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O que é a religião?

Antonio A Alves

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Judeus Vítimas da Inquisição em Portugal

Entre 1540 e 1821 a Inquisição portuguesa, em todos os seus tribunais, instaurou 44.817 processos, executou 2.064 pessoas, das quais 600 foram em esfinge (estátua). Cerca de mil dos mortos foram acusados de judaísmo.
 

Antonio A Alves

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O Mito da Raça Hebreia

As ideias racistas e sionistas no século XIX criaram a ideia que os judeus eram uma raça à parte, que graças a um forte processo endogamico se manteve sem alterações genéticas desde o século I quando foram expulsos da Palestina. Trata-se de uma teoria racista sem qualquer fundamento. As teorias racistas não são novas. No século XV os castelhanos e aragoneses conceberam a ideia da "pureza de sangue": um católico se tivesse um antepassado de religião judaica era impuro, como impuros eram os judeus. Portugal foi até final do século XVIII, conhecido como uma nação de judeus, tal era o grau de "impureza" do sangue dos seus habitantes, ainda que fossem maioritariamente católicos... Na Idade Média, em Portugal, a conversão era suficiente para passar do judaísmo para o cristianismo. A miscigenação era intensa. Duas leis portuguesas datadas de 1211 referem o assunto: Uma proíbe ao pai judeu que deserde o filho que se fez cristão. A outra proibe a conversão temporária, para evitar conversões oportunistas. No final do século XV e principios do XVI são frequentes os casamentos de fidalgos com ricas herdeiras judias. O regimento dos Ofícios Mecânicos de Lisboa, datado de 1572, estabelecia que a metade dos eleitores deveriam ser descendentes de judeus. Em 1647, quase todas as dignidades da Sé de Lisboa eram descendentes de judeus. No estrangeiro, muitos portugueses católicos, para não serem identificados como judeus escondiam a sua nacionalidade. Ao longo de séculos, podemos observar a um constante cruzamento entre judeus e católicos, o que levou que ambos comunguem do mesmo património genético em Portugal. Inúmeros judeus converteram-se ao cristianismo, mas o contrário também aconteceu com bastante frequência, cristãos que se convertiam ao judaísmo. Um exemplo: Um frade pregador, irmão do célebre Simão Dias Solis, impressionado pela forma como o mesmo fora julgado e morto, renunciou ao catolicismo, refugiou-se na Holanda, tendo-se convertido ao judaísmo, adoptando o nome de Eleazar de Solis. Um estudo internacional sobre o património genético da população portuguesa, corroborou aquilo que os historiadores à muito sabiam: Ainda hoje 37% tem material genético de antigos judeus da Palestina. A acreditar nos resultados deste estudo, temos que concluir que existem mais "judeus" (biológicos) em Portugal do que em Israel !, muitos dos quais aliás são de origem lusa...
 

Antonio A Alves

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As razões do Ódio aos Judeus

Muitas têm sido as explicações para o ódio que ao longo dos séculos os judeus foram vítimas na Europa.
A intolerância dos católicos tem sido uma das causas mais apontadas, mas no caso português provavelmente não foi a mais importante.
O ódio que a população portuguesa, maioritariamente católica, manifestava contra os judeus estava ligado a uma actividade exercida pelos mesmos: a cobrança de rendas e empréstimo de dinheiro.
Embora fosse uma minoria os que exerciam esta actividade, mas a tendência foi para associar esta actividade a todos os outros.
D. Afonso Henriques (1109-1185), entre os vários judeus de que se rodeou, destaca-se Yahia Ben Rabb, o primeiro tesoureiro das finanças do reino, abrindo uma tradição que se prolongou durante vários séculos.
A Igreja Católica encarava estas actividades como desprezíveis, associando-as aos valores materiais e à usura.
A verdade é que o Estado, a Nobreza e a própria Igreja viviam de rendas e do aluguer das rendas, para as quais necessitavam de cobradores.
Em épocas de crise económica, o ódio contra os poderosos é descarregado nos seus cobradores fossem eles de religião judaica ou cristã.
Em 1497, a "conversão" à força ao catolicismo, da esmagadora maioria dos portugueses judeus, acabou por manter nas mesmas mãos a cobrança de rendas e impostos. O ódio da população, sobrecarregada de rendas e impostos, virou-se a partir de então contra os denominados "cristãos novos", antigos judeus.
A crise económica do inicio do século XVI, por exemplo, começa com o assassinato, em 1503, do cristão-novo João Rodrigues de Mascarenhas, cobrador de impostos, e termina, em 1506, com a matança de muitos cristãos-novos no Rossio (Lisboa).
 

