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Açores: Descobrir a ilha colorida

Feraida

GF Ouro
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É verde e azul, mas também cor-de-rosa, amarela, vermelha e de muitas outras cores.

Em São Miguel, há um roteiro de arte urbana que vale a pena seguir nas paredes de Ponta Delgada e de outras cidades e vilas.


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É como um segredo bem guardado - mas à vista de todos.

Ponta Delgada, na ilha de São Miguel, nos Açores, nunca veio em nenhum desses tops feitos por sites, jornais e revistas sobre as melhores cidades para se ver arte urbana.

E, no entanto, é ali no meio do Atlântico que existe uma das mais interessantes galerias de arte a céu aberto, que não se envergonha perante as sempre citadas Berlim, Londres, Buenos Aires, São Paulo, Paris, Nova Iorque e, sim, também Lisboa.

Esqueçam-se as vacas e as lagoas da ilha, este é um roteiro por ruas e paredes, onde não faltam baleias, peixes e rabos de peixe, barcos a remos e de papel, ananases voadores, um polvo com corpo de mulher e cabeça de veado, máquinas estranhas, e rostos, muitos rostos a interpelarem quem passa.

Em vésperas de mais uma edição do Festival Walk & Talk, que, desde 2011, tem levado a São Miguel artistas portugueses e estrangeiros, fazemos um passeio pela ilha mais colorida dos Açores.

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Cidade tela

Saindo do aeroporto até ao centro da cidade, é impossível não nos cruzarmos com, pelo menos, uma dúzia de graffiti.

São 78 as intervenções visíveis de arte urbana que o Walk & Talk já ofereceu à ilha, em quatro edições de festival - 69 estão em Ponta Delgada.

Na Av. Engenheiro Abel Ferim Coutinho, que segue junto ao mar, reconhece-se a mão de Alexandre Farto/Vhils nos dois rostos cravados na parede da galeria/bar Arco 8.

Em cima das enormes pedras que abrandam a subida do mar, está o que ainda resta dos três homens de cimento e fita-cola que o americano Mark Jenkins ali deixou em 2012.

Um deles não resistiu aos temporais logo no primeiro inverno, os outros, maltratados por ondas e ventos, parecem continuar a acreditar que não existe vista melhor que esta do azul Atlântico.

Os espanhóis Miolo, Pelucas e Okuda foram alguns dos que também deixaram marca por aqui. Mais à frente, no porto, estão as lagartixas e a lula gigante do canadiano Roadsworth, o incrível barco do inglês Phlegm, o urso-polar dos Etam Cru e a mulher de Natalia Rak, da Polónia.

Depois, é entrar cidade dentro, em busca dos desenhos, alguns já a tornarem-se imagens de marca de Ponta Delgada, como o dos portugueses Arm Collective que sobe por uma empena na Avenida Infante D. Henrique, mas que se estica pela Travessa do Arco, entretanto rebatizada de Travessa do Arco da Velha Baleia.

Ou os rostos feitos a stencil pelos portuenses Eime (R. de São Gonçalo, junto ao Largo 2 de Março e R. António Joaquim Nunes da Silva) e Draw (R. de São João). Ou ainda o painel de azulejos de Diogo Machado, nas Portas do Mar.

Não é tarefa fácil enumerar todos os que deixaram em São Miguel a sua assinatura, dos portugueses Hazul, Color Blind, Paulo Arraiano, Mariana, a Miserável, entre muitos outros, aos estrangeiros Fake, Interesni Kazki, Liqen, Clemens Behr, Cyrcle, Obie Platon... o melhor mesmo é procurá-los nas paredes de casas e prédios, nos muros, na calçada, nos passeios, e até nos silos da fábrica de bolachas Moaçor, à saída da cidade.

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'Take a break, come to Rabo de Peixe'

Fora de Ponta Delgada, os circuitos turísticos raramente passam por Rabo de Peixe, no Norte da ilha.

Mas tem sido por este lugar - dos mais pobres da Europa - que, ano após ano, os artistas se têm apaixonado.

Prova disso são os vários graffiti do venezuelano Topo, que criou a imagem de um verdadeiro rabo de peixe e um slogan que espalhou pelas paredes: "Take a break, come to Rabo de Peixe".

É também ali que estão, frente ao mar, retratos de três moradores, feitos por Vhils.

De Alexandre Farto há ainda mais uma obra, distante dos caminhos turísticos: um rosto feminino e umas mãos que abraçam uma casa em ruínas, no meio de vegetação selvagem.

Quem entra na Fajã de Baixo pela Avenida Natália Correia, deve subi-la até chegar à rotunda do edifício da Associação de Futebol e seguir pela primeira saída.

Na rotunda seguinte, basta virar na segunda saída e continuar por um caminho de terra batida.

Aproveite-se o sossego e o triunfo da descoberta.


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