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O "Titanic" em Belfast, 2 de Abril de 1912.
O ano era 1900 e Hans passava o comando da White Star Line
para Bruce Ismay, filho do fundador cujo maior sonho era levar a
empresa ao título de maior companhia de navegação do mundo e para isso
gastaria o que fosse necessário. A White Star Line era uma
companhia nova no mercado do transporte de passageiros e não era,
digamos, boa nesse ramo. Os seus navios eram de baixa qualidade e a
maioria naufragava, coisa que não acontecia com os da Cunard Line,
sua principal concorrente e possuidora do RMS Mauretânia e RMS
Lusitânia, os navios mais rápidos durante 20 anos. Bruce Ismay, com o
firme propósito de concorrer em igualdade com a Cunard, decide construir um trio de navios inigualáveis: O Olympic, o Titanic e o Britannic. Os três navios começaram a ser construídos nos estaleiros da Harland and Wolff, na Irlanda.
O Olympic foi o primeiro a ficar pronto, em 1911, visando luxo e comodidade, seguido pelo Titanic em 1912 e pelo Britannic em 1915. A White Star Line pretendia que estes navios fossem os melhores em luxo e exuberância da época e para isso estava disposta a abrir mão da Blue Ribbon, a tão cobiçada Fita Azul
que era entregue ao navio mais rápido, pois a empresa alegava que o
conforto de seus navios não seria agradável se fossem velozes demais. O
Titanic foi terminado depois do Olympic e os dez meses que se seguiram
serviram para instalação do maquinário e da decoração do interior. O
Titanic possuía 16 compartimentos estanques com portas
electromagnéticas que poderiam ser fechadas com o apertar de um botão na ponte de comando, isso o deu a fama de "Inafundável" [2].
Mas os tais compartimentos tinham aberturas no topo e serviam para
ventilação. Essas aberturas fizeram com que a água sobrepusesse o
compartimento alagado, inundando rápidamente o seguinte a medida que o
navio inclinava.
Além destas falhas técnicas, o ferro usado na construção não era dos
melhores, pois se fosse de boa qualidade o navio não teria se partido
em dois e o choque com o iceberg não teria feito tantos estragos. Além
de que não haviam botes suficientes, pois no projeto original deveriam
ter 64 (suficiente para alojar comodamente as 3000 pessoas que o navio
podia transportar mas o número foi reduzido a 16 botes e 4 botes
desmontáveis. As leis inglesas permitiam que com o comprimento de 100
metros e 1500 pessoas e com mais de 10 mil toneladas entre passageiros
e tripulação os navios levassem somente 16 botes. A White Star Line e a Cunard
construíram navios com mais de 200 metros e cada um com capacidade para
alojar até 3000 pessoas, significando que 16 botes não eram
suficientes, mesmo assim o navio levava 20 botes.O Titanic, era, na sua época um luxuoso palácio flutuante. A ideia
era fazer os ricos sentirem-se em casa. O navio, com capacidade para
3000 pessoas, tinha três classes: a primeira classe, destinada a ricos
milionários; a segunda, destinada a classe média e a terceira,
destinada a pessoas com poucos recursos, especialmete imigrantes.
Descrição de cada classe:
O Titanic em construção.
* Primeira Classe: Classe privilegiada, muito arejada, imaculadamente
limpa e com extravagâncias para a época. Uma escadaria esculpida na
madeira, com uma cúpula que iluminava o local e três elevadores. Havia
a bordo uma sala de estar, onde as ricas senhoras podiam tomar o chá
enquanto conversam, sala de fumantes, onde os milionários se gabavam
das suas riquezas, diversos restaurantes como o café parisiense,
destinado aos adolescentes; o restaurante a la carte, destinado aos
mais velhos; varanda de descanso, foi criada especialmente para os mais
velhos mas também podia servir para tomar o pequeno almoço. Havia uma
sala de jantar decorada com pilares dourados e objectos de prata,
também havia um local onde a orquestra tocava músicas suaves. Havia uma
lindíssima biblioteca, uma das mais recheadas do Atlântico. As suites
dos milionários eram verdadeiras mansões: sala de convívio, dois
quartos, casa de banho, dois vestiários e deque privado. Havia
novidades no Titanic: um barbeiro, algo raro de se ver, uma piscina, a
primeira num transatlântico e um banho turco, que podia alojar
comodamente 10 pessoas. Havia ainda um ginásio, com os equipamentos
mais modernos e os passageiros podiam enviar mensagens para os seus
amigos no continente usando o telégrafo Marconi sem fios, o mais
potente da altura.
