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Empresas de Santos Silva ganham 115 milhões

kokas

GF Ouro
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Set 27, 2006
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Dez empresas ganharam 115 milhões de euros em contratos públicos em pouco mais de seis anos. São empresas de Carlos Santos Silva, amigo de José Sócrates.

Entre 2008 e 2015 conseguiu 426 adjudicações. Dois terços por ajuste direto e um terço através de concurso público.

281 por ajuste direto – 66%
145 através de concurso público – 34%

O número de contratos assinados com Câmaras Municipais está nos 282. E dentro deste universo, 75 % dos contratos são por ajuste direto. Ou seja, não chegaram a concurso público.

Beira Baixa foi terreno fértil. Castelo Branco, Belmonte e Covilhã viram nascer os primeiros negócios de Carlos Santos Silva, ajudado pelos bons contactos e pela relação com o ex-primeiro-ministro.

Na região o empresário raramente era visto. António, nome fictício, nunca se cruzou com Santos Silva apesar de ter trabalhado alguns anos no Grupo Lena. «As empresas de Carlos Santos Silva dominavam o mercado ali na zona. O que zoava mais naquela zona era que aquilo tudo era do engenheiro José Sócrates», diz.

É uma versão. A TVI tentou falar, várias vezes, com a defesa do amigo do ex-primeiro ministro mas nunca obteve resposta.

Carlos Santos Silva está detido há quase três meses, no âmbito do Processo Marquês, tal como José Sócrates. Ambos em prisão preventiva.

Homem discreto, é tão discreto que quase não há imagens. Apesar de pouco interessado na vida pública, foi muito activo na vida profissional.

Criou dezenas de empresas. Tornou-se sócio de outras tantas. A TVI já descobriu 33. Duas faliram e outra está em dificuldades financeiras.

A Conegil, por exemplo, viu a falência decretada em 2003, deixou milhões de euros em dívidas e muitas obras por acabar. «Era uma coisa que se conversava muito, que as empresas dele ficavam a dever aos fornecedores na zona da beira baixa. E houve empresas até de fornecedores que faliram», afirma António, o ex-funcionário do Grupo Lena, que acedeu falar à TVI.

António recorda também uma obra da Conegil, feita com dinheiros públicos, deixada a meio: «Estranho foi aquela obra do quartel da GNR em Castelo Branco, em que a Conegil faliu e o Grupo Lena pega na obra, com o pai do engenheiro José Sócrates a fiscal da obra».

Em 2008 tornou-se obrigatória a divulgação dos contratos públicos e cinco das empresas de santos silva destacam-se na lista.

A Constrope - Construções, isolada ou em consórcio, conseguiu 178 contratos com o Estado, no valor de 85 milhões de euros, mas mesmo assim vive dias difíceis e enfrenta um Processo de Revitalização Especial.

A Congevia - Construções deu 13 milhões a ganhar a Santos Silva e a EFS chegou aos sete. Com a Proengel, o engenheiro tocou a fasquia dos três milhões de euros. Já a Gigabeira ultrapassou os três milhões de facturação, mas acabou por falir o ano passado.

As empresas cresceram com o poder local. No entanto, a partir do final da década de 90 expandiram-se com projetos a nível nacional. José Sócrates chega ao Governo em 1995 e assume a Secretaria de Estado do Ambiente no executivo de António Guterres.

Os negócios do empresário entram na esfera do poder central. O Plano Estratégico para os Resíduos Sólidos Urbanos e a construção do aterro na Cova da Beira são o primeiro passo.

Quando José Sócrates chega a primeiro-ministro, as empresas sobem novo degrau. Três contratos com a parque escolar valem quatro milhões e meio de euros a uma só empresa.

Os maiores volumes de negócios aconteceram entre 2009 e 2011. Os últimos anos de José Sócrates no Governo.

Mas há empresas que saltaram fronteiras e ganharam projetos internacionais de montantes milionários. A pensar nestes investimentos Santos Silva cria a Proengel International. Começou em Cabo Verde, passou para Angola, Argélia e Venezuela. Neste último em parceria com o Grupo Lena. O volume de negócios ultrapassa os 1300 milhões de euros.

Engenheiro de formação, Carlos Santos Silva começa na construção, mas tem mais sucesso na área dos projetos e fiscalização

O empresário criou e esteve ligado a, pelo menos, 33 empresas ao longo de 28 anos. Caso raro. A EDP por exemplo, grupo de referência nacional com negócios além fronteiras, criou até hoje 37 empresas. Também a Sonae, proprietária dos supermercados Continente, divide as suas áreas de negócio por seis firmas principais.

Carlos Santos Silva ganhou 115 milhões com obras do Estado nos últimos seis anos e três meses. Verba faz adivinhar que muitos outros negócios do empresário também foram lucrativos, mas sobre esses não há informação disponível. Fora desta contas estão também os valores recebidos de outras empresas privadas, como por exemplo, o Grupo Lena.

Mesmo com Carlos Santos Silva em prisão preventiva e o futuro incerto, os negócios não param. Nos últimos dois meses, as empresas do amigo de José Sócrates ganharam mais oito adjudicações em projectos para o Estado, num valor aproximado de um milhão de euros.

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