Antonio A Alves

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A Casa de Bragança e os judeus

Os Duques de Bragança viviam rodeados de judeus (mercadores, serviçais, etc). Uma das suas principais fontes de rendimento eram as rendas da judearia de Lisboa. O facto menos conhecido é que a própria Casa de Bragança, a casa Real de Portugal, tem na sua origem um portuguesa judia.
O mestre de Avis, futuro rei D. João I, teve um filho bastardo de uma judia - Dona Inês Pires Esteves, filha única de Mendo da Guarda ou Pêro Esteves, o "Barbadão".
A alcunha de "Barbadão" terá derivado do desgosto que Pêro Esteves sentiu por assistir na cidade da Guarda a este romance impossível da sua filha judia com um cristão (Mestre de Avis). Terá então jurado não cortar as suas barbas. Como muitos outros judeus, "converteu-se" ao cristianismo, mantendo-se todavia fiel às suas crenças.
Inês Esteves entrou para o Convento de Santos, cujo governo lhe será confiado. Foi neste convento em Lisboa, que Colombo conheceu e se casou com Filipa Moniz Perestrelo.
Pêro Esteves está sepultado na Igreja de Nossa Senhora do Mileu, em Veiros (Avis, Alentejo), povoação onde nasceram duas crianças deste amor impossível:
- Dona Brites, que se casou com um nobre inglês, conde de Arundel.
- D. Afonso (1377 ou 1380) que foi o 8º conde de Barcelos e 1º duque de Bragança. O iniciador da poderosa Casa de Bragança, após se casar com Dona Beatriz Pereira, filha de D. Nuno Alvares Pereira.
Dadas estas ligações aos judeus, não admira que D. João I tenha sido um dos seus protectores, impedindo inclusive que fossem convertidos à força.
A Casa de Bragança mostrou-se ao longo do século XV, sempre muito próxima dos judeus, mas uma inábil política de casamentos com castelhanas acabou por incutir no país o virus da intolerância religiosa.
 

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Nobreza Judaica

Os judeus em Portugal não apenas tinham acesso à corte, a altos cargos na mesma, mas também podiam ter direito ao tratamento de "dom", usarem brasões, fazerem doação de bens, constituir morgadios e terem outros privilégios próprios da nobreza. D. Fernando, por exemplo, concedeu dois dos mais importantes morgadios do reino ao judeu Moisés Navarro.
 

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Geografia do Judaísmo em Portugal

Em Portugal, no final do século XV, o judaísmo estava largamente difundido por mais de 160 localidades, em muitas das quais possuía grande número de praticantes.
Algumas das comunidades cuja implantação do judaísmo que iremos analisar: Alcácer do Sal, Aljezur, Alcoutim, Alvito, Alvor, Alenquer, Aveiro, Argozelo, Barcelos, Beja, Belmonte, Braga, Bragança, Borba, Buarcos, Cacilhas, Caminha, Chaves, Carção, Castelo Rodrigo, Coimbra, Covilhã, Celorico da Beira, Castro Marim, Crato, Elvas, Évora, Escarigo, Estremoz, Faro, Freixo de Espada à Cinta, Fundão, Funchal, Guarda, Guimarães, Gouveia, Garvão, Idanha, Lagos, Lamego, Leiria, Linhares da Beira, Lisboa, Pinhel, Porto, Castelo Branco, Castelo Vide, Covilhã, Condeixa, Lamego, Marvão, Meda, Medelim, Melo, Miranda do Douro, Monsanto, Mogadouro, Monsaraz, Mourão, Olivença, Oleiros, Ourique, Odemira, Óbidos, Porches, Portalegre, Pernes, Penamacor, Portimão, Ponta Delgada, Salzedas, Santarém, São João da Pesqueira, São Vicente da Beira, Serpa, Setúbal, Tavira, Tomar, Torre de Moncorvo, Torres Vedras, Torres Novas, Trancoso, Viana do Castelo, Vila Flor, Vila Nova de Famalicão, Vila Nova de Foz Côa, Vila Real, Vilar Formoso, Vilarinho dos Galegos, Viseu.
 

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O Grande Saque

A Inquisição em Portugal esteve sempre envolvida em constantes conflitos entre os clérigos portugueses e o papa, os quais só muito raramente diziam respeito a questões doutrinais. O problema recorrente era a possibilidade do confisco (roubo) dos bens dos condenados, uma das principais razões da existência e perpetuação da própria Inquisição.
 

