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Os Grandes Revolucionários de todos os Tempos

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Ferdinand Cohn: Pioneiro da Bacteriologia

Pioneiro da bacteriologia, Ferdinand Cohn contribuiu, ao lado de Louis Pasteur para derrubar a teoria da geração espontânea, segundo a qual os organismos vivos são capazes de desenvolver-se a partir da matéria inorgânica.
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Ferdinand Julius Cohn nasceu em 24 de Janeiro de 1828, de família judia, em Breslau, posterior Wroclaw, na Polónia. Seu pai enriqueceu no comércio e ele pôde se dedicar ao estudo das ciências, em que se destacou apesar da surdez. Aos 14 anos ingressou na Universidade de Breslau, mas não pôde doutorar-se devido às leis anti-semitas. Transferiu-se então para a Universidade de Berlim, onde obteve o título de doutor aos 19 anos. Ali teve como mestre Christian Gottfried Ehrenberg, que o iniciou no estudo dos microrganismos. Em 1849 regressou a Breslau, onde ocupou o cargo de professor de fisiologia.

Os seus primeiros trabalhos foram sobre as algas unicelulares. Em 1866, fundou o primeiro instituto de fisiologia vegetal do mundo e ali se dedicou ao estudo das bactérias. Verificou que existem muitos tipos de microrganismos, com formas e órgãos funcionais distintos, e deu-lhes classificação sistemática. Descobriu também, em certas bactérias, os chamados endósporos (esporos que se formam no interior de células). Essa descoberta fez ruir a Teoria da Geração Espontânea e permitiu o desenvolvimento de técnicas de esterilização. Cohn morreu em Breslau, em 25 de Junho de 1898.

 

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Robert Koch: Descobridor de Pequenas Bactérias

Robert Koch (1843-1910), um dos fundadores da microbiologia, foi o primeiro a descobrir o agente do carbúnculo e o bacilo da tuberculose.
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O médico Robert Koch, um dos precursores da moderna bacteriologia, dedicou-se a pesquisas acerca das relações entre agentes bacterianos e a transmissão de doenças, bem como ao estudo da higiene e de epidemias. Suas teses não aumentaram a expectativa de vida e melhoraram a saúde da população apenas na Alemanha, mas continuam até hoje, sendo consideradas verdadeiros fundamentos da microbiologia moderna. Durante a Guerra Franco-Prussiana, de 1870 a 1871, Koch trabalhou como cirurgião. Após seu regresso ao país, assumiu a função de médico oficial da cidade na antiga província alemã de Posen (Poznan). Ali começou a estudar a biologia das bactérias.
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Naquela época, não havia ainda microscópios electrónicos, e desta forma, as bactérias eram os menores agentes que podiam ser examinados através do microscópio. Koch descobriu o agente bacteriano causador do carbúnculo e descreveu, pela primeira vez, como a transmissão da doença se dá através dos esporos: este foi seu primeiro grande trabalho científico, publicado em 1876. Mais tarde, Koch foi chamado a Berlim para assumir a direcção de um laboratório bacteriológico recém-criado, onde conseguiu detectar o agente causador da tuberculose. Com a Etiologia da Tuberculose, Koch conseguiu, pela primeira vez na história, identificar um microorganismo patogénico. Por este trabalho sobre a bactéria da tuberculose, recebeu o Prémio Nobel de Medicina em 1905.

No Egipto e na Índia, Koch investigou o causador da cólera; na antiga Rodésia (hoje Zimbábue), dedicou-se ao estudo da peste bovina e da febre aftosa; na Itália, no leste da África e na Indonésia, realizou pesquisas sobre a malária.
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Robert Koch (terceiro, da direita para a esquerda) na expedição médica alemã ao Egipto,
para estudar a epidemia de cólera (1884).

Robert Koch é reconhecido em todo o mundo como um dos pais da moderna Medicina Tropical e da Microbiologia.
Desenvolveu métodos de cultivo de bactérias que ainda hoje são aplicados na Microbiologia.
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O Instituto Real Prussiano de Doenças Infecciosas leva seu nome: Instituto
Robert Koch, em Berlim.
 

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Andreas Versalius: Pai da Anatomia Moderna

Andreas Vesalius (1514-1564), médico belga, foi considerado o pai da anatomia moderna. Foi o autor da publicação "De Humani Corporis Fabrica", um atlas de anatomia publicado em 1543.
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Esta espécie de atlas do corpo humano ricamente ilustrado estava dividida em sete partes: ossos (Livro 1), músculos (Livro 2), sistema circulatório (Livro 3), sistema nervoso (Livro 4), abdómen (Livro 5), coração e pulmões (Livro 6) e cérebro (Livro 7). Foi considerado um dos mais influentes livros científicos de todos os tempos.

Muito pouco havia sido descoberto sobre anatomia e fisiologia desde a Antiguidade, cujas descobertas foram baseadas na dissecação de animais. A falta de aulas práticas de anatomia na Universidade de Paris acabou levando Vesalius, assim como Mickael Angelo, a frequentar cemitérios em busca de ossadas de criminosos executados e vítimas de praga. Graduou-se doutor em Medicina pela Universidade de Pádua, na Itália, e em 1538 publicou seu primeiro trabalho, as "Tabulae Sex", um conjunto de seis desenhos de anatomia feitos por ele próprio.
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Em 1546, Andreas Vesalius foi nomeado médico da corte do sacro imperador romano Carlos V e ficou ao serviço do Império até a abdicação de Carlos em 1556, tendo passado depois disso a servir a Filipe II, rei da Espanha. Vesalius viria a morrer durante uma peregrinação para a terra santa, devido a um naufrágio.
 

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Hipócrates: O Pai da Medicina

Não se sabe muito sobre a vida desta importante figura da história médica, mas algo é inquestionável, Hipócrates é respeitado até aos nossos dias como o pai da medicina, pois ainda hoje sua obra é actual. Este pesquisador do campo da saúde nasceu na Grécia, em Cós, ilha grega do Dodecaneso, provavelmente em 460 A.C. Viveu na mesma época que os grandes filósofos gregos Sócrates e Platão.
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Hipócrates parece ter percorrido toda a Grécia e chegou até ao Próximo Oriente. Comandou a importante Escola de Cós, que via a enfermidade como um mecanismo mórbido que deve ser analisado nas suas variadas manifestações, independente de sua causa original. A medicina seria definida, portanto, como o ofício de cuidar do doente, conforme as regras estabelecidas pela própria práxis, sob a inspiração do exame atento e detalhado da situação em questão. Este movimento na área da saúde é completamente atrelado à presença de Hipócrates a sua liderança.

