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Aves Extintas no Mundo

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Desde 1500, mais de 190 espécies de aves tornaram-se extintas, e essa taxa de extinção parece estar aumentando. A situação é exemplificada pelo Havaí, onde viviam originalmente 30% de todas as espécies hoje extintas. Outras áreas, como Guam, foram bastante afectadas; Guam perdeu mais de 60% de suas espécies nativas nos últimos 30 anos, muitas das quais por causa da introdução da serpente Boiga irregularis. Actualmente existem no mundo, aproximadamente 10.000 espécies de aves, e 1200 delas são ameaçadas de extinção. As de maior risco são as aves naturais das ilhas e outras que não podem voar.
 

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Dodó

O Dodó era uma ave não voadora, que evoluiu a partir de um pombo, e que vivia na costa leste da África, nas ilhas Maurícia, Reunião e Rodrigues, no Oceano Índico. Existiam 9 subespécies diferentes, sendo que todas foram extintas. Sem predadores cresceu até um metro de altura e perdeu a capacidade de voar. Vivia pacatamente, alimentava-se de plantas e frutos e nidificava no solo. Em 1505 chegaram os primeiros portugueses à Ilha Mauricia e baptizaram a ave de "Doudo" ou "Doido" por não oferecer resistência à captura. A ilha foi também povoada por outros povos, por macacos, cães, gatos e ratos, que destruíam os seus ovos. O Dodó extinguiu-se em 1681. Este enorme pombo não voador tinha asas curtas e bico longo e pesado. O dodó era uma excelente fonte de alimentação, pesando entre 13 a 25 kg. As primeiras descrições conhecidas destas aves foram feitas pelos holandeses, que chamaram o pássaro mauriciano de walghvogel ( "pássaro chafurdador" ou "pássaro repugnante"), em referência ao seu gosto. Embora muitos escritos posteriores digam que a carne era ruim, os primeiros jornais apenas diziam que a carne era dura, mas boa, embora não tão boa como a dos pombos, abundantemente disponíveis. O nome walgvogel foi usado pela primeira vez na revista do vice-almirante Wybrand van Warwijck que visitou a ilha em 1598 e denominou-a Maurícia. O último dodó foi morto em 1681, e não foi preservado nenhum espécime completo, apenas uma cabeça e um pé (o que restou dum espécime num museu na Inglaterra após um incêndio).
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Boas Notícias!

Recentemente os cientistas descobriram que uma espécie de árvore da ilha Maurícia estava desaparecendo. Só existiam 13 exemplares em toda a ilha, e tinham mais de 300 anos. Nasceram na época em que os últimos dodós estavam sendo mortos. Descobriu-se que os dodós comiam as sementes da árvore, e só quando as sementes passavam pelo aparelho digestivo dos dodós é que ficavam activas, podendo crescer. Ao fim de algum tempo descobriu-se que era possível conseguir o mesmo efeito se as sementes fossem comidas por perus. A árvore foi salva e agora é conhecida por árvore-dodó. Um novo estudo genético descobriu que o dodó descende de uma espécie de pombos migradores. Os pombos instalaram-se na ilha e teriam evoluído para uma ave muito maior e sem capacidade de voar, devido ao facto do alimento ser encontrado em abundância no solo e falta de predadores naturais. Pesquisas científicas actuais visam um dia poder recuperar espécies de animais como Tigre da Tasmânia e o próprio Dodó, através da recuperação do material genético desses animais por meio de plantas e restos orgânicos.
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Reconstituição do Dodó que reflecte
a sua aparência física no Museu de
História Natural da Universidade de Oxford
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Reconstituição do Dodó que reflecte
a sua aparência física no Museu de
História Natural de Londres.
 
