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Luz Divina

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Regiões Vitivinícolas - Açores







Regiões Vitivinícolas - Açores




As nove ilhas do arquipélago dos Açores apresentam condições climáticas pouco favoráveis à plantação de vinha. Contudo, a vinha tem uma longa tradição na região, pois é cultivada desde o século XV. Os Açores destacam-se na produção de vinho generoso da região do Pico e Graciosa. Na ilha Terceira produz-se um vinho branco leve e seco.




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O arquipélago dos Açores, em pleno oceano Atlântico, é constituído por solos vulcânicos e tem um clima profundamente marítimo. As temperaturas são amenas durante todo o ano, apesar do elevado nível de precipitação e humidade atmosférica.

Deste modo, as vinhas têm de ser plantadas em locais onde fiquem naturalmente abrigadas ou são protegidas por acção do Homem. Os currais, são muros de pedras onde se plantam as vinhas que desta forma ficam protegidas do vento e do ar salgado do mar.

As Denominações de Origem Graciosa, Biscoitos (na ilha Terceira) e Pico foram criadas em 1994. Na Graciosa produz-se vinho branco a partir das castas Verdelho, Arinto, Terrantez, Boal e Fernão Pires. Na ilha Terceira, na região de Biscoitos, as castas Verdelho, Arinto e Terrantez são utilizadas para elaborar vinho generoso.

As mesmas castas são plantadas no Pico onde se produz o generoso da ilha do Pico, considerado o melhor vinho produzido na região.





Curiosidades




As primeiras vinhas


O arquipélago dos Açores, descoberto em 1427 por Diogo Alves, é constituído por nove ilhas. Em meados de 1427, chegaram os primeiros colonos às ilhas e iniciaram o cultivo da vinha.




Verdelho


A Verdelho é a casta mais famosa e mais cultivada nos Açores. Pensa-se que será originária da Sicília ou Chipre e foi levada para os Açores através dos Frades Franciscanos que a cultivaram abundantemente pelas ilhas.



Verdelho do Pico


No século XVII e XVIII os vinhos produzidos nos Açores, nomeadamente os produzidos na ilha do Pico, foram exportados para a Rússia e para a maioria dos países do norte da Europa. Depois da revolução russa de 1917, descobriram-se várias garrafas de vinho Verdelho do Pico guardadas em caves dos antigos czares da Rússia.



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billshcot

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Simplesmente ... simples ... é assim o bom vinho do alentejo, de boas castas e excelente uva ... uma excelente companhia MAS ...

 

newpine

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Nota : em ( Regiões Vitivinícolas - Açores )

Onde se lê que o arquipélago foi descoberto por Diogo Alves , deve ler-se Diogo de Silves , embora ainda haja muita discussão àcerca do nome do descobridor...mas Diogo Alves...não.

Cumps.
 

Luz Divina

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Nota : em ( Regiões Vitivinícolas - Açores )

Onde se lê que o arquipélago foi descoberto por Diogo Alves , deve ler-se Diogo de Silves , embora ainda haja muita discussão àcerca do nome do descobridor...mas Diogo Alves...não.

Cumps.


Olá

De facto há dúvidas sobre o descobridor, mas em muitos sites que agora pesquisei dão como seu descobrir Diogo Alves, outros Diogo de Silves.

E agora em que ficamos? Eu não teimo, pois certeza não tenho.

Uma coisa é certa alguém descobriu :msnm_com_br007-03:


Fica bem








 

newpine

GF Ouro
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Não queria fazer polémica com este pequeno reparo , mas nas pesquisas que faço , nunca me aparece Diogo Alves como navegador...mas Diogo de Silves , aparece várias

ilustrações e comentários como navegador. (Selos de Portugal).

Até tenho pena que este Alves não mereça um destaque , porque o meu avô tinha este nome.

Mas Alves como navegador...

Outro tanto, fica bem.
 

Luz Divina

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História - 2000 a.C





História - 2000 a.C





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Primórdios do cultivo da vinho


Tartessos | 2 000 anos a.C.

Acredita-se que os Tartessos foram o povo que cultivou a vinha pela primeira vez na Península Ibérica. O vinho seria utilizado como moeda de troca no comércio de metais.

Fenícios | Séc. X a.C.


Os Fenícios procuravam prata e estanho nos estuários do Guadiana, Sado, Tejo e Mondego. As ânforas com vinho eram um dos produtos oferecidos ao povo ibérico em troca dos metais. Os Fenícios deverão ter sido responsáveis pela introdução de novas castas utilizadas na produção de vinho.

Gregos | Séc. VII a.C.

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Os Gregos ocuparam a Península Ibérica e desenvolveram a vitivinicultura. Nesta fase as técnicas de elaboração do vinho foram desenvolvidas, existindo vestígios dos instrumentos utilizados em Alcácer do Sal.

Celtas e Iberos | Séc. VI a.C.


Os Celtas instalam-se na Península Ibérica. Eram um povo com conhecimentos vitícolas: já plantavam vinhas, que trouxeram para a Península Ibérica. Alem disso, é possível que tenham introduzido novas técnicas de tanoaria. Mais tarde, os Celtas fundem-se aos Iberos formando o povo Celtibero. Os Romanos e os Povos Bárbaros

Romanos | Séc. II a.C.

Os romanos conquistaram a Península Ibérica e foram responsáveis por grandes desenvolvimentos na vitivinicultura. Introduziram a plantação de novas castas e melhoraram as técnicas de cultivo da vinha, nomeadamente a poda. O vinho era enviado para Roma, já que a produção própria não era suficiente para responder à procura.

Povos Bárbaros | Séc. VII d.C.


Após sucessivas batalhas os povos bárbaros, nomeadamente os Suevos e Visigodos, conseguiram expulsar os Romanos da Península Ibérica. Os povos bárbaros adoptaram a religião e costumes do povo romano, entre os quais, o vinho, mas não desenvolveram as práticas de cultivo da vinha. O vinho era ainda utilizado nas cerimónias religiosas.



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Luz Divina

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História - Séc. VIII





História - Séc. VIII



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Os Árabes

Séc. VIII-XII d.C.

A invasão da Península Ibérica pelos povos muçulmanos transforma a vitivinicultura. A religião muçulmana não admite o consumo de bebidas fermentadas, entre as quais o vinho, mas a produção e consumo de vinho entre os cristãos não foram proibidos. A agricultura era muito importante na economia árabe, por isso a cultura do vinho não podia ser dispensada. Além disso, os vinhos eram utilizados como moeda de troca nas exportações.