Hipócrates criou a célebre doutrina dos quatro humores - sangue, fleugma ou pituíta, bílis amarela e bílis negra - para melhor entender o funcionamento do corpo humano, englobando a própria personalidade do Homem. Teríamos deste modo, a seguinte classificação: sangue - coração, personalidade do tipo sanguíneo; linfa - cérebro, personalidade do tipo linfático; bílis amarela - fígado, personalidade do tipo bilioso; bílis negra - baço, personalidade do tipo melancólico. Conforme estes humores alcançam o necessário equilíbrio, a saúde está presente no organismo; se um deles está em menor proporção ou em quantidade excessiva, o desequilíbrio se instaura, provocando dor e enfermidades. Esta visão hipocrática perdurou até ao século XVIII.

O grande estudioso, que lutou constantemente contra o pensamento mágico e supersticioso, oferecia três espécies de tratamento:
- A sangria para acabar com os excessos;
- O purgante, com o objectivo de complementar a purificação do organismo;
- A dieta para prevenir a constituição dos maus humores.
O contacto com a natureza é igualmente uma prescrição significativa, segundo o famoso médico.

Para Hipócrates, as doenças estavam igualmente relacionadas ao meio ambiente, ao clima, a uma determinada raça e à alimentação. Seus principais conceitos estão contidos na sua obra "Aforismos", e muitos deles ainda têm validade no mundo contemporâneo. Fundamental também é sua ética, resumida no célebre Juramento de Hipócrates. De acordo com alguns pesquisadores, porém, este paradigma que até hoje se esforça para guiar a conduta médica pode ter sido criado bem depois da época de Hipócrates. Mas com certeza foi pelo menos inspirado nas suas atitudes éticas.

Juramento de Hipócrates


"Eu juro, por Apolo, médico, por Esculápio, Higia e Panacea e por todos os deuses e deusas, a quem conclamo como minhas testemunhas, juro cumprir, segundo meu poder e minha razão, a promessa que se segue: estimar, tanto quanto a meus pais, aquele que me ensinou esta arte; fazer vida comum, e se necessário for, com ele partilhar meus bens; ter seus filhos por meus próprios irmãos; ensinar-lhes esta arte, se eles tiverem necessidade de aprendê-la, sem remuneração e nem compromisso escrito; fazer participar dos preceitos, das lições e de todo o resto do ensino, meus filhos, os de meu mestre e os discípulos inscritos segundo os regulamentos da profissão, porém, só a estes.

Aplicarei os regimes para o bem do doente segundo o meu poder e entendimento, nunca para causar dano ou mal a alguém. A ninguém darei por comprazer, nem remédio mortal nem um conselho que induza a perda. Do mesmo modo não darei a nenhuma mulher uma substância abortiva.

Conservarei imaculada minha vida e minha arte.

Não praticarei a talha, mesmo sobre um calculoso confirmado; deixarei essa operação aos práticos que disso cuidam.

Em toda a casa, aí entrarei para o bem dos doentes, mantendo-me longe de todo o dano voluntário e de toda a sedução sobretudo longe dos prazeres do amor, com as mulheres ou com os homens livres ou escravizados.

Àquilo que no exercício ou fora do exercício da profissão e no convívio da sociedade, eu tiver visto ou ouvido, que não seja preciso divulgar, eu conservarei inteiramente secreto.

Se eu cumprir este juramento com fidelidade, que me seja dado gozar felizmente da vida e da minha profissão, honrado para sempre entre os homens; se eu dele me afastar ou infringir, o contrário aconteça.

O Juramento de Hipócrates é um juramento solene efectuado pelos médicos, tradicionalmente por ocasião de sua formatura, no qual juram praticar a medicina honestamente. Existem duas versões do Juramento de Hipócrates: a original, escrita em Lausana em 1771, e uma outra, ratificada em 1948 pela Declaração de Genebra e posteriormente actualizada em 1968 e 1983, a qual vem sendo utilizada em vários países por se mostrar social e cientificamente mais próxima da actual realidade".
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Cláudio Galeno: Notável Médico Romano

Cláudio Galeno (129-199), médico romano, foi considerado o pai da Anatomia. Um dos médicos mais importantes da Antiguidade. Realizou extensos estudos de Anatomia e Fisiologia. Sua monumental enciclopédia de Medicina "Exercícios Anatómicos" foi durante mais de 15 séculos, considerada infalível.
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Cláudio Galeno nasceu em Pérgamo, na Ásia Menor. Esta é a península que fica entre o Mar Negro e o Mar Mediterrâneo, separada da Grécia pelo Mar Egeu. Essa península é hoje ocupada pelos turcos. Na época de Galeno, a Ásia Menor era uma das mais prósperas regiões do mundo. Era dominada pelo Império Romano. O pai de Galeno era grego e tinha boa instrução. Estudou Aritmética, Astronomia, Geometria. Era Matemático e Arquitecto. Com a mãe aprendeu as primeiras lições, até aos 14 anos. Estudou em escolas que lhe ensinaram os preceitos dos filósofos gregos. Com 17 anos inicia o curso de Medicina, em Pérgamo, Esmirna e Corinto. Estuda com os mais renomados mestres. Além da Medicina, estudava Geometria, Astronomia, Música e Linguagem. Começou a exercer a profissão em Pérgamo. Com 28 anos, foi cirurgião dos gladiadores. Entre 162 e 164, foi chamado à Roma para ser médico do jovem Cómodo, filho do Imperador Marco Aurélio. Em Roma escreve a maior parte de sua obra, cerca de 400 livros, dos quais 98 são conhecidos.

Cláudio Galeno realizou vários estudos de anatomia e fisiologia. Como as leis não permitiam realizar estudos nos seres humanos, as suas experiências eram realizadas nos macacos. Estudou o coração, os músculos e as válvulas. Percebe que todos os nervos vão ter ao cérebro, seja directamente, ou pela medula espinhal. Reconhece o valor do compasso das pulsações, para determinar as condições do paciente. Distingue, no sistema nervoso cerebral, os nervos sensoriais dos nervos motores. Demonstra que os rins processam a urina e mostra que as artérias contêm sangue e não água, como acreditavam até então, os investigadores. A obra de Galeno foi considerada infalível durante mais de 15 séculos. Cláudio Galeno morreu em 199.
 

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Rosalind Franklin: A Mãe do ADN

Rosalind Franklin (1920-1958), biofísica britânica, foi pioneira da biologia molecular que, empregando a técnica da difracção dos raios-X, concluiu que o ADN tinha forma helicoidal (1949).

