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Rendimentos. Banqueiros ganham mais 128% desde a crise de 2009

Feraida

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Em 2015, os 15 presidentes executivos mais bem pagos receberam um total de 236,6 milhões de dólares. Em 2009, os 15 mais bem pagos ganharam 103,9 milhões nesse ano. Isto apesar da falência do Lehman Brothers, que levou à maior crise financeira mundial desde a Grande Depressão

As remunerações (salários e bónus, entre outros rendimentos) dos 15 presidentes executivos (CEO) de bancos mais bem pagos do mundo ultrapassaram os 236,6 milhões de dólares (cerca de 215,5 milhões de euros) em 2015. Este montante representa um aumento de 132,7 milhões de dólares (127,7%) em relação às remunerações recebidas pelos 15 CEO da banca que mais dinheiro ganharam em 2009, de acordo com a análise do i aos dados compilados pela Equilar e publicados pelo “Financial Times”.

Este foi o primeiro ano depois de o Lehman Brothers, o quarto maior banco norte-americano, ter entrado em falência, em Setembro de 2008 – a maior da história dos Estados Unidos e que provocou a mais grave crise financeira mundial desde a Grande Depressão. Na altura, o Congresso dos Estados Unidos aprovou um plano de ajuda ao sistema financeiro no valor de 700 mil milhões de dólares. Citigroup, Bank of America, JPMorgan Chase e Wells Fargo receberam, por exemplo, 25 mil milhões de dólares cada um.

A crise do “subprime” já tinha começado em Março de 2007 e, em 2008, veio a público um relatório do procurador-geral de Nova Iorque, Andrew Cuomo, que chocou toda a gente. Nove bancos que já tinham recebido apoios públicos pagaram 32,6 mil milhões de dólares em bónus aos seus trabalhadores, apesar de registarem prejuízos de 81 mil milhões. Cerca de cinco mil operadores e executivos deste bancos receberam mais de um milhão de dólares de bónus salariais.

“Vergonhosos”: foi assim que Barack Obama reagiu aos números do relatório. O presidente dos EUA propôs ainda limitar a 500 mil dólares a remuneração anual dos gestores cujas empresas beneficiem de apoios públicos. Desde então, alguns bancos dos dois lados do Atlântico foram nacionalizados. Vários governos europeus avançaram com legislação no sentido de reduzir os bónus salariais e aumentar a regulação da actividade bancária. Muitos milhões foram gastos depois disso em lobbying para tentar evitar a aprovação de leis mais restritivas.

Seis anos depois... Apesar de todas as medidas anunciadas e aprovadas, as remunerações globais dos maiores banqueiros continuam a aumentar e muito. O último relatório da Equilar/”FT”, divulgado no dia 12 deste mês, concluiu que, em 2015, as remunerações dos 20 maiores banqueiros mundiais subiram quase 8% face a 2014. O rendimento médio dos banqueiros foi de 13,1 milhões de dólares em 2015, um crescimento cerca de 10 vezes superior ao verificado em 2014. Seis banqueiros dos Estados Unidos receberam, em média, 20,7 milhões de dólares, quase o dobro dos 11 europeus (10,4 milhões).

A análise dos 15 mais bem pagos entre 2009 e 2015 permite concluir que oito bancos aparecem em ambas as tabelas: Wells Fargo (1.o em 2009, 6.o em 2015), Crédit Suisse (2.o/5.o); HSBC (6.o/10.o); Lloyds (9.o/11.o); Barclays (10.o/15.o); JPMorgan Chase (13.o/1.o); Morgan Stanley (14.o/4.o); e Goldman Sachs (15.o/2.o). E só há três CEOque se mantêm no ranking dos mais bem pagos nos dois anos em análise – todos norte-americanos: John Stumpf (Wells Fargo), Jamie Dimon (JPMorgan Chase) e Lloyd Blankfein (Goldman Sachs).

O CEO que mais posições (13) subiu no período em análise foi Lloyd Blankfein, que passou do 15.o lugar em 2009 para o segundo em 2015. O Goldman Sachs é considerado o maior banco de investimento do mundo e contribuiu – e não foi pouco – para a falência do Lehman e tudo o que se seguiu.

Jamie Dimon, do JPMorgan Chase, protagonizou a segunda maior subida no ranking (12 posições). Em 2015 foi mesmo o mais bem pago entre todos, com um total de 27,6 milhões de dólares, mais 26,3 milhões do que em 2009 e mais 7,4 milhões do que em 2014. Blankfein, apesar de em 2015 ter ganho menos 900 mil dólares face a 2014, viu os seus rendimentos aumentar 22,6 milhões em relação a 2009. John Stumpf, que em 2009 foi o mais bem pago, com um total de 18,8 milhões, caiu várias posições no ranking, mas ainda assim conseguiu amealhar 19,2 milhões em 2015.

Os dois bancos italianos e franceses que constavam na lista de 2009 saíram do ranking de 2015. O mesmo aconteceu com o Deutsche Bank e o Royal Bank of Scotland. O espanhol BBVA foi substituído pelo Santander. Em contrapartida entraram o Standard Chartered, o Citigroup, o Bank of America, o UBS, o Royal Bank of Canada e o Bank of Montreal. Por último refira-se ainda que António Horta Osório, que em 2013 e 2014 ocupava a oitava e sétima posição do ranking, respectivamente, saiu do top ten dos mais bem pagos em 2015. O CEO do Lloyds ganhou 11 milhões de dólares o ano passado, menos 1,9 milhões do que em 2014.


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