Os Almorávidas e Almoadas que dominaram a Península Ibérica nos séculos XI e XII, foram responsáveis por um retrocesso na vitivinicultura, pois eram muito rígidos a nível religioso.

A Reconquista Cristã

Século XII-XIV

A Reconquista Cristã corresponde à expulsão dos muçulmanos do território da Península Ibérica. As batalhas travavam-se em todo o território e destruíram muitas vinhas.

Em 1143, D. Afonso Henriques funda o condado Portucalense e em 1249 o território português está livre da ocupação muçulmana. Durante esta época, o poder régio fez a doação de várias terras onde o cultivo da vinha era obrigatório. Desta forma, as populações fixavam-se às terras e a cultura da vinha ganhava relevância económica.

Com a instalação das Ordens religiosas, militares e monásticas, como por exemplo a Ordem de Cister, a área de cultivo da vinha foi amplamente alargada em território nacional.


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No início do século XII as propriedades estavam na mão do clero. Eram cultivadas frutas e vinha. Nas terras pertencentes aos mosteiros de Cister, o cultivo da vinha era essencial e os monges foram responsáveis por melhorias na produção de vinho. O vinho era utilizado nas cerimónias religiosas, vendido em feiras e exportado. O Moscatel de Setúbal era muito apreciado no norte da Europa.


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Luz Divina

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História - Séc. XV






História - Séc. XV



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Os Descobrimentos

Século XV-XVII

A agricultura era a base de subsistência da economia portuguesa até se iniciar a expansão marítima. As caravelas e naus que partiam na diáspora transportavam vários produtos, um dos quais o vinho que lhes servia de lastro.

O vinho era utilizado nas trocas comerciais com os povos do Oriente e do Brasil e aquele que não era vendido era devolvido aos produtores. O vinho fazia a viagem de regresso conservado em barricas, colocadas nos porões à mercê do movimento das ondas e, por vezes, sujeitas à exposição solar.

O vinho envelhecia durante a viagem, especialmente sob o efeito do intenso calor a que era sujeito ao passar por duas vezes o Equador. Estes vinhos ficaram conhecidos por “Roda” ou “Torna Viagem” e, uma vez, em terras lusas eram vendidos a preços muito elevados.

Por volta do século XVI, Lisboa era o maior centro de consumo e distribuição de vinho. A partir de Lisboa, o vinho português era distribuído por todo o Império.



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Luz Divina

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História - Séc. XVIII






História - Séc. XVIII



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O Marquês de Pombal

Século XVIII

O século XVIII ficou marcado pela figura do Marquês de Pombal. O Marquês colocou em prática uma série de medidas que incentivaram o desenvolvimento na vitivinicultura na região do Douro.

O crescimento da viticultura marcou o século. Em 1703 assinou-se o Tratado de Methuen, onde a Inglaterra concedia um regime especial aos vinhos importados de Portugal chegando mesmo a embargar os vinhos espanhóis e franceses.

O comércio do vinho estava concentrado no norte do país e era dominado pelos ingleses instalados na cidade do Porto. Com o aumento das exportações, os produtores começaram a preocupar-se mais com a quantidade do que com a qualidade arruinando o comércio dos vinhos portugueses.

Para combater a crise, o Marquês de Pombal funda a Companhia Geral da Agricultura das Vinhas do Alto Douro, através do alvará régio de 10 de Setembro de 1756. A Companhia fiscalizava a qualidade dos vinhos, determinava os preços e impunha regras na produção e comércio.

Em 1756 iniciou-se o processo de demarcação da região de produção dos vinhos no Douro, que viria a ser uma das primeiras regiões demarcadas do mundo. O Marquês instaurou outras medidas que regularam a vinha, entre as quais a obrigação da plantação separada das castas tintas e brancas.


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No final do século XVIII a maior parte da exportação dos vinhos era sustentada pelos vinhos generosos e licorosos, especialmente o Porto, o Madeira e o Moscatel.

É neste século, em 1712 que se publica o primeiro livro sobre a vinha e o vinho português, por Vicencio Alarte.


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História - Séc. XIX




História - Séc. XIX





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As doenças e a investigação

Século XIX

Na segunda metade do século XIX, a vinha é atacada por pragas e doenças responsáveis pela diminuição da produção de vinho.

Por volta de 1851, o oídio manifesta-se nas vinhas. Esta doença é visível nos bagos das videiras: ficam cobertos de um pó branco e acabam por cair. Registaram-se elevadas quebras de produção. Mais tarde, descobriu-se que a doença poderia ser combatida pulverizando as videiras com enxofre.

Em 1853, foi a vez do míldio atacar as vinhas. Nesta altura, em França já se conhecia o tratamento para esta doença (cobrir as vinhas com sulfato de cobre e cal), por isso as suas consequências em Portugal não foram muito graves.

A filoxera chega a Portugal através da região do Douro em 1867 e rapidamente devasta vinhas em todo o país. Este insecto ataca a raiz da videira para se alimentar do seu suco, provocando a morte da planta.

A única região que escapou a esta praga foi Colares, porque o insecto que provoca a filoxera não se desenvolve em solos arenosos como os desta região.

A forma de prevenir esta praga foi descoberta, quando se verificou que as videiras americanas eram resistentes a esta doença. As videiras europeias passaram a ser enxertadas com raízes americanas, prática corrente ainda hoje.

Em 1866 constituiu-se uma comissão encarregada de fazer a avaliação do estado das regiões vitivinícolas e sua resposta em relação às doenças. A comissão era composta por António Augusto de Aguiar, João Inácio Ferreira Lapa e o Visconde de Vila Maior.

Em 1874, António Augusto de Aguiar foi nomeado Comissário Régio na Exposição de Vinhos de Londres. A partir daí, viajou por outros países europeus onde recolheu a experiência para avaliar o estado do sector vitivinícola nacional.

Em 1875, António Augusto de Aguiar foi o responsável pelas “Conferências sobre Vinhos” no Teatro D. Maria e no Teatro Trindade



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Luz Divina

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História - 1900






História - 1900




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As novas regiões e o corporativismo



1900-1907



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Cincinnato da Costa publica em 1900 a obra "Le Portugal Vinicole" que foi apresentada na Exposição Universal de Paris. A obra fazia considerações sobre vitivinicultura portuguesa: tipos de vinhos portugueses, sugestões de divisão de regiões vinícolas e castas preferenciais para cada região. Além disso, sugere medidas para o governo combater a crise vivida pelo sector vinícola.


