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Tainhas e o seu valor

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As diferenças entre a tainha e o garrento são poucas, excepto na malha dourada no opérculo e na espessa camada de garro.

Neste artigo vou falar-vos dos valores da tainha não só do valor que tem em competição como da parte gastronómica. Todos os anos os clubes do Norte, Centro e Sul organizam convívios que são sem dúvida os que têm o maior número de participações, comparando-os com os da Federação Portuguesa de Pesca Desportiva.

Alguns destes são ganhos por quem sabe apanhar tainhas pois a sua pontuação em certas regiões é elevada tirando assim valor ao pescador do fundo que só tem hipótese de competir quando está mar bravo.

Também é para elucidar pescadores iniciados na pesca à bóia da manha das tainhas e para quem gosta de convívios da pesca desportiva.

Depois do almoço à espera das classificações e da entrega dos prémios a falar de pesca aprendemos uns com os outros, pois o sabe tudo ainda não nasceu.

O outro valor que tem é na cozinha, mas só em certas zonas do país em que mares bravos e águas não poluídas como é o caso do litoral de Sintra geralmente onde a pesco. Para quem a souber preparar pouca diferença faz do robalo devido à alimentação que têm e habitarem num mar limpo.

Por isso lembrem-se de quando vão à pesca não deixarem lixo nos pesqueiros.
 
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Tainhas
A tainha e o garrento são das muitas espécies de tainhas as mais comuns na nossa costa, peixes bastante desconfiados uns excelentes nadadores com uma visão bastante apurada que comem por sucção daí as ferragens serem tão difíceis.

São dos peixes que mais contribuem para o aperfeiçoamento técnico em acção de pesca, daí o material a usar deve ser o mais ligeiro e ultra fino, para que sejamos bem sucedidos.

Um peixe que se alimenta de ovos de outros peixes, pequenos animais marinhos e fitoplâncton que são algas microscópicas em suspensão.

Vem daí o gosto da nadar à superfície e à meia água à procura de alimento.

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utilizou a técnica de encardumar as tainhas com ajuda da farinha Sensos APMUL.

As diferenças entre a tainha e o garrento são poucas, excepto na malha dourada no opérculo e na espessa camada de garro.
 
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Locais em que se encontram
Em toda a costa e em todos os rios de corrente branda e regular pois vive e desova igualmente em águas doces, salobras e salgadas por ser euritérmica e euralina, quer dizer suporta facilmente grandes diferenças de temperatura e de salinidade. Facilmente se encontram em baías e praias onde haja pedras marisqueiras e pedras limosas. É nas baías de pedras de seixos que a concentração de fitoplâncton é maior e daí o gosto por esses locais.

Para a pescar com sucesso aconselho mar com ondulação fraca e águas lusas onde faça um pouco de rabujada ou seja, água branca não em excesso, sendo preferível pescar meia maré a encher.


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O engodo
No mar, sardinha gorda e fresca, pois a gordura e o sangue da mesma é uma regra fundamental. Um pouco de óleo de sardinha para dar mais gordura e cheiro ao engodo e farinha da Sensas APMUL que serve de excitante e ajuda a encardumar as tainhas.

Pisando mais ou menos 15 sardinhas gordas por cada balde, bem trituradas, junta-se água à medida que se vai pisando seguindo-se de duas rolhas de óleo de sardinha e de um pouco menos de 1/4 de pacote de APMUL, pisando e misturando com um pouco de água de vez em quando até obter uma calda espessa. Os primeiros baldes podem ficar assim com o engodo um pouco grosso até meter o peixe no pesqueiro.

Quando o peixe já está no pesqueiro os seguintes baldes de engodo devem ser mais bem triturados e aguados a fim de encardumar as tainhas engodando compassadamente o pesqueiro com uma concha, estando quase sempre a salpicar o mesmo com a finalidade de manter o peixe no pesqueiro, mas não de lhe dar muito de comer.

Deve-se utilizar a técnica de embebedar ou seja encardumar as tainhas e só depois de elas estarem à vontade no pesqueiro sem temor da cana e do pescador sôfregas com o engodo é que se inicia a pesca.

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Em docas, estuários, águas com pouca corrente e pouco profundas pode-se utilizar o APMUL conforme está indicado no pacote.

Para não perder tempo a fazer o engodo na hora da prova, pois o tempo e a rapidez é precioso, pode fazê-lo na véspera usando uma vasilha com tampa de plástico não a enchendo até cima e pondo-a na arca das sardinhas para não fermentar. Duas ou três horas, não mais para não correr o risco de o engodo ficar em pedra, congelado. Duas ou três horas antes da prova adicionar o pacote de APMUL.
 