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Pato-de-Cabeça-Rosa

O pato-de-cabeça-rosa (Rhodonessa caryophyllacea) é uma ave da espécie anseriforme extinta, que vivia nas margens alagadas e pantanosas dos rios Ganges e Brahmaputra, na Índia e Bangladesh. A espécie foi descrita pela primeira vez em 1790 e desapareceu em 1936. O pato-de-cabeça-rosa media em média 60 cm de comprimento e tinha asas com 25 cm em média. A sua principal característica era a cabeça e parte posterior do pescoço em tons de cor-de-rosa claro, com uma risca mais escura sob a testa. O resto da plumagem era castanho-chocolate, com a ponta das asas em branco amarelado. A espécie apresentava dimorfismo sexual, tendo as fêmeas plumagem mais baça e cabeça rosa claro esbranquiçado. Tinha olhos encarnados, patas altas de cor negra e o pescoço e bico eram relativamente compridos e elegantes. O pato-de-cabeça-rosa tinha hábitos diurnos e passava a maior parte do seu tempo nadando em busca de alimento. A alimentação era omnívora e baseava-se em moluscos, pequenos crustáceos e vegetação aquática. Embora preferisse a superfície, este pato era também capaz de realizar curtos mergulhos. A época de reprodução tinha lugar entre Abril e Maio. Os patos-de-cabeça-rosa construíam ninhos circulares com quase dois metros de diâmetro, em zonas de vegetação densa perto da margem do rio. As posturas continham entre 5 a 10 ovos amarelados de formato esférico, com cerca de 4 centímetros de diâmetro. O declínio dos patos-de-cabeça-rosa começou no fim do século XIX e deve-se à intervenção humana. Apesar de não ser considerada uma especialidade gastronómica, a espécie era uma ave cinegética popular devido à sua aparência exótica e foi caçada em grande número pelos colonos britânicos estabelecidos na Índia e Bangladesh. O aumento da densidade populacional nas zonas do seu habitat impôs também pressão sobre a espécie. Por volta de 1900 os patos-de-cabeça-rosa eram já considerados raros. Um dos últimos registos visuais foi feito em 1925, mas no fim dos anos vinte foram caçados três pares vivos de patos-de-cabeça-rosa, que foram levados para uma propriedade particular no Surrey, Reino Unido. Estes animais sobreviveram bem em cativeiro mas não se reproduziram. O último morreu em 1936.
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Arau-Gigante ou Pega-Gigante

O arau-gigante ou pega-gigante é uma ave, classificada na ordem Ciconiiformes (anteriormente Charadriiformes), extinta em 1852 devido à caça excessiva. O arau-gigante era um alcídeo não voador que habitava as ilhas do Atlântico Norte, nas costas do Canadá, Gronelândia, Islândia, Noruega, Irlanda e Grã-Bretanha. Há evidências que algumas populações tenham, pelo menos, visitado a costa da Florida, nos Estados Unidos da América. O nome genérico, Pinguinus, tem origem no galês pen gwyn, o seu nome comum nas Ilhas Britânicas, que significa cabeça branca. Quando os pinguins foram descobertos, no início das explorações do Hemisfério Sul, os navegadores notaram a sua semelhança de aspecto geral e modo de vida com o arau-gigante e deram-lhes o mesmo nome. Não há, no entanto, nenhuma ligação filogenética entre araus e pinguins, excepto que são ambas aves ciconiformes. O arau-gigante era o maior do grupo dos alcídeos, com cerca de 75 cm de comprimento e um peso de 5 kg, um peso relativamente elevado para uma ave do seu tamanho e possível apenas porque era não voador. A sua plumagem era brilhante, branca e negra, com as maiores penas de voo, medindo apenas cerca de 10 cm, insuficientes para voar. Os pés eram pretos, bem como os dedos que estavam unidos por uma membrana interdigital de cor castanha. O bico era também negro, com riscas transversais brancas. A cabeça era predominantemente preta, com manchas de plumas brancas entre o bico e olhos. O arau-gigante não voava mas era um excelente nadador subaquático, propulsionado pelas asas, convertidas em barbatanas. A sua fonte de alimentação era peixes de tamanho médio, até cerca de metade do seu comprimento total. Os seus principais predadores eram cetáceos e aves de rapina. Em terra o arau-gigante não conhecia predadores e como tal, movimentava-se lentamente e não tinha receios inatos. A época de reprodução tinha lugar no Verão e os juvenis chocavam por volta de Junho. Cada casal de araus-gigantes incubava apenas um ovo, amarelado e ponteado de negro, por ano. O desaparecimento do arau-gigante deve-se apenas à intervenção do homem. Há evidências arqueológicas da caça da espécie na costa do Labrador datadas do século V a.C. e registos históricos desde pelo menos o século VIII. O arau-gigante era procurado como fonte de carne, pelos seus ovos e plumas, mas este tipo de caça não afectou a sua população em termos globais. Com o advento da exploração marítima do Atlântico Norte, o homem passou a caçar os araus-gigantes em toda a extensão do seu habitat e nas suas colónias de nidificação. Em terra, era particularmente vulnerável, dada a sua incapacidade de voar e falta de medo de humanos. A sobre-exploração do arau-gigante colocou a espécie em perigo de extinção entre os séculos XVIII e XIX. Porém, a mentalidade da época tinha uma perspectiva diferente sobre como abordar uma espécie ameaçada. No auge do entusiasmo com o naturalismo, os ovos e exemplares de arau-gigante tornaram-se num item muito apreciado por coleccionadores, o que aumentou ainda mais a pressão sobre as suas populações. O último casal foi caçado em Julho de 1844, numa ilha ao largo da Islândia. Restam cerca de 80 ovos e outros tantos exemplares em museus e colecções particulares.
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Arara-Vermelha-de-Cuba