Foi em 1907, vigorava a ditadura de João Franco, que se iniciou a regulação do sector vinícola. Os limites da região demarcada do vinho do Porto e Douro foram redefinidos e demarcaram-se outras regiões de produção de vinhos: Madeira, Moscatel de Setúbal, Carcavelos, Dão, Colares e Vinho Verde.


1926-1974

O Estado Novo era um regime corporativista que criou diversos organismos para a regulação da produção agrícola. A Federação dos Vinicultores do Centro e Sul foi um deles e tinha como objectivo regular o mercado de produção vinícola.


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Apesar disso, foi lançado por parte do regime uma campanha que proibia a plantação da vinha e estimulava a plantação de trigo. Esta campanha vigorou desde 1929 até 1937, altura em que se percebeu que esta cultura não iria ter sucesso em Portugal. O Alentejo foi a região que mais sofreu com esta campanha, pois foram arrancadas inúmeras vinhas.

Em 1937 foi criada a Junta Nacional do Vinho. Este organismo promovia o consumo de vinho no país, controlava a oferta, estabilizava os preços e armazenava os excedentes de produção.

Nos anos 50 e 60 foram criadas adegas cooperativas com instalações de vinificação modernas em diversas zonas do país.

Só as adegas cooperativas podiam comprar as uvas aos produtores, por isso as empresas privadas compravam o vinho já produzido. Esta situação foi a razão da diminuição da qualidade dos vinhos.




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História - 1986






História - 1986




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A adesão à CEE

1986- Actualidade

No início de 1980 e de acordo com as medidas de pré-adesão à CEE, o sector vitivinícola sofreu uma importante mudança no âmbito da sua organização. Estas transformações tinham como objectivo cumprir totalmente as regras da política agrícola europeia.

A adesão à CEE, hoje União Europeia, provocou grandes transformações na vitivinicultura portuguesa, nomeadamente na alteração dos métodos de produção e na preocupação com a qualidade do vinho. Foram aplicados fundos comunitários na modernização das adegas e na reconversão de vinhas.

A legislação comunitária obrigou à criação de áreas de Denominação de Origem Controlada (DOC) e à classificação qualitativa dos vinhos através das categorias V.Q.P.R.D., Vinho Regional e Vinho de Mesa.

Foram criadas Comissões Vitivinícolas Regionais: associações interprofissionais sedeadas em cada região DOC e responsáveis pela aplicação e regulação das normas aplicadas ao sector vinícola.

A Junta Nacional do Vinho foi substituída pelo actual Instituto da Vinha e do Vinho (IVV), organismo que reúne as exigências da política de mercado europeia. O IVV definiu os mapas vitivinícolas nacionais. A partir de 2002, existem 33 Denominações de Origem Controlada.


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Apesar da enorme variedade de castas nacionais, foram introduzidas algumas castas estrangeiras nas plantações. Algumas conseguiram obter relativo sucesso, como por exemplo Chardonnay, Cabernet Sauvignon ou Syrah.



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Como se faz um vinho






Como se faz um vinho




A boa qualidade das uvas é uma condição essencial para a elaboração de vinhos de qualidade, mas não a única.

É essencial controlar a forma de transportar as uvas, seleccioná-las, controlar as cubas onde o mosto fermenta, realizar operações enológicas necessárias e decidir quanto tempo o vinho ficará em estágio.

Ainda que a história de um vinho comece na vindima e termine na garrafa, os métodos para produzir um vinho diferem

Na elaboração de vinho branco é essencial retirar as peles dos bagos e qualquer parte lenhosa do cacho, por outro lado, nos vinhos tintos as peles ricas em taninos e pigmentos são utilizadas na fermentação e fundamentais para criar vinhos com boa cor e complexos.

Os vinhos rosés podem ser elaborados através de métodos semelhantes aos do vinho branco ou tinto.




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Luz Divina

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Cultura da Vinha





Cultura da Vinha




Existem práticas obrigatórias na viticultura: é necessário preparar o solo e escolher as castas a plantar, podar e guiar o crescimento das videiras, evitar doenças e pragas e, se necessário, regar a vinha.

Antes de iniciar a plantação da vinha deve-se elaborar um estudo ao solo e clima do local, de modo a perceber quais as castas mais adequadas ao local e quais as práticas a utilizar na cultura da vinha.


Solo





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O solo é um elemento decisivo na escolha do local de plantação da vinha, pois é a partir dele que a vinha vai receber a sua alimentação. Assim, antes de iniciar a plantação é preciso realizar alguns trabalhos de preparação e adubação do solo.

Para a videira se desenvolver correctamente é necessário que a raiz tenha espaço no solo para crescer. É importante que se aumente a drenagem interna dos terrenos e o poder de retenção de água no solo.

Além disso deve-se proceder à análise de solos para determinar quais os elementos que devem ser enterrados em profundidade para constituírem uma boa reserva de nutrientes.



Porta-enxerto



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No final do século XIX toda a Europa foi invadida pela filoxera, uma doença provocada por um insecto, que devastou muitas vinhas. Ao tentar combater esta doença fatal, descobriu-se que as raízes das videiras americanas eram resistentes ao insecto.

A partir daí, começou-se a enxertar as videiras, isto é, utiliza-se uma raiz de origem americana e a parte superior de origem europeia, que determina o fruto produzido. O porta-enxerto deve ser escolhido de acordo com o solo e o tipo de casta.



Castas



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A videira mais cultivada em Portugal é da espécie vitis-vinifera. As castas são variedades da videira e devem ser seleccionadas de acordo com o solo, o clima e o tipo de vinho a produzir.

A mesma casta origina vinhos completamente distintos de acordo com o solo e clima, embora possuam alguns componentes aromáticos que persistem independentemente desses factores.

Em cada região demarcada existem castas recomendadas que se destacam devido à sua elevada qualidade, excelência e adaptação local à produção de vinhos.





Enxertia


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A enxertia é o processo de unir a parte aérea da planta (folha, caule, uvas) de origem europeia a uma raiz de origem americana (designada de porta-enxerto) de forma a constituir uma só planta.

O enxerto pode ser ligado através do método de garfo (utiliza um fragmento de ramo) ou de borbulha (utiliza um fragmento de casca que contem um olho), mas o comum é ser utilizado o método de garfo.

A enxertia deve ser realizada a uma temperatura que ronde os 20º-25ºC, pois a esta temperatura há uma grande actividade celular e os elementos da planta produzem muitos tecidos cicatrizais, o que facilita a união dos dois elementos. Hoje em dia, é possível adquirir no mercado enxertos “prontos”, isto é, prontos a serem plantados.




