«Primeiro golo não foi mérito do Estoril» - Jesus
O treinador do Sporting, Jorge Jesus, não escondeu o seu desagrado por ver o Estoril marcar por duas vezes no encontro da 6.ª jornada da Liga disputado sexta-feita em Alvalade, que os leões venceram por 4-2, e que os recolocou, embora à condição (o Benfica tem menos um jogo) no topo da da classificação geral.
«Claro que me custou sofrermos dois golos. Tiram o brilhantismo a uma exibição bem conseguida do ponto de vista ofensivo da equipa. Quatro golos, mais alguns que poderias ter feito, jogas com uma equipa que faz dois remates à baliza e marca dois golos. O 3-0 deu alguma segurança à equipa, e os jogadores têm um outro jogo terça-feira, acharam que as coisas estavam controladas,e no futebol não se pode dar muitas facilidades», afirmou Jorge Jesus na sala de imprensa, após o embate.
«O segundo golo do adversário é uma bola parada, agora o primeiro golo não: estávamos em vantagem numérica, e a bola entrou com muita facilidade no espaço do golo. É claro que não fiquei satisfeito por sofrer dois golos. Se tiver de levar golos, tem de ser por mérito do adversário. E este primeiro golo que sofremos não foi mérito do adversário», afirmou Jesus, de forma clara, apontando o dedo à desconcentração e algum relaxe mental dos seus.
Mas para tudo tem atenuantes, e, honra lhe seja feita, Jorge Jesus não terá omitido alguma delas na mensagem que, de fora para dentro, passou na sala de imprensa de Alvalade.
«Desta equipa que iniciou o jogo, jogadores novos só o Alan Ruiz e o Bas Dost, os outros ñove transitaram de 2015/16, reparem. Os que entraram de novo ainda não conseguiram ter o ritmo competitivo que têm os que já cá estavam: os recém-chegados, durante o mercado, estão a fazer a pré-época, com jogos», vincou o treinador.
«O Sporting vai melhorar. Há jogadores, principalmente os novos, que ainda não estão a render o que são capazes de fazer: Elias, Markovic, Campbell. O Bas Dost, tinha ritmo de jogo, está bem; o André Ruiz gostei da entrada dele na equipa, e já tinha gostado em Vila do Conde.», recordou um treinador a demononstrar medir bem o pulso às suas tropas, individual e coletivamente, «exigente» e por isso crítico.
«Defensivamente, a equipa quando têm de estar concentrada, normalmente fá-lo. Hoje [sexta-feira], achou que já não era preciso, descuidou-se a acabou por levar dois golos», disse Jorge Jesus, sem problemas em reconhecer ter optado por Jefferson em vez de Bruno César a lateral-esquerdo por o segundo ter sobrecarga de minutos nos jogos anteriores… e o Estoril ser a antiga equipa do primeiro.
«O Bruno César fez os 90 minutos em três jogos, com Real Madrid, Marítimo e Rio Ave. Tem tido uma carga de jogo superior a outros. Para além do Jefferson, ainda tenho o Marvin, que jogou em Madrid, teve problema clínico mas recuperou. Achei que devia dar uma possibilidade ao Jefferson. Até porque defrontou a sua anterior equipa, isso os jogadores gostam sempre», disse.
Onze de confiança só duas vezes seguidas
E questionado sobre se repetirá o onze que apresentou diante do Estoril terça-feira, ante o Legia de Versóvia, para a Champions, depois de ter efetuado, na noite de sexta-feira, várias alterações à equipa que perdera (1-3) com o Rio Ave, Jorge Jesus deixou uma revelação aos jornalistas… e à saciedade.
«Nem vou repetir. Não existe equipa alguma do Mundo que tenha um plantel equilibrado e que repita o onze em todos os jogos. Se me disser que há uma equipa que faz isso, calo-me. Equipa alguma joga no Campeonato e Champions com o mesmo onze. Mas nada quer dizer. Até podia achar que terça-feira jogam os mesmo onze. Dois jogos seguidos, pode acontecer, mas três, vou explicar-vos, não acho possível», concluiu Jesus, deixando, nas entrelinhas, cansaço e fadiga como explicação.