A Arara-Vermelha-de-Cuba (Ara tricolor) está extinta desde fins do século XIX. Vivia na Ilha de Cuba. Tinha cerca de 50 cm de comprimento, sendo um dos menores membros do género Aras. Tinha plumagem predominantemente vermelha, com tons amarelo e laranja na parte posterior da cabeça, e laranja na parte inferior do corpo. Tinha penas azuis nas asas e cauda. Machos e fêmeas tinham o mesmo aspecto. Em princípios do século XIX ainda era uma ave comum em Cuba. Mas com o aumento da ocupação humana houve um desflorestamento generalizado de seu habitat, levando a uma queda populacional. Também foi caçado para alimentação apesar da carne não ser de qualidade. Os ninhos também foram pilhados seja para o uso dos ovos na alimentação, seja para o aprisionamento de espécimes jovens para tê-los como animais de estimação. Em meados do século XIX só sobreviviam em áreas remotas. As causas de sua extinção são a degradação de seu habitat e a caça excessiva. Ao que parece o último espécime foi capturado em 1864, havendo relatos de que existiram alguns poucos espécimes até 1885.
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Avestruz-Árabe

A Avestruz-Árabe (Struthio camelus syriacus) vivia em planícies semi-desérticas e desertos do Médio Oriente, no Kuwait, Jordânia, Síria, Israel e sul da Península Arábica. Era semelhante ao Avestruz-Norte-Africano (Struthio camelus camelus), mas tinha dimensões diferentes. Seu tamanho era em torno de 390 a 465 mm. Punha de 12 a 15 ovos em ninhos pouco protegidos. Os ovos do Avestruz-Árabe tinham uma casca muito fina, o que facilitava a vida dos predadores na hora de quebrá-los. Há milhares de anos já haviam registos da espécie, como se comprova através de uma escultura retratando uma família de avestruzes, na Arábia Saudita, que data de cerca de 2000 A.C.. A espécie foi descrita já na Antiguidade, e em tratados de naturalistas árabes medievais. Era conhecida então como Ave Camelo. Era caçado apenas por nobres, por causa da sua carne, couro e penas, que serviam de objecto de troca no comércio com a China. No século XX tornou-se uma ave muito rara. Durante a Primeira Guerra Mundial, foram introduzidas armas e automóveis no seu habitat, levando a uma diminuição considerável da população, devido à caça excessiva. Na década de 1920 o Jardim Zoológico de Londres fez uma última tentativa de recuperar a espécie. Comprou um conjunto de ovos que foram posteriormente enviados a Londres, para uma tentativa de incubação artificial que não teve sucesso. As causas da extinção da espécie foram a degradação de seu habitat e a caça excessiva. O último Avestruz-Árabe pode ter sido morto em 1941, tornando-se depois a refeição do caçador. Mas em 1966 foi encontrada uma fêmea morta na Jordânia, ao que parece morta nas inundações do rio Jordão. Mas como o registo é baseado em informações sem provas materiais não é levado em consideração.
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Cotovia-da-Ilha-Stephen