Plantação e condução da vinha




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A plantação da vinha inicia-se entre o mês de Janeiro e Março, quando ocorre a época de repouso vegetativo. Nos locais frios e húmidos a plantação deve ser mais tardia do que nas zonas quentes e secas.

A condução da vinha diz respeito à distribuição das videiras no solo, ou seja, o modo como a vinha se distribui no campo e se estrutura o desenvolvimento da planta.

É essencial para a boa qualidade das uvas produzidas e tem como objectivo proporcionar as melhores condições de desenvolvimento da planta de acordo com o meio envolvente.

Existem formas de condução tradicionais e modernas, mas todas têm uma finalidade em comum: permitir que a luz solar chegue aos cachos, que de outra forma seria encoberta pelas folhas da videira.




Poda e empa




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A poda é a operação que consiste no corte de uma parte dos ramos da videira. Os seus objectivos são proporcionar melhores condições de produção e equilíbrio entre a planta e a sua vegetação, caso contrário a videira produz muitos cachos de bagos pequenos e de fraca qualidade.

Se a poda se realizar após a vindima, quando a videira não têm folhas, é a poda de Inverno: a videira está em descanso vegetativo e os efeitos da poda na planta destinam-se a preparar a produção do ano seguinte.

Se a poda for realizada quando a videira já tem folhas, é designada de poda em verde. Esta poda enfraquece a expansão vegetativa e os recursos da planta são mais dirigidos para os cachos.

A empa consiste em dobrar e amarrar a vara que resulta da poda a um tutor (geralmente um arame) e normalmente é realizada ao mesmo tempo que a poda. O tutor apoia a videira e permite que seiva chegue a toda a planta. A vara é dobrada para que as folhas da videira fiquem bem distribuídas.



Intervenções em verde


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As intervenções em verde correspondem às operações realizadas na videira, quando esta se encontra no processo vegetativo. É útil para continuar a assegurar as melhores condições de desenvolvimento da planta e de amadurecimento dos cachos.

Mas também é essencial para facilitar a aplicação dos produtos fitossanitários e facilitar a passagem das máquinas. Nas intervenções em verde importa destacar: a desponta (corte das extremidades da vegetação); a desfolha (corte dos ramos jovens e folhas desnecessárias para facilitar o amadurecimento dos cachos) e a monda de cachos (utilizada em videiras muito produtivas, consiste na eliminação de alguns cachos para melhorar a qualidade das uvas dos cachos que continuam na videira).



Tratamentos



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A videira está sujeita a doenças (bactérias, vírus ou fungos que atacam a planta) ou pragas (quando animais, por exemplo insectos ou pássaros, causam estragos na videira).

Algumas das doenças mais comuns em Portugal são o míldio e o oídio que atacam os órgãos verdes da planta. Algumas das pragas mais habituais são a traça da uva (atinge os bagos em todas as fases de desenvolvimento), a cigarrinha verde e o aranhiço vermelho (causam prejuízos na folhagem).

Para prevenir doenças e pragas, as videiras recebem tratamentos fitossanitários que variam não só consoante a região, solo e tipo de casta plantada, mas também no número de pulverizações e no tipo de fungicidas aplicados.





Rega



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A videira necessita de água quando inicia o crescimento vegetativo, isto é, quando os bagos começam a crescer e na fase da maturação.

Contudo, o excesso de água pode ser prejudicial, pois conduz a um crescimento anormal dos bagos e consequentemente a mostos pouco concentrados.

Hoje, o sistema de rega gota-a-gota é bastante popular, pois permite controlar a quantidade de água depositada em cada videira. No entanto, existem vários locais onde as vinhas não são regadas regularmente.

Na verdade, na maior parte do país, só em Verões muito quentes e secos onde não é normal esse tipo de condições climatéricas se procede à rega da vinha.




Vindima



CulturaVinhaVindima.jpg



A altura de iniciar a vindima é determinada de acordo com o estado de maturação das uvas e as condições climatéricas. À medida que os cachos amadurecem, a acidez dos bagos diminui e os teores de açúcar aumentam.

É possível fazer análises por amostragem e procurar determinar a data da vindima em função da acidez e do grau de álcool previsível. Em relação às condições climatéricas, é desejável que não chova, já que a água e humidade absorvida pelos cachos é transmitida para o vinho.



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Como se Faz um Vinho!!

A boa qualidade das uvas é uma condição essencial para a elaboração de vinhos de qualidade, mas não a única. É essencial controlar a forma de transportar as uvas, seleccioná-las, controlar as cubas onde o mosto fermenta, realizar operações enológicas necessárias e decidir quanto tempo o vinho ficará em estágio.

Ainda que a história de um vinho comece na vindima e termine na garrafa, os métodos para produzir um vinho diferem. Na elaboração de vinho branco é essencial retirar as peles dos bagos e qualquer parte lenhosa do cacho, por outro lado, nos vinhos tintos as peles ricas em taninos e pigmentos são utilizadas na fermentação e fundamentais para criar vinhos com boa cor e complexos. Os vinhos rosés podem ser elaborados através de métodos semelhantes aos do vinho branco ou tinto.

Cultura da Vinha

Existem práticas obrigatórias na viticultura: é necessário preparar o solo e escolher as castas a plantar, podar e guiar o crescimento das videiras, evitar doenças e pragas e, se necessário, regar a vinha. Antes de iniciar a plantação da vinha deve-se elaborar um estudo ao solo e clima do local, de modo a perceber quais as castas mais adequadas ao local e quais as práticas a utilizar na cultura da vinha.

Solo
O solo é um elemento decisivo na escolha do local de plantação da vinha, pois é a partir dele que a vinha vai receber a sua alimentação. Assim, antes de iniciar a plantação é preciso realizar alguns trabalhos de preparação e adubação do solo. Para a videira se desenvolver correctamente é necessário que a raiz tenha espaço no solo para crescer. É importante que se aumente a drenagem interna dos terrenos e o poder de retenção de água no solo. Além disso deve-se proceder à análise de solos para determinar quais os elementos que devem ser enterrados em profundidade para constituírem uma boa reserva de nutrientes.


Porta-enxerto
No final do século XIX toda a Europa foi invadida pela filoxera, uma doença provocada por um insecto, que devastou muitas vinhas. Ao tentar combater esta doença fatal, descobriu-se que as raízes das videiras americanas eram resistentes ao insecto. A partir daí, começou-se a enxertar as videiras, isto é, utiliza-se uma raiz de origem americana e a parte superior de origem europeia, que determina o fruto produzido. O porta-enxerto deve ser escolhido de acordo com o solo e o tipo de casta.

