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Espinheira-santa

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Nome popular ESPINHEIRA-SANTA

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Nome científico Maytenus ilicifolia Mart. ex Reiss.

Família Celastraceae

Sinonímia popular Cancorosa-de-sete-espinhos, sombra de touro e cancerosa.

Parte usada Folhas

Propriedades terapêuticas Antiasmática, contraceptiva, anti-séptica, tônica, analgésica, cicatrizante, diurética

Indicações terapêuticas Tumores estomacais, ressaca alcoólica, feridas, úlceras, azia, gastralgia, úlcera gástrica

Informações complementares

A família CELASTRACEAE é composta por 40 gêneros com 450 espécies de ampla distribuição, ausente somente nas regiões boreais do Hemisfério Norte (NOVARA, 1993). Distribuída nas regiões temperadas e tropicais (menos freqüentemente nas frias). No Uruguai ocorrem dois gêneros (LOURTEIG, 1963).


Na América do Sul, distribui-se em todo o continente, desde a Terra do Fogo até a Ilha dos Estados. Na Argentina 12 espécies estão reunidas em 3 gêneros que chegam à província de Salta. São subarbustos, arbustos e árvores de folhas simples, alternas ou opostas, brevemente pecioladas, com lâmina foliar inteira ou dentada (NOVARA, 1993).


Exemplo freqüente entre nós é Maytenus, com várias espécies arbustivas ou arbóreas nas matas e nos campos (JOLY, 1977). Maytenus ilicifolia está distribuída pelo sul do Brasil, Paraguai, Bolívia e Argentina. No Uruguai, distribui-se em quase todo o país (LOURTEIG, 1963).


Descrição botânica

É uma árvore de pequeno porte (1,50 a 2 m de altura), ereta, multicaule, que forma touceiras densas com perfilhos oriundos das raízes. As raízes são fortes e numerosas, avermelhadas externamente e amarelas no seu interior.

O caule é verde-acinzentado, lenhoso, ereto, ramificado, com muitos ramos inermes. Os ramos novos são verde-brilhantes, angulosos, com quatro ou mais quilhas.
As folhas são simples, alternas, coriáceas, lanceoladas, oblongas ou elípticas; a base é aguda, às vezes obtusa, peninérvea; as margens têm de 3 a 9 pares de dentes espinhosos e ápice agudo. O pecíolo é curto e as lâminas são glabras, verde-escuras e brilhantes superiormente e verde-claro-foscas na face inferior.


As flores são muito pequenas, sésseis ou com pedicelo muito curto, actinomorfas, diclamídeas, pentâmeras; o cálice é persistente, com cinco sépalas arredondadas, ciliadas, avermelhadas e unidas na base. A corola tem cinco pétalas livres, ovaladas, amarelo-esverdeadas. Os estames são cinco, alternos com as pétalas, e com filetes achatados.


O ovário é súpero, ovóide, rodeado pelo disco, bicarpelar e bilocular, com um ou dois óvulos por lóculo. O estilete é único, com dois estigmas lobulados. A inflorescência se dá em fascículos axilares de três a vinte flores, e o florescimento ocorre de junho a agosto.


O fruto é escuro quando maduro, e as sementes são elipsóides, avermelhadas, em número de uma ou duas por fruto, cobertas por um arilo branco, pouco espesso e sucoso.


Origem e ocorrência

A cancorosa é originária da região sul da América do Sul. No Brasil, ela é comum nas matas dos estados do Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, São Paulo e sul do Mato Grosso. Fora de nosso país é encontrada no nordeste da Argentina, norte do Uruguai, Paraguai e na Bolívia (Lourteig A., 1963). No Estado do Rio Grande do Sul foi constatada a sua presença na Depressão Central, Serra do Sudeste e no Planalto e, mais raramente, na Mata Atlântica, na fronteira e no litoral.


Técnicas de cultivo

Propagação. Podemos usar métodos de campo e de laboratório. Nos métodos de campo, temos o processo gâmico por meio das sementes, e os agâmicos, tais como por rebentos nascidos da raiz (divisão de touceira) e por estacas.

O método laboratorial in vitro seria a multiplicação por meristema, usando tecidos da base do pecíolo, de brotos novos e de gemas.


