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Primeira Guerra Mundial - De 1914 A 1918

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CRONOLOGIA DA PARTICIPAÇÃO PORTUGUESA NA
PRIMEIRA GUERRA MUNDIAL - DE 1914 A 1918


ANTECEDENTES, DE 1910 A 1916


Manifestação de apoio à entrada de Portugal na Guerra, realizada em 7 de Agosto de 1914, na Avenida das Cortes em Lisboa
(actual Avenida D. Carlos I)



1910



5 de Outubro Instauração do regime republicano. O Exército, sobretudo o seu corpo de oficiais, não participou, de facto, nem a favor nem contra a insurreição.
6 de Outubro O coronel de artilharia Correia Barreto é nomeado ministro da Guerra do Governo Provisório. Era um dos oficiais mais graduados a ter apoiado o novo regime político. Estará em funções até 3 de Setembro de 1911.
17 de Outubro Criação de uma comissão para estudar a reorganização do exército.
22 de Outubro O Brasil e a Argentina são os primeiros países a reconhecer oficialmente a República Portuguesa.


1911



2 de Março Lei do recrutamento. Instaura teoricamente, mas não de facto, o recrutamento universal. O sistema oficial das remissões - pagamento de um substituto - acaba, mas é substituído pelo sistema de pagamento para se ficar «não apto».
3 de Maio Publicação do Decreto que organiza a Guarda Nacional Republicana. A criação da Guarda tinha como objectivo retirar ao exército, encarado como a Nação em Armas, a função de defesa do regime, e de manutenção da ordem pública. Esta divisão de tarefas nunca foi posta em prática.
25 de Maio Decreto de reorganização do Exército. Previa a existência de 8 divisões e 1 brigada de cavalaria, com um quadro permanente de 1.773 oficiais e 9.926 praças. O serviço militar devia ser geral e obrigatório. Os mancebos passavam por uma escola de recruta, de 15 a 30 semanas, sendo chamados quase todos os anos (7 em 10) para as escolas de repetição, que duravam 2 semanas. Criavam-se também escolas de quadros, que formarão os futuros oficiais milicianos.
19 de Junho Os Estados Unidos da América reconhecem a República Portuguesa, no dia da abertura da Congresso, sendo a primeira potência com algum significado a fazê-lo.
24 de Agosto A França reconhece a República portuguesa, no dia da eleição do Presidente da República, sendo o primeiro país europeu a fazê-lo
3 de Setembro Nomeação do primeiro Governo Constitucional da República. O general Pimenta de Castro é ministro da Guerra.
11 de Setembro Reconhecimento conjunto da República portuguesa pelas grandes potências europeias, todas com um sistema político monárquico: Grã-Bretanha, Espanha, Alemanha, Itália e Áustria-Hungria.
5 de Outubro Primeira incursão monárquica, comandada por Paiva Couceiro, em Trás-os-Montes. O ministro da guerra, general Pimenta de Castro, será exonerado dia 8 de Outubro seguinte, devido a divergências com João Chagas, presidente do Conselho de Ministros. Será substituído pelo major Alberto da Silveira.
4 de Novembro O governo de Angola pede auxílio a Lisboa para pôr cobro à rebelião instalada no planalto de Benguela, assim como no Bié, Lunda e Norte do Cassai


1912



31 de Janeiro Forças militares e da carbonária tomam de assalto a União dos Sindicatos. Os presos são enviados para bordo da fragata D. Fernando e do transporte Pêro d'Alenquer.
7 de Fevereiro O governo britânico desmente os boatos, postos a circular pelo embaixador português Teixeira Gomes, que davam como certo um acordo entre o Reino Unido e a Alemanha para divisão das colónias portuguesas de África.
15 de Abril O Presidente do Ministério e ministro dos negócios estrangeiros, Augusto de Vasconcelos, garantiu na Câmara dos Deputados não existir nenhum tratado entre a Inglaterra e a Alemanha «de natureza a ameaçar a independência, a integridade e os interesses de Portugal ou de uma parte qualquer dos seus domínios.»
6 e 7 de Julho As forças monárquicas de Paiva Couceiro entram, pela segunda vez, em Portugal tentando tomar a praça de Valença, o que não conseguem. Entrarão no dia seguinte em Trás-os-Montes tentando capturar Chaves.
8 de Julho Combate de Chaves. Os monárquicos são completamente desbaratados, deixando alguns mortos e feridos no campo.
10 de Julho Os projectos de construção dos caminhos-de-ferro de Benguela, em Angola, e da Zambézia, em Moçambique, são aprovados.
8 de Agosto O governador Norton de Matos funda a cidade de Huambo em Angola.
10 de Novembro Afonso Costa, discursando em Santarém, afirma que «neste momento, em que vai talvez dar-se uma conflagração europeia ... nós não sabemos ainda qual terá de ser o nosso papel, porque não está definida verdadeiramente a natureza, a extensão, os efeitos da nossa aliança com a Inglaterra.»
18 de Dezembro Um relatório secreto do Estado-Maior da Marinha britânica, conclui que Portugal não tinha para a Grã-Bretanha grande valor estratégico, desde que os seus territórios atlânticos não caíssem nas mãos de potências hostis.