Castas
A videira mais cultivada em Portugal é da espécie vitis-vinifera. As castas são variedades da videira e devem ser seleccionadas de acordo com o solo, o clima e o tipo de vinho a produzir. A mesma casta origina vinhos completamente distintos de acordo com o solo e clima, embora possuam alguns componentes aromáticos que persistem independentemente desses factores. Em cada região demarcada existem castas recomendadas que se destacam devido à sua elevada qualidade, excelência e adaptação local à produção de vinhos.

Enxertia
A enxertia é o processo de unir a parte aérea da planta (folha, caule, uvas) de origem europeia a uma raiz de origem americana (designada de porta-enxerto) de forma a constituir uma só planta. O enxerto pode ser ligado através do método de garfo (utiliza um fragmento de ramo) ou de borbulha (utiliza um fragmento de casca que contem um olho), mas o comum é ser utilizado o método de garfo. A enxertia deve ser realizada a uma temperatura que ronde os 20º-25ºC, pois a esta temperatura há uma grande actividade celular e os elementos da planta produzem muitos tecidos cicatrizais, o que facilita a união dos dois elementos. Hoje em dia, é possível adquirir no mercado enxertos “prontos”, isto é, prontos a serem plantados.

Plantação e condução da vinha
A plantação da vinha inicia-se entre o mês de Janeiro e Março, quando ocorre a época de repouso vegetativo. Nos locais frios e húmidos a plantação deve ser mais tardia do que nas zonas quentes e secas. A condução da vinha diz respeito à distribuição das videiras no solo, ou seja, o modo como a vinha se distribui no campo e se estrutura o desenvolvimento da planta. É essencial para a boa qualidade das uvas produzidas e tem como objectivo proporcionar as melhores condições de desenvolvimento da planta de acordo com o meio envolvente. Existem formas de condução tradicionais e modernas, mas todas têm uma finalidade em comum: permitir que a luz solar chegue aos cachos, que de outra forma seria encoberta pelas folhas da videira.

Poda e empa
A poda é a operação que consiste no corte de uma parte dos ramos da videira. Os seus objectivos são proporcionar melhores condições de produção e equilíbrio entre a planta e a sua vegetação, caso contrário a videira produz muitos cachos de bagos pequenos e de fraca qualidade. Se a poda se realizar após a vindima, quando a videira não têm folhas, é a poda de Inverno: a videira está em descanso vegetativo e os efeitos da poda na planta destinam-se a preparar a produção do ano seguinte. Se a poda for realizada quando a videira já tem folhas, é designada de poda em verde. Esta poda enfraquece a expansão vegetativa e os recursos da planta são mais dirigidos para os cachos.
A empa consiste em dobrar e amarrar a vara que resulta da poda a um tutor (geralmente um arame) e normalmente é realizada ao mesmo tempo que a poda. O tutor apoia a videira e permite que seiva chegue a toda a planta. A vara é dobrada para que as folhas da videira fiquem bem distribuídas.

Intervenções em verde
As intervenções em verde correspondem às operações realizadas na videira, quando esta se encontra no processo vegetativo. É útil para continuar a assegurar as melhores condições de desenvolvimento da planta e de amadurecimento dos cachos. Mas também é essencial para facilitar a aplicação dos produtos fitossanitários e facilitar a passagem das máquinas. Nas intervenções em verde importa destacar: a desponta (corte das extremidades da vegetação); a desfolha (corte dos ramos jovens e folhas desnecessárias para facilitar o amadurecimento dos cachos) e a monda de cachos (utilizada em videiras muito produtivas, consiste na eliminação de alguns cachos para melhorar a qualidade das uvas dos cachos que continuam na videira).

Tratamentos
A videira está sujeita a doenças (bactérias, vírus ou fungos que atacam a planta) ou pragas (quando animais, por exemplo insectos ou pássaros, causam estragos na videira). Algumas das doenças mais comuns em Portugal são o míldio e o oídio que atacam os órgãos verdes da planta. Algumas das pragas mais habituais são a traça da uva (atinge os bagos em todas as fases de desenvolvimento), a cigarrinha verde e o aranhiço vermelho (causam prejuízos na folhagem).
Para prevenir doenças e pragas, as videiras recebem tratamentos fitossanitários que variam não só consoante a região, solo e tipo de casta plantada, mas também no número de pulverizações e no tipo de fungicidas aplicados.

Rega
A videira necessita de água quando inicia o crescimento vegetativo, isto é, quando os bagos começam a crescer e na fase da maturação. Contudo, o excesso de água pode ser prejudicial, pois conduz a um crescimento anormal dos bagos e consequentemente a mostos pouco concentrados. Hoje, o sistema de rega gota-a-gota é bastante popular, pois permite controlar a quantidade de água depositada em cada videira. No entanto, existem vários locais onde as vinhas não são regadas regularmente. Na verdade, na maior parte do país, só em Verões muito quentes e secos onde não é normal esse tipo de condições climatéricas se procede à rega da vinha.

Vindima
A altura de iniciar a vindima é determinada de acordo com o estado de maturação das uvas e as condições climatéricas. À medida que os cachos amadurecem, a acidez dos bagos diminui e os teores de açúcar aumentam. É possível fazer análises por amostragem e procurar determinar a data da vindima em função da acidez e do grau de álcool previsível. Em relação às condições climatéricas, é desejável que não chova, já que a água e humidade absorvida pelos cachos é transmitida para o vinho.


Vinho Tranquilo

Na elaboração de vinhos tranquilos o sumo de uva é transformado em vinho através da fermentação. Se o vinho é produzido através do método de “bica aberta”, a fermentação é realizada com uvas sem pele e levemente esmagadas. Este método é utilizado no vinho branco e no vinho rosé produzido através do método branco. Por outro lado, se é importante conservar os pigmentos e taninos das uvas, o vinho é produzido através de curtimenta (método comum nos tintos e rosés elaborados através do método tinto).


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Vinho Espumante




A produção de um espumante começa com a elaboração de um vinho tranquilo. A segunda fase da produção varia mediante o método de elaboração escolhido pelo produtor: método tradicional, método de cuba fechada e método de transferência. Em quaisquer dos métodos realiza-se uma segunda fermentação (em garrafa ou cuba) precedida da introdução do licor de fermentação (contém mosto e açúcar). A segunda fermentação origina o gás carbónico característico do vinho espumante.


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Vinho Generoso


Na elaboração do vinho generoso, a fermentação é interrompida mais cedo do que no vinho tranquilo, de modo a impedir a transformação total do açúcar do mosto em álcool. Os vinhos generosos apresentam uma graduação alcoólica mais elevada do que os tranquilos, uma vez que passam por uma etapa de vinificação denominada aguardentação. Isto é, depois da fermentação é acrescentada aguardente ao vinho. Os vinhos generosos são depositados em garrafas ou barris onde passam por um período de estágio (às vezes com a duração de décadas) antes de serem comercializados.