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Influência do Judaísmo na Cultura Portuguesa

A língua portuguesa regista uma enorme quantidade de palavras de origem árabe, e comparativamente muito poucas de origem hebraica. No entanto, a influência do judaísmo é enorme na cultura portuguesa, porque mais disseminado e integrado.
 

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Intolerância Religiosa: Ninguém tem as mãos limpas


Alguns dos mais ferozes perseguidores dos judeus eram descendentes de judeus. A história do judaísmo em Portugal está repleta destes exemplos. No reinado de D. Afonso V, por exemplo, um dos que mais se evidenciou no anti-judaísmo foi o mestre Paulo, antigo judeu. No reinado seguinte, destacou-se nesta propaganda outro antigo judeu, mestre António, de Tavira, físico e afilhado de D. João II
 

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Diáspora dos Portugueses Judeus

Desde 1497 milhares de portugueses cristãos novos, muitos dos quais eram judeus, saíram do país indo povoar e desenvolver muitos reinos. Depois do estabelecimento da Inquisição, em 1536, o seu número não parou de aumentar.
A maioria dos que saíam pretendiam apenas começar uma vida nova, longe dos olhares da Igreja Católica, que via em todos eles um judeu.
Muitas testemunhas da época, afirmam que só na primeira metade do século XVII, cerca de 25% dos portugueses saíram do país.
Espalharam-se pelas regiões muçulmanas do Mediterrâneo, como Marrocos (Fez, Tetuão), Tripoli, Tunes, Argel, Egipto, Teberiades (Palestina), Chipre, Salónica, Damasco e Turquia (Constantinopla...).
Nas praças portuguesas de Ceuta, Arzila, Safim, Tanger, Azamor e Mazagão fixaram-se também em grande número.
Em Itália formaram grandes comunidades sobretudo em Ferrara, Ancona e Nápoles, e em menor dimensão em Veneza, Ragusa, Ancona, Florença, Roma, Bolonha ou Pisa.
Em França as comunidades portuguesas no século XVI eram significativas em Baiona, Bordéus, S. João da Luz, La Rochelle, Toulouse, Nantes, Montauban, Lião, Ruão e Paris.
Na Flandres (Bélgica) a comunidade era enorme em Antuérpia. A partir daqui expandiram-se Amesterdão, Roterdão e Haia e outras cidades dos Países Baixos. O seu poder e influência foi enorme.
Na Alemanha constituíram uma importante comunidade em Colónia, Lubeque e Hamburgo. Mais a norte fixaram-se também em Gdanks (Polónia). Na Inglaterra fizeram de Londres o seu centro.
Nos principais centros urbanos de Espanha, mas também nos seus domínios na América, proliferavam as comunidades de católicos e de judeus.
 

Antonio A Alves

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A Longa Guerra Social: Católicos contra Cristãos Novos

Em Portugal até finais do século XV foram raros ou nulos os tumultos da populaça contra os judeus. Tudo mudou depois de 1497, quando D. Manuel I impôs a conversão forçada dos judeus aos cristianismo. Os cristãos novos serão a partir daqui alvo de vários motins por parte dos católicos (cristãos velhos) para os matar. Vários episódios marcaram esta guerra social: os motins de 1504 (Lisboa), 1505 (Évora), 1506 (Lisboa), 1524 (Évora), 1531 (Lisboa), 1605 (Lisboa), 1630 (Lisboa, Coimbra, Santarém, Portalegre, Torres Novas, Évora e Braga) e 1671 (Lisboa). Por detrás deles estiveram sempre clérigos da Igreja Católica, a maioria dos quais espanhóis ligados à Ordem de S. Domingos, os "cães de Deus".
A propaganda contra os cristãos novos acusou-os de quase tudo: os seus antepassados judeus mataram Jesus Cristo, traziam epidemias, provocavam terramotos, eram falsos, especuladores, tinham rabos como os macacos, etc
 

Antonio A Alves

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Judaísmo Actual

No século XIX formaram-se três importantes correntes no judaísmo:
a) Judaísmo Reformador - Iniciado pelo filósofo Moses Mendelssohn (1729-1786). Defendeu, por exemplo, a utilização das linguas modernas na sinagoga. Fora dos EUA é conhecida por J. progressista ou liberal.
b) Judaísmo Ortodoxo - Divisivel entre "chassidicos" (ou Hassídicos) e não-assídicos, os mitnagdim. Opõem-se a qualquer mudança, rejeitam a modernidade. Não apoiaram o estabelecimento do Estado de Israel, por consideram
que só o Messias o poderá fazer.
c) Judaísmo Conservador - Fora dos EUA é conhecida por J. Masortin. Tendência de compromisso entre a modernidade e a tradição.
Actualmente a maioria dos judeus concentra-se em Israel e nos EUA, embora existam comunidades espalhadas por todo o mundo.
 