* Segunda Classe: Classe média, prestigiada, arejada e limpa. Vivia
no deque C e E, com quartos de luxo equivalente a suites nos hotéis
mais luxuosos. Tinha uma sala de estar, de fumantes e de jantar, havia
uma biblioteca e podiam andar nas áreas livres do deque B. Apesar das
controvérsias, as instalações da segunda classe eram as mais luxuosas.
* Terceira classe: pouco privilegiada, destinada principalmete aos
imigrantes, era contida no interior do navio e ficava situada no deque
E, F e G, com quartos pequenos e corredores apertados. As únicas áreas
de convívio eram as salas de estar e jantar na popa cujo castelo era a
área ao ar livre. Apesar de tudo, a quem diga que as acomodações da
terceira classe eram melhores que as de primeira classe de alguns
navios.
A viagem inaugural
O Titanic chegou ao porto de Southampton no dia seis de Abril.
Representantes da alta sociedade americana que estava na Europa,
decidiram embarcar no Titanic. Os passageiros mais ricos eram: John
Jacob Astor IV, dono de uma vasta fortuna; Benjamin Guggenheim,
herdeiro de uma fortuna, Sr. e Sra. Straus, donos do magazine Macy's.
Ambos morreram no acidente. Na manhã do dia 10 de Abril não pararam de
chegar pessoas, todas impressionadas pelo tamanho do navio. O luxo e a
abundância atraíram milionários e muitos ricos estavam de regresso a
América. Ao meio-dia o Titanic zarpou do porto, puxado por rebocadores.
Eis o primeiro acidente: a força do navio é tal que um navio solta-se
do local e embate no cais, ferindo quatro pessoas. O que muitos
passageiros não sabiam é que havia um incêndio numa das salas das
caldeiras, mas é provável que tenha sido controlado, uma vez que o
navio não pareceu ficar danificado quando alcançou o oceano.
Eis que surge a primeira missão para a experiente tripulação do
navio: servir os passageiros. Os passageiros da primeira e segunda
classe foram levados até aos seus camarotes por camareiros, já os da
terceira tiveram de encontrar os seus sozinhos, possivelmente alguns só
puderam encontra-los no momento do naufrágio. Na primeira e segunda
classe criados e camareiros instalaram os passageiros, colocando vasos
de flores nas lareiras, transportando as malas e ajudando na divisão
das suites. À noite o Titanic chega ao porto de Cherbourg, na França,
onde embarcam muitos passageiros ricos e famosos. Os passageiros de
Cherbourg que viajavam em primeira e segunda classe receberam o mesmo
tratamento dos passageiros que embarcaram essa manhã. Entraram na sala
de recepção, foram encaminhados para os elevadores para depois serem
encaminhados para as suites, isto aconteceu durante o primeiro jantar
no Titanic. Na manhã seguinte o Titanic estava no cais de Quenstown,
Irlanda, para receber a última parcela de passageiros. Depois, o
Titanic estava pronto para navegar para o oceano.
Uma vez no oceano, o Titanic envolveu-se em festas e bailes, alegria
e diversão. O luxo, conforto e experiência da tripulação tornava a
viagem um sonho tornado realidade. A White Star Line escolheu,
para comandar o Titanic na sua viagem inaugural, o capitão Edward
Smith, experiente e prestigiado capitão que já havia comandado vários
navios de luxo. Aceitou comandar o Titanic porque pretendia fechar a
sua carreira com chave de ouro. O navio progredia bem e com um pouco de
velocidade extra, ganharia fama de ser um navio rápido. Era isso que
Bruce Ismay queria, mais publicidade para o seu super navio e para
isso, ordenou ao capitão para aumentar a velocidade. No dia 14, o
Titanic recebeu 12 avisos de gelo e à tarde a temperatura desceu
bastante.