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Luz Divina

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Excelente tópico, parabéns. Força aí amigo fcp.1893:espi28:
 

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Lista de Castas Brancas

LISTA DE CASTAS
Com origem no latim, o nome "Casta" significa "pura; sem mistura".

Enologicamente podemos dizer que "Castas" é um conjunto de videiras, cujas características morfológicas e qualidades particulares transmitem ao vinho um carácter único, constituindo assim uma variedade singular com componentes organolépticas especificas.
Ao agregado de características transmitidas pelo solo e pelo clima às videiras, os franceses deram o nome de "terroir" e não podemos falar de castas de videiras, sem fazer a sua associação ao terroir, pois conforme o local onde se encontra plantada, uma mesma casta reage de forma diferente originando diferenças no produto final, o vinho.

Em todo o mundo existem entre dez a vinte mil castas, no entanto, destas apenas cerca de quinhentas foram isoladas, cultivadas e reproduzidas pelo homem. Nesta secção irá encontrar as castas mais utilizadas em Portugal, bem como outras de interesse.

ALVARINHO


A casta Alvarinho é uma das mais notáveis castas brancas portuguesas. É uma casta muito antiga e de baixa produção que é sobretudo plantada na zona de Monção e Melgaço (região dos Vinhos Verdes). Pode adquirir duas formas distintas: cacho pequeno, pouco compacto e bagos pequenos e dourados ou cacho médio e de bagos maiores que permanecem esverdeados quando maduros. Esta casta é responsável pelo sucesso dos primeiros vinhos portugueses "monovarietais" (uma só casta), pois em Portugal os vinhos de lote (mistura de várias castas) são mais comuns. A casta Alvarinho produz vinhos bastante aromáticos e que atingem graduações alcoólicas elevadas conservando uma acidez muito equilibrada.


ANTÃO VAZ


A casta Antão Vaz é umas das castas mais importantes da zona do Alentejo. Oriunda da Vidigueira, no sul alentejano, é bastante resistente à seca e às doenças. Apresenta cachos de tamanho médio com bagos pequenos e uniformes que são de cor verde amarelada e que no fim da maturação passam a ser de cor amarela. Os vinhos produzidos por esta casta são bastante aromáticos (predominam os aromas a frutos tropicais) e têm, geralmente, cor citrina.


ARINTO


Sinonímias: Pedernã

A Arinto é uma casta muito versátil, por isso é cultivada em quase todas as regiões vinícolas. Na região dos Vinhos Verdes é conhecida por Pedernã. Contudo, é na região de Bucelas que esta casta ganha notoriedade, sendo considerada a casta "rainha" da região_O cacho da casta Arinto é grande, compacto e composto por bagos pequenos ou médios de cor amarelada. Esta casta é frequentemente utilizada na produção de vinhos de lote (mais do que uma casta) e também de vinho espumante. Na região de Bucelas, produz vinhos monovarietais (uma só casta) de elevada acidez, cor citrina e marcadamente florais e frutados (quando jovens).


AVESSO


A casta Avesso é cultivada na região dos Vinhos Verdes, contudo a sua plantação concentra-se próxima da região do Douro, especificamente nas sub-regiões de Baião, Resende e Cinfães. Aí, encontra as condições favoráveis para se desenvolver, uma vez que prefere solos mais secos e menos férteis do que aqueles que habitualmente existem em outras zonas da região dos Vinhos Verdes. Os cachos da casta Avesso são de tamanho médio e os seus bagos são grandes e verde-amarelados. Esta casta origina vinhos aromáticos, bastante saborosos e harmoniosos. As qualidades da casta Avesso são verdadeiramente apreciadas quando as condições de maturação permitem elaborar vinhos com, pelo menos, 11% de álcool.



AZAL


A casta Azal Branco é uma casta de qualidade cultivada na região dos Vinhos Verdes, principalmente nas sub-regiões de Penafiel, Amarante e Basto. No início do século XX, era a principal casta para a produção do vinho branco da região. Os cachos da Azal Branco são de tamanho médio e constituídos por bagos grandes de disposição compacta. É uma casta muito produtiva, de maturação tardia e os seus bagos apresentam uma cor esverdeada mesmo no final de maturação. Os vinhos que possuem a casta Azal Branco na sua composição apresentam aromas frutados pouco intensos. São vinhos bastante acidulados, por isso são raros os monovarietais de Azal Branco.


BICAL


Sinonímias: Borrado das Moscas

A casta Bical é típica da região das Beiras, nomeadamente da zona da Bairrada e do Dão (onde se denomina "Borrado das Moscas", devido às pequenas manchas castanhas que surgem nos bagos maduros).Aquando da época da revolução tecnológica na Bairrada, nos anos 80, foi possível conhecer todas as qualidades da casta Bical. Assim, a par da casta Maria Gomes, a Bical é uma das mais importantes castas da região. Esta casta é de maturação precoce, por isso os seus bagos conservam bastante acidez. É muito resistente à podridão, contudo particularmente sensível ao oídio.
Os vinhos produzidos com esta casta são muito aromáticos, frescos e bem estruturados. Na Bairrada a casta Bical é muito utilizada na produção de espumante.


CERCIAL


Sinonímias: Cerceal; Sercial; Esgana Cão

A casta Cercial é cultivada em diferentes regiões vitícolas. De acordo com a região pode adoptar diferentes grafias e apresentar características ligeiramente diferentes. São conhecidas a Cercial do Douro e do Dão, a Cerceal da Bairrada e a Sercial da Madeira, também denominada de Esgana Cão no Douro.As principais características das variedades da Cercial são a elevada produção e boa acidez. Esta casta produz o famoso vinho generoso Sercial da Madeira, um vinho seco que depois de envelhecer adquire características excepcionais. Os vinhos monovarietais desta casta são geralmente um pouco desequilibrados, por isso é costume lotar a Cercial com outras castas como a Bical, Fernão Pires ou Malvasia Fina. Nestes vinhos, a característica herdada da Cercial são a acidez elevada e os aromas delicados.



CHARDONNAY


A casta Chardonnay encontra-se é vinificada em praticamente todo o mundo vinícola. Estas uvas de películas verdes são usadas para produzir vinho branco. Acredita-se que esta casta tem origem na região francesa da Borgonha. O mosto resultante desta casta adquire muitas das características do "terroir" onde é plantada e do tipo de maturação a que é sujeito. É também uma casta muito utilizada em vinhos espumosos incluindo o Champagne. É uma das castas mais plantadas a nível mundial.



