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Cuide do seu fígado

xicca

GF Ouro
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Há mais um motivo para limitar o consumo de fast food e praticar exercício físico: a saúde do seu fígado. Um estudo desenvolvido por investigadores suecos concluiu que o sedentarismo associado à ingestão regular de alimentos gordos, hipercalóricos, pode causar danos a este órgão.

A investigação foi conduzida junto de um grupo de voluntários que durante 15 dias consumiu duas refeições «rápidas», aumentando em cerca de 70 por cento o valor das calorias ingeridas, e não praticou exercício.

Os cientistas verificaram que este estilo de vida não só resultava no aumento de peso como numa maior produção de uma enzima que afecta o fígado. A adopção de um estilo de vida activo e pautado por uma alimentação equilibrada pode pois funcionar como um escudo protector para o seu fígado.

Mas há outras estratégias que o permitem defender ou tratar. Reduzir o consumo de bebidas alcoólicas é uma delas.

O limite aceitável de álcool por dia para o fígado de uma mulher situa-se entre 20 a 30 gramas, ou seja, um quarto de litro de vinho ou duas imperiais, e 40 a 50 gramas para o homem, o que equivale a meio litro de vinho ou a quatro imperiais.


As doenças hepáticas que deve prevenir

Hepatite A

É uma doença hepática viral que se «transmite através da saliva, de água contaminada ou de ostras, por exemplo», explica a hepatologista Estela Monteiro, presidente da Sociedade Portuguesa de Hepatologia.

Incide, principalmente, em crianças e jovens, sendo que metade dos casos ocorre antes dos30 anos. A hepatite A cura-se geralmente ao fim de quatro a seis semanas e não é necessário o internamento hospitalar ou o recurso a um tratamento específico.

Após esta fase, o vírus desaparece do organismo e surgem anticorpos protectores que impedem uma nova infecção. Excepcionalmente pode evoluir para hepatite aguda permanente e necessitar de transplante hepático.



Hepatite B

De acordo com Estela Monteiro, esta patologia «só é transmitida pelo sangue ou através de relações sexuais e nunca pela saliva». O contágio pode acontecer na idade adulta ou na infância, mas quanto mais cedo ocorrer pior, como revela a especialista:

«Um bebé infectado durante o parto, através do sangue da mãe, tem 90 por cento de hipótese de evoluir para uma situação crónica, enquanto nos adultos a evolução é de apenas dez por cento».

Esta doença pode demorar cinco a dez anos a manifestar-se após o contágio.

«A vacina da hepatite B foi um grande passo mas, em Portugal, não se nota uma grande descida no número de pessoas afectadas porque há muitos toxicodependentes, um grupo de risco com um número elevadíssimo de pessoas contaminadas com hepatite B», esclarece.

A especialista chama ainda a atenção para a realização de piercings e tatuagens, pois «mesmo que as agulhas sejam descartáveis, o próprio produto da tatuagem pode estar infectado. É uma forma universal de transmissão».

Hepatite C

É uma patologia transmitida através do sangue ou de relações sexuais e que afecta cerca de três por cento da população mundial. «90 por cento dos casos tornam-se crónicos, podendo demorar até 40 anos a manifestar-se», alerta.

«Não há vacina para a hepatite C porque é um vírus com muitos subtipos e ainda não existe uma vacina que defenda todas as variantes», explica ainda Estela Monteiro.



Hemocromatose

É uma doença hepática hereditária que consiste na deposição de ferro no fígado. «Devido a um defeito metabólico, há uma absorção aumentada de ferro que, em vez de ser normalmente metabolizado, deposita-se no fígado e noutros órgãos como as articulações», descreve Estela Monteiro.

Uma das causas de morte nestes doentes, quando em estado mais avançado, é a paragem cardíaca por deposição de ferro no coração», acrescenta. Quando esta doença é detectada precocemente, o tratamento consiste em realizar flebotomias (sangrias) até se encontrar um nível de ferro equilibrado no organismo.

«Temos de ter cuidado para o doente não ficar com anemia, mas normalmente quem sofre de hemocromatose tem níveis de hemoglobina elevados», revela a hepatologista.



Doença de Wilson

Esta doença, que afecta sobretudo o sexo masculino, resulta da deposição de cobre nos tecidos, afectando essencialmente o fígado e a base do cérebro. Como conta Estela Monteiro, «os doentes chegam a perder a noção do local onde estão, podem perder a consciência e entrar em coma».

«Esta é uma doença hereditária que aparece muito em casais consanguíneos, porque é necessário que existam os dois genes afectados. O medicamento existente funciona muito bem neste caso», afirma a hepatologista. Os doentes tratados precocemente raramente desenvolvem cirrose hepática.



Doenças hepáticas auto-imunes
São hepatites causadas por uma auto-agressão do organismo, que fabrica anticorpos que atacam e matam os hepatócitos ou as células dos canais biliares. O tratamento pode ser feito com corticóides ou com medicamentos que substituem os sais biliares tóxicos por outros menos tóxicos.



Texto: Raquel Amaral com Estela Monteiro (presidente da Sociedade Portuguesa de Hepatologia)
Revista Saber Viver
 
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