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"Três falhas graves" no ensaio clínico para a Bial

Feraida

GF Ouro
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A Inspecção-Geral dos Assuntos Sociais francesa encontrou três "incumprimentos graves" no ensaio clínico do laboratório Biotrial, em que estava a ser testado um medicamento da farmacêutica portuguesa Bial e em que um voluntário morreu.

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Stephane Mahe/Reuters

"Não é possível identificar as causas directas do acidente", explicou Marisou Touraine, ministra da Saúde francesa.

"A regulamentação foi respeitada mas [o relatório] aponta três incumprimentos graves", acrescentou, em conferência de imprensa, classificando o caso como "de excepcional gravidade e sem precedentes no país".

A notícia está a ser veiculada pela imprensa francesa, que diz ainda que a ministra francesa esclareceu que se trata de um relatório preliminar e que a entidade encarregue da investigação poderá alterá-lo até à parte final do inquérito.

Essas falhas "na condução do ensaio e na gestão da crise" subsequente -- ocorridas entre 10 e 14 de Janeiro em Rennes - foram apontadas pela Inspecção Geral de Assuntos Sociais e apresentadas por Touraine.

"O laboratório não se manteve suficientemente informado sobre o estado de saúde do primeiro voluntário hospitalizado [a 10 de Janeiro]", indicou a ministra, acrescentando que se verificou "ausência de procedimentos internos para gerir uma tal situação" e que foi realizada "a 11 de Janeiro uma nova administração da molécula aos outros voluntários", o que constitui a primeira das três "falhas graves".

A segunda falha "decorre directamente da primeira, tendo os inspectores constatado que o laboratório não informou formalmente os outros voluntários do sucedido na véspera.

Isso não lhes permitiu dar consentimento informado à continuação do ensaio clínico", sublinhou.

A terceira falha grave identificada pelos inspectores "diz respeito à comunicação do acidente".

"Segundo os inspectores, a gravidade do caso constitui um facto novo, susceptível de comprometer a segurança dos voluntários", pelo que "deveria ter sido comunicado sem demora à Agência Nacional de Segurança do Medicamento (ANSM)", mas o Biotrial "só procedeu a uma declaração formal a 14 de Janeiro, ou seja, quatro dias após a hospitalização do primeiro voluntário e três dias depois da decisão de interromper o ensaio" de Fase 1.

A inspecção não considerou, contudo, que estas falhas "justifiquem a suspensão, como medida de precaução, da autorização de realização de ensaios clínicos concedida ao laboratório Biotrial".

O caso deu-se em Janeiro passado, quando seis pessoas foram internadas em estado muito grave no hospital de Rennes, na sequência da participação voluntária num ensaio clínico encomendado pela Bial ao laboratório francês Biotrial.

Um dos voluntários morreu poucos dias depois.

Os restantes já tiveram alta.

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Inspecção critica Biotrial por falta de controlo de hábitos de drogas dos voluntários

A Inspecção-Geral dos Assuntos Sociais francesa considerou que a selecção de voluntários para a realização do ensaio clínico no Laboratório Biotrial, que causou uma morte, deveria ter sido "mais rigorosa e criteriosa", nomeadamente quanto ao consumo de "substâncias psicoactivas".



"Falta precisão e coerência nos critérios de selecção [dos voluntários] quanto aos seus hábitos de consumo de substâncias psicoactivas.

Deviam ter mantido um critério específico de exclusão dos voluntários com hábitos de consumo regular de canábis", refere o relatório da IGAS, divulgado hoje, no âmbito de uma investigação à morte de um voluntário, num ensaio clínico realizado no laboratório francês Biotrial para a farmacêutica portuguesa Bial.

Na sequência da participação no ensaio clínico realizado pela empresa francesa para um novo medicamento a farmacêutica portuguesa Bial em França, seis pessoas foram internadas, todos homens, entre 10 e 14 de Janeiro, tendo um deles morrido, depois de declarada morte cerebral.

Neste momento, todos os voluntários já tiveram alta hospitalar.

O relatório da IGAS realçou que no caso particular de um voluntário, ao qual é atribuído o número 2508, estava "documentado" que consumia drogas, mas não deu essa informação aquando da sua inscrição na base informática da Biotrial, em Outubro de 2015.

E acrescentou: "quando fez um exame de pré-selecção em Novembro para um outro ensaio, entretanto anulado, ele respondeu que não consumia drogas de maneira abusiva, tendo a despistagem dado negativa".

Quando foi seleccionado para o ensaio 1BIAL35, a despistagem a drogas deu novamente negativo, mas os inspectores da IGAS consideram "necessário" aprofundar a investigação quanto a esta questão.

A inspecção não especifica se o voluntário em causa foi o que faleceu ou um dos cinco que foram internados.

Segundo o relatório, a Biotrial disse à IGAS que os voluntários foram "todos" interrogados sobre os seus hábitos de consumo de canábis.

"Foi-lhes perguntado directamente se eram consumidores de droga e foi-lhes feito um rastreio à urina, capaz de detectar o consumo recente destas substâncias", lê-se.

A Biotrial adiantou ainda que as "intoxicações antigas", nomeadamente consumos regulares ou episódios de dependência, deviam estar assinalados no histórico clínico do voluntário, factor que deveria conduzir à sua exclusão.

A ministra da Saúde de França, Marisol Touraine, disse hoje, em conferência de imprensa, que o laboratório Biotrial respeitou a regulamentação, mas cometeu "três grandes falhas", referindo-se às conclusões deste relatório.

E sublinhou: "não foi ainda possível apurar as causas directas do acidente".

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