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Qual é o limite do Ser Humano?

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GF Platina
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Fev 10, 2010
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Ainda sem explicação, a Fisiologia tenta explicar o grau de resistência humana, ou até mesmo os nossos limites. A cada olimpíada a humanidade depara-se com novos recordes quebrados, lançando a dúvida até onde podemos chegar. Tal recorde terá um limite que poderá ser ultrapassado com a era da terapia genética aplicada ao desporto. Assim teremos super atletas modificados geneticamente, como no filme "X man", ou seja mutantes prontos para baterem recordes.

A Fisiologia vem ao longo de 30 anos estudando os limites biológicos do homem no desporto. Sabe-se que cada modalidade desportiva exige padrões específicos de força, flexibilidade, potência muscular, densidade óssea, percentagem de gordura corporal, capacidade cardiopulmonar, e sem falar nos genes adequado.

Um exemplo disso são os corredores do Quénia, excelentes na maratona: destacam-se pela sua resistência e rapidez. Outro factor importante neles é a estrutura óssea, um exemplo disso é o desenho do joelho que é mais largo do que nos outros corredores de outros cantos do mundo, fazendo assim aguentarem mais os impactos e possuírem mais flexibilidade. Numa prova de resistência, como a maratona, a gordura corporal é algo indesejável, notamos que os vencedores são altos, magros e com o esqueleto prevalecendo. Na piscina, porém, a gordura na medida certa conta pontos, tanto que os negros, mais enxutos, nunca foram bons nadadores, e as mulheres cheias por natureza, brilham mais do que os homens nas provas aquáticas de longa distância.

O impacto de condições ambientais extremas sobre o organismo humano, tem levado especialistas a estudar como o homem se comporta em condições que desafiam a própria sobrevivência.

Só para ter uma ideia sobre limite, os alpinistas austríacos Peter Habeler e Reinhold Messner chegaram ao topo do Everest (8848 metros de altura), sem auxílio de oxigénio complementar. Só para comparativo de tal façanha, a altitude de um avião comercial em voo de cruzeiro é de apenas mil metros acima.

A temperatura mais baixa que um ser humano pode suportar é determinada pelo tempo de exposição, por isso, ao contrário da altitude e da profundidade, não é fácil estabelecer um limite humano para o frio. Além disso, o factor vento muda tudo.

Uma temperatura de menos de 29º C, suportável com agasalho suficiente, desce para -44º C, graus negativos com um vento de apenas 16 km/h, congelando a pele em dois minutos. A uma temperatura de -50º C graus abaixo de zero, a pele nua congela em um minuto. O mergulho no gelo é o ápice de quem quer desafiar os limites do corpo para o frio. A água fria pode matar instantaneamente. Mas os médicos, acreditam nas propriedades conservadoras do gelo: "Ninguém está morto enquanto não estiver quente e morto". Houve pessoas que já foram reanimadas, depois de ficarem totalmente submersas em água gelada por minutos sem respirar.

Por curtos períodos, o homem é capaz de suportar temperaturas superiores aos de ponto de ebulição da água, 100º C, sem que estas alterem significativamente sua temperatura interna.

Experiências mostram que temperaturas de até 127 graus podem ser suportadas durante 20 minutos. Acima disso, é a temperatura do corpo que começa a esquentar. E as células do cérebro são extremamente sensíveis ao calor corporal: 42 graus é o limite!

Os seres humanos podem viver confortavelmente em temperaturas ambientes bem superiores à do corpo humano, desde que o ar seja suficientemente seco. Em caso de humidade superior a 75%, o suor que normalmente refresca escorre do corpo como água, e isso causa desidratação.

As montanhas fascinam os homens há séculos e certos povos ainda as reverenciam como morada dos deuses. Crenças à parte, só mesmo divindades conseguiram sobreviver permanentemente a altitudes acima dos 6 mil metros. As habitações humanas mais elevadas do planeta são os povoados de mineiros no Monte Aucanquilcha, nos Andes Chilenos, a 5490 metros de altura.

Com o advento do montanhismo, os efeitos do mal-das-montanhas tornaram-se mais conhecidos. De início, a pessoa se sente tonta, mas também eufórica, embriagada pelo ar rarefeito. Horas depois, isso dá lugar a um cansaço invencível, dor de cabeça, náuseas. A redução da densidade do ar significa que ele contém menos oxigénio, o que sobrecarrega os pulmões e afecta os músculos.

Os dois austríacos que conquistaram o monte Everest precisaram de mais de uma hora para percorrer 100 metros até ao topo. São exemplos de atletas especialmente dotados para um determinado fim, graças a um sistema respiratório capaz de se adaptar sem traumas em altitudes não humanas.

As pessoas podem passar muitos dias sem comida: as greves de fome de mais de dois meses são exemplos disso. Mas a vida sem água é impossível após mais de cinco dias. A sede, obviamente provoca desidratação. A maioria das pessoas pode suportar uma redução de 3% a 4% de água do corpo sem dificuldades. Uma perda de mais de 10% leva a deterioração física e mental. Perdas de 15% a 20% são fatais. Quando a falta de água é acompanhada de calor, isso ocorre em 36 horas.

Um facto desafiou essa lógica: o mexicano Pablo Valencia, que se perdeu no Arizona em 1905 e até hoje conta nos livros de Fisiologia como um fantástico fenómeno de sobrevivência. Passou sete dias e sete noites sem comer e beber nada, nessa região que é uma das mais quentes e secas da Terra. Ao ser encontrado, estava negro de sol. As suas pernas e braços estavam atrofiados às medidas de uma criança. Os olhos não piscavam. Estava surdo e cego, e não falava porque sua boca estava grudada. Uma semana depois de internado, Pablo estava recuperado, mas esse é um caso excepcional.

A Fossa das Marianas, no Pacífico é o ponto mais fundo do solo oceânico, com 10.914 metros de profundidade. A profundidade média dos mares, 4 mil metros, só pode ser atingida por submarino atómico.

Em matéria de mergulho o homem ainda engatinha, pois o mergulho livre mais profundo do homem contendo fôlego é de apenas 72 metros e foi realizado em 1992 pelo italiano Umberto Pelizzari. Em 1995 o cubano Francisco Ferreras atingiu a marca de 133 metros, mas ajudado por pesos.

Sem estes pesos o homem tende a flutuar, porque composto basicamente de água, o corpo humano tem densidade próxima ao meio líquido. Mesmo mergulhadores experientes, podem sofrer os efeitos da profundidade.

Exemplo disso são os pescadores de pérolas do Arquipélago de Tuamotu, no Pacífico, que sofrem de tavarana, um mal que significa "cair loucamente". Num único dia, pelo menos 50 dos 235 mergulhadores locais apresentam sintomas do mal, que vão da paralisia temporária à morte. Os pescadores mergulham até 40 metros e fazem de 6 a 14 mergulhos por hora, ficando só cinco minutos na superfície entre um tempo e outro. Tempo curto demais para que o nitrogénio se dissolva nos seus tecidos.
 
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