Aos 15 anos, contrariando o desejo dos pais decidiu que queria ser cientista. Rosalind entrou em 1938 no Newnham College, em Cambridge, graduando-se em físico-química (1941). Iniciou como investigadora (1942) analisando a estrutura física de materiais carbonizados utilizando raios-X. Trabalhando no British Coal Utilization Research Association, onde desenvolveu estudos fundamentais sobre as microestruturas do carbono e de grafite, base do doutorado em físico-química pela Universidade de Cambridge (1945).

Trabalhando em Paris (1947-1950), no Laboratoire Central des Services Chimiques de L'Etat, usou a técnica da difracção dos raios-X para análise de materiais cristalinos. Voltando para a Inglaterra, juntou-se a equipa de biofísicos do King's College Medical Research Council (1951) e com Raymond Gosling no laboratório de biofísica do britânico Maurice Wilkins, e iniciou a aplicação de estudos com difracção do raio-X para determinação da estrutura da molécula do ADN. Este trabalho permitiu ao bioquímico norte-americano James Dewey Watson e aos britânicos Maurice Wilkins e Francis Crick confirmar a dupla estrutura helicoidal da molécula do ADN, dando-lhes o Nobel de Fisiologia ou Medicina (1962). Rosalind sendo a autor da descoberta, foi a grande injustiçada, devido ao preconceito machista em relação a mulheres trabalhando nesta área científica.
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Apesar das inúmeras dificuldades provocadas pelo preconceito, Rosalind provou ser uma cientista de primeiro nível, e mudou-se (1953) para o laboratório de cristalografia J. D. Bernal, do Birkbeck College, em Londres, onde prosseguiu com seu trabalho sobre a estrutura do vírus do tabaco. Quando iniciou sua pesquisa sobre o vírus da poliomielite (1956), descobriu que tinha cancro. Foi no Birkbeck Collegeaos que publicou seu último trabalho, sobre as estruturas do carvão (1958). Morreu em Londres ainda muito jovem, aos 37 anos, de cancro no ovário.
 

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Filósofos que influenciaram a História

Na filosofia, os peritos elegeram como um dos maiores filósofos da história, Platão, que revolucionou a filosofia, ao decidir registar os diálogos de Sócrates; a educação, ao criar a primeira instituição de ensino superior do mundo; e a política, ao propor um modelo de sociedade ideal, imaginada por um filósofo.
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Platão é um dos primeiros e maiores gigantes da filosofia. Discutiu sobre um pouco de tudo, inclusive amor, que preferia homossexual, mas não físico, de onde vem o "Amor Platónico". Em filosofia, platonismo acabou relacionado a certo tipo de idealismo místico, fundado na noção que ideias existem de forma pura, independentemente das pessoas que as pensem. Uma ideia que soa exótica, mas que seduziu inúmeros filósofos. Ao longo dos séculos, as ideias de Platão e Aristóteles puxaram e arrastaram a civilização ocidental em diferentes direcções.

Platão é possivelmente a maior razão por que a filosofia em si sobreviveu. Seu mestre, Sócrates, pode ter sido o fundador. Mas se dependesse só dele, tudo poderia ter acabado como um boato vago contado em Atenas por uma ou duas gerações, de um velhinho maluco que irritava as pessoas com sua conversa esquisita e acabou forçado a tomar cicuta. Sócrates, afinal, não deixou nada escrito, e era contra a ideia. Ele via a filosofia como um diálogo vivo entre duas pessoas.

Quando Platão resolveu escrever justamente esses diálogos, que nunca vamos saber até que ponto são fiéis ao que realmente ouviu, se ouviu, e se Sócrates realmente existiu, transformou a arte de um artista solitário em disciplina académica. A palavra, aliás, vem de uma segunda revolução de Platão, e a outra forma como ele manteve viva a filosofia.
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Platão à esquerda, usando toga vermelha, dialoga com Aristóteles,
vestindo uma toga azul.

A Academia, fundada por Platão em 387 A.C., foi a primeira instituição de ensino superior do mundo. Até então, ninguém havia imaginado que o homem precisasse continuar a aprender depois da infância. O platonismo é relacionado ao culto às ideias abstractas. Platão é o autor de "República", o primeiro tratado de filosofia política e proposta de sociedade ideal imaginada por um filósofo. Na utopia platónica, não haveria propriedade privada, a educação seria uniformizada pelo Estado, as classes sociais seriam rígidas, o treino militar, severo, e poesia e ficção, banidas. Essa sociedade totalitária seria regida por reis-filósofos. Se a ideia perfeita pode soar estranho hoje em dia, a inspiração de Platão estava logo ali, ao sul de Atenas. Era Esparta, onde a educação e classes sociais eram rigidamente controladas, a arte era pouca e o dinheiro, malvisto. A cidade era a antítese da anarquia democrática de Atenas, e a educação organizada dos jovens acabava encantando os filósofos.
 

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Sócrates: O Pai da Filosofia Ocidental

Sócrates nasceu em Atenas, provavelmente no ano de 470 A.C, e tornou-se um dos principais pensadores da Grécia Antiga. Podemos afirmar que Sócrates fundou o que conhecemos hoje por filosofia ocidental. Foi influenciado pelo conhecimento de um outro importante filósofo grego: Anaxágoras. Seus primeiros estudos e pensamentos discorrem sobre a essência da natureza da alma humana.
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Sócrates era considerado pelos seus contemporâneos um dos homens mais sábios e inteligentes. Nos seus pensamentos, demonstra uma necessidade grande de levar o conhecimento para os cidadãos gregos. Seu método de transmissão de conhecimentos e sabedoria era o diálogo. Através da palavra, o filósofo tentava levar o conhecimento sobre as coisas do mundo e do ser humano. Conhecemos seus pensamentos e ideias através das obras de dois de seus discípulos: Platão e Xenofontes. Infelizmente, Sócrates não deixou por escrito seus pensamentos.

Sócrates não foi muito bem aceite por parte da aristocracia grega, pois defendia algumas ideias contrárias ao funcionamento da sociedade grega. Criticou muitos aspectos da cultura grega, afirmando que muitas tradições, crenças religiosas e costumes não ajudavam no desenvolvimento intelectual dos cidadãos gregos. Em função de suas ideias inovadoras para a sociedade, começa a atrair a atenção de muitos jovens atenienses. Suas qualidades de orador e sua inteligência, também colaboraram para o aumento de sua popularidade.