A Cotovia-da-Ilha-Stephen (Xenicus lyalli) foi extinta em 1894. Vivia apenas na Ilha Stephen, de 2,5 km2, no Estreito de Cook, que separa as duas ilhas da Nova Zelândia. A Ilha Stephen é o habitat mais reduzido conhecido de uma espécie de ave. Mas a princípio habitava toda a Nova Zelândia. Era uma ave incapaz de voar, de pequeno porte, tendo cerca de 10 cm de comprimento. Sua plumagem era verde azeitonada com pontos amarelados pelo corpo, e riscas amareladas nas asas. A diferença entre fêmeas e machos era apenas na tonalidade da plumagem. Tinham um bico curto e altas patas. Quase nada se sabe sobre seus hábitos. Há cerca de 1000 anos, com a chegada dos Maori às ilhas da actual Nova Zelândia, houve uma modificação considerável no habitat das Cotovias, o que levou à extinção de várias espécies, inclusive delas . Nesta altura o que levou à extinção das Cotovias-da-Ilha-Stephen foi a introdução de um novo predador, o Kiore (uma espécie de rato), que dizimou sua população nas ilhas norte e sul, restando apenas a população da Ilha Stephen. Esta pequena população de Cotovias ficou desconhecida do mundo científico. Em 1893 foi instalado um farol na Ilha Stephen, passando a ilha pela primeira vez a ter ocupação humana. Com o faroleiro chegou um gato doméstico chamado Tibbles. Tibbles foi matando todas as cotovias que encontrava, levando algumas para o dono, que vendeu 9 exemplares mortos a um ornitólogo. Este ornitólogo, o Barão Walter Rothschild foi quem os identificou registando-os como uma espécie única. Mas nesta altura, Tibbles já tinha levado as Cotovias-da-Ilha-Stephen à extinção.
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Huia

A Huia (Heteralocha acutirostris) foi extinta no início do século XX. Era uma ave endémica ao sul da ilha Norte da Nova Zelândia. Mas há registos fósseis de que também viveram em zonas da ilha Sul. Seu habitat eram áreas florestais nas montanhas, transferindo-se para zonas de menor altitude no Inverno. Alimentavam-se de insectos, larvas e aranhas, que obtinham quebrando cascas de árvores ou buscando em esconderijos com seus longos bicos, assim como pequenas bagas. Voavam distâncias curtas, passando a maior parte do tempo deslocando-se pelo solo da floresta. Tinham plumagem preta esverdeada, com manchas laterais amarelo-alaranjadas junto ao bico, e bicos diferenciados entre fêmeas e machos, sendo os dos machos bem mais longo e encurvado. Havia também diferença no tamanho, sendo os machos de cerca de 45 cm e as fêmeas de 48 cm de comprimento. Eram monogâmicos, vivendo apenas com seus pares ou em pequenos grupos. Registos científicos e da tradição oral maori afirmam que com a morte de um dos membros do casal, o outro morria pouco tempo depois. Pouco se sabe sobre sua reprodução, supondo-se que era no Verão que reproduziam-se em ninhos feitos no solo, com capim seco e folhas, ou em ocos de árvores. Punham de 2 a 4 ovos. Era considerado um animal sagrado pelos Maoris, sendo sua pele e penas utilizados por pessoas de elevado status social justamente para demonstrar este status. Não tinham medo de humanos o que facilitava sua captura. Foi descrito pela ciência a primeira vez em 1837. A princípio machos e fêmeas foram descritos como espécies diferentes, devido à grande diferença nos bicos de uns e outros. Com o aumento da ocupação humana da ilha, desflorestação para criação de áreas agrícolas, a ave começou a tornar-se rara. Em 1893 foi proibida a caça às Huias. A sua extinção foi causada pela caça excessiva, na busca de sua plumagem pelos Maori ou por naturalistas que buscavam espécimes para colecções, pela degradação de seu habitat e introdução de predadores aos quais não estavam adaptadas. O último registo visual na Natureza foi em 1907, quando um grupo de três aves foi avistado.
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Moa