1913



9 de Janeiro Tomada de posse do 1.º governo Afonso Costa
21 de Fevereiro Confirmam-se as suspeitas de existência de negociações, entre a Grã-Bretanha e a Alemanha, sobre a remodelação do tratado anglo-alemão de 30 de Agosto de 1898, que de facto tratava da partilha das colónias portuguesas.
5 de Março Lisboa informa os embaixadores de Paris e de Berlim da sua adesão ao Acordo Franco-Alemão de 4 de Novembro de 1911, que pôs fim à segunda crise marroquina.
27 de Abril Tentativa revolucionária contra o primeiro governo presidido por Afonso Costa. É a primeira vez que republicanos participam num golpe contra um governo republicano.
10 de Junho Lançamento de bombas sobre o cortejo de homenagem a Camões, que era constituído fundamentalmente por crianças.
3 de Julho O governo Afonso Costa retira o direito de voto aos chefes de família analfabetos. O sufrágio universal deixa de existir em Portugal ao contrário de países como a Alemanha, Itália, Áustria, Montenegro, Suécia e Suiça. O número de eleitores é igual ao existente no tempo da monarquia.
7 de Julho Tentativa revolucionária com assalto ao Quartel de Marinheiros
20 de Julho Tentativas monárquicas de assalto a vários quartéis de Lisboa, contra os quais foram arremessadas bombas explosivas.
31 de Julho Por meio de um ofício secreto, o ministro britânico dos Negócios Estrangeiros, Edward Grey, informa o seu embaixador em Portugal, Arthur Hardinge, de que o governo da Grã-Bretanha «opor-se-ia à intervenção de qualquer outra potência excepto a Espanha» nos assuntos portugueses.
13 de Agosto É rubricado, com vista a posterior assinatura e ratificação, um novo Acordo Anglo-Alemão, que não só renovava as cláusulas do acordo de 1898 sobre as colónias portuguesas, acordo realizado no âmbito do pedido de empréstimo português após a bancarrota, mas também estabelecia uma nova partilha territorial, assim como alargava os fundamentos de intervenção.
14 de Outubro O jornal O Dia publica, reproduzindo o Daily Telegraph londrino, as supostas bases do acordo franco-espanhol de Cartagena em que a França permitiria que a Espanha de Afonso XIII, de acordo com uma hipotética base VIII, pudesse reclamar uma intervenção directa em Portugal, motivada pela progressão da «anarquia» no país.
20 de Outubro Nova tentativa de revolução monárquica levada a cabo por civis e liderada por João de Azevedo Coutinho.
O texto definitivo do Acordo Anglo-Alemão de Agosto de 1913 é rubricado. O desmembramento e partilha das colónias portuguesas torna-se uma ameaça cada vez mais real.
9 de Dezembro O ministro dos negócios estrangeiros alemão, fazendo no Reichtag o discurso anual sobre política externa, torna pública a existência de negociações com a Grã-Bretanha sobre as colónias portuguesas e prevê o êxito das mesmas.
16 de Dezembro O embaixador português em Londres, Teixeira Gomes, consegue que o governo britânico se comprometa a não assinar o acordo anglo-alemão sem o requisito prévio da sua publicação. O que não interessava ao governo alemão.


1914



9 de Fevereiro O governo chefiado por Bernardino Machado toma posse, tentando ser um governo de reconciliação nacional. O ministro da guerra é o general Pereira d'Eça.
10 de Fevereiro O embaixador francês em Londres, Paul Cambon, faz notar à Grã-Bretanha que a publicação do acordo anglo-alemão de Outubro de 1913 sobre as colónias portuguesas, tornava significativa a aproximação anglo-alemã, o que implicava o enfraquecimento da «Entente Cordiale» entre Paris e Londres.
28 de Junho O arquiduque Francisco Fernando, herdeiro presuntivo do imperador austro-húngaro Francisco José, é assassinado em Sarajevo, capital da província da Bósnia-Herzegovina, por revolucionários sérvios..
Discute-se no parlamento português o orçamento do ministério da Guerra. O ministro confidencia a um dos deputados, sobre o que o exército tinha ou não tinha para assegurar a defesa nacional: «Não digo que tem pouco, digo que não tem nada».
28 de Julho A Alemanha acede a assinar o Acordo Anglo-Alemão sobre as colónias portuguesas nos termos pretendidos pela Grã-Bretanha.
A Áustria-Hungria declara guerra à Sérvia. A Rússia mobiliza, dando início às movimentações que levarão ao desencadear em 4 de Agosto da Primeira Guerra Mundial.
1 de Agosto A Alemanha declara a guerra à Rússia.
A França ordena a mobilização geral dos exércitos.
3 de Agosto A Alemanha declara a guerra à França, e invade o Luxemburgo e a Bélgica.
O governo britânico entrega uma carta ao embaixador de Portugal em Londres, instando junto do «Governo português para se abster, por agora, de publicar qualquer declaração de neutralidade».
Uma multidão junta-se à porta do Banco de Portugal, para trocar as notas por metal, provocando uma crise financeira temporária. O montante das trocas diárias vai diminuindo ao longo dos dias seguintes.
4 de Agosto A Grã-Bretanha declara a guerra à Alemanha, devido à violação do Tratado de 1831 que declarava a Bélgica território neutral perpetuamente.
O governo britânico informa oficialmente o governo português, por intermédio do seu embaixador em Lisboa, que «em caso de ataque da Alemanha contra qualquer possessão portuguesa, o Governo de Sua Majestade considerar-se-á ligado por estipulações da aliança anglo-portuguesa».
7 de Agosto Devido ao deflagrar da 1.ª Guerra Mundial, o Congresso da República, reunido extraordinariamente aprova um documento de intenções sobre a condução da política externa. Afirma-se que Portugal não faltaria aos seus compromissos internacionais, sobretudo no que diz respeito à Aliança Luso-Britânica.
12 de Agosto É decidida a organização de uma expedição militar com destino a Angola e a Moçambique.
É assinado o Tratado de Comércio e Navegação Luso-Britânico.
A França e a Grã-Bretanha declaram a guerra à Áustria-Hungria.
O Japão declara a guerra à Alemanha.
11 de Setembro Partida de Lisboa de uma expedição militar, comandada pelo tenente-coronel Alves Roçadas, com destino a Angola.
Partida de um corpo expedicionário para Moçambique. O posto fronteiriço de Mazúa, na fronteira de Moçambique com a África Oriental Alemã (actual Tânzania) tinha sido novamente atacado.
10 de Outubro O governo britânico, invocando a antiga aliança, «formalmente convida o Governo Português a deixar a sua atitude de neutralidade, e enfileirar activamente ao lado da Grã-Bretanha e dos seus aliados.»
19 de Outubro Partida de uma missão militar, composta pelos capitães Ivens Ferraz, Fernando Freiria e Azambuja Martins para conferenciar com o estado-maior britânico.
20 de Outubro Movimentos revolucionários monárquicos em Mafra e Bragança. Declaram-se contra a participação de Portugal na Guerra.
O Partido Socialista promove uma manifestação de apoio ao Aliados.
5 de Novembro Forças militares de reforço da guarnição portuguesa em Angola partem de Lisboa, comandadas pelo capitão-tenente Coriolano da Costa, devido a incidentes graves com tropas alemãs na fronteira.
17 de Novembro É proibida a subida ao palco de uma revista, no Teatro da Rua dos Condes, por dar um quadro pouco abonatório do exército português.
23 de Novembro Reunião extraordinária do Congresso da República em que o governo é autorizado a participar na guerra ao lado da Grã-Bretanha, e a ceder desde logo 20.000 espingardas com 600 cartuchos cada uma e 56 peças de artilharia pedidas pelo governo britânico.