A noite, um nevoeiro intenso cobria o mar, que calmo como um lago,
era iluminado pelas luzes do Titanic. Na sala de jantar, os passageiros
estavam comemorando um jantar de gala, que oferecido pelos Widner, um
casal milionário, honrava o capitão Smith. Na sala de telégrafo, o
operador estava enviando mensagens para Terra Nova quando o
Californian, um cargueiro não muito longe dali, pedia auxilio e dizia
que havia blocos de gelo enormes a frente do navio. O operador,
furioso, pediu-lhe que parasse pois estava ocupado "enviando mensagens
para Cape Race". A uma hora de distância, estava mesmo a frente do
Titanic o maior inimigo dos marinheiros: o implacável e solitário
iceberg.
O naufrágio
A Colisão
Primeira página do The New York Herald sobre o acidente
Ao anoitecer de 14 de Abril, o Comandante Smith mandou reforçar a vigia no mastro de proa
(frente do navio), e fornecer binóculos. Esses equipamentos não foram
encontrados e os vigias tiveram que fazer o seu trabalho apenas com a
sua visão. O Comandante Smith retirou-se para os seus aposentos e
deixou no comando na ponte, o seu imediato, o Primeiro Oficial William
Murdoch. A noite estava fria e calma, sem ondulação e sem vento.
Somente a luz das estrelas e do Titanic iluminavam a escuridão.
Às 22h30, a temperatura da água do mar era gélida, cerca de 0,5º abaixo
de zero, o suficiente para matar por hipotermia uma pessoa em apenas vinte minutos.
Às 23h40, um dos vigias do mastro, Frederick Fleet, avistou
uma sombra mais escura que o mar à frente. A imensa sombra cresceu
rapidamente e revelou ser um imenso iceberg
na direcção do navio. Imediatamente o pânico deu lugar aos reflexos e o
vigia tocou o sino de alerta do mastro três vezes e ergueu o
comunicador para falar com a Ponte de Comando. Preciosos segundos se
perderam até que o comunicador foi atendido pelo Sexto Oficial Paul
Moody onde Fleet gritou "Iceberg logo à frente". O Primeiro Oficial que
ouvira e vira a imensa massa de gelo na direcção do navio, entrou na
ponte de comando. Gritou, ordenando ao timoneiro "tudo a estibordo", e
à casa de máquinas, "máquinas a ré toda a força". Na ponte de comando e
no mastro de proa, os tripulantes observaram inertes o imenso iceberg
vindo em rumo de colisão.
Na casa das máquinas, a correria foi grande. O vapor que estava a
ser enviado para os motores tinha de ser fechado, a fim de parar os
pistões. Nas salas de caldeiras, os carvoeiros tiveram que parar de
alimentar as fornalhas e abrir os abafadores das caldeiras. Quando os
enormes pistões estavam quase parados, uma alavanca na base dos motores
fora accionada para reverter os giros das hélices centrais, e então as
válvulas tiveram que ser novamente accionadas para libertar o vapor
para entrar nos motores que começaram a girar no sentido inverso. A
hélice central assim que fora accionado o reverso dos motores parou de
funcionar, pois este não era accionado pelos motores do navio, mas por
uma turbina que era alimentada pela sobra do vapor dos motores.
A
proa do navio começa a deslocar-se do Iceberg, e 47 segundos após se
ter visto o Iceberg, não se consegue evitar a colisão. Esta ocorre às 23h40,
na Latitude 41º 46´N e Longitude 50º 14´W. Arestas do Iceberg colidem
com o casco do navio, fazendo com que se soltem os rebites entre as
placas de aço, resultando em pequenas aberturas no casco, tendo sido
afectados mais de noventa metros de casco deixando abertos os 5
compartimentos estanques. Apenas 20 minutos depois, o convés já tinha
começado a inclinar-se.