Espaçamento. Como é planta de sub-bosque, deve ser plantada entre espécies pioneiras sombreadoras, de preferência leguminosas como a pata-de-vaca, maricá, leucena, guandu, etc., que serão plantadas em espaçamento 4 x 4 m. Nas entrelinhas destas sombreadoras são plantadas as cancorosas, que ficarão separadas, entre si e das sombreadoras, por 2 m.


Clima. Subtropical, sendo encontrado em todo o Rio Grande do Sul, especialmente na Depressão Central e no Planalto. Como a cancorosa é planta de sub-bosque e de locais úmidos, quando plantada em plena luz, seu desenvolvimento é lento, e sua folhagem fica amarelecida. Locais iluminados induzem a uma floração e frutificação abundantes. Na seca, paralisa o seu crescimento, ficando, porém, latente.


Solos. Prefere os solos férteis, humosos e úmidos. Suporta alagamento temporário, mas não é planta de banhado. Vegeta melhor nos solos de aluvião à beira dos cursos d´água. Nos locais altos, só vegeta junto às nascentes de água. Tratos Culturais: capinas ao redor da planta, adubações orgânicas, controle do excesso de sombreamento são os principais


Tratos culturais

Pragas e doenças. Quando cultivada em local com excesso de sombra, pode ocorrer o aparecimento de manchas prateadas nas folhas que sugerem a ocorrência de um problema fúngico. Não se verificou até o momento nenhuma praga nesta cultura.


Colheita. Os princípios ativos estão concentrados principalmente nas raízes, ocorrendo em menor escala nas folhas (que são o objeto das colheitas). As folhas devem ser colhidas no 2º ou 3º ano de vida, devido ao seu crescimento muito lento, mesmo em condições ideais. Não deve ser retirada toda a folhagem, mas sim cerca de 50 a 60% da copa da árvore. A colheita de folhas é feita no fim do verão, e a de raízes no inverno. O rendimento é variável dependendo da idade, das condições climáticas e de cultivo.


Cuidados pós-colheita


  1. Pré-seleção: consta de uma seleção a campo ou no galpão, visando a eliminar folhas e raízes danificadas e de mau aspecto.
  2. Limpeza: é feita uma limpeza das folhas e/ou raízes para retirar terra e impurezas.
  3. Secagem: pode ser feita uma pré-secagem à sombra, em local ventilado, e uma secagem complementar, em estufa. Não é necessária uma vigilância - como no caso das aromáticas, que não devem ser secas a mais de 38°C (35-38°C) -, mas a temperatura não deve passar de 50°C.
  4. Embalagem: nunca deve ser feita em vasilhas plásticas. De preferência, devem ser usadas caixas de papelão, sacos novos de algodão ou juta, de papel grosso, e mesmo caixas de madeira, desde que não-resinosas.
  5. Armazenagem: deve ser feita em local seco, com baixa umidade relativa do ar, livre de poeira, fungos, roedores e insetos. Todas as embalagens deverão estar etiquetadas com os nomes (popular e científico), data da colheita, lote e peso líquido.

Uso medicinal


Internamente, é usada como antiasmática, contraceptiva, em tumores estomacais e contra ressaca alcoólica. Externamente, como anti-séptica em feridas e úlceras.

As mulheres paraguaias a utilizam como antifertilizante (SIMÕES et al., 1998).


Bernardi et al. (1959) declararam que suas folhas, além de falsificarem ou adulterarem a erva-mate, tinham aplicações na medicina doméstica como recuperador do fígado nas enfermidades causadas pelo alcoolismo.


Bernardi et al. (1959) relataram que muitos engenhos de Santa Maria, RS, em 1959, moíam as folhas de erva-mate e acrescentavam de 10 a 15% de M. ilicifolia, sendo a mistura muito apreciada e procurada para combater azia e gastralgia.


M. ilicifolia é usada como anti-séptico, tônico, analgésico, cicatrizante, diurético e contra úlceras gástricas (COIMBRA, 1958; AHMED et al. 1981; PIO CORREA, 1984 e CARLINI, 1988).


Outros usos

Como planta medicinal, ornamental, para falsificar a erva-mate (GONZALEZ, 1937; SCHULTZ, 1984) e como planta contraceptiva, por índias no Paraguai.





Fonte: plantas medicinais-ciagri
 
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