1915



15 de Janeiro O presidente da república, Manuel de Arriaga, reúne os principais dirigentes políticos para ouvir a sua opinião sobre a política seguida pelo Partido Democrático, de Afonso Costa, de empurrar Portugal para a guerra.
20 - 21 de Janeiro «Movimento das Espadas». A maior parte dos oficiais da guarnição de Lisboa, chefiados por Machado Santos e Pimenta de Castro, protesta por considerar que a demissão de um seu colega, o major João Craveiro Lopes, foi efectuada por motivos políticos.
25 de Janeiro O presidente da república, Manuel de Arriaga, demite o governo de Afonso Costa e encarrega, em ditadura, isto é, sem que o Congresso tivesse em sessão, o general Pimenta de Castro de formar um novo governo com intenção de preparar eleições. A participação dos militares nos assuntos políticos torna-se cada vez maior.
3 de Fevereiro Mais expedições militares partem para Angola, para fazer frente aos ataques constantes das forças alemãs.
4 de Março Os deputados do Partido Democrático de Afonso Costa são proibidos de entrar no Parlamento. Os deputados e senadores democráticos reunidos em Loures, no Palácio da Mitra, aprovam uma moção declarando o ministério fora-da-lei.
22 de Abril Os vereadores da Câmara Municipal de Lisboa são intimados a ceder o lugar à Comissão Administrativa nomeado pelo governo. São presos por terem recusados.
10 de Maio Grandes manifestações republicanas em Lisboa.
14 de Maio Em Lisboa, grupos tumultuosos de pessoas assaltam armazéns e padarias à procura de comida. Aproveitando a situação republicanos civis e militares levam a efeito um movimento revolucionário que custa centenas de mortos e feridos.
15 de Maio O governo ditatorial de Pimenta de Castro é demitido, sendo nomeado João Chagas para formar o novo ministério. O general Norton de Matos é escolhido para ministro da Guerra.
17 de Maio Devido ao atentado no Entroncamento a João Chagas, que fica gravemente ferido e cego de um olho, José Ribeiro de Castro é nomeado chefe do governo.
29 de Maio Teófilo Braga é nomeado presidente da república interino, devido à demissão no dia 15 de Maio de Manuel de Arriaga.
13 de Junho O Partido Democrático ganha as eleições legislativas, obtendo a maioria absoluta.
1 de Julho Nova Lei Eleitoral. Os militares no activo passam a ter direito de voto. Os analfabetos continuam a não poder votar.
4 de Agosto O governo é autorizado a contrair dois empréstimos, destinados a fazer face ao aumento das despesas com as forças expedicionárias enviadas para as colónias.
29 de Novembro Afonso Costa, restabelecido de uma fractura do crânio, provocada pela saída precipitada de um carro eléctrico devido ao receio de um atentado bombista, é nomeado chefe do governo, constituído unicamente por membros do Partido Democrático.


1916



17 de Fevereiro O governo português recebe um pedido do governo britânico «em nome da aliança» de «requisição urgente de todos os barcos inimigos estacionados em portos portugueses».
23 de Fevereiro

Portugal apreende todos os navios mercantes alemães fundeados nos Portos portugueses, a fim de serem colocados ao serviço da causa comum luso-britânica, numa operação dirigida pelo capitão de fragata Leote do Rego, comandante da Divisão Naval de Defesa.





Fontes principais:

Nuno Severiano Teixeira, O Poder e a Guerra, 1914 -1918. Objectivos Nacionais e Estratégias Políticas na Entrada de Portugal na Grande Guerra, Lisboa, Estampa («Histórias de Portugal, 25»), 1996;
 

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O Corpo ExpedicionÁrio PortuguÊs,

O CORPO EXPEDICIONÁRIO PORTUGUÊS, DE 1916 A 1919


Soldados nas trincheiras



1916



9 de Março A Alemanha declara a guerra a Portugal.
15 de Março Constituí-se o chamado governo de «União Sagrada», em que Afonso Costa cede o seu lugar de presidente do governo e cede o seu lugar a António José de Almeida.
25 de Março O ministro da Guerra, general Norton de Matos, publica uma Ordem do Exército, esclarecendo a situação de guerra.
28 de Março Todas as publicações, periódicas ou não, são obrigados à censura prévia enquanto durar a guerra.
20 de Abril É decidida a censura à correspondência enviada para países estrangeiros e para as colónias, e da recebida destas.
9 de Junho Afonso Costa, ministro das finanças, e Augusto Soares, ministro dos Negócios Estrangeiros, partem para Paris para participar na Conferência Económica dos Aliados. Nessa reunião considera-se como condição preliminar e sine qua non de paz a restituição dos territórios indevidamente ocupados pela Alemanha: Alsácia e Lorena à França, em 1871, e Quionga, Moçambique, em 1894, a Portugal.
15 de Junho O governo britânico convida formalmente Portugal a tomar parte activa nas operações militares dos aliados.
1 de Julho O exército britânica ataca no Somme, para tentar diminuir a intensidade do ataque alemão a Verdun, defendida pelo exército francês, que tinha começado em 21 de Fevereiro.
22 de Julho É constituído, em Tancos, sob o comando do general Norton de Matos, o Corpo Expedicionário Português (CEP), formado por 30 mil homens.
7 de Agosto O Parlamento português aceita a participação de Portugal na Guerra de acordo com o convite formal do governo britânico de 15 de Junho.
31 de Agosto É votada a pena de morte em situação de guerra.
Dezembro O chefe do Estado-maior do CEP, major Roberto Baptista, parte para França, acompanhado de outros oficiais do Estado-maior para preparar a recepção das tropas portuguesas.
13 de Dezembro Machado Santos faz, em Tomar, uma tentativa revolucionária, malograda
26 de Dezembro O governo francês manifesta ao governo português o desejo, de que fosse enviado para França pessoal de artilharia necessário para guarnecer 20 a 30 baterias de artilharia pesada francesa.