Mapa do Local de afundamento do Titanic
O vigia Fleet baixa-se no ninho da gávea do mastro de proa e sente o
navio tremer e pedaços de gelo são arremessados ao convés da proa. O
navio todo treme e na ponte de comando o oficial Murdoch acciona
imediatamente o encerramento das portas estanques. Nos porões de carga
do navio, a água jorra com imensa força. Seguiu-se então um estrondo e
a água do mar rompeu por toda a lateral da sala de caldeiras número
seis. As primeiras vítimas foram cinco operários que lutavam para
manter seguras as correspondências na sala de correios inundada logo
após a colisão. Morreram todos afogados tentando salvar as cartas que
rumavam para a América a bordo do navio.
Com o abanão provocado pela colisão, muitos passageiros acordaram. O
Comandante Smith dirigiu-se imediatamente para a ponte de comando e foi
informado do ocorrido. Ordenou imediatamente a paragem total das
máquinas. Com a paragem das máquinas, um barulho ensurdecedor é ouvido
na área externa do navio, devido à grande quantidade de vapor expelido.
O Comandante Smith chamou o Engenheiro-chefe, Thomas Andrews, e
solicitou um exame das avarias. Após alguns minutos, Andrews selou o
destino do Titanic dizendo: "O navio vai afundar, temos menos de duas horas para evacua-lo". Bruce Ismay, Presidente da White Star Line e o Comandante Smith mostraram-se incrédulos com o relato. "O Titanic
não pode afundar" - menciona Ismay - "é impossível ele afundar". Haviam
sido atingidos 5 compartimentos estanques. Com quatro compartimentos, o
Titanic ainda conseguiria flutuar, mas o peso de cinco
compartimentos cheios de água faziam a proa afundar e o navio perderia
o seu ponto de equilíbrio. A água do sexto compartimento passaria para
o sétimo compartimento, depois para o oitavo compartimento, e assim por
diante.
O ano era 1900 e Hans passava o comando da White Star Line
para Bruce Ismay, filho do fundador cujo maior sonho era levar a
empresa ao título de maior companhia de navegação do mundo e para isso
gastaria o que fosse necessário. A White Star Line era uma
companhia nova no mercado do transporte de passageiros e não era,
digamos, boa nesse ramo. Os seus navios eram de baixa qualidade e a
maioria naufragava, coisa que não acontecia com os da Cunard Line,
sua principal concorrente e possuidora do RMS Mauretânia e RMS
Lusitânia, os navios mais rápidos durante 20 anos. Bruce Ismay, com o
firme propósito de concorrer em igualdade com a Cunard, decide construir um trio de navios inigualáveis: O Olympic, o Titanic e o Britannic. Os três navios começaram a ser construídos nos estaleiros da Harland and Wolff, na Irlanda.
O Olympic foi o primeiro a ficar pronto, em 1911, visando luxo e comodidade, seguido pelo Titanic em 1912 e pelo Britannic em 1915. A White Star Line pretendia que estes navios fossem os melhores em luxo e exuberância da época e para isso estava disposta a abrir mão da Blue Ribbon, a tão cobiçada Fita Azul
que era entregue ao navio mais rápido, pois a empresa alegava que o
conforto de seus navios não seria agradável se fossem velozes demais. O
Titanic foi terminado depois do Olympic e os dez meses que se seguiram
serviram para instalação do maquinário e da decoração do interior. O
Titanic possuía 16 compartimentos estanques com portas
electromagnéticas que poderiam ser fechadas com o apertar de um botão na ponte de comando, isso o deu a fama de "Inafundável" [2].
Mas os tais compartimentos tinham aberturas no topo e serviam para
ventilação. Essas aberturas fizeram com que a água sobrepusesse o
compartimento alagado, inundando rápidamente o seguinte a medida que o
navio inclinava.
