• Olá Visitante, se gosta do forum e pretende contribuir com um donativo para auxiliar nos encargos financeiros inerentes ao alojamento desta plataforma, pode encontrar mais informações sobre os várias formas disponíveis para o fazer no seguinte tópico: leia mais... O seu contributo é importante! Obrigado.

Tira dores, previne crises cardíacas e o cancro do cólon. É a aspirina

Feraida

GF Ouro
Membro Inactivo
Entrou
Fev 10, 2012
Mensagens
4,161
Gostos Recebidos
2
ng6508668.png


Administração de baixas doses de aspirina em adultos com mais de 50 anos previne doenças cardiovasculares e cancro colorrectal.

Os egípcios conheciam o seu efeito analgésico há milhares de anos e Hipócrates usava o composto em chá, para aliviar as dores às parturientes.

Nos anos 50 do século XX, foi o analgésico mais vendido do mundo e hoje continua a ser o alvo de inúmeros ensaios clínicos, mas a aspirina ainda tem espaço para novidades.

A última é esta: em dose baixa, em adultos a partir dos 50 anos e com algum risco, acaba de ser recomendada como protecção contra doenças cardiovasculares e o cancro colorrectal.


A recomendação chega do USPSTF (US Preventive Services Task Force), grupo norte-americano de peritos independentes e dos mais prestigiados do mundo na área da medicina preventiva e cuidados de saúde primária.


Em Portugal, a administração continuada de aspirina em doses baixas (80 mg) para a prevenção de doenças cardiovasculares já se faz há muitos anos e, para o o médico e especialista António Vaz Carneiro, que dirige o Centro de Estudos de Medicina Baseada na Evidência, "é de prever que isso passe a acontecer também no futuro para a prevenção do cancro colorrectal, depois desta recomendação", como afirmou ao DN.


Para que isso aconteça, diz, "é necessário que os profissionais de saúde conheçam os factos, que acreditem neles, que considerem que essa prática tem benefícios para os doentes e que ela se generalize na estrutura do Serviço Nacional de Saúde".


Publicação internacional


A recomendação do USPSTF surge na sequência de três revisões sistemáticas de estudos médico-científicos sobre os efeitos preventivos da aspirina na saúde, cujos resultados demonstraram a eficácia da sua toma diária em baixas doses, para ambos os sexos, como forma de prevenir ataques cardíacos e tumores malignos do cólon e recto, em adultos entre os 50 e os 59 anos que tenham pelo menos 10% de risco de doenças cardiovasculares, mesmo sem nenhum enfarte do miocárdio prévio.


A revisão dos estudos, a modelização da administração do medicamento consoante os riscos em causa e a faixa etária dos pacientes, e a recomendação final do USPSTF foram publicados esta semana, a 12 de Abril, na revista científica Annals of Internal Medicine.


No mesmo artigo, os peritos confirmam também a existência de riscos de sangramento gastrointestinal causados pela aspirina, pelo que o doente deve ser sempre avaliado. Nesse sentido, para a faixa etária entre os 60 e os 69 anos de idade, e com pelo menos 10% de risco de doença cardíaca, o início deste tipo de tratamento preventivo deverá ser uma decisão conjunta do médico e do paciente, escrevem os peritos do USPSTF.


Já no que diz respeito aos adultos de idade inferior a 50 anos, ou superior a 70, os especialistas não encontraram evidência suficiente na relação custo-benefício para o doente, para se iniciar, nessas idades, a toma diária preventiva da aspirina em dose baixa contra aquelas mesmas doenças, como se lê na recomendação.


António Vaz Carneiro considera que a recomendação "parece assente em resultados bastante sólidos", já que "este comité utiliza uma metodologia muito rigorosa e faz sempre estudos de alta qualidade, sendo por isso o mais prestigiado do mundo nesta área".


Se a aplicação desta recomendação é universal, António Vaz Carneiro é de opinião que sim. "São estudos muito sólidos e por isso os resultados deverão em princípio ser aplicáveis em todo o mundo", até porque, em relação às doenças em causa, as cardiovasculares e o cancro colorrectal, "não há grandes diferenças, nomeadamente, entre as populações europeias e dos Estados Unidos da América", sublinha o especialista.


Em Portugal, e noutros países, de resto, a administração de doses baixas de aspirina (80 g) para prevenção de doenças cardiovasculares "já se faz há muitos anos", sublinha António Vaz Carneiro.

Foi, aliás, essa prática que deixou perceber que poderia haveria também um benefício na prevenção do cancro colorrectal.

A revisão dos estudos feita pelo USPSTF veio agora confirmar esse benefício.

Fonte
 
Topo