Temendo algum tipo de mudança na sociedade, a elite mais conservadora de Atenas começa a encarar Sócrates como um inimigo público e um agitador em potencial. Foi preso, acusado de pretender subverter a ordem social, corromper a juventude e provocar mudanças na religião grega. Na sua cela, Sócrates foi condenado a suicidar-se tomando um veneno chamado cicuta, em 399 A.C.

Algumas frases e pensamentos atribuídos ao filósofo Sócrates:

- A vida que não passamos em revista não vale a pena viver.

- A palavra é o fio de ouro do pensamento.

- Sábio é aquele que conhece os limites da própria ignorância.

- É melhor fazer pouco e bem, do que muito e mal.

- Alcançar o sucesso pelos próprios méritos. Vitoriosos os que assim procedem.

- A ociosidade é que envelhece, não o trabalho.

- O início da sabedoria é a admissão da própria ignorância.

- Chamo de preguiçoso o homem que podia estar melhor empregado.

- Há sabedoria em não crer saber aquilo que tu não sabes.

- Não penses mal dos que procedem mal; pense somente que estão equivocados.

- O amor é filho de dois deuses, a carência e a astúcia.

- A verdade não está com os homens, mas entre os homens.

- Quatro características devem ter um juiz: ouvir cortesmente, responder sabiamente, ponderar prudentemente e decidir imparcialmente.

- Quem melhor conhece a verdade é mais capaz de mentir.

- Sob a direcção de um forte general, não haverá jamais soldados fracos.

- Todo o meu saber consiste em saber que nada sei.

- Conhece-te a ti mesmo e conhecerás o Universo de Deus.
 

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Aristóteles: O Grande Filósofo

Aristóteles (384 A.C.-322 A.C.), filósofo grego, foi aluno de Platão e professor de Alexandre "O Grande". Os seus escritos abrangem diversos assuntos, como a física, a metafísica, as leis da poesia e do drama, a música, a lógica, a retórica, o governo, a ética, a biologia e a zoologia.
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Juntamente com Platão e Sócrates, Aristóteles é visto como um dos fundadores da filosofia ocidental. Em 343 a.C. torna-se tutor de Alexandre da Macedónia, na época com 13 anos de idade, que será o mais célebre conquistador do mundo antigo. Em 335 A.C. Alexandre assume o trono e Aristóteles volta para Atenas onde funda o Liceu, em 335 A.C., voltado para o estudo das ciências naturais. Seus estudos filosóficos baseavam-se em experimentações para comprovar fenómenos da natureza.

O filósofo valorizava a inteligência humana, única forma de alcançar a verdade. Fez escola e seus pensamentos foram seguidos e propagados pelos discípulos. Pensou e escreveu sobre diversas áreas do conhecimento: política, lógica, moral, ética, teologia, pedagogia, metafísica, didáctica, poética, retórica, física, antropologia, psicologia e biologia. Publicou muitas obras de cunho didáctico, principalmente para o público geral. Valorizava a educação e a considerava uma das formas crescimento intelectual e humano. A sua grande obra é o livro "Organon", que reúne grande parte de seus pensamentos.

As Quatro Causas

Segundo Aristóteles, há quatro causas implicadas na existência de algo:
- Causa material: daquilo que a coisa é feita como, por exemplo, o ferro.
- Causa formal: é a coisa em si como, por exemplo, uma faca de ferro.
- Causa eficiente: aquilo que dá origem a coisa feita como por exemplo, as mãos de um ferreiro.
- Causa final: seria a função para a qual a coisa foi feita como por exemplo, cortar carne.
Pensamento de Aristóteles sobre a educação: "A educação tem raízes amargas, mas os frutos são doces". Aristóteles (D.L. 5, 18).
 

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Immanuel Kant: O Grande Filósofo da Era Moderna

Kant nasceu, viveu e morreu em Könisberg, uma cidade da Prússia Oriental (Alemanha). Era filho de um humilde comerciante de descendência escocesa. Recebeu uma educação pietista. Frequentou a Universidade a partir de 1740, como estudante de filosofia e matemática. Dedicou-se ao ensino, vindo a desempenhar as funções de professor adjunto (1755-1770) e depois de professor ordinário (1770-1796) na Universidade de Könisberg.

Immanuel Kant (1724-1804), filósofo prussiano, é considerado o último grande filósofo da era moderna. Kant manifestou grande simpatia pelos ideais da Independência Americana e depois da Revolução Francesa. Foi um pacifista convicto. É lendária a forma extremamente regrada como vivia. Conta-se que a população de Könisberg acertava os relógios por ele quando passava pelas suas janelas nos seus passeios diários, sempre às 16h 30m.Morreu aos 80 anos.
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Nascido de uma modesta família de artesãos, depois de um longo período como professor secundário de geografia, Kant veio a estudar filosofia, física e matemática na Universidade de Königsberg, e em 1755 começou a leccionar ensinando Ciências Naturais. Em 1770 foi nomeado professor catedrático da Universidade de Königsberg, cidade da qual nunca saiu, levando uma vida monotonamente pontual e só dedicada aos estudos filosóficos. Realizou numerosos trabalhos sobre ciência, física, matemática, etc. Kant operou, na epistemologia, uma síntese entre o racionalismo continental (de René Descartes e Gottfried Leibniz, onde impera a forma de raciocínio dedutivo), e a tradição empírica inglesa (de David Hume, John Locke, ou George Berkeley, que valoriza a indução).

Kant é famoso sobretudo pela elaboração do denominado idealismo transcendental: todos nós trazemos formas e conceitos a priori (aqueles que não vêm da experiência) para a experiência concreta do mundo, os quais seriam de outra forma impossíveis de determinar. Segundo este idealismo transcendental, os fenómenos da realidade objectiva, por serem incapazes de se mostrar aos homens exactamente tais como são, não aparecem como coisas em si, mas como representações subjectivas construídas pelas faculdades humanas de cognição. Seu oposto seria o idealismo dogmático. Esta forma de idealismo afirma que o ego transcendental consegue apreender conhecimento através dos sentidos e também de conceitos centrais, as categorias.

A filosofia da natureza e da natureza humana de Kant é historicamente uma das mais determinantes fontes do relativismo conceptual que dominou a vida intelectual do século XX. No entanto, é muito provável que Kant rejeitasse o relativismo nas formas contemporâneas, como por exemplo o Pós-modernismo.