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Cristianismo

Formada a partir do Judaísmo, por Jesus de Nazaré, filho de Deus (c. 30 ). Afirmação de um Deus único em três pessoas (Pai, Filho e Espírito Santo). Diferencia-se das restantes religiões por anunciar a salvação pela mediação redentora de Cristo. Para salvar a humanidade dos seus pecados e transmitir uma nova mensagem de fé, Deus enviou o seu filho Jesus, que se fez homem e tomou para si todos os pecados do mundo, resgatando a Humanidade através do sacrifício da sua vida, reconciliando desta forma o homem com Deus. Na sua pregação transmitiu a promessa de uma vida melhor no reino de Deus. Os seus discípulos e apóstolos depois da sua morte pregaram esta salvação através da penitência e do amor pelo próximo. O cristianismo está espalhado por todo o mundo, em especial na Europa e América
 

Antonio A Alves

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O cristianismo é antes de mais uma heresia, como todas as grandes religiões. Afirmou-se negando as suas origens. Do judaísmo reteve, apesar de tudo, alguns princípios:
1. A crença num só Deus. Até Moisés (séc.XIII a.C.) não está provado que os hebreus fossem monoteístas. Para a adopção desta crença terá contribuído, provavelmente, o culto monoteísta a Aton, instituído no Egipto por Akenaton.2. A crença num julgamento final. Os judeus tê-la-ão adquirido durante a sua deportação na Babilónia (séc.VI a.C.).3. A crença num lugar destinado aos "maus"e "injustos", o "inferno". Crença também adquirida pelos judeus na Babilónia.4. A corporização das forças maléficas. Elas apossam-se sobretudo de animais, encontrando a sua principal expressão na figura do Diabo.
Jesus de Nazaré (4/3 a.C.-29 d.C.), produzido a ideia fundamental que distingue o cristianismo do judaísmo: a ideia de um Deus único que deve ser adorado por todos os povos sem excepção, nem privilégios. Esta posição nega que aos judeus qualquer relação privilegiada com Deus, fazendo emergir a ideia de que a relação com Deus é essencialmente de natureza individual. Neste sentido, o cristianismo acaba por valorizar na cultura ocidental a antropologia, a subjectividade, a interioridade...Quando Jesus de Nazaré é morto, a comunidade de fiéis na Galileia e Jerusalém contaria com cerca de 72 discípulos e 12 apóstolos. Para a organização dos cristãos e consolidação da sua doutrina, num conjunto de escritos inspirados, teria sido decisiva a intervenção de S. Paulo (5-67). Entre as posições que lhe são atribuídas, destacam-se as seguintes:
1. Jesus de Nazaré (Cristo) é o próprio Deus feito homem.2. A salvação da alma através da crença em Cristo.
Após a conversão de S. Paulo a comunidade cristã começa a espalhar-se pelo mundo antigo. S. Paulo é o primeiro a iniciar grandes viagens missionárias (entre 45 e 58 ). De Antióquia viaja para Chipre, Ásia Menor, Grécia (Atenas, Tebas,Corinto), Macedónia, e Damasco e Jerusalém. Perseguido foi decapitado no ano de 64 ou 67.
 

Antonio A Alves

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O corpus doutrinal cristão é constituído por 46 livros judaicos ( o Antigo Testamento), e 27 livros escritos por 4 evangelistas ( o Novo Testamento). Estes últimos foram escritos entre o ano 70 e 100, baseados em versões orais que corriam sobre a vida e os ensinamentos de Cristo. Os escritos judaicos são de três tipos: Um primeiro grupo, constituído por 5 livros, correspondem à Tora (Génese, Êxodo, Levítico, Números e Deutorónimo); Um segundo grupo reúne os livros do profetas, que interpretam a história sagrada de Israel. O ultimo grupo é constituído por cânticos, provérbios, orações, histórias morais diversas, etc. Foi Jerónimo que por volta do ano 382 traduziu para o latim os textos judaicos, dando origem a uma versão da Biblia denominada Vulgata. Esta tradução foi baseado numa tradução que fora feita, entre o século III e I a.C, do hebreu para o grego, conhecida por Biblia dos Setenta.O evangelho de Marcos foi escrito por volta do ano 70, servindo de base para os evangelhos de Mateus e Lucas. O evangelho de de João e outras escritos provém de uma comunidade Síria, perseguida pela Sinagoga.O número de escritos que foram consagrados na Biblia cristã só foi definitivamente estabelecido no século IV. A Igreja do Oriente não aceitou contudo a inclusão do Apocalipse e outros textos judaicos que constam na Vulgata, mas não da Bíblia dos Setenta.
 

