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Animais pouco conhecidos pela maioria dos Portugueses

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Embora seja um país pequeno, Portugal é rico em variedade de fauna e flora. Alguma da fauna típica portuguesa é desconhecida dos portugueses e até mesmo dos estrangeiros.
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Muflão-europeu (Ovis ammon musimon)

Trata-se de um carneiro selvagem, e acredita-se que seja um dos antepassados dos carneiros domésticos. É castanho-avermelhado com uma lista escura na lateral, e possui partes brancas na lateral e no ventre.
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Os machos possuem grandes chifres recurvados, embora nas fêmeas, quando estão presentes, são muito pouco desenvolvidos. O muflão mede 1,25 metro de comprimento e 70 centímetros de altura na cernelha, e pesa de 40 kg a 50 kg. Tem pelagem curta, espessada no Inverno, e é actualmente considerado um animal raro. O muflão é o único capríneo selvagem em Portugal.
 

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Veado Vermelho (Cervus elaphus hispanicus)

O veado vermelho é o maior mamífero de Portugal, pode chegar aos 250 kg, e as fêmeas pesam 150 kg. Na Europa Central chegam aos 350 kg.
O grande inimigo do veado vermelho português é o lobo-ibérico (Canis lupus signatus).
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Estes veados possuem pelagem avermelhada com muitas ramificações. É o maior cervídeo da fauna portuguesa e espanhola, constituindo também o troféu mais valioso de caça.
É um animal de grande porte, de membros esguios, dorso direito e garrote saliente, sendo ao mesmo tempo forte, ágil e prudente.
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Em Portugal as maiores populações de veado (sem contar com zonas vedadas ou onde foram recentemente reintroduzidos) correspondem às zonas de Moura/Barrancos, Castelo Branco/Idanha-a-Nova e Bragança. Este veado tem preferência por bosques de folha caduca e matagais. Conhecido também por os seus combates com machos rivais para a pose das fêmeas.

Em Portugal o veado-vermelho foi quase extinto no século XX, mas seus números tem aumentado. Actualmente, a espécie habita em áreas ao longo da fronteira com Espanha, estando representada nas áreas protegidas do Parque Natural da Serra de São Mamede, Parque Natural de Montesinho e Parque Natural do Tejo Internacional. Apesar de ainda ser relativamente raro, é considerada uma espécie em expansão.
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No Montesinho é uma importante presa natural do lobo-ibérico. O veado-vermelho foi também introduzido em outras áreas do país como a Tapada Nacional de Mafra e a Tapada Nacional de Vila Viçosa. Na década de 1990 foi reintroduzido na Serra da Lousã, no centro de Portugal.
 

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Corça (Capreolus capreolus)

A corça é o cervídeo de menor porte existente em toda a Europa. Primo afastado do veado, apresentou uma evolução ao longo dos séculos um pouco diferente da do seu primo Gamo.

A corça europeia, o menor dos cervídeos europeus, possui um aspecto gracioso e esbelto. Os seus membros posteriores são mais alargados e elevados que os anteriores, sendo especialmente adaptados ao salto. Da sua morfologia, destaca-se a extremidade negra do focinho, com os lábios e queixo brancos, grandes orelhas e um escudo anal branco que contorna uma cauda curta e rudimentar. O dimorfismo sexual é pouco acentuado e as principais características distintivas são a presença de hastes no macho, durante a maior parte do ano e a forma do escudo anal que, nos machos, se parece a um rim, e nas fêmeas, a um coração invertido. As populações de corças da Península Ibérica, quando comparadas com as do norte e centro da Europa, apresentam diferenças em tamanho e peso, sendo de uma forma geral, mais pequenas e magras.
corco2.jpg

Mas apesar da toda a sua graciosidade e beleza, a corça revela instintos tão apurados como os do mais bravio dos animais. Com uma capacidade visual fora do vulgar, a corça consegue detectar um pequeno movimento a largas distâncias. Com um ouvido apuradíssimo sente o mais leve movimento ou o mais suave remexer da folhagem.
roe-deer-group-image.jpg

Em Portugal, a corça vive principalmente no norte e ao longo da fronteira com a Espanha. Áreas protegidas com populações de corças são o Parque Nacional da Peneda-Gerês, Parque Natural de Montesinho, Parque Natural do Alvão e o Parque Natural do Douro Internacional. Recentemente registou-se o seu regresso à Reserva Natural Serra da Malcata.
 

