.000.000 acções.
Caso as venha a subscrever directamente, o BES vai injectar 25 milhões de euros no Banif, ficando com 2,760% do capital social e 3,841% dos direitos de voto.
Por assumir este compromisso, o BES receberá uma comissão de 750 mil euros, mas essa “comissão será devida apenas se a OPS de acções for realizada”.
Aumento de capital só se obrigações forem também colocadas
A OPS de acções e a OPS de obrigações estão relacionadas, uma vez que a primeira só se concretizará se a segunda for concluída com sucesso. “A OPS de Acções encontra-se dependente da realização da OPS de Obrigações, pelo que, caso a OPS de Obrigações não se possa concretizar, a OPS de Acções ficará sem efeito”, alerta o prospecto.
Além desta condicionante, só poderá participar na subscrição de obrigações quem for accionista do Banif ou tiver participado na OPS de acções.
A OPS de Obrigações é reservada aos “Accionistas do Banif para efeitos da OPS de Obrigações”, podendo subscrever até 3 obrigações por cada 100 acções representativas do capital social do Banif detidas ou subscritas e realizadas no âmbito da OPS de acções à data da liquidação financeira da OPS de Acções, ou por cada 100 VMOCs detidos a essa data”, refere o prospecto da operação, acrescentando que cada um dos investidores poderá subscrever “até ao limite máximo de 30.000.000 obrigações, correspondente ao montante máximo de 30 milhões de euros por subscritor”.
Obrigações pagam juro bruto de 7,5%
As 225 milhões de obrigações têm um preço de subscrição e 1 euro cada uma, pelo que um investidor que aplique 1 euro no aumento de capital pode investir no máximo 3 euros na compra destes títulos.
As obrigações, com uma maturidade de três anos, pagam uma taxa de juro anual nominal bruta de 7,50% a cada semestre. De acordo com o Banif a taxa de rendibilidade efectiva anual ilíquida de impostos é de 7,634%, enquanto a taxa líquida é de 5,468%.
O período de arranque da subscrição das obrigações só tem início depois do fim do período de subscrição das acções. Assim, arranca a 24 de Julho e termina a 26 de Julho, sendo que os resultados da operação serão apurados a 29 de Julho.
Fonte: Jornal de Negócios