Antonio A Alves

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Em virtude de combaterem as crenças dos romanos, os cristãos viram-se perseguidos, sofrendo grandes morticínios (197-311). Em 313, com o edito de Milão, o imperador Constantino concede a liberdade de culto aos cristãos, e mais tarde o imperador Teodósio proclama o cristianismo religião oficial do Império Romano.
Nos séculos posteriores, o cristianismo espalha-se pelo mundo romano. A doutrina desenvolve-se, adquirindo uma notável consistência teórica. Mas os cristãos não tardam em dividirem-se formando novas igrejas que se reclamam portadoras da Verdade revelada por Cristo.
 

Antonio A Alves

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Cristianismo e a Bíblia

A Bíblia ("Livro de Livros") é uma referência fundamental para os cristãos, mas não a única.
Para a Igreja Católica, por exemplo, a tradição interpretativa dos textos sagrados feita pelos padres da Igreja, papas e os concílios é tão importante como a própria bíblia, constitui a outra fonte doutrinal. O crente deve apenas preocupar-se com a sua fé, deixando à Igreja a questão da interpretação dos textos sagrados.
Os cristãos adoptaram textos judaicos, mas não a interpretação que os judeus deles faziam. Nesse sentido, sustentaram que os mesmos podiam ter várias interpretações: literais, morais, espirituais, alegóricas, etc., o que virá a constituir uma das principais inovações do cristianismo.
A Igreja Católica, em todo o caso, sempre afirmou que lhe cabia o direito de julgar qual era a interpretação correcta ou legitima dos textos sagrados. Durante o século XII foi criada a tristemente célebre Inquisição (Tribunal do Santo Ofício), para julgar todos os que faziam interpretações ou tinham práticas que não eram conformes às estabelecidas pela Igreja.
Na Europa, no século XVI irão surgir uma série de movimentos cristãos, os denominados protestantes, que reclamam a obrigação de todos os crentes conhecerem a Bíblia directamente e sem intermediação da Igreja Católica, permitindo-se a livre interpretação dos seus textos. Estes movimentos acabaram por produzir uma nova cisão da Igreja.
A Igreja Católica opôs-se a estes movimentos através da conhecida por Contra-Reforma. No Concílio de Trento, em 1546, continuou a afirmar-se como a única e legitima interprete dos textos biblicos. A par da Bíblia foi reafirmado a autoridade da Tradição da Igreja como fonte doutrinal. No século XIX, a Igreja Católica virá ainda a aprovar o princípio da Infalibilidade papal, transformando as decisões de qualquer papa como definitivas, sagradas.
 

Antonio A Alves

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O Cristianismo apresenta-se hoje dividido em muitas igrejas, entre elas destacam as seguintes

Igreja Católica. É a maior igreja cristã. O chefe supremo é o papa. Caracteriza-se pelos seus dogmas, sacramentos, culto de santos. A maior concentração de católicos encontra-se na Europa e na América do centro e sul. O Brasil é o país onde existem mais católicos no mundo.
 

Antonio A Alves

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Igrejas Protestantes (Evangélicas). Igrejas nascidas do movimento reformista iniciado no século XV. Caracteriza-se pela importância dada à Bíblia e à salvação pela fé. No norte da Europa e da América são as áreas de maior implantação destas igrejas.
 

Antonio A Alves

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Alguns exemplos

Igreja Anglicana. Formou-se no século XVI, depois de Henrique VIII ter rompido com a Igreja Católica.

Igreja Baptistas (Anabaptistas). Igrejas muito difundidas nos EUA, em especial, junto das comunidades negras.

Pentecostalistas. Movimento cristão carismático, surgido nos EUA, em 1901, e que se caracteriza pela alegria nas cerimónias religiosas. A Biblia é levada à letra.

Igreja Presbeteriana. Segue uma orientação calvinista. Tem forte implantação na Escócia e na Irlanda do Norte.

Quakers. A Sociedade de Amigos foi fundada em meados do século XVII, por George Fox.Não têm sacerdotes, nem estruturas formais, nem aceitam os sacramentos. As reuniões de celebração são feitas em silêncio.

Igrejas Ortodoxas. Nascidas do cisma de 1050. Caracterizam-se pela importância conferida à liturgia, culto de santos, divergências doutrinais em relação à Trindade e natureza de divina de Cristo. Estão implantadas sobretudo na Grécia, Rússia, Arménia e no Médio Oriente.
 
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