As Moas (Dinornis robustus e Dinornis novaezelandiae) foram extintas no século XVI. Eram endémicas da Nova Zelândia. Existiram dez espécies diferentes. Tinham asas vestigiais, sendo incapazes de voar, eram herbívoras alimentando-se desde vegetação rasteira até folhas de árvores. Análises a restos fósseis destes animais mostraram que se alimentavam de galhos e folhas retirados de árvores e arbustos, assim como eram capazes de engolir pedras que permaneceram nas suas moelas ajudando-os a triturar os alimentos. Supõe-se que eram dominantes no seu ecossistema, que compreendiam áreas de florestas e zonas arbustivas. As duas maiores espécies de Moas chegavam a ter 3,7 m de altura, com o pescoço na vertical, e pesavam em torno de 230 kg. Tinham um período de maturação lento, levando cerca de 10 anos para chegarem à idade adulta. Faziam seus ninhos em pequenas depressões escavadas em rochas moles. O único predador das Moas era a Águia-de-Haast (também extinta), até a chegada dos humanos. Os Maori chegaram às ilhas que compõem a actual Nova Zelândia por volta de 1300, começando a caçá-las para alimentação. Supõe-se através de análises de carbono 14 que esta espécie sobreviveu até princípios do século XVI, à caça e depredação de seu habitat. Só foram registados pela ciência no século XIX, quando foram encontrados os primeiros esqueletos na Ilha do Norte, em fins de 1830. As Moas foram reconstituídas através de esqueletos incompletos de diferentes animais, e por esta razão não se sabe qual seria seu verdadeiro aspecto. Supõe-se, mais recentemente que andavam com os pescoços numa posição horizontal, através de estudos feitos em sua coluna vertebral. Mas tradicionalmente são representadas com os pescoços na posição vertical. As causas de sua extinção estão relacionadas à chegada de humanos em seu habitat e a caça excessiva, doenças trazidas por aves migratórias, e por uma erupção vulcânica que teria alterado seu habitat. Apesar de a grande maioria dos cientistas estar de acordo que as Moas estão extintas, alguns ainda acreditam ser possível que alguns espécimes tenham sobrevivido e estejam vivos em zonas remotas da Ilha Sul da Nova Zelândia.
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Águia-de-Haast

