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Daltonismo: Cores de pernas para o ar

Luz Divina

GF Ouro
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Daltonismo: Cores de pernas para o ar

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Não fosse o primo ter dois ’gameboy’ diferentes e Rafaela teria a vida facilitada. Assim, na hora de escolher uma das consolas, hesita. “Não consigo perceber qual é o verde e qual é o azul”, explica. Maria tem 9 anos e é daltónica. O verde e o azul são para ela difíceis de distinguir. Identifica imediatamente as cores das fluorescentes cartolinas coladas na parede da sala de aula. Mas atrapalha-se com as versões mais escuras — “dos lápis e das canetas”.

Apesar disso, não liga muito ao daltonismo. E até se esqueceu de dizer ao médico que lhe receitou os óculos que costumava confundir o verde com o azul. “Nunca tinha reparado que ela trocava algumas cores até a professora dizer”, garante António, sentado na carteira do lado. O colega de turma não estranha, nem goza com o problema da Maria. “Tens sorte. Vais ser entrevistada”, diz apenas.

A professora, confessa que, no início, não deu muita atenção ao caso da Maria. “Pensei que não sabia as cores, que era um problema de aprendizagem”, diz. Não por desconhecimento da doença. Mas porque, em 25 anos de experiência no ensino básico, foi a primeira vez que encontrou uma menina daltónica. “Nos rapazes, acontece muitas vezes. Mas não nas meninas”, explica.

O daltonismo ou discromatopsia resulta de uma falha na visão cromática, que afeta a normal perceção do verde, do vermelho ou do azul. O problema é causado pela falta de pigmentação nos cones visuais e transmite-se geneticamente através do cromossoma X. Afeta 8% dos homens e apenas 0,5% das mulheres.

A deficiente perceção das cores, daltonismo ou discromatopsia, resulta de uma falha na visão cromática. O olho humano tem três classes de cones na retina que recebem a luz e reagem às três cores primárias: verde, vermelho e azul. Por erro genético, os daltónicos têm falta de pigmentos num dos três cones, ou em vários. Basta um erro para criar problemas em todo o espectro cromático. Um “daltónico-verde” pode também ter dificuldades com o azul e o roxo e vice-versa. Os elementos da cor brilho, saturação e tonalidade ajudam ou baralham o daltónico na hora de identificar uma cor. As cores mate e pouco saturadas (com mais branco, menos vivas) são um quebra-cabeças para um daltónico.

Os casos de discromatopsia completa – a ausência de cones – são raríssimos (calcula-se que exista um em cada cinco milhões de pessoas). O mundo destes daltónicos é totalmente a preto-e-branco e muitos são quase cegos.
Os professores estão hoje mais alertados para este tipo de situações. Saber detetar um aluno daltónico é parte integrante dos programas de formação. Um céu verde ou um canteiro vermelho são encarados com maior atenção.

PAI DALTÓNICO, FILHO SÃO

O problema é genético e afeta sobretudo os homens: 8% da população masculina tem dificuldade em distinguir algumas cores, contra apenas 0,5% das mulheres. Isto acontece porque o problema se situa no cromossoma X. As mulheres têm dois cromossomas X, logo precisam de herdar dois cromossomas com a mesma falha para que se verifique o daltonismo.

Já aos homens, que possuem um cromossoma X e um Y, basta-lhes receber um cromossoma defeituoso para que se manifeste o daltonismo. “Vejamos um homem afetado. Ele terá um conjunto de genes anómalos no seu cromossoma X e um cromossoma Y. Os seus filhos (homens) têm obrigatoriamente de herdar o cromossoma Y, portanto seguramente não serão afetados.

As suas filhas (mulheres) todas herdarão o cromossoma X tornando-se portadoras (mas não necessariamente afetadas)”, explica Eduardo Silva, oftalmologista. O daltonismo pode, por isso, saltar várias gerações. “Para uma mulher portadora, a probabilidade é de 50 por cento dos filhos serem afetados e de 50 por cento das filhas serem portadoras”, acrescenta o especialista.


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