Além destas falhas técnicas, o ferro usado na construção não era dos
melhores, pois se fosse de boa qualidade o navio não teria se partido
em dois e o choque com o iceberg não teria feito tantos estragos. Além
de que não haviam botes suficientes, pois no projeto original deveriam
ter 64 (suficiente para alojar comodamente as 3000 pessoas que o navio
podia transportar mas o número foi reduzido a 16 botes e 4 botes
desmontáveis. As leis inglesas permitiam que com o comprimento de 100
metros e 1500 pessoas e com mais de 10 mil toneladas entre passageiros
e tripulação os navios levassem somente 16 botes. A White Star Line e a Cunard
construíram navios com mais de 200 metros e cada um com capacidade para
alojar até 3000 pessoas, significando que 16 botes não eram
suficientes, mesmo assim o navio levava 20 botes.O Titanic, era, na sua época um luxuoso palácio flutuante. A ideia
era fazer os ricos sentirem-se em casa. O navio, com capacidade para
3000 pessoas, tinha três classes: a primeira classe, destinada a ricos
milionários; a segunda, destinada a classe média e a terceira,
destinada a pessoas com poucos recursos, especialmete imigrantes.
Descrição de cada classe:
O Titanic em construção.
* Primeira Classe: Classe privilegiada, muito arejada, imaculadamente
limpa e com extravagâncias para a época. Uma escadaria esculpida na
madeira, com uma cúpula que iluminava o local e três elevadores. Havia
a bordo uma sala de estar, onde as ricas senhoras podiam tomar o chá
enquanto conversam, sala de fumantes, onde os milionários se gabavam
das suas riquezas, diversos restaurantes como o café parisiense,
destinado aos adolescentes; o restaurante a la carte, destinado aos
mais velhos; varanda de descanso, foi criada especialmente para os mais
velhos mas também podia servir para tomar o pequeno almoço. Havia uma
sala de jantar decorada com pilares dourados e objectos de prata,
também havia um local onde a orquestra tocava músicas suaves. Havia uma
lindíssima biblioteca, uma das mais recheadas do Atlântico. As suites
dos milionários eram verdadeiras mansões: sala de convívio, dois
quartos, casa de banho, dois vestiários e deque privado. Havia
novidades no Titanic: um barbeiro, algo raro de se ver, uma piscina, a
primeira num transatlântico e um banho turco, que podia alojar
comodamente 10 pessoas. Havia ainda um ginásio, com os equipamentos
mais modernos e os passageiros podiam enviar mensagens para os seus
amigos no continente usando o telégrafo Marconi sem fios, o mais
potente da altura.
* Segunda Classe: Classe média, prestigiada, arejada e limpa. Vivia
no deque C e E, com quartos de luxo equivalente a suites nos hotéis
mais luxuosos. Tinha uma sala de estar, de fumantes e de jantar, havia
uma biblioteca e podiam andar nas áreas livres do deque B. Apesar das
controvérsias, as instalações da segunda classe eram as mais luxuosas.
* Terceira classe: pouco privilegiada, destinada principalmete aos
imigrantes, era contida no interior do navio e ficava situada no deque
E, F e G, com quartos pequenos e corredores apertados. As únicas áreas
de convívio eram as salas de estar e jantar na popa cujo castelo era a
área ao ar livre. Apesar de tudo, a quem diga que as acomodações da
terceira classe eram melhores que as de primeira classe de alguns
navios.
A viagem inaugural
O Titanic chegou ao porto de Southampton no dia seis de Abril.
Representantes da alta sociedade americana que estava na Europa,
decidiram embarcar no Titanic. Os passageiros mais ricos eram: John
Jacob Astor IV, dono de uma vasta fortuna; Benjamin Guggenheim,
herdeiro de uma fortuna, Sr. e Sra. Straus, donos do magazine Macy's.
Ambos morreram no acidente. Na manhã do dia 10 de Abril não pararam de
chegar pessoas, todas impressionadas pelo tamanho do navio. O luxo e a
abundância atraíram milionários e muitos ricos estavam de regresso a
América. Ao meio-dia o Titanic zarpou do porto, puxado por rebocadores.