1917


3 de Janeiro Convenção com a Grã-bretanha para regulamentação da nossa participação na frente europeia. O CEP ficará subordinado ao BEF (British Expeditionary Force).
7 de Janeiro O governo francês dá o seu acordo à proposta portuguesa que, em resposta ao seu pedido de 26 de Dezembro, propõe disponibilizar pessoal de artilharia necessário para 25 baterias de artilharia pesada, sob um Comando Superior Português. Tem assim origem o Corpo de Artilharia Independente (CAPI).
17 de Janeiro O CEP é mandado organizar, como uma Divisão de Infantaria reforçada.
30 de Janeiro A 1.ª Brigada do CEP, do comando do general Gomes da Costa sai do Tejo a bordo de três vapores britânicos.
2 de Fevereiro As primeiras tropas portuguesas chegam a Brest, porto na Bretanha, onde desembarcam.
8 de Fevereiro As tropas portuguesas chegam à zona de Thérouane, na Flandres francesa, que será o local de concentração da divisão do CEP.
12 de Fevereiro O general Tamagnini de Abreu e Silva, comandante do CEP, propõe a elevação da Divisão a Corpo de Exército.
20 de Fevereiro A proposta do general Tamagnini de reorganizar o CEP enquanto Corpo de Exército é aceite.
23 de Fevereiro Parte para França o segundo contingente do CEP
4 de Abril As primeiras tropas portuguesas entram nas trincheiras. É morto o primeiro soldado português em combate, António Gonçalves Curado.
6 de Abril A Escola de Morteiros de Trincheira do CEP é organizada.
Os Estados Unidos da América declaram a guerra à Alemanha.
20 de Abril O CEP, a concentrar-se no Norte de França, é reorganizado enquanto Corpo de Exército.
25 de Abril Constituição do terceiro governo presidido por Afonso Costa, devido ao fim do ministério da União Sagrada.
7 de Maio A Escola de Gás do CEP, em Mametz, começa a funcionar.
17 de Maio É assinada a «Convenção militar para o emprego das forças portuguesas de artilharia pesada na linha francesa de operações em França». O CAPI será organizado com pessoal de 10 baterias, sob o comando do coronel João Clímaco Pereira Homem Teles.
19, 20 e 21 de Maio Greves, motins e assaltos a mercearias e armazéns de Lisboa e arredores, assim como no Porto. No Porto as vítimas ascenderam a vinte e duas.
21 de Maio O general Norton de Matos, ministro da Guerra, chega a Londres, para regular com o governo britânico a disponibilização de navios para transporte dos reforços militares para o CEP.
30 de Maio A 1.ª brigada de infantaria, da 1.ª divisão do CEP, ocupa um sector na frente de batalha.
4 de Junho Primeiro ataque alemão ao sector defendido pela 1.ª brigada portuguesa.
16 de Junho A 2.ª brigada de infantaria ocupa o seu sector na frente de batalha.
7 de Julho Os comandantes portugueses do CEP encontram-se com o rei Jorge V de Inglaterra, em Fauquembergues.
10 de Julho A 1.ª Divisão do CEP assume a responsabilidade da sua parte do Sector Português na linha da frente. Estará subordinada ao XI Corpo de Exército britânico comandado pelo general Haking.
A 3.ª brigada de infantaria ocupa um sector da frente de batalha.
12 de Julho Devido às greves constantes é declarado o estado de sítio em Lisboa e concelhos limítrofes.
31 de Julho Terceira batalha de Ypres. O 2.º Exército britânico começa uma ofensiva na zona de Ypres, na Flandres belga, a norte do sector português da frente. A cidade de Passchendaele será tomada por forças canadianas em Novembro. O objectivo de conquistar a zona costeira da Bélgica, de maneira a diminuir a intensidade da guerra submarina alemã, não é atingido.
10 de Setembro É estabelecida a censura militar aos filmes que façam alusão à guerra.
14 de Setembro O alferes miliciano Gomes Teixeira, à frente do seu pelotão, realiza o aprisionamento de quatro soldados alemães; o primeiro realizado por tropas portuguesas na frente ocidental.
23 de Setembro A 4.ª brigada de infantaria (a «Brigada do Minho»), parte da 2.ª divisão, entra em sector na linha da frente.
11 de Outubro Bernardino Machado, presidente da República, chega à zona de concentração do CEP em visita às tropas na frente. É acompanhado de Afonso Costa, presidente do Conselho e ministro das Finanças, e de Augusto Soares, ministro dos Negócios Estrangeiros. A estadia irá prolongar-se até 15 de Outubro.
13 de Outubro Cerimónia de entrega das primeiras Cruzes de Guerra ao CEP. Serão condecorados 10 oficiais, 8 sargentos e 27 cabos e soldados.
17 de Outubro O primeiro contingente do CAPI, que representa o apoio directo de Portugal ao esforço de guerra francês, chega à sua zona de concentração em França. Passará a ser designado por «Corps d'Artillerie Lourde Portugais» (CALP).
21 de Outubro Eleições complementares em Lisboa. Participam somente 15% dos eleitores.
25 de Outubro O presidente da República, Bernardino Machado, chega a Lisboa, após a sua visita às tropas portuguesas em França.
28 de Outubro O último dos navios de transporte britânicos, dos sete iniciais, é retirado do serviço do CEP. Os quadros do corpo expedicionário não serão completados, e no futuro não serão substituídos.
1 de Novembro O Grupo de Esquadrões de Cavalaria do CEP é extinto, sendo convertido em Grupo de Companhias Ciclistas.
5 de Novembro O Comando do CEP assume a responsabilidade da defesa do Sector Português na frente. Estava subordinado ao 1.º Exército britânico, comandado pelo general Horne.
7 de Novembro Revolução Bolchevique de «Outubro».
20 de Novembro O 3.º exército britânico ataca em direcção a Cambrai, a sul do sector português da frente. Os tanques britânicos (480 ao todo) são usados pela primeira vez em grupos compactos,
26 de Novembro A 2.ª Divisão do CEP assume a responsabilidade da sua parte do Sector Português na frente.
5 de Dezembro Sidónio Pais, embaixador de Portugal em Berlim de 1912 a 1916, na altura professor da escola de Guerra (Academia Militar), e major, chefia uma revolução que o levará ao poder três dias depois. O movimento e a situação política que criou será conhecido pelo «Dezembrismo».
Armísiticio Russo-Alemão de Brest-Litovsk.
9 de Dezembro O Congresso (Parlamento) é dissolvido.
12 de Dezembro O Presidente da República, Bernardino Machado, é destituído.


