Mig-15
O MiG-15 foi o primeiro caça a jacto a entrar em combate com forças aéreas Ocidentais, na guerra da Coreia. Embora o primeiro MiG-15 em operação tenha sido o MiG-15SV, o mais significativo dos MiG-15 foi o MiG-15Bis, que foi o resultado de melhoramentos introduzidos na versão inicial de produção do MiG-15SV, equipado com um motor britânico Rolls Royce RB-41. O «BIS» estava equipado com um motor VK-1, um RD-45F melhorado (este último uma cópia melhorada do motor Rolls Royce RB-41), com uma potência cerca de 20% superior.
O primeiro MiG-15bis modificado voou pela primeira vez em Setembro de 1949 e estava equipado com um canhão de 37mm (N-37) e dois canhões de 23mm (NS-23KM). Também tinha pontos fixos com capacidade para transportar duas bombas de 50 kg ou 100 kg. Quando começou a guerra na Coreia, com um ataque por parte da Coreia do Norte contra o sul, tudo parecia correr bem nas primeiras semanas, mas o envio de reforços por parte dos Estados Unidos, levou a que o ataque apoiado pelos soviéticos resultasse num desastre. Um contra-ataque fortemente apoiado pela aviação americana, recuperou todo o território perdido, pertencente a Coreia do Sul, e ainda ocupou quase toda a Coreia do Norte.
A resposta soviética, incluiu o envio para o campo de batalha do caça MiG-15. O aparecimento desta nova aeronave apresentou sérios problemas para a Força Aérea dos Estados Unidos, pois a sua agilidade e qualidades, mostraram ser superiores às dos caças a jacto que os norte-americanos tinham utilizado durante a primeira fase da guerra: os F-80C «Shooting Star». Ainda que no dia 8 de Novembro de 1950 os F-80 tenham levado a melhor, os pilotos americanos afirmaram que dificilmente poderiam enfrentar o MiG, principalmente por causa da sua enorme velocidade em atingir altitude com mais rapidez. Os americanos viram-se forçados a enviar para a Coreia o seu caça mais recente, o F-8 A «Sabre», mas mesmo essa aeronave não demonstrou uma clara superioridade sobre o Mig 15, que manteve a vantagem da agilidade. No entanto, a superior resistência do equipamento e o treino mais eficiente, garantiram a superioridade aérea americana sobre a Coreia do Sul, embora não a tenham conseguido garantir de forma absoluta no norte. Embora o MiG-15 fossem considerado superior ao seu congénere americano, na verdade a sua qualidade de fabrico deixava muito a desejar. Durante a Guerra da Coreia, os superiores MiG-15 foram derrotados pelos F-86 americanos que no papel eram inferiores. A proporção de aeronaves abatidas foi de sete aviões russos abatidos por cada avião americano. Muitas vezes a desproporção foi atribuída à péssima formação dos soviéticos, no entanto há imensos relatos de pilotos soviéticos considerados ases da aviação que foram abatidos por pilotos regulares americanos.
É também importante frisar que durante o conflito, especialmente na primeira fase, vários países do bloco soviético enviaram pilotos para a Coreia para treino, dado se considerar que a vitória era certa. Além dos pilotos dos países do Pacto de Varsóvia também pilotaram os Mig-15, pilotos chineses. Entre as explicações avançadas para as vitórias americanas está a superior qualidade do radar acoplado ao sistema de pontaria do F-86, que permitia às metralhadoras 12.7mm do avião americano destruir os Mig-15 a distâncias de quase 3000 metros. Esta tese no entanto, não é do agrado dos pilotos, que consideram que atribuir a diferença ao sistema de armas e não ao piloto é uma forma de reduzir a importância do factor humano no resultado do conflito. O Mig-15 foi igualmente fabricado sob licença na Polónia (cerca de 500 produzidos como Lim-2S) e na Checoslováquia (620 produzidos pela Aero Vodochody como S.103s).