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Sargos à bóia na roca

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helldanger1

Visitante
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Foi no dia 4 de Novembro de 99 que preparei o material de pesca e me dirigi à Azóia de Sintra, para ver as feições do mar e do tempo, a fim de escolher o pesqueiro que reunisse as melhores condições para pescar à bóia.
Quando chego ao miradouro do farol da Roca, o ponto mais ocidental da Europa e que tem uma vista de mar e costa espectacular, vejo a água de uma cor azul muito bonita e entusiasmei-me, reparo também que o vento era fraco de sueste e que o mar tinha uma ondulação de 1,5 a 2 metros; consulto a tabela de marés para fazer a enchente, e quando olho para ver qual era a fase da lua vejo que estava Quarto Minguante a caminho da Lua Nova; pensei então cá para comigo: estou cheio de sorte, dias de pesca a reunir factores tão bons não acontecem todos os dias e fico mais uns minutos a olhar para o pesqueiro não fosse o mar estar de enchidos e enganar-me na feição levando-me a uma estafa a descer ao pesqueiro e ter uma desilusão, o que felizmente não sucedeu, o mar e o tempo encoberto pelas nuvens estavam o melhor possível para pescar.
Quando estou quase a chegar ao pesqueiro sento-me a descansar por causa da carga que transportava na minha enorme mochila, sardinha, baldes, material, etc.; ao olhar para baixo para o mar, vejo uns coalhos de areia nova no meio das pedras marisqueiras, vejo também alguns limos de correia a que chamamos laminarias e pensei cá para comigo: tantas pedras marisqueiras com tocas e areia nova, não só reúnem condições como habitat para o peixe como também têm aqui comida. Começo então a firmar bem a vista no mar e vejo brilhar algo que me deu a sensação de ter sido um sargo a virar-se no fundo.
Desço ao pesqueiro e começo a preparar a sardinha para engodar; faço um balde de engodo bem pisado para que as cabeças, espinhas e escamas fiquem no fundo do balde para assim obter um engodo grosso tipo puré, pois. tinha levado sardinha gorda congelada e sardinha fresca que comprei nesse dia; juntei umas tantas de cada e pisei a congelada por ser gorda e a fresca pelo sangue que tinha; juntei mais um pouco de água e fiz um balde de engodo como deve de ser, até estava encarniçado do sangue da sardinha fresca.
Descanso um pouco a observar o local onde queria pescar para ver se não tinha muita cor rente e se o engodo saía na direcção que eu pretendia. Comecei a engodar com intervalos de tempo certos para cima de uma pedra que o mar lavava, a fim de desentocar o peixe e atraí-lo para comer. Agarro numa das minhas canas preferidas que é a PowerX da HIRO com 5 metros e arrumo a Power X de 6 metros pois tinha levado as duas. Contudo a mais indicada para aquele pesqueiro era a cana de 5 metros, dado este não ser muito fundo. Devido à altura do pesqueiro montei o meu carreto Daiwa 4000 HiA da pesca à chumbadinha visto pensar precisar de le para içar e nesse aspecto o 4000 HiA da Daiwa corresponde perfeitamente.



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Passo o fio pelos passadores da cana e vejo se este não está roçado da última pesca, tendo optado por uma bobine sobresselente com fio 0,23 da Team Daiwa, fio de qualidade superior que me deixa totalmente confiante quando aperto com o peixe, pois o estrebuchar do mesmo assusta os outros, mas como o fio não se altera com a água salgada não me preocupei com o seu estado. Lanço mais duas colheres de engodo e na minha caixa de bóias da Hiro onde se encontravam vários modelos como a Sar a Goa entre outras, escolho uma Muge de 10 gramas para começar e monto-a empatando directo um anzol n° 4 referência 515N da Mustad, calibrando a bóia com chumbo macio fendido a 50 cm do anzol para dar uma apresentação natural à isca, e não parecer estar presa pelo fio; após a montagem feita estico a cana com o drag do carreto aberto para fazer descer a montagem. Habitualmente pesco sempre com o drag um pouco aberto, fechando-o no içar do peixe.
Agarro num trapo para limpar as mãos e nas iscas que eram nesse dia sardinha fresca camarão e mexilhão, e isco o anzol com camarão um pouco "esfarrapado" a tapar o mesmo com vários pedaços lançando de seguida a pesca na direcção pretendida, como conheço bem o pesqueiro não foi preciso subir nem descer a bóia estava na altura correcta. Entretanto lanço mais duas colheres de engodo.


