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Matar por amor!!!!

Luz Divina

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MATAR POR AMOR!!!!









O crime passional manifesta a inépcia do sujeito de conduzir a sua vida: o medo de perder o outro, que pode decorrer do ciúmes patológico, por medo de rejeição, real ou fantasiada, de baixa autoestima, de intolerância à frustração, ou impotência para lidar com a rejeição real; inabilidade de viver com o sucesso do outro.

Eles podem ser fruto de um narcisismo excessivo que se expõe com reações doentias tais como os ciúmes paranóicos, obsessivos e delirantes.

O sujeito agressor concebe o parceiro como uma extensão de si mesmo, sem lhe conferir espaço de autonomia, que reivindica, constantemente, para si próprio. O outro vai completar, por vezes, a falha narcísica do Eu.

Quando ocorre uma frustração, o ato violento vem à tona, porque se aprendeu que o outro tem que existir em função do eu, que na maioria das vezes não sabe, dar para receber, se fracassa nisto, mas se realiza em outro contexto. Há necessidade de somente ganhar com a presença do outro, contudo o mais benéfico seria oferecer algo de si para igualmente auferir.

O custo de educar uma criança sem prepará-la para a frustração é a imaturidade e, muitas vezes, o sujeito que não desenvolveu a maturidade para aceitar e respeitar o outro como ele é, tendem a ver a outra pessoa como um prolongamento do seu desejo.

Não rara às vezes, o criminoso, emocionalmente, é imaturo e descontrolado, possuído de “idéia fixa”. Assimilou os conceitos da sociedade patriarcal de forma completa e sem crítica. Para ele, normalmente o uso da agressão é traduzido em “eu sou poderoso e não frágil ou dependente”.

Por fim, pode-se abarcar que num crime passional tem sempre um fator principal (em sua maioria o ciúme patológico), porém existem diversos fatores externos que necessitam ser levados em conta como a história pregressa do agressor, além de seu estado psíquico; o tipo de relacionamento do casal, motivos externos como a questão financeira, família, sociedade e amigos.



Joselaine Garcia

Psicóloga
 

Luz Divina

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Crime por amor ou homicídio passional?






Crime por amor ou homicídio passional?




Infelizmente, nossa querida Santo André foi notícia ao redor do mundo nesta última semana, por conta de um crime bárbaro cometido por Lindemberg Alves, após um desfecho trágico daquela que foi a negociação de seqüestro mais demorada da história de nosso País.


Eloa Silva, sua ex-namorada, era mais uma jovem cheia de sonhos que teve o castelo da vida destruído, aumentando a lista dos chamados crimes passionais.


Inúmeros casos de grande repercussão, ocorridos por todo o território nacional, podem ser apontados como exemplo para estudo dessas condutas homicidas, mas, por incrível que pareça, o infortúnio alheio não tem desencorajado novas condutas assassinas.


As notícias de crimes passionais continuam preenchendo páginas de jornais e revistas e ocupando os noticiários das rádios e da TV sem que nossa sociedade acorde para o problema: não existe crime cometido por amor.


Isso me faz lembrar de duas pessoas queridas. Meu finado pai que dizia que eu conheceria o amor verdadeiro nos braços de meus filhos e de minha mulher e não nas aventuras amorosas de minha adolescência. Já meu professor de psicopatologia que me explicou com muita calma e dedicação a diferença entre amor e paixão, o racional e o irracional.


Amor e paixão não se confundem, embora os termos sejam, muitas e equivocadas vezes, usados como sinônimos.
Juridicamente, convencionou-se chamar de passional todo crime cometido em razão de relacionamento sexual ou amoroso. No entanto, a paixão que move a conduta criminosa não deriva do amor, mas de seu oposto - o ódio.


Pode ser que, no início da relação, assassino e vítima tivessem tido um envolvimento afetivo e sexual próximo do amor. Mas, no momento em que o homicídio é cometido, nenhum amor restou, embora tenha persistido a paixão, que se traduziria em obsessão doentia e destrutiva. Se ela não pode ser minha, não será de mais ninguém. Será que depois de acompanhar essa triste história, alguém ainda nos diria que Lindemberg matou por amor?


Amor é uma palavra muito doce e sublime para ser usada de uma forma tão vil. Prefiro ficar com o nome homicídio passional para designar essa conduta, sem nenhum tipo de compaixão em relação ao perpetrador.