Hipótese Kant-Laplace

Kant é também conhecido pela filosofia moral e pela proposta, a primeira moderna, de uma teoria da formação do Sistema Solar, conhecida como a hipótese Kant-Laplace.
Segundo essa teoria, o Sistema Solar teria sido formado há cerca de 4,6 biliões de anos a partir de uma vasta nuvem de gás e poeira - a nebulosa.
 

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Karl Marx: Fundador do Comunismo

Karl Heinrich Marx (1818-1883), intelectual e revolucionário alemão, foi fundador da doutrina comunista moderna, tendo actuado como economista, filósofo, historiador, teórico político e jornalista. O pensamento de Marx influencia várias áreas, especialmente Filosofia, Geografia, História, Direito, Sociologia, Literatura, Pedagogia, Ciência Política, Antropologia, Economia e Teologia, mas também a Biologia, Psicologia, Comunicação, Administração, Física, Cosmologia, Arquitectura e Ecologia.
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As teorias de Marx sobre a sociedade, a economia e a política, conhecidas como Marxismo, afirmam que as sociedades humanas progridem através da luta de classes: um conflito entre a classe burguesa que controla a produção e um proletariado que fornece a mão-de-obra para a produção. Ele chamou o capitalismo de "A Ditadura da Burguesia". Acreditando que seja executada pelas classes ricas para seu próprio benefício, Marx previu que, assim como os sistemas socio económicos anteriores, o capitalismo produziria tensões internas que conduziriam à sua autodestruição e substituição por um novo sistema: o socialismo.

Marx argumentou que uma sociedade socialista seria governada pela classe trabalhadora a qual chamou de "Ditadura do Proletariado", o "Estado dos Trabalhadores" ou "Democracia dos Trabalhadores". Marx acreditava que o socialismo viria a dar origem a uma apátrida, uma sociedade sem classes chamada de comunismo. Junto com a crença na inevitabilidade do socialismo e do comunismo, Marx lutou activamente para a implementação do primeiro, argumentando que os teóricos sociais e pessoas economicamente carentes devem realizar uma acção revolucionária organizada para derrubar o capitalismo e trazer a mudança sócio económica.

Em 2005, no inquérito realizado pela Rádio 4, da BBC, Karl Marx foi eleito o maior filósofo de todos os tempos. É considerado também um dos principais arquitectos da sociologia moderna. Ainda noutro campo, a obra de Marx sobre economia lançou as bases para a compreensão actual do trabalho e de sua relação com o capital, influenciando o pensamento económico subsequente.



 

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Friedrich Engels: Fundador do Socialismo Científico

Friedrich Engels, (1820-1895), teórico revolucionário alemão, que junto com Karl Marx fundou o chamado socialismo científico ou Marxismo. Ele foi co-autor de diversas obras com Marx, sendo que a mais conhecida é o "Manifesto Comunista". Também ajudou a publicar, após a morte de Marx, os dois últimos volumes de "O Capital", principal obra de seu amigo e colaborador.
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O "Manifesto Comunista" publicado em 21 de Fevereiro de 1848,
é historicamente um dos tratados políticos de maior influência
mundial. Foi escrito pelos teóricos fundadores do socialismo
científico, Karl Marx e Friedrich Engels.
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O Capital é um conjunto de livros de Karl Marx que constituem uma análise do capitalismo (crítica da economia política). Muitos consideram esta obra o marco do pensamento socialista marxista. Nela existem muitos conceitos económicos complexos, como capital constante e capital variável, uma análise sobre o salário; ou sobre a acumulação primitiva. Resumindo, sobre todos os aspectos do modo de produção capitalista, incluindo também uma crítica sobre a teoria do valor-trabalho de Adam Smith e de outros assuntos dos economistas clássicos.
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Engels era integrante de uma rica família. Em 1842, foi morar na Inglaterra para trabalhar na indústria de tecidos do pai, situada na cidade de Manchester. Ao observar às péssimas condições dos trabalhadores na Inglaterra do século XIX, passou a ter uma visão crítica sobre o capitalismo. Teve contacto e identificação com as ideias do socialismo, aproximando-se de Marx. No ano de 1844, Engels escreveu a obra "A situação da classe trabalhadora na Inglaterra" (publicado em 1845). Nesta obra, Engels analisou o capitalismo, apontando as injustiças sociais às quais eram submetidos os trabalhadores.
 
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Friedrich Nietzsche: O Grande Filósofo do Século XIX

Friedrich Nietzsche (1844-1900) foi um filósofo, escritor, poeta e filólogo alemão, um dos mais importantes do século XIX. Escreveu vários textos críticos sobre a religião, a moral, a cultura contemporânea, filosofia e ciência, exibindo uma predilecção por metáfora, ironia e aforismo.
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Seu estilo é aforismático, escrito em trechos concisos, muitas vezes de uma só página, e dos quais são pinçadas máximas. Muitas de suas frases se tornaram famosas, sendo repetidas nos mais diversos contextos, gerando muitas distorções e confusões. Longe de ser um escritor de simples aforismas, é considerado pelos seus seguidores um grande estilista da língua alemã, como o provaria na sua obra "Assim Falou Zaratustra", livro que ainda hoje é de dificílima compreensão estilística e conceitual.
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"Assim falou Zaratustra" foi escrito entre 1883 e 1885,
pelo filósofo alemão Friedrich Nietzsche, que influenciou
significativamente o mundo moderno.

O livro "Assim falou Zaratustra" narra as andanças e ensinamentos de um filósofo, que se autonomeou Zaratustra após a fundação do Zoroastrismo na antiga Pérsia. Para explorar muitas das ideias de Nietzsche, o livro usa uma forma poética e fictícia, frequentemente satirizando o Novo testamento.

Nietzsche adorava a França e a Itália, porque acreditava que eram terras de homens com espíritos livres. Naqueles países passou boa parte de sua vida e ali produziu seus mais memoráveis livros. Detestava a prepotência e o anti-semitismo prussianos, chegando a romper com a irmã e com Richard Wagner, por ver neles a personificação do que combatia: o rigor germânico, o anti-semitismo, o imperativo categórico, o espírito aprisionado, antípoda de seu espírito livre. Anteviu o seu país em caminhos perigosos, o que de facto se confirmou 14 anos após sua morte, com a Primeira Guerra Mundial e o nascimento do Nazismo.
 

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Grandes Estrategas Militares

Na vida militar, destacamos grandes líderes que deixaram a sua marca na história. Entre eles, os peritos citam Napoleão Bonaparte, que criou o exército moderno. Revolucionou a estratégia militar, ao fazer uso massivo de infantaria e artilharia em manobras conjuntas e móveis, com um exército ideologicamente motivado. Exportou para a Europa, os ideais da Revolução Francesa.
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Napoleão Bonaparte (1769-1821), líder político e militar
durante os últimos estágios da Revolução Francesa.