Eis o primeiro acidente: a força do navio é tal que um navio solta-se
do local e embate no cais, ferindo quatro pessoas. O que muitos
passageiros não sabiam é que havia um incêndio numa das salas das
caldeiras, mas é provável que tenha sido controlado, uma vez que o
navio não pareceu ficar danificado quando alcançou o oceano.
Eis que surge a primeira missão para a experiente tripulação do
navio: servir os passageiros. Os passageiros da primeira e segunda
classe foram levados até aos seus camarotes por camareiros, já os da
terceira tiveram de encontrar os seus sozinhos, possivelmente alguns só
puderam encontra-los no momento do naufrágio. Na primeira e segunda
classe criados e camareiros instalaram os passageiros, colocando vasos
de flores nas lareiras, transportando as malas e ajudando na divisão
das suites. À noite o Titanic chega ao porto de Cherbourg, na França,
onde embarcam muitos passageiros ricos e famosos. Os passageiros de
Cherbourg que viajavam em primeira e segunda classe receberam o mesmo
tratamento dos passageiros que embarcaram essa manhã. Entraram na sala
de recepção, foram encaminhados para os elevadores para depois serem
encaminhados para as suites, isto aconteceu durante o primeiro jantar
no Titanic. Na manhã seguinte o Titanic estava no cais de Quenstown,
Irlanda, para receber a última parcela de passageiros. Depois, o
Titanic estava pronto para navegar para o oceano.
Uma vez no oceano, o Titanic envolveu-se em festas e bailes, alegria
e diversão. O luxo, conforto e experiência da tripulação tornava a
viagem um sonho tornado realidade. A White Star Line escolheu,
para comandar o Titanic na sua viagem inaugural, o capitão Edward
Smith, experiente e prestigiado capitão que já havia comandado vários
navios de luxo. Aceitou comandar o Titanic porque pretendia fechar a
sua carreira com chave de ouro. O navio progredia bem e com um pouco de
velocidade extra, ganharia fama de ser um navio rápido. Era isso que
Bruce Ismay queria, mais publicidade para o seu super navio e para
isso, ordenou ao capitão para aumentar a velocidade. No dia 14, o
Titanic recebeu 12 avisos de gelo e à tarde a temperatura desceu
bastante.
A noite, um nevoeiro intenso cobria o mar, que calmo como um lago,
era iluminado pelas luzes do Titanic. Na sala de jantar, os passageiros
estavam comemorando um jantar de gala, que oferecido pelos Widner, um
casal milionário, honrava o capitão Smith. Na sala de telégrafo, o
operador estava enviando mensagens para Terra Nova quando o
Californian, um cargueiro não muito longe dali, pedia auxilio e dizia
que havia blocos de gelo enormes a frente do navio. O operador,
furioso, pediu-lhe que parasse pois estava ocupado "enviando mensagens
para Cape Race". A uma hora de distância, estava mesmo a frente do
Titanic o maior inimigo dos marinheiros: o implacável e solitário
iceberg.
O naufrágio
A Colisão
Primeira página do The New York Herald sobre o acidente
Ao anoitecer de 14 de Abril, o Comandante Smith mandou reforçar a vigia no mastro de proa
(frente do navio), e fornecer binóculos. Esses equipamentos não foram
encontrados e os vigias tiveram que fazer o seu trabalho apenas com a
sua visão. O Comandante Smith retirou-se para os seus aposentos e
deixou no comando na ponte, o seu imediato, o Primeiro Oficial William
Murdoch. A noite estava fria e calma, sem ondulação e sem vento.
Somente a luz das estrelas e do Titanic iluminavam a escuridão.
Às 22h30, a temperatura da água do mar era gélida, cerca de 0,5º abaixo
de zero, o suficiente para matar por hipotermia uma pessoa em apenas vinte minutos.