Quando tento ver onde se encontrava a bóia não a vejo, instintivamente dou um toque à cana ferrando de seguida um sargo, seguindo-se outro após outro começando o peixe a falhar com o encher da maré. Pensei então cá para comigo, não fiz nada de errado porque é que o peixe falhou? Como o pesqueiro era avançado e não dava para acompanhar a maré, pois esta estava a encher e não tinha acesso para ir pescar um pouco mais à beira. Resolvo então mudar para uma bóia Hiro Goa de 15 gramas, pois como esta é de calibre superior leva mais chumbo e permite pôr a pesca mais longe; assim, pus a pesca entre duas pedras marisqueiras que eu suspeitava estarem rodeadas de sargos.

Confirmou-se, os sargos estavam lá e o êxito foi total. Trinta e seis sargos nesse dia, seguido de boas pescas quando o mar lá fazia feição.
O êxito destas bonitas pescas deve-se muito à maravilhosa Power X da HIRO uma cana de bóia já bastante conhecida e cujo desempenho em acção de pesca é extraordinário.
 
H

helldanger1

Visitante
Conselhos:

A bóia deve ser fina e esguia a fim de mergulhar sem oferecer resistência. Uma bóia redonda de pião por exemplo nega o fim para que foi criada, o peixe engole a isca segue o seu caminho, sente uma resistência anormal e cospe o anzol, as bóias da HIRO são estudadas e concebidas para que isso não aconteça.
As iscadas devem ser pequenas a tapar o anzol 515N da MUSTAD n° 4 ou n° 6 para parecer flutuar entre duas águas.
Quanto mais manso é o mar e a água lusa ou límpida mais fina deve ser a espessura do fio, não devendo ir abaixo do 0,16 visto o peixe muitas vezes comer debaixo para cima. A linha não deve notar-se dentro de água como é o caso do SC LINE TEAM DAIWA. Escolha locais com águas remexidas, não só está muito oxigenada como também obriga o peixe a nadar mais depressa e não ter tempo de ver o engano que é a linha ou o anzol às vezes mal iscado.
Os sargos gostam do mar onde faça rabujada e onde a água escoa pois é assim que aproveitam para com a força da água quando escoa juntamente com a sua força e peso próprios arrancarem o percebe e o mexilhão que lhes serve de alimento.
Com mares mansos e águas lusas não se mostre ao peixe, evitando vestuário com cores fora do ambiente em que se encontra. Sendo o sargo um peixe que se alimenta de marisco prefiro a maré enchente, pois é a encher que eles vão mariscar à beira, fazendo a aproximação da costa com a maré. A vazar deve-se pescar num pesqueiro avançado. As marés de Lua são marés que vazam muito mas que também enchem muito, dando assim mais actividade ao peixe forçando-o a acompanhar a maré.
Estas marés dão oportunidade de pescarmos em pedras ilhadas e apanhar iscas tanto para pescar como para engodar. Ex.: Mexilhão, ouriço, camarinha, burrié, carangueja, minhoca do conchilho, etc..
Sendo o sargo um peixe desconfiado e astuto, gosta de estar protegido junto às pedras, buracos e fendas nas rochas e no meio do limo de correia chamado laminaria.
O engodo para os sargos deve ser bem pisado de maneira que as cabeças, espinhas e escamas fiquem no fundo do balde, não devendo quando se está a engodar chegar ao fundo com a colher. Quando está quase a acabar retiram-se as espinhas para cima de uma pedra onde não, as pisemos e repetimos a operação. Quando vamos embora as gaivotas agradecem e não escaldamos o pesqueiro.


Locais:

Zonas de fundo rochoso. Praias de seixos. Fundos de pedra e areia.


Iscos para a Bóia:

Camarinha Camarão Mexilhão Amêijoa Sardinha Carangueja Minhocas

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Original de: Luis batalha

cumpts
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