CÓDEGA DO LARINHO


Casta de produtividade média, sensível ao míldio e pouco sensível ao oídio. Os cachos são grandes e compactos, com bago de tamanho médio, arredondado, de cor amarelada, com película medianamente espessa, polpa suculenta e de sabor particular. É uma casta de maturação média, os mostos possuem um potencial alcoólico médio e uma acidez baixa.
Produz vinhos de cor citrina com aromas bastante complexos, frutado intenso (frutos tropicais) e floral. Na boca mostra algum défice em frescura (pouco ácido), compensado com um excelente perfil aromático e grande persistência.


ENCRUZADO


O cultivo da casta Encruzado é praticamente exclusivo da zona do Dão, sendo provavelmente a melhor casta branca plantada na região. É utilizada na produção da maioria dos vinhos brancos através de vinhos de lote ou de vinhos monovarietais.
A casta Encruzado tem uma boa produção e é bastante equilibrada em açúcar e acidez. Por outro lado, é muito sensível à podridão e a condições climatéricas desfavoráveis (chuva e vento).
Os vinhos compostos por esta casta são muito aromáticos e de sabor acentuado. Apresentam uma longevidade fora do comum, uma vez que podem conservar-se em garrafa durante muitos anos.



FERNÃO PIRES


Sinonímias: Maria Gomes

A Fernão Pires é uma das castas brancas mais plantadas em Portugal. É mais cultivada nas zonas do centro e sul, especialmente na zona da Bairrada (onde é conhecida por Maria Gomes), Estremadura, Ribatejo e Setúbal.A casta Fernão Pires tem uma maturação muito precoce, por isso é uma das primeiras castas portuguesas a ser vindimada. Além disso, sendo muito sensível às geadas, desenvolve-se melhor em solos férteis de clima temperado ou quente. Esta casta possui um bom teor alcoólico e uma acidez baixa ou média, por isso os vinhos produzidos ou misturados com esta casta têm intensos aromas florais.



GOUVEIO


A casta Gouveio é cultivada na região do Douro, onde é também conhecida por Verdelho, por isso é muitas vezes confundida com a casta Verdelho cultivada nos Açores e Madeira.É uma casta com bom amadurecimento e de boa produção. Apresenta cachos médios e compactos que produzem uvas pequenas de cor verde-amarelada.Os vinhos produzidos com Gouveio apresentam um excelente equilíbrio entre acidez e açúcar, caracterizando-se pela sua elevada graduação, boa estrutura e aromas intensos. Além disso, são vinhos que possuem excelentes condições para envelhecimento em garrafa.



LOUREIRO


A casta Loureiro existe em quase toda a região dos Vinhos Verdes, mas é originária do vale do rio Lima. É uma casta muito produtiva e fértil, mas só recentemente foi considerada uma casta nobre. Os cachos são grandes e não muito compactos, enquanto os bagos são médios e de cor amarelada ou esverdeada. A casta Loureiro produz vinhos de elevada acidez e com aromas florais e frutados muito acentuados. Apesar de produzir vinhos "monovarietais" (uma só casta) é frequentemente utilizada em vinhos de lote (mistura de castas), onde é normalmente combinada com as castas Trajadura e Arinto.



MALVASIA FINA


Sinonímias: Arinto Galego; Assario Branco; Boal

A Malvasina Fina é essencialmente plantada no interior do norte de Portugal, na região do Douro e na sub-região Távora-Varosa. Contudo, é também cultivada na zona de Portalegre (onde se denomina Arinto Galego), Dão (onde é conhecida por Assario Branco) e na Madeira (onde adquire o nome de Boal).
É uma casta que não tolera temperaturas muito altas, por isso é necessário estudar a época ideal para realizar a vindima de modo a evitar a deterioração dos bagos. É particularmente sensível à podridão e a algumas doenças e pragas da vinha, como oídio e o desavinho. A Malvasia Fina produz vinhos de acidez moderada e de aromas e sabores delicados e pouco complexos. Esta casta é de produção regular e constituída por cachos e bagos de tamanho médio.



MARSANNE


Marsanne é uma variedade de uva branca, bastante produtiva e vigorosa, que se cultiva em França (Hermitage e Côtes-du-Rhône, Provenza), Suíça e Austrália (Victoria).Produz vinhos de cor amarelo pálido quase esverdeado, com acidez moderada. A sua mineralidade (quer no nariz quer na boca) e o seu baixo grau alcool, tornam-na numa casta de lote ideal. Historicamente tem sido lotada com a casta Roussanne, baixando a viscosidade e acidez desta e imprimindo-lhe um paladar mais complexo.Quando cultivada em climas mais frescos (como na sua casa ancestral - Hermitage), pode produzir vinhos brancos com grande capacidade de envelhecimento.



MOSCATEL


A casta Moscatel é originária do Médio Oriente e terá sido introduzida em terras nacionais na época do Império Romano. Sofreu muitas transformações ao longo dos séculos e hoje, existem três variedades da casta Moscatel em Portugal. A variedade Moscatel de Setúbal é a mais plantada em Portugal, e a sua produção concentra-se na Península de Setúbal, cujo clima ameno permite a maturação ideal dos bagos. Esta casta é imprescindível na elaboração do vinho generoso "Moscatel de Setúbal", contudo também é utilizada para enriquecer aromaticamente outros vinhos brancos da região, uma vez que é uma casta primária (marca o paladar e aroma dos vinhos).



RABO DE OVELHA


Sinonímias: Rabigato

A casta Rabo de Ovelha é cultivada na região do Douro, especialmente na zona do Douro Superior. É plantada em pequenas quantidades na região dos Vinhos Verdes sob o nome de Rabigato e nas zonas vitícolas do sul do país (Estremadura, Ribatejo e Alentejo) onde é mais divulgada.A casta Rabo de Ovelha apresenta cachos médios e bagos pequenos de cor verde amarelada. É uma casta muito sensível ao oídio e ao míldio. O vinho elaborado a partir desta casta é mais utilizado para produzir vinhos de lote. As principais qualidades da casta Rabo de Ovelha nos vinhos são o alto teor alcoólico, boa longevidade e elevada acidez. Os vinhos que incluem esta casta na sua composição apresentam aromas discretos, com notas florais, vegetais e até minerais.



