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Formação médica em risco

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Formação médica em risco

Os hospitais universitários têm cada vez menos partos devido à baixa da natalidade e ao excesso de oferta de serviços. A situação está a ameaçar a qualidade de ensino a alunos e internos.
A quebra de natalidade e o excesso de maternidades em certas zonas estão a ameaçar a qualidade do ensino médico.
Os hospitais universitários deparam-se com uma quebra do número de partos, sendo o caso mais grave o que se vive no Hospital de Santa Maria, em Lisboa, onde este ano apenas se irão realizar 2.350, quando o ano passado se fizeram 2.674. «Já perdemos 300 partos com a abertura do Hospital de Loures, estando previsto perder 500. E não faz qualquer sentido um hospital destes não ter partos para a capacidade que tem. O ideal seria fazer 2.800/3.000 por ano» , explica Luís Graça, director de serviço daquela unidade de saúde, acrescentando ser fundamental que os hospitais universitários tenham «patologias» e material para «ensinar os alunos e os internos» . Este ano o Santa Maria tem 23 formandos.
A situação pode piorar com a abertura, em Fevereiro de 2013, do novo Hospital de Vila Franca de Xira, uma parceria público privada com o Grupo Mello em que foi acordada a realização de 1.000 partos e que não pode ser alterada sob pena de o Estado ter de indemnizar o privado.
Também o Hospital Universitário da Covilhã, pertencente à Universidade da Beira Interior, se depara com uma situação preocupante. Ali fazem-se apenas cerca de 650 partos e na carta hospitalar – documento feito pela Entidade Reguladora de Saúde (em discussão pública até 31 de Dezembro) – os peritos defendem mesmo o seu encerramento e a junção deste ao Hospital de Castelo Branco que faz 400 partos/ ano, que integraria também o Hospital da Guarda (que faz 750 partos/ano).
No entanto, esta questão não é pacífica no sector. Há médicos, como Luís Graça, que consideram a opção de fecho da Covilhã «uma tragédia» . Outros têm posição oposta. «Se calhar não faz sentido a Covilhã ter Hospital Universitário» , diz outro especialista, adiantando que o importante não é enviar grávidas para um hospital por ser universitário, mas sim por ter muita actividade médica.
No Hospital Universitário de São João, no Porto, e no Hospital Universitário Daniel de Matos, em Coimbra, também se estão a verificar quebras. Nesta última região, por exemplo, está prevista para breve a fusão com a Maternidade Bissaya Barreto. Braga, o quinto Hospital Universitário, parece ser a excepção conseguindo atingir os 3.000 partos este ano, não estando assim ameaçado.
Fechos em Lisboa e Coimbra
Além de afectar os hospitais universitários, a quebra de natalidade está também a dificultar que a maioria dos hospitais do país cumpra o critério internacional, definido pela Organização Mundial de Saúde, que estabelece os 1.500 partos por ano como o limite abaixo do qual não é aconselhável manter as maternidades abertas devido a dificuldades de prática médica. «Um dos casos gritantes é o de Vila do Conde, que faz 900 partos, e devia ser integrado no Hospital de Matosinhos» , refere Luís Graça, membro da Comissão Nacional de Saúde Materna, da Criança e do Adolescente, nomeada pelo director-geral de Saúde em Agosto deste ano.
O médico confirma que a diminuição de partos deixa muitos blocos longe do critério dos 1500 nascimentos, mas lembra que há casos em que a falta de acesso das populações obriga a que se mantenha aberta a maternidade. É o que se passa em Beja, cujo encerramento forçaria as grávidas de risco, por exemplo, a virem para Lisboa.
Segundo fontes clínicas, pelo país há muitas unidades que não seriam necessárias, como a de Torres Vedras que tem de recorrer a tarefeiros. Mas apesar desta opinião ser unânime, fonte oficial do Ministério da Saúde adianta que não estão previstos fechos de maternidades a não ser em Coimbra e Lisboa. Na capital, está previsto o encerramento da Maternidade Alfredo da Costa, que apesar de ter sido anunciado há vários meses ainda não foi concretizado. Declarações recentes da presidente do Centro Hospitalar Lisboa Central, Teresa Sustelo, marcam o fecho da maternidade lisboeta para 31 de Dezembro.

Fonte: SOL
 
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