Ao lendário Arthur Wesley, o Duque de Wellington, perguntaram quem era o maior general de todos os tempos. A sua resposta: "Nesta era, na era passada, em qualquer era, Napoleão".
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Wellington foi o general que derrotou Napoleão na Batalha de Waterloo. Napoleão herdou e corrompeu uma revolução que não era sua. Acabou com a República Francesa, para exportar seus ideais à força, pelas botas de seus soldados, no que custaria a vida de até 6 milhões de europeus. Logo após a monarquia ser dissolvida, em 1792, a recém-criada República Francesa entrou em guerra com os reinos vizinhos. Durante essa década, o oficial nascido na Ilha da Córsega, de uma família italiana, acabou tomando parte de diversas campanhas, subindo vertiginosamente na carreira. Era então aliado dos jacobinos, a ala mais radical dos revolucionários. No meio dessas guerras, em 1799, acabou tornando-se o cônsul do país, num golpe que acabou com a autoridade da República.
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Em 1804, Napoleão Bonaparte receberia do Papa Pio VII
uma coroa hereditária de Imperador da França, com o título
de Napoleão I, acabando de vez com qualquer máscara de
republicanismo.

A monarquia não significou paz. Napoleão deixaria a Europa de joelhos, exportando a Revolução Francesa para o continente. As tácticas napoleónicas estavam ao alcance de qualquer exército. A infantaria era o cerne da força. Cabia à cavalaria atrapalhar os movimentos da infantaria inimiga, deixando-a em posição vulnerável. Napoleão, como oficial de artilharia, era mestre em usar canhões, de forma móvel e actuando em conjunto com o resto das tropas. Outra de suas habilidades particulares era jogar com as expectativas do inimigo, posicionando-se com falsas ofensivas e manobras de flanco. Para mover-se sempre em vantagem, contava com uma rede de serviços secretos e comunicação, que incluiu a criação dos primeiros telégrafos do mundo. Do exército revolucionário, Napoleão herdou a ideia de recrutamento em massa, um contingente gigantesco de alistados obrigatoriamente e treinados em pouco tempo. Esses recrutas também formaram a primeira força ideológica da História, um exército lutando em terras estrangeiras não em nome de um monarca, mas de uma ideia, da revolução.
 

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Sun Tzu: O Mestre da Estratégia Militar

Sun Tzu (544 A.C. - 496 A.C.), general, estrategista e filósofo chinês, é mais conhecido por sua obra "A Arte da Guerra", composta por 13 capítulos de estratégias militares.
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A existência histórica de Sun Tzu é duvidosa por
alguns historiadores. Tradicionalmente, Sun Tzu
terá vivido no Período das Primaveras e Outonos
da China (722 A.C.-481 A.C.) como general do
Rei Hu Lu.
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Estátua de Sun Tzu em Yurihama, Tottori, no Japão.

Historiadores mais recentes, que admitem a sua existência, datam o seu trabalho, "A Arte da Guerra", do Período dos Reinos Combatentes (476 A.C.-221 A.C.), baseado nas descrições da guerra desse livro, e pela semelhança da forma de redacção do texto com outros trabalhos feitos no início do período dos Reinos Combatentes.
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O livro de bambu "A Arte da Guerra", do reino do Imperador Qianlong,
no século XVIII.

Os historiadores mais tradicionais acreditam que o seu descendente, Sun Pin, também escreveu um tratado sobre tácticas militares, intitulado "A Arte da Guerra de Sun Pin". Ambos são mencionados como Sun Tzu nos textos tradicionais chineses, e alguns historiadores acreditavam que Sun Wu era de facto Sun Pin até à descoberta dos seus trabalhos, em 1972.
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Edição de bolso americana de "A Arte da Guerra".

Durante os séculos XIX e XX, a "Arte da Guerra" de Sun Tzu, ganhou grande popularidade sendo adaptado na prática pelo mundo Ocidental, continuando a influenciar as culturas e políticas tanto dos mundos Asiático como do Ocidental.
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"A suprema arte da guerra é derrotar o inimigo sem lutar" (Sun Tzu).
 

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Alexandre Magno "O Grande"

Alexandre Magno (356 A.C.-323 A.C) foi um importante rei da Macedónia, que viveu no século IV A.C. Em apenas 33 anos de vida, Alexandre "O Grande" formou um enorme império, que ia do sudeste da Europa até à Índia. Por isso, é considerado o maior líder militar da Antiguidade.
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Quando assumiu o trono da Macedónia, em 336 A.C., Alexandre tratou de manter e ampliar um poderoso exército deixado por seu pai, rei Filipe II. Mas para isso precisou ir atrás das riquezas de outros povos, principalmente dos persas, iniciando uma vitoriosa campanha militar na qual contou com o apoio de algumas cidades-estados da Grécia. Por ter sido educado pelo filósofo grego Aristóteles dos 13 aos 16 anos, Alexandre tinha uma grande admiração pela cultura helénica. Era preocupação de Alexandre difundir a cultura grega (helénica) por cada lugar que passava. A união de todo o Mediterrâneo oriental sob o seu comando propiciou a criação de uma cultura única em que traços gregos foram misturados a traços regionais. Além disso, favoreceu o contacto e o comércio entre os povos e a difusão de conhecimentos.
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Um bom exemplo dessa difusão foi o uso de moedas, cunhadas pela primeira vez pelos gregos no final do século VII A.C., mas que só se tornou uma prática comum após Alexandre levar a novidade para os territórios conquistados. Também fundou mais de 70 novas cidades, e graças às suas expedições militares e ao seu próprio interesse por investigações científicas, o mundo antigo conseguiu diversos avanços em áreas como geografia e história natural.
 
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Aníbal Barca: O Pai da Estratégia Militar

Aníbal Barca (248 A.C.-183 ou 182 A.C.), general e estadista cartaginês, foi considerado um dos estrategistas militares da história. Seu pai, Amílcar Barca, foi o principal comandante cartaginês durante a Primeira Guerra Púnica, travada contra Roma; seus irmãos mais novos foram os célebres Magão e Asdrúbal, e seu cunhado foi Asdrúbal "O Belo".
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A sua vida decorreu no período de conflitos em que a República Romana estabeleceu supremacia na bacia mediterrânea, em detrimento de outras potências como a própria Cartago, Macedónia, Siracusa e o Império Selêucida.