A águia-de-haast (Harpagornis moorei), conhecida como Te Hokioi em maori, era uma ave de rapina diurna nativa da ilha do sul da Nova Zelândia que se extinguiu por volta do século XV. A espécie foi descrita pelo geólogo alemão Julius von Haast em 1872, através de vários esqueletos encontrados na propriedade do colono George Moore. A águia-de-haast foi uma das maiores aves de rapina existentes e ocupava o topo da cadeia alimentar do seu ecossistema. As fêmeas pesavam entre 10 a 14 kg e tinham uma envergadura de cerca de 3 metros; os machos eram consideravelmente menores com um peso de até 10 kg. A águia-de-haast alimentava-se das aves não voadoras da Nova Zelândia, incluindo moas, que tinham cerca de 15 vezes o seu tamanho, e patos-de-finsch, ambos igualmente extintos. Para matar as presas, estas águias tinham um bico encurvado e patas fortes que terminavam em garras longas, que não ajudavam a caminhar sobre o solo mas eram perfeitas para dominar e matar. Foram encontrados esqueletos de moas com danos consideráveis na zona da pélvis, o que sugere que as águias atacassem estas aves nessa zona. Pouco se sabe a respeito dos hábitos de vida da águia-de-haast, a não ser que caçava de dia e que provavelmente vivia em casal. A extinção desta espécie está relacionada com a chegada dos primeiros seres humanos à Nova Zelândia há cerca de 1000 anos. Não há evidências de que os maoris tivessem caçado as águias-de-haast até ao seu desaparecimento; pelo contrário, estas populações veneravam a ave e representaram-na em diversos exemplos de pinturas em cavernas. No entanto, os colonos caçaram excessivamente as moas e as outras presas da águia-de-haast até à extinção, contribuindo assim para a sua própria queda. Os parentes mais próximos da águia-de-haast são as águias do género Hieraaetus, cerca de 10 a 15 vezes menores. Estudos genéticos sugerem que a águia-de-haast tenha divergido deste género há cerca de 1 milhão de anos. A evolução da águia-de-haast para espectaculares dimensões deve ter sido favorecida por um habitat sem outros grandes predadores que servissem de concorrência, e rico em presas de grande porte.
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Pato-de-Finsch

O pato-de-finsch (Chenonetta finschi), era um parente do pato-australiano-da-madeira, que não podia voar e vivia distante da água. Era endémico das ilhas da Nova Zelândia. Não voava e tinha um modo de vida desassociado do ambiente aquático. Os seus ossos foram encontrados longe de lagos e rios e em pontos onde no passado não eram cursos de água. Pela quantidade de exemplares descobertos se supõe que eram numerosos nestas ilhas. Esta ave, que pertencia a um género de patos, era encontrada amplamente por toda a Nova Zelândia e foi extinta entre 1500 e 1700. No entanto, em 1870, houve relato dum ganso não voador que foi morto em Opotiki, distrito predominantemente rural da Nova Zelândia. O pato-de-finsch era o único representante dos patos que não voava, vivia em lugares secos e longe da beira de cursos de água. Esta espécie de pato tinha características diferentes da maioria dos outros, pois era conhecida por não ter afinidade com a água. O pato-de-finsch tinha asas pouco desenvolvidas e não podia voar, também tinha pernas longas, o que indica que podia correr com desenvoltura. Os patos-de-finsch foram extintos, pela caça humana e pela introdução de novas espécies predadoras que se alimentavam deles ou de seus ovos e filhotes, como exemplo: os ratos, doninhas, dingos, porcos, etc.
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Papagaio-de-Bico-Largo

O Papagaio-de-Bico-Largo (Lophopsittacus mauritianus) era nativo das ilhas Maurícia. Tinha uma cauda longa e asas atrofiadas que provavelmente lhe impediam de voar. Era azul acinzentado e tinha uma espécie de crista na cabeça. É bem provável que machos e fêmeas fossem distintos, visto que alguns ossos de outra ave muito semelhante, mas de tamanho menor foram encontradas. Sua característica principal era o bico, mais largo que em qualquer outro psitacídeo conhecido. Alimentava-se de frutos e sementes. Supõe-se inclusive que possa ter sido ele o responsável pela propagação das Árvores-dodô e não o Dodô. Este papagaio só foi conhecido através de relatos e desenhos dos primeiros exploradores que chegaram nas ilhas Maurícia, e através de ossos encontrados mais recentemente. A extinção deve-se à ocupação humana das ilhas onde habitava e introdução de novos predadores (cães, ratos e porcos). Assim como o Dodô fazia, provavelmente, este papagaio fazia os seus ninhos no solo, o que facilitava a captura dos ovos pelos predadores, além disso, o próprio papagaio não podia voar. O Papagaio-de-Bico-Largo foi extinto no século XVII.
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Pato-Poc