ROUSSANNE


Embora niguém tenha a certeza absoluta da origem desta casta, o mais provavél é que seja nativa do vale do Rhône onde é usada tradicionalmente como uma casta de lote.Roussanne é uma variedade de uva branca cultivada em França (Vale do Rhône, Sabóia), na Itália, Austrália e na Califórnia. Produz vinhos de guarda muito finos.No Sul do vale do Rhône é uma das seis castas permitidas em Châteauneuf-du-Pape, e muitas vezes é lotada com a Grenache Blanc, fazendo sobresair as notas de mel e pêra da Roussanne. No Norte do vale do Rhône é normalmente lotada com a Marsanne nas denominações Hermitage, Crozes-Hermitage e Saint Joseph trazendo acidez, mineralidade e complexidade aos vinhos.A casta Roussanne também é encontrada na região de Saboia (onde é conhecida como Bergeron), e na Australia, Italia e Estados Unidos.



SAUVIGNON BLANC


De película verde, a uva Sauvignon é originária da região de Bordeaux, em França. É hoje plantada em muitas das regiões vinícolas mundiais, produzindo vinhos monovarietais atrevidos e frescos. Esta casta é também muito utilizada em vinhos de sobremesa como os Sauternes.
Dependendo do clima, o sabor pode variar de um vegetal agressivo a um tropical adocicado.
Juntamente com os vinhos da casta Riesling, os vinhos monovarietais Sauvignon Blanc foram dos primeiros vinhos serem engarrafados com o tipo de vedação "screwcap" em quantidades comerciais, especialmente pelos produtores da Nova Zelândia.



SÍRIA


Sinonímias: Alvadurão; Côdega; Crato Branco; Roupeiro

A casta Síria é cultivada nas regiões do interior de Portugal. Já foi a casta branca mais plantada na região alentejana, onde é denominada Roupeiro, contudo, verificou-se que as temperaturas demasiado elevadas do Alentejo não eram benéficas para esta casta: os vinhos não tinham frescura, boa acidez e perdiam os aromas rapidamente.Assim, desenvolveu-se o cultivo da Síria nas terras mais altas e frescas da Beira Interior (nomeadamente na zona de Castelo Rodrigo) e Dão (onde a casta é conhecida por Alvadurão, Côdega ou Crato Branco). A Síria é uma casta muito produtiva de cachos e bagos pequenos. Apesar de ser bem resistente ao oídio e ao míldio é bastante sensível à podridão. Os vinhos produzidos com esta casta são delicados, frescos e elegantes.


TERRANTEZ


Sinonímias: Folgasão; Donzelinho Branco

A casta Terrantez é originária do Dão, onde é conhecida como Folgasão. É também cultivada nos Açores, nomeadamente na zona do Pico e Biscoitos e na Madeira, onde é considerada uma casta nobre para a produção de vinho generoso.A Terrantez é uma casta rara e, neste momento, encontra-se quase extinta. Uma das razões para a sua extinção é a grande tendência que a Terrantez tem para a podridão (muitas vezes não resiste até à época da vindima). Os cachos da Terrantez são pequenos, compactos e constituídos por bagos pequenos de cor verde-amarelada. Os vinhos produzidos pela Terrantez são bastante perfumados, encorpados e de sabor persistente.



TRAJADURA


A casta Trajadura é oriunda da região dos Vinhos Verdes, particularmente da sub-região de Monção, apesar de ter alguma expressão na Galiza (Espanha). Rapidamente foi difundida para as outras sub-regiões, sendo cultivada em quase toda a região dos Vinhos Verdes. A casta Trajadura apresenta uma boa produção. Os seus cachos são muito compactos e de tamanho médio, compostos por bagos verde-amarelados de grandes dimensões. Os vinhos produzidos com a casta Trajadura apresentam aromas pouco intensos e normalmente, são um pouco desequilibrados. É comum lotar a casta Trajadura com a casta Loureiro ou, por vezes, com a Alvarinho (castas da mesma região e mais aromáticas), para atribuir maior grau alcoólico e melhor equilíbrio aos vinhos.



VERDELHO


A casta Verdelho ficou famosa por ser uma das castas utilizadas na produção do vinho generoso da Madeira. Depois da época da filoxera, o seu cultivo decresceu na ilha, no entanto ainda hoje continua a ser utilizada na produção de vinhos de mesa e generosos. A casta Verdelho é também cultivada nos Açores. Ultimamente, a casta Verdelho tem sido utilizada na produção de vinhos Australianos. Os vinhos produzidos com Verdelho são bastante aromáticos, equilibrados. Os vinhos da Madeira elaborados a partir da casta Verdelho são meio secos e de aromas delicados. A casta Verdelho apresenta cachos pequenos e compactos compostos por bagos pequenos de cor verde amarelada.



VINHAS VELHAS - BRANCAS


Por norma utiliza-se o termo "Vinhas Velhas" para designar um conjunto de castas com muitos anos de vida (geralmente idades superiores a 60/70 anos).Antigamente não era habitual utilizar a plantação separada por castas. As castas eram plantadas misturadas pois, uma vez que era raro uma doença atacar todas as estirpes ao mesmo tempo, protegia-se a produção desta forma. Era normal existir mais de 35 variedades plantadas no mesmo lote de terreno.Com o passar dos anos certas castas foram deixando de ser plantadas em detrimento de outras que, segundo o critério de cada viticultor, tinham melhores atributos.Hoje em dia muitas vezes não é possível identificar todas as castas que compõem um talhão de "Vinhas Velhas", mas todas as "Vinhas Velhas" têm em comum as baixas produções por hectare e uma maior concentração de todos os componentes na uva.



VIOSINHO


A casta Viosinho é apenas cultivada nas regiões do Douro e de Trás-os-Montes, onde já é utilizada desde o século XIX. É uma casta de boa qualidade e indicada para a produção de vinho tranquilo e de vinho do Porto, todavia apresenta uma produção fraca e por isso é pouco cultivada. A Viosinho apresenta cachos e bagos pequenos de maturação precoce e bastante sensíveis à podridão. Esta casta desenvolve-se melhor em solos pouco secos. A casta produz vinhos bem estruturados, frescos e de aromas florais complexos. Normalmente são também alcoólicos e capazes de permanecer em garrafa durante alguns anos.


VITAL


sinonímias: Boal Bonifácio; Malvasia Corada

Casta vigorosa, mostrando-se fértil mesmo podada em talão. Sensível à podridão, principalmente quando instalada em terrenos de aluvião. O bago tende a engelhar com a carência hídrica, não chegando, por vezes, a atingir a plena maturação. Produz vinhos com um teor alcoólico relativamente elevado, equilibrados e harmoniosos.

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Fonte: Enoteca
 
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