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Robert Lewis Koehl desvenda a temível SS

p.rodrigues

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«A Verdadeira História da SS», de Robert Lewis Koehl, editado recentemente pela Casa das Letras, aborda o nascimento, o crescimento e o declínio da força militar de elite do Partido Nazi, uma força na qual, «para a maioria dos oficiais e soldados», tornou-se «uma nemesis, um labirinto em que a princípio voluntariamente se embrenharam e do qual mais tarde não puderam escapar de volta à humanidade, mesmo de licença».

Professor de História na Universidade de Wisconsin-Madison, Robert Lewis Koehl pesquisou a SS por mais de 30 anos, sendo por isso um dos principais especialistas da área. Em «A Verdadeira História da SS» coloca todo o seu conhecimento ao dispor do leitor, oferecendo um olhar realmente abrangente, e pormenorizado, da Schutzstaffel, o corpo de elite criado por Adolf Hitler e Heinrich Himmler, que teve o seu embrião em 1919, meses depois do fim da I Guerra Mundial, quando o «”nacionalismo soldadesco” iria tomar na Alemanha do pós-guerra uma multiplicação de formas, muitas delas contraditórias entre si».

obert Lewis Koehl conduz portanto o leitor até a “Pré-história” do Estado Nazi, desde a sua constituição até a sua implementação, com algumas histórias de traições e assassinatos entre os seus líderes. Aos poucos, o autor fundamenta a criação das SS, um corpo de elite que acaba por se destacar no Estado Nazi, sendo temido por tudo e todos devido aos seus feitos e atrocidades, mas, principalmente, por aquilo que representava.

«Mas o seu passado SS, os padrões da milícia e da sociedade alemã, atiraram muitos deles para feitos de coragem, para uma selvajaria implacável e para devastações sem sentido. Uma unidade SS da Wehrmacht nunca poderia ser apenas mais uma unidade militar, embora muitos dos seus oficiais e soldados fossem indivíduos bastante vulgares. A tradição, esse conceito familiar nos anais militares, também teve a sua influência nas SS e nem sempre da forma desejada pelos comandantes SS – ou pelos voluntários SS – forçando o homem a tornar-se ao mesmo tempo mais e muito menos do que ele próprio.»

O principal mérito de Koehl, falecido em 2015, é a sua extrema objetividade. Ao longo de 350 páginas, demonstra com grande rigor, através de uma escrita abrangente mas nem sempre fácil de seguir, como um corpo minúsculo acabou por se tornar o grupo militar mais temido da Alemanha Nazi, superando inclusive as suas capacidades e atribuições iniciais devido a uma série de fatores (o autor faz questão de salientar as questões sociais e, principalmente, económicas ao longo da narrativa, oferecendo deste modo um olhar fundamental para entendermos todo o contexto da Guerra).

De certo modo, Koehl desmistifica o papel das SS, «um grupo de soldados políticos» que foi concebido para defender as instituições Nazis e fornecer «um futuro reservatório de genes para o povo alemão», como desejava Himmler. No entanto, jamais renega o seu papel terrorífico na contenda, pelo contrário.


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