Aníbal foi um dos generais mais activos da Segunda Guerra Púnica, quando levou a cabo uma das façanhas militares mais audazes da Antiguidade:
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Aníbal e seu exército, onde se incluíam elefantes de guerra, partiram da Hispânia e atravessaram os Pirenéus e os Alpes com o objectivo de conquistar o norte da península Itálica. Ali derrotou os romanos em grandes batalhas campais como a do lago Trasimeno ou a de Canas. Apesar de seu brilhante movimento, Aníbal não chegou a capturar Roma.

Existem diversas opiniões entre os historiadores, que vão desde carências materiais de Aníbal em máquinas de combate a considerações políticas que defendem que a intenção de Aníbal não era tomar Roma, senão obrigá-la a render-se. Não obstante, Aníbal conseguiu manter um exército na Itália durante mais de uma década, recebendo escassos reforços. Por causa da invasão da África por parte de Cipião, o Senado púnico lhe chamou de volta a Cartago, onde foi finalmente derrotado por Públio Cornélio Cipião Africano na Batalha de Zama.

Aníbal foi admirado por seus inimigos, Cornélio Nepos o baptizou como «o maior dos generais». Assim sendo, seu maior inimigo, Roma, adaptou certos elementos de suas tácticas militares ao seu próprio arsenal estratégico. Seu legado militar o conferiu uma sólida reputação no mundo moderno, e tem sido considerado como um grande estrategista por grandes militares como Napoleão ou Arthur Wellesley, o duque de Wellington.
 

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A Poderosa Cartago

Cercada de lendas, Cartago nasceu no norte da África. Seu fim foi triste a ponto de fazer chorar um general romano. Cartago foi uma potência do mundo antigo, disputando com Roma o controle do Mar Mediterrâneo. Dessa disputa originaram-se as três Guerras Púnicas, após as quais Cartago foi destruída.
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Cartago era originariamente uma colónia fenícia no norte da África, situada a leste do Lago de Túnis, perto do centro de Túnis, na Tunísia. Neste local o mar Mediterrâneo se estreita, entre a costa africana e a Sicília. Local de clima agradável, o deserto impedia qualquer ataque vindo do interior. Por mar, nem pensar, porque seria enfrentar os maiores navegantes da época.

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Grandes comerciantes, exímios navegantes, os fenícios compravam, vendiam e dominavam os mares. Povo pacífico, sua riqueza se baseava no comércio.
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Os fenícios escolhiam os locais para fundar seus entrepostos baseados na estratégia
comercial. O local deveria ser de fácil acesso por mar, ter portos protegidos em baías
amplas e ter facilidade de acesso a matérias-primas e pontos de venda.

Cartago foi fundada em 814 A.C. e em 500 A.C. a cidade já era poderosa. Os fenícios dominavam a metalurgia, fabricavam ligas de ouro e outros metais, faziam armas e objectos de cerâmica. Mas seu grande poder vinha de sua frota naval. Nessa época, Roma era uma pequena cidade da Itália enquanto Cartago era a dona do Mediterrâneo. Um povo nada belicoso, que se desenvolveu através do comércio e não de guerras, hábeis navegantes que usavam sua capacidade naval apenas para negociar. Fundaram entrepostos comerciais em diversos pontos do Mediterrâneo, mas nunca ocuparam mais terras do que o necessário e nunca atacaram outros povos gratuitamente. Nenhum dos muitos entrepostos fenícios foi como Cartago.

A cidade de Cartago era envolvida por uma muralha e possuía prédios de vários andares. Através dos vestígios encontrados, se sabe que, a cidade alta ficava na colina de Byrsa, a cidade baixa rodeava o porto. Os estudos actuais praticamente comprovam a existência dos famosos portos de Cartago. Havia um porto para os navios mercantes e outro para os navios de guerra.

Cartago, por estar afastada da Fenícia, prosperou enquanto no oriente, as cidades-estados fenícias foram atacadas pelos assírios e depois pelos babilónios. Os cartagineses não possuíam exército e nem confiavam nos militares. Se fosse preciso, contratavam mercenários, que eram liderados por generais cartagineses.

O controlo do Mediterrâneo

A partir de 800 A.C., a Fenícia fez parte, sucessivamente, do Império Babilónico, do Império Persa e do Império Macedónico. Com a queda de Tiro, em 332 A.C. a hegemonia passou para Cartago, que se tornou a grande potência do Mediterrâneo ocidental, dominando os entrepostos da Sicília, Sardenha, Córsega e Espanha. Os gregos, nessa altura, estavam aprendendo tudo o que podiam sobre navegação e construção de barcos com os seus até então parceiros, fenícios.

Por causa de seu interesse sobre a Sardenha e a Sicília, os gregos resolveram testar os fenícios. No oriente, a Fenícia não dava conta dos ataques de Nabucodonosor II e quem saiu em defesa dos interesses fenícios foi Cartago, assim se afirmando como a potência maior.
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Gregos e cartagineses se enfrentaram inúmeras vezes durante várias gerações
pelo monopólio do Mediterrâneo, que acabou nas mãos dos romanos.

Por volta de 300 A.C. Roma já começava a se tornar um Estado militarizado, mas não possuía uma frota, muito menos navios da qualidade dos cartagineses. O facto de Cartago superar os gregos, e sua marinha poderosa manter o controlo sobre as ilhas cobiçadas pelos romanos, como a Sardenha, fazia com que Roma os invejasse. Era preciso saber como eram feitos aqueles navios.

A Primeira Guerra Púnica começou com os romanos, que desrespeitaram um acordo de não invadir a Sicília. Os romanos perderam 700 navios e os cartagineses 400. Mas a sorte estava com os romanos que capturaram um navio cartaginês. Desmontado, o navio foi copiado e assim os romanos construíram uma frota e introduziram novidades, como o corvo, que era uma espécie de ponte móvel que usavam para abordar os barcos inimigos. Dessa forma partiam para a luta corpo a corpo que era onde se destacavam.
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A primeira galera trirreme romana, adaptada para a guerra.

O fim de Cartago

Em 149 A.C. Cartago já não era mais ameaça para os romanos mas ainda detinha o território de Túnis (Tunísia). O senador romano, Catão, decidiu tomar Túnis e para isso mandou o exército destruir Cartago. A ordem dada foi a seguinte: «Delenda est Carthago» (Cartago deve ser destruída). O general encarregado dessa ingrata tarefa foi Cipião Emiliano. Apesar dos seis dias de resistência, os romanos derrubaram as muralhas, a população foi assassinada, as casas demolidas, os que sobreviveram foram transformados em escravos, e dizem, sobre o solo espalharam sal para que nada mais germinasse. O general romano Cipião Emiliano teria chorado após a vitória, quem sabe imaginando que Roma também pudesse vir a passar por tamanha violência ou talvez, com pena de arrasar uma civilização notável.
 