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Lontra: a superpredadora dos rios portugueses!

Em Portugal encontra-se uma das principais populações de Lontra (Lutra lutra) de toda a Europa. Este mamífero dotado de incrível agilidade e curiosidade inesgotável habita na maior parte do território nacional.
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A Lontra (Lutra lutra) habita os rios portugueses menos poluídos rodeados de
abundante vegetação ribeirinha. Vales remotos e sossegados, praias desertas
rodeadas por costas rochosas escarpadas ou lagoas de altitude são potenciais
locais de ocorrência do superpredador dos meios húmidos.
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É uma espécie intimamente associada às zonas húmidas. Todos os locais com água permanente e não muito poluída e que estejam relativamente livres de perturbação humana, são capazes de albergar lontras. Assim, a Lontra existe nas águas continentais (rios, ribeiras, lagoas, albufeiras, etc.), em águas salobras (estuários) e no litoral marinho. São ainda referidos como determinantes para a espécie a presença de um coberto vegetal que forneça abrigo e a disponibilidade de alimento.
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Espécie essencialmente piscívora, fazem ainda parte da sua dieta, artrópodes, répteis, pequenos
mamíferos e aves. A diversidade de presas consumidas aumenta no Outono e no Inverno. Revela
também o seu carácter oportunista ao consumir espécies exóticas (alguns peixes e lagostins).
 
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Esquilo Vermelho (Sciurus vulgaris)

O esquilo-vermelho ou esquilo-vermelho-eurasiático (Sciurus vulgaris) é uma espécie de esquilo pertencente ao género Sciurus.
É um roedor omnívoro que habita árvores, sendo muito comum por toda a Eurásia.
dsc03008.jpg

O esquilo-vermelho é o único roedor arborícola com hábitos diurnos
na nossa fauna. Possui uma agilidade incrível, que lhe permite dar
grandes saltos nas copas das árvores, e a sua cauda felpuda torna-o
inconfundível.

esquilovermelho.jpg

Em Portugal, a espécie parece ter-se extinguido no século XVI. A partir da década de 80, os esquilos originários de Espanha começaram a ser observados no norte do país. Actualmente já estão estabelecidos em áreas como o Parque Nacional da Peneda-Gerês. Em 1993, foram introduzidos no Parque Florestal de Monsanto, área onde já apresentam uma distribuição abundante. Em 1994, os esquilos marcaram a sua presença no Jardim Botânico de Coimbra.
esquilo.jpg

Em Portugal, o esquilo vermelho é frequentemente atropelado pelos automóveis. Mas para além disso, tem os seus inimigos naturais, como o açor que é perito em caçar em ambientes fechados, e a marta, uma ágil trepadora. No solo, encontra predadores como a raposa, geneta, gatos-bravos e domésticos.
 
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Cegonha Preta (Ciconia nigra)

A cegonha preta tem cerca de 1,5 de comprimento e 2,5 metros de envergadura. A plumagem é quase toda preta, com reflexos metálicos esverdeados, as partes brancas resumem-se ao ventre e ao peito, o bico e as patas são vermelho vivo. O voo é muito semelhante ao da cegonha branca, no entanto é menos dependente das correntes ascendentes, ganhando altitude facilmente através de lentas batidas das suas grandes asas.
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Pernas longas e vermelhas, bico longo e vermelho, e um padrão preto com reflexos
esverdeados, fazem da cegonha preta, uma das mais belas aves do território português.
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Esta bela ave sobrevive principalmente nos troços internacionais dos nosso três maiores rios (Douro, Tejo e Guadiana), e só em locais extremamente inacessíveis, verdadeiras fortalezas naturais.

