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Cérebro lança serotonina na hora de decidir

ecks1978

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As decisões que tomamos, da mais simples à que nos define rumos da vida, podem ser influenciadas pela libertação de serotonina no cérebro. O processo químico é ainda um mistério. O suficiente para pesquisas com a marca da originalidade.

Zachary Mainen é um americano tranquilo, com formação em psicologia e filosofia, que enveredou pela investigação em neurociências. Foi este ramo do saber que o trouxe até Portugal, onde é o coordenador do programa de neurociências da Fundação Champalimaud.

Certeza e incerteza são situações que qualquer pessoa vive. Mainen transformou-as em abordagem científica usando ratos de laboratório. O resultado do estudo saiu há meses na revista "Nature". E não é que as cobaias activavam a zona do córtex frontal quando mostravam confiança na decisão tomada? Isto quando eram "treinados" a seguir percursos até alvos com prémios acrescidos. A neuroactividade nessa região frontal do cérebro está relacionada com o sentido da recompensa e valores.

O aumento observado da neuroactividade pode ter muito a ver com a serotonina, um neurotransmissor. Ainda não se sabe quando e por que razão ela é lançada no cérebro e esse é o maior desafio a que se propõe Zachary Mainen. Estes mecanismos poderão ajudar a explicar, por exemplo, os comportamentos compulsivos. Não é tarefa simples, essa de medir o que vai no cérebro durante o processo de decisões e das emoções que as arrastam. "Somos muito ignorantes, mas já temos tecnologia espantosa", afirma o cientista, para lembrar algo que mpressiona quem esteja fora dos ambientes laboratoriais: " O modelo animal que usamos já há cem anos, o ratinho, tem processos básicos muito parecidos aos nossos nas decisões e omissões". Por exemplo, acrescenta Mainen, "eles mudam o comportamento a partir de erros que cometam".

Ainda segundo o mesmo investigador, as pesquisas neste campo podem ajudar a entender melhor comportamentos individuais e também os colectivos. E, uma vez que se debruçam sobre o modo como tomamos decisões, pode ajudar a esclarecer qual o grau de confiança que merecerá uma nossa antecipação sobre consequências futuras. Afinal, quando decidimos, nem sempre obedecemos ao peso racional dos prós e os contras.
 
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