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Iscar
A técnica de iscar e as iscadas dependem do tamanho do peixe e como ele anda a comer, se à superfície se à meia água.

Sendo a tainha um dos peixes que come por sucção tatiando as iscadas nas beiçolas, estas devem ser as mais pequenas a tapar o anzol no caso da tainha.

O garreto quando está em cardume e a pegar bem, um belisco tamanho de um bago de arroz no bico do anzol às vezes é quanto basta.

Para a tainha grande um pequeno lombinho a iscar tipo minhoca costuma dar resultado pois ela não consegue roubar pelas pontas e é tentada a sugar.

Outra hipótese de ser feita a iscada é com três beliscos porque se ela conseguir roubar um ainda ficam dois.

Aconselho aos pescadores que fazem esta pesca, especialmente aos de competição, a não cortarem muito as unhas ou a não as gastar a apanhar tiagem pois é com as unhas que se arrancam os beliscos de sardinha, iscando só com as partes brancas sem espinhas, sendo as partes da barriga as mais cobiçadas pelas tainhas.

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para quem tem pouca prática a iscar e quando lança por vezes a iscada cai, aconselho a iscar com chicharro ou sardinha fresca começando por arrancar com as unhas a barbatana dorsal da sardinha tirando-lhe a pele de seguida e isca-se, começando pelos lombos até às partes da barriga.

Iscas: sardinha, minhoca, savelha e chicharro

Deve-se iscar com a sardinha com que se engoda.

No Verão engoda-se com sardinha fresca e pesca-se com a mesma.

No Inverno engoda-se com sardinha congelada e isca-se com sardinha congelada mas da solta, devendo esta ser preparada da seguinte maneira: Deixe descongelar 1 ou 2 kg de sardinha em sal. Quando está descongelada embrulhe-a num pano para enxugar e ponha mais umas pedras de sal para enrijar.

O peixe não é parvo se está engodado a comer uma qualidade de sardinha não pega tão bem na outra.
 
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Técnica
O êxito desta pesca baseia-se na atenção visual seja com a bóia dentro de água a ver o seu suave mergulhar ou a pescar com ela no ar, isto é a pescar ao tento a ver, ferrando assim que deixamos de ver a isca, temos que ser rápidos na ferragem pois de contrário ela comê-la-á como quem come azeitonas, deitando o caroço fora.

O tamanho das bóias e o calibrar das mesmas depende naturalmente das águas em que se pesca, principalmente no mar em dias de agitação, as bóias terão de ter a envergadura necessária para não mergulharem constantemente na ressaca.

Em dias de calmaria, quando o mar é manso ou a pescar nas docas em águas paradas, deve-se reduzir o tamanho das bóias, assim é também na espessura do fio, procurando pescar o mais fino possível.

Um exemplo, no mar com ondulação de 1 a 2 metros a pescar tainhas de quilo põe-se uma bóia de 5 gramas, 0,18 no carreto e um anzol nº8.

Em dias de mar parado ou numa doca, já temos que pescar mais ligeiro, por exemplo uma bóia de 1 grama, 0,14 no carreto e o número do anzol deriva com o tamanho do peixe sendo variável entre os números 8 e 14.

Na calibragem das bóias aconselha-se a pôr uma oliva, bem como a distribuição do chumbo pela linha depende da altura de água em que o peixe se encontra.

 
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Conselhos
Quando o sol espelha na água use óculos de sol polarizados para não estragar a vista e ver a bóia.

Se tiver o sol pelas costas procure não fazer sombra na água assim como pescando agachado evita mostrar-se ao peixe, não devendo usar vestuário com cores fora do ambiente em que se encontra.

Na competição aconselho a terem duas canas montadas com bóias e anzóis diferentes para ver qual é a que tira mais rendimento.

Utilize chumbo fendido macio para calibrar as bóias e não ofender a linha e, aconselho ainda chumbos velhos para não brilharem.

A pescar na prumada ao tento, com a bóia fora de água a ver a tainha a sorver a isca, tira-se mais rendimento a pescar com anzóis sem barbela pois por vezes desferram-se sozinhas dentro do balde.

Ás vezes resulta corricar um bocadinho a isca para lhe atrair a atenção, quando ela vem atrás, na altura em que deixamos de ver a iscada é quando a devemos ferrar.