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Júlio César: Ditador Romano

Júlio César (100 A.C.-44 A.C.), patrício, líder militar e político romano. Desempenhou um papel crítico na transformação da República Romana no Império Romano. As suas conquistas na Gália estenderam o domínio romano até ao oceano Atlântico: um feito de consequências dramáticas na história da Europa.
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No fim da vida, lutou numa guerra civil com a facção conservadora do senado romano, cujo líder era Pompeu. Depois da derrota dos optimates, tornou-se ditador (no conceito romano do termo) vitalício e iniciou uma série de reformas administrativas e económicas em Roma.
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O seu assassinato nos idos de Março de 44 A.C. por um grupo de senadores travou o seu trabalho e abriu caminho a uma instabilidade política que viria a culminar no fim da República e início do Império Romano. Os feitos militares de César são conhecidos através do seu próprio punho e de relatos de autores como Suetónio e Plutarco.

Ditadura de Júlio César

Uma crise surgiu no ano de 53 A.C. entre dois membros do Primeiro Triunvirato, Júlio César e Pompeu, devido a morte do General Crasso, que compunha esse triunvirato. Com a morte de Crasso, o senado passa apoiar Pompeu e dessa maneira concede a ele a liderança do governo para actuar contra alguns grupos que tinham como intenção ameaçar o sossego político de Roma. Dessa maneira, Júlio César acaba sendo subordinado a Pompeu.

Porém Júlio César acaba não aceitando tal subordinação, pois não queria entregar o poder nas mãos de Pompeu. Até que posteriormente Júlio César lidera uma guerra civil que obrigou os senadores e Pompeu a fugirem de Roma. Esse acto demonstrava todo interesse que tinha em não perder o poder. Um facto muito relevante e que ajudou Júlio César a ter condições de se consolidar como líder em Roma foi a morte de Pompeu, que sendo expulso de Roma buscou exílio no Egipto, e lá acabou sendo assassinado pelos próprios ministros egípcios.

Sem nenhuma concorrência, tanto de Pompeu, quanto dos ex-senadores (que foram expulsos de Roma), Júlio César reformulou o senado com pessoas que tinham a mesma orientação politica que ele, e assim teve condições de começar uma nova fase politica romana, tendo apoio dos soldados e principalmente dos plebeus, além de acumular alguns títulos como o de Pontífice Máximo e sendo elevado também ao titulo de Ditador Perpétuo de Roma. A sua administração foi marcada por uma campanha expansionista activa, onde conquistou alguns territórios importantes na África, Espanha e trouxe o Egipto para posse do Império Romano.

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Esta última conquista, a do Egipto, torna-se mais importante pelo facto de
Júlio César ter tido um caso amoroso com a rainha egípcia Cleópatra. Facto
que não soava bem para os romanos que desaprovaram tal envolvimento com
uma estrangeira.

Outras acções também marcaram a administração de Júlio como diversas obras públicas e a organização financeira do Estado. Podemos citar também o direito de cidadania para povos de diversas regiões do grande império romano e a criação e a inclusão do mês de Julho no calendário em sua própria homenagem. Algumas dessas acções e reformas administrativas do Estado, e também o caso amoroso com Cleópatra, causaram uma grande insatisfação por parte dos senadores, que por isso realizaram uma conspiração que viria a terminar com o assassinato de César durante uma sessão do senado, nas escadarias do edifício, tendo a oposição a intenção de tomar o poder. Porém os responsáveis pela morte de Júlio César não conseguiram chegar ao poder, e o controle de Roma foi entregue para Caio Octávio, filho adoptivo de Júlio César, que se tornou o 1º imperador de Roma.
 

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Gengis Khan: O Grande Imperador Mongol

Gengis Khan (1162-1227) foi um conquistador e imperador mongol, nascido com o nome de Temudjin nas proximidades do rio Onon, perto do lago Baical. Gengis Khan nasceu cercado de lendas sobre a vinda de um lobo cinzento que devoraria toda a Terra. Ainda jovem matou o lobo e ficou muito famoso na sua tribo, enfrentou a rejeição de sua família por seu próprio clã, mas voltaria para conquistar sua liderança, vencer seus rivais de clãs distintos e unificar os povos mongóis sob seu comando.
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Estrategista brilhante, com hábeis arqueiros montados à sua disposição, venceu a grande muralha da China, conquistou aquele país e estendeu o seu império em direcção ao oeste e ao sul. Gengis morreria antes de ver seu império alcançar sua extensão máxima. Mas todos os líderes mongóis posteriores associariam sua própria glória às conquistas de Gengis Khan, que foi um dos comandantes militares mais bem-sucedidos da história da humanidade. Foi o imperador que mais territórios conquistar na história, dominando quase 20 milhões de km².
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Mapa mostrando o domínio de Gengis Khan (tracejado em laranja) no século XIII.

O império mongol de Gengis Khan e seus descendentes foi o maior em extensão de que se tem notícia, indo do Oceano Pacífico ao Mar Cáspio. O mais incrível é que foi conquistado por Khan e seus sucessores em apenas 75 anos. Gengis criou tácticas de guerra revolucionárias para as batalhas nas estepes. Seu exército era disciplinado, temido e impiedoso. A arma tradicional dos mongóis era o arco mongol, espécie de arco recurvo composto por madeira, cola e chifres de animais, que possibilitava que com a redução de força relativa ao arco longo, os arqueiros conseguissem atirar com mais agilidade e mais precisão. O tamanho relativamente menor em relação ao arco longo, também possibilitava maior portabilidade em cima da montaria, com isso tornou obrigatório o treinamento dessa arma.
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Os cavaleiros eram treinados para atirar a flecha com o cavalo em movimento. Um detalhe era que, para maior precisão, a flecha era disparada no momento em que o cavalo estivesse em pleno galope. Esses cavaleiros eram uma arma poderosa contra a infantaria inimiga, já que juntavam dois princípios: arco e flecha e cavalaria, ou seja, poderiam ser rápidos e precisos para atingir os inimigos mesmo estando longe.
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O arco mongol era até mais potente que os arcos longos utilizados pelos ingleses e galeses
com grande êxito em batalhas contra os franceses durante a Guerra dos 100 anos.
 
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