1918



6 de Janeiro Tentativa de acção contra-revolucionária levada a cabo por marinheiros da Armada.
15 de Janeiro O segundo contingente do CAPI desembarca em França. O comando do corpo é entregue ao tenente-coronel Tristão da Câmara Pestana.
3 de Março Assinatura do tratado de Brest-Litovsk entre a Alemanha e a Rússia soviética. A Rússia abandona a guerra.
11 de Março O sufrágio universal é instituído, pela primeira vez, em Portugal.
16 de Março A 1.ª bateria do 1.º grupo de artilharia do CAPI entra em acção.
19 de Março É decidido a transferência do CAPI para o CEP. A transferência não se efectuará devido à ofensiva alemã de 21 de Março.
21 de Março Começo da ofensiva alemã na Frente Ocidental, conhecida por «Kaiserschlacht». .
22 de Março Decreto que decide a rendição do pessoal em serviço no CEP.
27 de Março O CEP deveria ter começado a ser rendido. A ofensiva alemã no Somme impede a rendição.
6 de Abril É aprovada a reorganização do CEP. A 2.ª divisão, reforçada, tomaria conta do sector português. O CEP deixaria de existir. A 1.ª divisão deveria ser enviada para reserva, e a 2.ª divisão ficaria subordinada ao 11.º corpo de Exército britânico, sob as ordens do general britânico Hacking. A visita deste às tropas portuguesas decidiu-o a também retirar a 2.ª divisão da linha da frente. A ordem deveria ser posta em prática no dia 9 de Abril.
9 de Abril A batalha do Lys começa, com uma prolongada barragem de artilharia alemã. A 2.ª divisão do CEP é destruída no decurso da batalha.
10 de Abril O antigo CAPI dirige-se para o porto francês do Havre, para embarcar para a Grã-Bretanha, para receber instrução. Três baterias ficam à disposição do exército francês.
13 de Abril A 1.ª e 2.ª brigadas de infantaria retiram para a nova linha de defesa em construção entre Lilliers e Stennberg.
28 de Abril Eleições presidenciais, por modo directo, sendo Sidónio Pais o único candidato, e legislativas.
27 de Maio Ataque alemão ao sector francês da frente, em frente de Paris.
6 de Junho A 6.ª divisão americana contra ataca o exército alemão. É a primeira intervenção de uma unidade americana na frente ocidental.
Julho O general Tomás António Garcia Rosado é nomeado comandante do CEP, em substituição do general Tamagnini.
4 de Julho A 1.ª Divisão do CEP passa a estar subordinada ao 5.º Exército britânico, comandado pelo general Birdwood.
15 de Julho «Ofensiva da Paz». O exército alemão ataca em direcção a Paris.
18 de Julho Segunda Batalha do Marne. O exército alemão recua em frente de Paris.
8 de Agosto Os exércitos aliados retomam a ofensiva. O 4.º exército britânico ataca o sector alemão em frente de Amiens. Segundo o general Ludendorff é «o dia mais negro do exército alemão».
25 de Agosto O general Garcia Rosado assume o comando do CEP, em França.
8 de Setembro Começo da distribuição de senhas de racionamento e de cartas de consumo.
29 de Setembro A Bulgária assina um armistício e abandona a Guerra.
12 e 13 de Outubro Tentativa revolucionária em diversas localidades do país. É declarado o estado de emergência pelo governo, que consegue controlar a situação.
14 de Outubro O caça-minas Augusto de Castilho, comandando pelo comandante Carvalho Araújo é torpedeado por um submarino alemão.
A Turquia, derrotada na Mesopotâmia (actual Iraque) e na Palestina, abandona a guerra.
16 de Outubro «A Leva da Morte». O transporte de um grupo de presos, em Lisboa, provoca um tiroteio que leva à morte de algumas pessoas.
29 de Outubro A República da Checoslováquia é proclamada em Praga. A Húngria proclama a sua separação do Império.
3 de Novembro É declarado o cessar-fogo com as forças armadas austro-húngaras.
9 de Novembro Guilherme II, Imperador alemão, abdica.
11 de Novembro O Armistício proposto pelos aliados é aceite pela Alemanha..
12 de Novembro Tentativa de Greve Geral convocada pela União Operária Nacional.
3 de Dezembro As Câmaras do Congresso reúnem-se para comemorar a assinatura do Armísticio. Cunha Leal, na Câmara dos Deputados, e Machado dos Santos, no Senado, criticam a política do Sidonismo em relação à participação de Portugal na guerra.
9 de Dezembro Parte para Cherburgo, porto de embarque, o primeiro contingente de tropas do CEP que regressam a Portugal.
14 de Dezembro Sidónio Pais é assassinado em Lisboa, na Estação do Rossio, baleado por um sargento do exército.
16 de Dezembro Canto e Castro é eleito presidente da República, pelas duas câmaras do Congresso.