O Pato-Poc (Podilymbus gigas) era endémico do lago Atitlán, na Guatemala, a uma altitude de 1700 m. Tinha cerca de 50 cm, não voava, tendo asas relativamente pequenas em relação ao tamanho de seu corpo. A plumagem era de cor castanho escuro, com zonas esbranquiçadas nas laterais. Na parte inferior era cinzento escuro com manchas brancas. A cor das penas do pescoço variava ao longo do ano, sendo castanho escuro na Primavera e branco no Inverno. Além disso, no seu bico, tinha uma risca negra vertical. Punha de 4 a 5 ovos brancos. Tanto o pai quanto a mãe cuidavam dos filhotes. Alimentava-se principalmente de caranguejos. Teve seus hábitos estudados nos anos 60, quando já era uma ave rara.

A sua extinção deve-se à degradação de seu habitat, introdução de peixes que tornaram-se seus competidores no alimento, aumento do turismo, pesca e aumento do tráfico marítimo no lago Atitlán, e a diminuição do nível do lago após um terramoto. O Pato-Poc, ou Maca de Atitlán foi considerado extinto em 2004.
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Pombo-Azul

O Pombo-Azul (Alectroenas nitidissima) foi extinto em 1826. Vivia nas Ilhas Maurícia e Mascarenhas. Não existem dados muito confiáveis de como foram seus hábitos. Há relatos de que se alimentavam de mexilhões de rio, mas também de frutos, sendo provavelmente os últimos a base de sua dieta. Recentes pesquisas, indicam que habitava floresta densa, pois são raros os ossos encontrados na costa, que é juntamente com as cavernas a zona mais pesquisada das ilhas. Os primeiros ossos deste pombo só foram encontrados numa expedição científica em 2006. Só existem três espécimes conservados em museus, além de algumas pinturas, e dois esboços feitos de aves mortas, por um marinheiro holandês de cerca de 1603. Em 1651 foi feita uma breve referência ao pombo. Já em 1755 Cossigny fez uma descrição detalhada sobre a ave, acrescentando que já estava tornando-se rara desde 1730. Em 1801 foram encontrados alguns poucos numa área de floresta. A caça contribuiu para o declínio populacional, assim como o desfloração de seu habitat. Novos predadores e concorrentes na alimentação também ajudaram na sua extinção.
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Solitário-de-Rodrigues

O Solitário-de-Rodrigues (Pezophaps solitaria) foi extinto em 1760. Era endémico da ilha Rodrigues, nas Ilhas Maurícia, no Oceano Índico. O Solitário era incapaz de voar, pertencente à família dos pombos, e parente distante do dodó. Era uma ave territorial mas de hábitos solitários, o que valeu o nome de Solitário. Foi registado pela primeira vez por François Leguat que fez uma descrição detalhada da aparência e hábitos da ave, aquando da colonização da ilha pelos franceses por volta de 1691. Não há nenhum espécime conservado, e os ossos colectados não compõem um animal inteiro. Foi caçado para alimentação humana, sendo a carne muito apreciada, principalmente dos filhotes. Com a introdução de predadores para os quais não estavam adaptados, começaram a escassear, a ponto de em 1755 não se observar mais nenhum espécime vivo na Natureza.
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Pato-do-Labrador

O Pato-do-Labrador (Camptorhynchus labradorius) foi extinto em 1875, quando o último exemplar conhecido foi caçado em Long Island, Nova Iorque. Ainda assim existe uma notícia de um espécime ter sido caçado em 1878 em Elmira, também Nova Iorque, virando o jantar da família de um jovem que saiu à caça. Como não há restos físicos deste espécime, não há certeza se era um pato desta espécie. Vivia na costa leste da América do Norte. Tinha plumagem branca e preta, com uma coleira também preta ao redor do pescoço. Foi caçado devido à carne saborosa e aos ovos. As causas de sua extinção foram a caça pelos motivos já citados, a diminuição da oferta de um molusco do qual se alimentavam e a degradação de seu habitat. O exemplar caçado em 1875 está conservado no Museu Nacional de Washington (E.U.A.). Foi a primeira espécie de aves a extinguir-se neste continente desde a colonização europeia.
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Koreke ou Codorna-da-Nova-Zelândia