A paixão não pode ser usada para desculpar o assassinato, senão para explicá-lo. Como motivo de crime, a paixão é torpe. O homicídio passional tem sido classificado como forma gravíssima de delito.



Homicida passional ama somente a si mesmo



O homicida passional é, acima de tudo, um narcisista. Enamora-se de si mesmo, elege a si próprio ao invés de aos outros, como objeto de ‘amor'. Não possui autocrítica e exige ser admirado, exaltado mesmo pelas qualidades que não tem. Não acontecendo assim, sente-se desprezado, morto, destruído, liquidado.


Contra isso, luta com todas as armas, podendo até matar para evitar o colapso de seu ego. Reage contra quem teve a audácia de julgá-lo uma pessoa comum, que pode ser traída, desprezada, não amada. Acho que essa descrição combina com o rapaz que vimos nos últimos dias se auto-intitular ‘o cara', ‘o príncipe do gueto'.


A questão que fica é: qual a responsabilidade da nossa sociedade em relação a histórias como esta? Nos dias de hoje, o poder pesa mais do que valores de moral e ética, ‘ter' representa mais do que ‘ser', e a educação é uma moeda muitas vezes desprezada.


Lindemberg Alves Fernandes disse que não havia mais motivos para viver, que seus sonhos estavam destruídos. Afirmou, durante o cárcere privado, que não teria mais um carro, uma casa, não teria mais Eloa.
Sendo assim, resolveu acabar com os sonhos daquela que não mais o amava. Ato egoísta e irracional! Por não achar mais motivos para viver, o rapaz acabou com a vida alheia.


Seria esse homicida passional uma espécie de anti-herói ou uma vítima do destino? Não sei qualificá-lo, mas acho que ele nunca teve interesse real pela parceira. Nunca soube amar. Queria possuir a namorada acima de todas as coisas materiais (carro, casa, Eloa).


Lindemberg precisava de orientação para enxergar o mundo como deve ser visto: com amor. Precisava de atendimento de um médico psiquiatra, um psicólogo, um educador, um mestre, um familiar, um amigo para em momentos de angústia colocá-lo em seu caminho.


Alguns psiquiatras afirmam que o homicídio passional pode ser evitado por meio de tratamento médico. Agora é tarde e só resta um caminho a seguir: a Justiça do Brasil deve punir de forma exemplar o autor.
Roguemos para um mundo melhor e mais humanizado onde pessoas como Lindemberg e, principalmente, Eloa tenham mais oportunidades. Que Deus a tenha!



Lindemberg não soube lidar com a perda



O fato de Lindemberg Alves ter matado a ex-namorada após mantê-la refém por 100 horas vai além do desespero de uma pessoa apaixonada.

Atos como esse são reflexo de uma pessoa imatura e com dificuldade em lidar com adversidades, não só no âmbito amoroso, mas em outras situações.


Para o professor voluntário da Faculdade de Medicina do ABC e psiquiatra do NAPS (Núcleo de Atenção Psicossocial) de Santo André Drauzio Viegas Junior, o assassino de Eloa não aceitou a perda e reagiu de forma primitiva. "Quem não sabe trabalhar as perdas e frustrações, como o fim de um relacionamento, fica possessiva em relação ao outro, como uma criança contrariada que não quer repartir os brinquedos", compara.


A colocação de limites desde a infância e o fato de não se guiar pelos estereótipos de sucesso impostos pela sociedade atual - ter o que se quer na hora em que se quer - são boas maneiras de minimizar a chance de um adulto frustrado e imaturo, segundo o especialista. Traumas familiares e transtornos mentais podem retardar esse amadurecimento.


A paixão e o ciúme que motivaram várias brigas entre o casal revela a fragilidade dos sentimentos de Lindemberg. "A paixão é um sentimento primitivo. Um projeta suas expectativas no outro. O companheiro não é uma segunda pessoa, mas a extensão de si mesmo. Por isso a resistência em perdê-lo."