1919



3 de Janeiro Manifesto da Junta Militar do Norte, do Porto, que se assume como representante do sidonismo.
12 de Janeiro Movimento revolucionário, de cariz republicano, em Santarém que leva a confrontos com o exército durante alguns dias.
18 de Janeiro Inicia-se a Conferência de Paz, em Versalhes, França. A delegação portuguesa é chefiada por Egas Moniz.
19 de Janeiro A Monarquia é proclamada em Lisboa e no Porto. Organiza-se uma Junta Governativa do Reino dirigida por Paiva Couceiro, que declara o estado de sítio em todo o território continental. O movimento ficará conhecido por «Monarquia do Norte».
20 de Janeiro Manifestações em Lisboa de apoio à República. Organização de Batalhões de Voluntários para combaterem a insurreição monárquica do Norte.
24 de Janeiro A revolta monárquica é subjugada em Lisboa.
13 de Fevereiro Após combates no litoral centro as tropas governamentais entram no Porto. A «Monarquia do Norte» é derrotada, terminando a Guerra Civil.
1 de Março Os analfabetos são proibidos, novamente, de participar nas eleições. A reposição desta restrição ao sufrágio, era uma reivindicação dos republicanos históricos.
17 de Março Afonso Costa substitui Egaz Moniz à frente da delegação portuguesa à Conferência de Paz.
30 de Março Tomada de posse do governo chefiado por Domingos Pereira, do Partido Democrático. É o regresso da «República Velha».
26 de Abril O general Alves Roçadas, antigo comandante da 2.ª Divisão, assume o comando do CEP.
11 de Maio Eleições legislativas. O Partido Democrático ganha as eleições.
16 a 18 de Junho Greve Geral promovida pela União Operária Nacional.
28 de Junho É assinado em Versalhes o Tratado de Paz que põe fim à Primeira Guerra Mundial. Quionga, reocupada em Abril de 1916, é formalmente restituída a Portugal.
14 de Julho Um contingente português, constituído por 400 homens de Infantaria, desfila passando sob o Arco do Triunfo, participando na Festa da Vitória, em Paris.



Fontes principais:

Nuno Severiano Teixeira, O Poder e a Guerra, 1914 -1918. Objectivos Nacionais e Estratégias Políticas na Entrada de Portugal na Grande Guerra, Lisboa, Estampa («Histórias de Portugal, 25»), 1996;
 

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A Defesa Das ColÓnias De África

A DEFESA DAS COLÓNIAS DE ÁFRICA, DE 1914 A 1920

Forças expedicionárias a caminho de África, em 1914



1914



18 de Agosto É decidida a organização de uma expedição militar com destino a Angola e a Moçambique.
25 de Agosto Em Moçambique dá-se o primeiro incidente de fronteira, com o ataque alemão ao posto fronteiriço de Maziúa, na fronteira do Rovuma, tendo sido morto o chefe do posto e sendo incendiado o posto e as palhotas vizinhas.
11 de Setembro Partida de Lisboa de uma expedição militar, comandada pelo tenente-coronel Alves Roçadas, com destino a Angola.
Partida do corpo expedicionário para Moçambique, comandado pelo tenente-coronel Massano de Amorim.
1 de Outubro As forças expedicionárias do comando de Alves Roçadas desembarcam em Moçamedes, no Sul de Angola. A força era composta de 1 batalhão de infantaria, 1 pelotão de metralhadoras, 1 bateria de artilharia e 1 esquadrão de cavalaria.
19 de Outubro Incidente de fronteira em Naulila, no sul de Angola. São mortos três alemães, parte de uma missão, que tinha entrado na província sem autorização, e acampado na margem esquerda do Cunene, mas já no território da província.
22 de Outubro As forças expedicionárias de Alves Roçadas e forças provinciais acabam a sua concentração em Lubango, no planalto de Moçamedes, preparando a defesa do sul de Angola contra quaisquer investidas de tropas vinda da África Alemã do Sudoeste.
30 de Outubro Massacre de Cuangar. O posto português de Cuangar, na margem esquerda do rio Cubango, no Sul de Angola, é atacado por alemães armados de metralhadoras. São mortos dois oficiais, um sargento, cinco soldados europeus e treze africanos, o comerciante Sousa Machado e uma mulher, num total de 22 pessoas.
31 de Outubro Alves Roçadas determina a organização das chamadas Forças em operações ao Sul de Angola, com as forças expedicionárias e forças da província.
1 de Novembro A primeira expedição portuguesa para Moçambique desembarca em Porto Amélia, no norte da colónia. Era composta por 1 batalhão, 1 bateria e 1 esquadrão.
2 de Novembro Uma tentativa de desembarque de forças militares britânicas, vindas da Índia, em Tanga, no norte da África Oriental Alemã, é repelida, sofrendo a força invasora pesadas baixas.
5 de Novembro Forças militares de reforço da guarnição portuguesa em Angola partem de Lisboa, comandadas pelo capitão-tenente Coriolano da Costa, devido aos incidentes acontecidos com tropas alemãs na fronteira.
12 e 13 de Dezembro Encontros entre patrulhas portuguesas e alemãs, no Sul de Angola, com troca de tiros.
17 de Dezembro Forças alemãs, sob o comando do major Frank, acampam nas margens do Cunene.
18 de Dezembro Combate de Naulila. As forças alemãs atacam as portuguesas obrigando-as a retirar, em direcção a Humbe, no Sul de Angola. Morrem 3 oficiais e 66 sargentos e soldados.
19 de Dezembro As forças portuguesas abandonam Humbe, depois do paiol do Forte Roçadas ter explodido. Retiram mais para norte, para Gambos, com intenção de defender Lubango, no Sul de Angola.
Motivados pelos combates entre forças europeias, as populações africanas da Huíla, no Sul de Angola, revoltam-se. São dirigidas pelo soba Mandume, da terra Cuanhama.