A cegonha-preta é uma espécie esquiva e difícil de observar. As zonas remotas do interior são aquelas onde a sua observação é mais provável:
- Nos Trás-os-Montes, pode ser vista ao longo do Douro Internacional, nomeadamente em Miranda do Douro e na barragem de Picote; também ocorre ao longo do Baixo Sabor.
- Na Beira interior, no Tejo Internacional, a zona de Segura e as Portas de Ródão são os locais mais favoráveis à observação da cegonha-preta, que também ocorre na zona de Monfortinho e no vale do rio Águeda.
- Em Lisboa e Vale do Tejo são muito raras, embora tenha sido observada ocasionalmente na zona de Abrantes, e mais raramente, no estuário do Tejo.
- No Alentejo pode ser vista ao longo do vale do Guadiana (zonas de Mourão, Mértola e Mina de São Domingos) e também na zona da barragem da Póvoa e nas imediações de Marvão. Ocorre igualmente em Barrancos. Durante o Inverno, aparece esporadicamente na lagoa dos Patos, na zona de São Cristóvão/Cabrela e na albufeira do Alqueva.
- No Algarve, ocorre principalmente durante as épocas de passagem migratória, sendo o cabo de São Vicente o melhor local para observar esta cegonha.
Espécie rara, estando ameaçada devido sobretudo, a perda de habitat. Nidificam em Portugal poucas centenas de casais, sendo a sua densidade baixa. Pode ser observada em bandos pouco numerosos, durante as concentrações de final de Verão. Durante o Inverno, é bastante rara, havendo algumas observações dispersas pelo Alentejo, geralmente na proximidade de açudes ou albufeiras.
 

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A Foca Monge do Mediterrâneo (Monachus monachus)

Também conhecida por lobo-marinho, a foca monge é o membro da família das focas mais ameaçado de extinção.
Os machos pesam 400 kg e tem 4 metros de comprimento; mas as fêmeas medem cerca de 2,30 metros.
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Outrora abundante em todo o Mediterrâneo e nalgumas zonas Atlânticas, costeiras ou insulares,
como a ilha da Madeira, a foca monge do Mediterrâneo está actualmente, na lista das espécies
mais protegidas do mundo: a sua população mundial não excede os cerca de 450 indivíduos.

Perseguida por uso comercial, a foca monge sofreu com a actividade piscatória, disputando duras batalhas com os pescadores na captura de peixes, sendo muitas vezes capturada nas redes. Hoje em dia, a foca monge sobrevive na ilha da Madeira e especialmente nas ilhas Desertas, numa população muito reduzida.
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O Serviço do Parque Natural da Madeira iniciou um projecto para a conservação do lobo-marinho e do seu habitat em 1988, o que levou à criação da Área Protegida das Ilhas Desertas em 1990 que entretanto passaram a Reserva Natural em 1995.
 

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Urso Pardo (Ursus arctos)

O urso-pardo está amplamente distribuído pelo planeta. Habita na América do Norte, em certos locais da Europa, Ásia e até no norte de África. Este animal atinge facilmente 1,70 metro de comprimento, podendo chegar aos 2,80 metros. O peso dos machos oscila entre os 100 kg e os 315 kg, mas poderá ultrapassar este valor; as fêmeas raramente ultrapassam os 200kg.
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Na Península Ibérica, o urso sofreu uma acentuada redução devido à acção directa e indirecta do homem e encontra-se actualmente circunscrito à Cordilheira Cantábrica (menos de 100 indivíduos) e Pirenéus (cerca 10 indivíduos). Habita preferencialmente zonas montanhosas com florestas mistas, mas também pode ser encontrado em zonas de tundra.

Extinção do Urso Português

Não há dúvidas de que o urso fazia parte da fauna portuguesa, mas hoje em dia, encontra-se extinto nas nossas florestas. A data de extinção do urso em Portugal é um pouco questionável. Documentos do século XVIII indicam que o último urso foi morto em 1650, na Serra do Gerês, mas actualmente considera-se que sobreviveu para além do século XVII.
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Em 1835 foi publicado num jornal uma notícia que alude para a programação de uma caçada ao urso na Serra de Montesinho. Além disso, Gabriel Pereira refere que até meados do século XIX ainda existia a espécie, embora de forma irregular nas montanhas do Minho e Trás-os-Montes. Justo Méndez refere que até 1930, ainda subsistiam alguns exemplares na zona fronteiriça da Serra do Gerês. Com base nestas informações, o urso-pardo terá vivido nas Serras do Norte até meados do século XX. A existência da espécie em Portugal neste século poderá ter tido origem de movimentos dispersivos de indivíduos provenientes de Espanha.

Urso em Portugal?

Em 2005, foram encontradas pegadas de urso-pardo em Peña Trevinca a apenas cerca de 20 km de Portugal (Parque Natural de Montesinho). Acredita-se que durante estes últimos anos, o êxodo rural, o aumento da área de carvalhal e do número de veados, foi favorável à expansão do urso-pardo, nesta região da Península Ibérica.
 
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