Procure não deixar as tainhas quando ferradas ir às pedras pois basta largarem algumas escamas para escaldarem o pesqueiro assim como quando se põe o camaroeiro ao peixe é aconselhável lavá-lo para tirar o garro antes de o utilizar pela segunda vez.

Quando se ferra uma tainha grande aconselho a desviar o peixe do pesqueiro para não assustar as outras.

 
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O material: as canas
Por muitos anos a olhar o mar e a saber lê-lo, com muitas centenas de horas à pesca, só depois de pescar com as canas em protótipo é que vejo se são apropriadas para o tipo de pesca que indico.

Por isso vos aconselho para o mar uma cana de bóia sensível mas que também dê para pescar aos sargos e robalos e que também se possa utilizar em pesqueiros altos e em mar aberto pois para investir dinheiro numa cana boa para este tipo de pesca no mar indico esta que é apropriada para ferragens difíceis, mas que também têm a vantagem de içar um bom peixe na prumada e fazer uma pesca rápida em competição, que é por exemplo pormos o balde de pôr o peixe ao pé de nós e quando o içamos na altura certa, que ele nos venha cair logo no colo, agachando-nos desferrando-o pondo-o logo dentro do balde não perdendo assim tanto tempo.

Por já ter pescado com a WEST COAST X de 4,5m, acção 10- 60 gr. da HIRO, como podem ver nas fotos, a aconselho.

Para pesca de alta competição, docas ou mar parado com linhas mais finas.

Aconselho duas canas de pesca à inglesa:

HIRO MAST 390

SHIMANO SULT MHT 390 FA

São o sonho de quem gosta de pescar com linhas finas.

Os carretos
Um bom carreto é um investimento a longo prazo por isso se não quer gastar dinheiro duas vezes, a comprar um barato, com peças de plástico e depois ter de comprar outra vez um bom carreto, mais vale comprar de uma só vez, mas quando se fala nas marcas DAIWA ou SHIMANO não vale a pena dizer mais nada, o que vos posso aconselhar são alguns modelos.

SHIMANO TWIN POWER 4000

STRADIC 2000 FG

SYMETRE 4000 FG

SYMETRE 2000 FG

DAIWA

TDS 2500 IA

EMS 2500 A

TEAM DAIWA-S 1500 IA

As linhas
As linhas devem ter elasticidade e resistência ao nó, à água salgada, serem finas e fortes e com pouca cor, já experimentou a nova SIGLON TOUGH? Como o peixe não usa óculos experimente você mesmo e compare com outras linhas dentro de um copo com água e veja a diferença.

Anzóis
O primeiro contacto do peixe é feito no anzol, daí o formato, a cor, o bico, a resistência e a espessura serem factores que são importantes, por isso aconselho o MUSTAD Ref. 515 N, anzol específico para iscar com sardinha.

Para o peixe mais miúdo e linhas mais finas, MUSTAD Ref. 60100 BLN.

As Bóias
Também estas são muito importantes pois são elas que nos dão o sinal do peixe, desde o formato e cor à gramagem, diferem para cada tipo de situação de mar e vento e de lançamento pois quanto mais longe se tem de lançar maior tem de ser a gramagem, quanto mais finas e esguias mais sensíveis são, dependem muito do estado do mar, bojudas em baixo e estreitas em cima são para pescar em dias de vento, pois assim não lhes oferecem tanta resistência em forma oval é para mar mais agitado, a Hiro e Mori, tem uma colecção de bóias para estas situações.

Gastronomia
Ponha uma tainha de mar fresca com 1500 gr. aproximadamente para quatro pessoas. Ao amanhar a tainha, limpar bem a barriga, raspando a pele preta. Esfrega-se com sumo de 1/2 limão. Enche-se a barriga da tainha com coentros aipo e salsa, mete-se uma camada de cebola no fundo dum tabuleiro para ir ao forno. Coloca-se a tainha e os seguintes ingredientes: sal q.b. 2 dl. vinho branco 4 colheres de sopa de azeite 2 colheres de sopa de margarina 2 tomates maduros 1 cebola 2 dentes de alho metade de um pimento aos pedaços 3 fatias de bacon 1 colher de chá de pimentão doce 1 malagueta e vai ao forno durante 45 minutos. Vai-se regando com o molho de vez em quando. Acompanha-se com batatas novas cozidas em água e sal; escorrem-se aloiram-se na frigideira com duas colheres de sopa de óleo e duas colheres de sopa de manteiga e um pouco de pimenta moída. Acompanha-se com vinho branco João Pires, colheita de 98. Bom apetite!

Original de:Luis Batalha

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