1915


3 de Fevereiro Mais expedições militares partem para Angola, para fazer frente ao ataque das forças alemãs, vindas da África Alemã do Sudoeste.
21 de Março O General Pereira d'Eça, novo governador de Angola e comandante das forças expedicionárias, nomeado pelo governo ditatorial de Pimenta de Castro, chega a Luanda, capital da província, substituindo o general Norton de Matos..
Junho O governador de Moçambique informa o tenente-coronel Amorim de que o governo português pretendia que se reocupasse Quionga, ocupada pelos alemães em 1894, e se invadisse o território da África Oriental Alemã.
7 de Julho As forças portuguesas reocupam Humbe, no sul de Angola, sem encontrarem resistência.
9 de Julho As forças militares da África Alemã do Sudoeste rendem-se ao general Botha, comandante em chefe das forças da União Sul-Africana.
12 de Julho O general Pereira d'Eça toma conhecimento da rendição da colónia alemã.
4 de Agosto O governo é autorizado a contrair dois empréstimos, destinados a fazer face ao aumento das despesas com as forças expedicionárias enviadas para as colónias.
15 de Agosto Uma coluna das forças do comando do general Pereira d'Eça, agora com a missão única de acabar com a revolta das populações da Huíla, no Sul de Angola, reocupa o forte do Cuamato.
18, 19 e 20 de Agosto Combate de Mongua. A principal coluna das forças expedicionárias, comandada pelo general Pereira d'Eça, dispersa um ataque realizado contra as cacimbas (depósitos de água) de Mongua, no Sul de Angola,ocupadas no dia anterior.
4 de Setembro A embala de Mandume, soba dos Cuanhama, é ocupada por um corpo de tropas ido de Mongua.
7 de Novembro Uma segunda expedição a Moçambique, comandada pelo major de artilharia Moura Mendes chega a Porto Amélia. Era composta por 1 batalhão, 1 bateria e um esquadrão, assim como de tropas de engenharia, de saúde e de serviços.


1916



9 de Março A Alemanha declara a guerra a Portugal.
27 de Maio Combate de Namaca. As forças expedicionárias portuguesas, reforçadas por forças da Guarda Republicana de Lourenço Marques, levadas para o Norte de Moçambique pelo governador Álvaro de Castro, tentam a passagem do Rovuma sendo rechaçados violentamente pelas forças alemãs.
Julho A terceira força expedicionária portuguesa, a Moçambique, chega a Palma, a norte de Porto Amélia. Comandada pelo general Ferreira Gil. Era composta por 3 batalhões de infantaria, 3 baterias de metralhadoras, 3 baterias de artilharia, 1 companhia de engenharia mista e unidades de serviços.
19 de Setembro Travessia do Rovuma pela força expedicionária portuguesa a Moçambique. A África Oriental Alemã é invadida.
4 de Outubro Combate de Maúta. Uma força de reconhecimento comandada pelo capitão Liberato Pinto é surpreendida em Maúta e obrigada a retirar de regresso à fronteira de Moçambique. Será acompanhada pela coluna que a seguia.
22 de Outubro Combate da Ribeira de Nevala. As forças do comando do chefe de estado-maior da força expedicionária a Moçambique, coronel Azambuja Martins, encontram-se com as forças alemãs junto aos poços de água de Nevala. As forças alemãs retiram.
8 de Novembro Combate de Quivambo. A coluna do comando do major Leopoldo da Silva, que após a tomada de Nevala, na África Oriental Alemã, se dirigia para Mikindani, é interceptada pelas forças alemãs. Leopoldo da Silva foi morto, e o novo comandante, major Aristides Cunha, decidiu retirar.
22 de Novembro Combate da água de Nevala. As forças alemãs, reforçadas por marinheiros do cruzador Koenigsberg, no seguimento do combate de Quivambo, atacam e ocupam o posto da água de Nevala após um ataque à baioneta.
28 de Novembro As forças portuguesas abandonam o fortim de Nevala, e retiram para a fronteira, depois de uma coluna de socorro ter sido rechaçada pelas forças alemãs.
1 de Dezembro O posto de Nagandi é incendiado por fogo de artilharia alemão, impedindo que se organizasse ali um linha de defesa de Moçambique.


1917



21 de Novembro As forças alemãs do comando de Lettow-Vorbeck saindo de Nevala dirigem-se para a fronteira com Moçambique.
28 de Novembro Combate de Negomano. Os alemães supreendem as forças portuguesas em Negomano, provocando um verdadeiro massacre. Morreram 5 oficiais e 14 soldados europeus, assim como 208 soldados africanos, ficando feridos mais de 70, e prisioneiros 550 homens, entre os quais se contavam 31 oficiais que foram libertados posteriormente.
3 a 8 de Dezembro Combate da Serra Mecula. As forças comandadas pelo capitão Francisco Pedro Curado, compostas por uma bateria de artilharia e uma companhia de tropas africanas, resistem de 3 a 8 de Dezembro à coluna de tropas alemãs comandada pelo general Wahle, que separada da coluna principal se dirigia mais para o interior de Moçambique. O capitão Curado ficará conhecido pelo none de «Condestável do Rovuma».