A Koreke ou Codorna-da-Nova-Zelândia (Coturnix novaezelandiae) extinguiu-se por volta de 1867, quando os últimos exemplares foram caçados. Foram necessários apenas 40 anos de contacto com os europeus e seu modo de vida para serem extintas. Esta codorniz era uma espécie endémica da Nova Zelândia. Eram pequenas aves com penas castanhas e tons de amarelo e vermelho, sendo as fêmeas um pouco menores que os machos. Não se sabe praticamente nada sobre os hábitos destes pássaros. A sua extinção deve-se à caça por causa das suas belas penas e a sua saborosa carne, e à introdução de predadores, para os quais não estavam adaptadas (ratos, porcos, etc.).
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Cormorão-de-Lunetas

Cormorão-de-Lunetas ou Cormorão-de-Óculos (Phalacrocorax perspicillatus) extinguiu-se em 1850. Vivia nas ilhas do estreito de Bering no Pacífico Norte. Tinha em torno de 1 m de comprimento. A sua plumagem era verde escura, com manchas brancas próximo às patas. No pescoço e cabeça dos machos tinham penas branco-amareladas mais finas que sobressaiam do restante da plumagem. Em volta dos olhos os machos não tinham plumagem alguma, dando a impressão de estarem "equipados" com lunetas. As asas eram pequenas em relação ao corpo, razão pela qual esta ave raramente voava. Ficavam a maior parte do tempo dentro da água, próximos ou nas ilhas onde descansavam e reproduziam-se. Com o avanço da caça à baleia nas regiões árcticas, acabaram por ser uma fonte de alimento dos pescadores, tornando-se uma iguaria. Com um habitat reduzido, uma incapacidade natural para voos longos, a falta de agilidade em terra, acabou por ser extinto. A espécie foi descrita pela primeira vez pelo naturalista alemão Georg Steller em 1741, na expedição que também resultou no primeiro registo visual dos dugongos-de-steller.
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Carcará-de-Guadalupe

Carcará-de-Guadalupe ou Caracara-de-Guadalupe (Polyborus lutosus) era uma ave de rapina, que foi extinta por volta de 1900. Vivia na ilha de Guadalupe, a 241 km da costa oeste do México. Tinha cerca de 60 cm de comprimento, uma plumagem castanho escuro na parte superior da cabeça e inferior das asas, e todo o resto do corpo era uma mistura de branco e castanho. As patas e face eram amareladas. Alimentavam-se de invertebrados, crustáceos, pequenos mamíferos e cadáveres. Construíam ninhos em lugares de difícil acesso. A sua descrição científica foi feita em 1876, aquando da chegada de colonos à ilha de Guadalupe. Foram perseguidas pelos colonos sendo mortas às centenas, pois atacavam os filhotes de ovelhas que foram introduzidos na ilha. Para piorar mais a situação destas aves, elas não temiam o homem, facilitando a caça das mesmas. Em 1885 já eram aves muito raras na pequena ilha de Guadalupe de cerca de 30 km de comprimento. Em fins do século XIX a ilha de Guadalupe foi abandonada pelos colonos, o que poderia significar uma recuperação da espécie. No entanto, o ornitólogo Rollo Beck, ao visitar a ilha em busca destas aves, deparou-se com um bando de 11 espécimes que julgou ser de uma outra espécie. Abateu 9 delas para estudo. Acabou por levá-las a extinção, pois eram todas Carcarás-de-Guadalupe.
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