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Arianna Savall e Petter Udland Johansen apresentam o concerto
Ciclo world music começa com Arianna Savall e Petter Ud-land Johansen. Há mais seis concertos até maio e outros cruzamentos
Arianna Savall, Petter Udland Johansen e mais um trio de músicos apresentam-se hoje (19.00) na Gulbenkian, no que é a abertura do ciclo Músicas do Mundo da temporada da Fundação. O concerto, com o título Hirundo Maris pretende evocar a migração da andorinha-do-mar das costas do Mediterrâneo para as do mar do Norte.
Arianna e Petter escolheram-no para ilustrar um projeto de cruzamentos entre músicas das suas geografias natais (Catalunha e Noruega, e também ali passam ecos celtas e sefarditas), que resultou num CD editado pela ECM em 2012.Os restantes seis concertos do ciclo incluem, por exemplo, novo e ainda mais insólito projeto de cruzamento: Clychau Dibon (17 fevereiro). Clychau é o celta para sinos e dibon é a designação mandinga para o calau-grande (ave), cujo canto permeou a cultura musical mandinga. Temos assim a harpa celta da galesa Catrin Finch e a kora de Seckou Keita, originário da região de Casamansa (Senegal), historicamente ligada a Portugal. O disco data do final de 2013 e recebeu vários prémios.Destaque especial merece 3milRIOS, ópera multimédia de Victor Gama encomendada pela Gulbenkian e que terá a 6 de maio a sua estreia mundial. A Orquestra Gulbenkian, dirigida por Rui Pinheiro, ver-se-á na ocasião enriquecida por cantores e percussionistas vindos de Angola, Congo, Colômbia e Cuba e por instrumentos criados pelo próprio Victor Gama. À música junta-se uma componente visual que integra fotografias, vídeos, gravações de cam¬po e entrevistas, assumindo-se o todo como uma reflexão sobre a destruição ambiental a que está a ser sujeita a bacia do Amazonas.Curiosidade desperta ainda o encontro dos andaluzes Estrella Morente e Javier Perianes (5 dezembro) - cruzamento aqui também, pois ele é um pianista clássico e ela uma intérprete da canção tradicional andaluza. E andaluz é também o programa, com canções de Manuel de Falla e as harmonizações que Federico García Lorca fez de 13 canções tradicionais do Sul de Espanha que o próprio Lorca recolheu.
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