1918



1 a 3 de Julho Combate de Nhamacurra. As tropas alemãs chegando a 40 km de Quelimane, no centro de Moçambique, atacam o depósito de uma grande companhia açucareira, defendido por tropas anglo-portuguesas comandadas pelo tenente-coronel britânico Brown, que é morto.
28 de Setembro As tropas alemãs atravessam de novo o Rovuma, abandonando Moçambique.
Novembro As tropas alemãs entram na Rodésia do Norte.
12 de Novembro O comandante alemão Lettow-Vorbeck tem conhecimento do Armistício celebrado na véspera em França, e rende-se.


1919



28 de Junho É assinado em Versalhes o Tratado de Paz que põe fim à Primeira Guerra Mundial. Quionga, reocupada em Abril de 1916, é formalmente restituída a Portugal.
12 de Julho Na Conferência Colonial, realizada em Londres, é perguntado a Portugal se aceitava um mandato de administração do território de Quionga, estendendo-se este mandato igualmente a toda a província de Moçambique. A resposta é negativa.
25 de Setembro Quionga é restituída a Portugal por decisão do Conselho Supremo das Potências Aliadas e Associadas.


1920



4 de Dezembro Por portaria provincial Quionga volta a ter um comando militar português, a marcar a soberania perdida em 1894.





Fontes principais:

Nuno Severiano Teixeira, O Poder e a Guerra, 1914 -1918. Objectivos Nacionais e Estratégias Políticas na Entrada de Portugal na Grande Guerra, Lisboa, Estampa («Histórias de Portugal, 25»), 1996;
António Simões Rodrigues (coord.), História de Portugal em Datas, 3.ª ed., Lisboa, Temas & Debates, 2000 (1.ª ed., 1997);
General Ferreira Martins, História do Exército Português, Lisboa, Inquérito, 1945.
 

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Primeira Guerra Mundial

Introdução

A Primeira Guerra Mundial foi uma guerra ocorrida devido pretensões imperialistas entre 1914 até 1918, com conflitos principalmente em regiões europeias.

Antecedentes

Nas últimas décadas do século XX, o mundo assistiu à explosão de uma Guerra Civil na Jugoslávia que resultou no desmantelamento desse país e no surgimento da Eslovénia, Croácia e Bósnia-Herzegovina, como nações independentes.
O conflito entre sérvios, croatas e bósnios irrompeu em função das diversas étnicas, religiosas e políticas existentes entre eles.

As pretensões imperialistas ganharam profundos contornos a partir de 1870, pois, nessa época, a Europa Ocidental e também os Estados Unidos expandiram sua política económica e organizaram poderosos impérios, devido à concentração de capitais procedentes do monopólio e da fusão das empresas. As indústrias pesadas exigiram a união das empresas, a fim de garantirem maiores lucros e bons preços. Por esse motivo, tornou-se acirrada a disputa de mercadoria e de fontes de matérias-primas.

Desde o Congresso de Viena, em 1815, a preocupação dos principais países europeus passou a ser a busca da estabilidade internacional. Para isso, as nações buscaram o prestígio nacional e o fortalecimento militar, mantendo constante vigilância para impedir o crescimento das forças contrárias e a formação de alianças entre países afins. Esta inquietação ocorria mediante o "equilíbrio de poder".

Durante a metade do século XIX, as nações imperialistas dominaram povos e territórios em diversas partes do mundo. Assim, em poucas décadas, acumularam riquezas e aumentaram muito sua capacidade de produzir mercadorias. Da disputa por mercados consumidores entre essas nações nasceu a rivalidade. E desta, a Primeira Guerra Mundial. Além da disputa por mercados, existiram também outras razões para a eclosão da guerra. Abaixo, as mais importantes:

A rivalidade Ango-Alemã: A origem dessa rivalidade entre a Inglaterra e a Alemanha foi a competição industrial e comercial. Em apenas três décadas, a contar de sua unificação, a Alemanha tornou-se uma grande potência industrial. Os produtos de suas fábricas tornaram-se mundialmente conhecidos, inclusive com enorme aceitação no mercado inglês. Fortalecida, a Alemanha passou a pressionar para que houvesse uma nova repartição do mundo colonial. A Inglaterra, por sua, vez, mostrava disposição em manter suas conquistas a qualquer custo.

A rivalidade franco-alemã: Na França, o antigermanismo também era muito forte, devido à derrota francesa na Guerra Franco-Prussiana e à perda da Alsácia e da Lorena para a Alemanha.

A rivalidade Austro-Russa: A Rússia desejava dominar o Império Turco-Otamano, a fim de obter uma saída para o mar Mediterrâneo, e, também, controlar a península Balcânica. Para justificar esse expansionismo, criou o pan-eslavismo movimente político segundo o qual a Rússia tinha o "direito" de defender e proteger as pequenas nações eslavas da península Balcânica.

O nacionalismo da Sérvia: A Sérvia era uma pequena nação eslava independente, situada na região dos Balcãs, que almejava libertar e unificar os territórios habitados pelos povos eslavos desta região. Opondo-se aos austríacos e aos turcos, a Sérvia aproximou-se cada vez mais da Rússia, que comprometeu-se a apoiá-la e a protegê-la militarmente. Quando, em 1908, a Áustria ocupou a Bósnia-Herzegovina, a Sérvia passou a conspirar abertamente contra a Áustria.


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1000 vs 9000?! A Batalha das Abelhas e o Leão da África - Tanga, 1914 | Primeira Guerra Mundial



 

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PAI E FILHO:HERÓIS -A CORAJOSA HISTÓRIA VERDADEIRA DE DOIS SOLDADOS NA BATALHA DE PASSCHENDAELE 1917


 

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Batalha da Jutlândia: a Fúria dos Couraçados na Primeira Guerra Mundial


 

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O Longo Caminho Para a Guerra​


 

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A batalha subterrânea de Messines: a maior explosão da História até a bomba atômica

 

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Primeira Guerra Mundial: Repórter Na Linha de Frente


 

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Cabeças Falsas: o Terror dos Snipers



 

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GEORGE PATTON: o mestre dos tanques na Primeira Guerra Mundial​



 

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I Guerra Mundial A vida nas trincheiras


 
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