Às 23h40, um dos vigias do mastro, Frederick Fleet, avistou
uma sombra mais escura que o mar à frente. A imensa sombra cresceu
rapidamente e revelou ser um imenso iceberg
na direcção do navio. Imediatamente o pânico deu lugar aos reflexos e o
vigia tocou o sino de alerta do mastro três vezes e ergueu o
comunicador para falar com a Ponte de Comando. Preciosos segundos se
perderam até que o comunicador foi atendido pelo Sexto Oficial Paul
Moody onde Fleet gritou "Iceberg logo à frente". O Primeiro Oficial que
ouvira e vira a imensa massa de gelo na direcção do navio, entrou na
ponte de comando. Gritou, ordenando ao timoneiro "tudo a estibordo", e
à casa de máquinas, "máquinas a ré toda a força". Na ponte de comando e
no mastro de proa, os tripulantes observaram inertes o imenso iceberg
vindo em rumo de colisão.
Na casa das máquinas, a correria foi grande. O vapor que estava a
ser enviado para os motores tinha de ser fechado, a fim de parar os
pistões. Nas salas de caldeiras, os carvoeiros tiveram que parar de
alimentar as fornalhas e abrir os abafadores das caldeiras. Quando os
enormes pistões estavam quase parados, uma alavanca na base dos motores
fora accionada para reverter os giros das hélices centrais, e então as
válvulas tiveram que ser novamente accionadas para libertar o vapor
para entrar nos motores que começaram a girar no sentido inverso. A
hélice central assim que fora accionado o reverso dos motores parou de
funcionar, pois este não era accionado pelos motores do navio, mas por
uma turbina que era alimentada pela sobra do vapor dos motores.
A
proa do navio começa a deslocar-se do Iceberg, e 47 segundos após se
ter visto o Iceberg, não se consegue evitar a colisão. Esta ocorre às 23h40,
na Latitude 41º 46´N e Longitude 50º 14´W. Arestas do Iceberg colidem
com o casco do navio, fazendo com que se soltem os rebites entre as
placas de aço, resultando em pequenas aberturas no casco, tendo sido
afectados mais de noventa metros de casco deixando abertos os 5
compartimentos estanques. Apenas 20 minutos depois, o convés já tinha
começado a inclinar-se.
Mapa do Local de afundamento do Titanic
O vigia Fleet baixa-se no ninho da gávea do mastro de proa e sente o
navio tremer e pedaços de gelo são arremessados ao convés da proa. O
navio todo treme e na ponte de comando o oficial Murdoch acciona
imediatamente o encerramento das portas estanques. Nos porões de carga
do navio, a água jorra com imensa força. Seguiu-se então um estrondo e
a água do mar rompeu por toda a lateral da sala de caldeiras número
seis. As primeiras vítimas foram cinco operários que lutavam para
manter seguras as correspondências na sala de correios inundada logo
após a colisão. Morreram todos afogados tentando salvar as cartas que
rumavam para a América a bordo do navio.
Com o abanão provocado pela colisão, muitos passageiros acordaram. O
Comandante Smith dirigiu-se imediatamente para a ponte de comando e foi
informado do ocorrido. Ordenou imediatamente a paragem total das
máquinas. Com a paragem das máquinas, um barulho ensurdecedor é ouvido
na área externa do navio, devido à grande quantidade de vapor expelido.
O Comandante Smith chamou o Engenheiro-chefe, Thomas Andrews, e
solicitou um exame das avarias. Após alguns minutos, Andrews selou o
destino do Titanic dizendo: "O navio vai afundar, temos menos de duas horas para evacua-lo". Bruce Ismay, Presidente da White Star Line e o Comandante Smith mostraram-se incrédulos com o relato. "O Titanic
não pode afundar" - menciona Ismay - "é impossível ele afundar". Haviam
sido atingidos 5 compartimentos estanques. Com quatro compartimentos, o
Titanic ainda conseguiria flutuar, mas o peso de cinco
compartimentos cheios de água faziam a proa afundar e o navio perderia
o seu ponto de equilíbrio. A água do sexto compartimento passaria para
o sétimo compartimento, depois para o oitavo compartimento, e assim por
diante.