Diário do Grande ABC

 

Luz Divina

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Ciúme: um fator criminógeno







Ciúme: um fator criminógeno



Conta a lenda grega que Afrodite, em virtude da sua beleza, era a mais adorada de todas as Deusas do Olimpo. Porém, vinha perdendo espaço para a mortal Psiquê. Os peregrinos do mundo inteiro vinham apreciar sua beleza. Afrodite, então, com ciúmes de Psiquê, pediu para seu filho Eros que laçasse suas flechas contra Psiquê no intuito que ela se apaixone pela mais abominável das criaturas.

Eros sai em missão, porém, ao se aproximar de Psique, e, ao ver sua beleza, também se apaixona por ela. Eros, entretanto, não podia deixar que sua identidade fosse revelada sob pena de ir contra os desejos de sua mãe, e os encontros passaram a se realizar em lugares escuros, à noite, permanecendo Eros, constantemente, encapuzado.

Eros e a princesa Psiquê vivem momentos de extrema felicidade, mas sempre às escondidas. Certo dia, Psiquê passa a achar que seu amado poderia ser uma criatura abominável e, de repente, num desses encontros, retira subitamente o capuz de Eros, reconhecendo-o imediatamente. Eros, muito abalado, vai embora, e Psiquê, desesperada, implora para que ele fique. Eros, então, com o coração partido lhe responde: “O amor não pode viver onde há desconfiança”.

É esse sentimento de desconfiança que toma conta do indivíduo ciumento. O ciúme nasce da dúvida, da incerteza, de um sentimento de insegurança oriundo, muitas vezes, da própria imaginação do ser tomado pelo ciúme. Quando a dúvida é dissipada e surge a certeza da traição, por exemplo, não estamos mais diante do ciúme, mas sim do rancor, da aversão, do ódio. É a dúvida o sentimento que mais atormenta o criminoso passional, podendo levá-lo ao crime.

Somando-se a esse sentimento de dúvida surge o sentimento erótico, a posse sexual, o controle do macho sobre a fêmea, que deverá ter sua vida ceifada para não pertencer ao outro. Rabinowicz, invocando Espinosa, chegou a afirmar: “O Ciumento vê, pela imaginação, o corpo da amante enlaçado pelos braços de outro que ele, a imagem daquilo que ama unida à imagem do sexo desse outro, a descarga espasmódica do tertius, a sua virilidade, as suas ejaculações... Fixada com rude franqueza, é essa a verdadeira psicologia dos sicários passionais”.

O crime praticado pelo ciumento é sempre uma reação muito violenta, é o chamado crime de curto circuito, ou delito de raptus emotivo, o indivíduo é sempre tomado por uma emoção forte e incontrolável. Mas esse sentimento, geralmente, vai crescendo aos poucos, dia a dia, fruto de situações muitas vezes normais e corriqueiras que levadas pela imaginação fértil do ciumento tornam-se motivos para verdadeiras barbáries.

Geralmente o ciumento apresenta-se, externamente, como um indivíduo calmo, sereno, tranqüilo, mas por dentro é um ser altamente explosivo e angustiado, totalmente atormentado pelo monstro do ciúme, como um vulcão prestes a entrar em erupção a qualquer momento.

Os crimes praticados pelos passionais são geralmente atenuados. O Código Penal descreve o chamado homicídio privilegiado, que é aquele praticado sob o “domínio de uma violenta emoção, logo após a injusta provocação da vítima”, podendo levar a uma redução de pena que varia de 1/6 a 1/3 a depender das circunstâncias do crime.

O passional é esse indivíduo atormentado pela dúvida e tomado por esse sentimento emotivo e pode ser assim ser caracterizado na visão de Sêneca: “Como o louco furioso se revela pela face audaciosa e minaz, a fronte sombria, o aspecto terrível, o andar precipitado, as mãos que se crispam, a cor alterada, a respiração ofegante e entrecortada, também assim se apresenta o homem encolerizado.

Seus olhos flamejam e faíscam; todo o seu rosto se enrubesce com o sangue que ferve e sobe do coração; seus lábios tremem, seus dentes se comprimem; seus cabelos se eriçam; sua respiração é opressa e sibilante; chega-se a ouvir o estalido de suas articulações, que se torcem; geme e ruge surdamente; sua palavra é gaguejante; suas mãos se castigam mutuamente, a cada instante; seus pés percutem o chão; todo o seu corpo está abalado, e grave ameaça se estampa na sua terrífica figura”.

Assim é o criminoso passional. Um ser humano enfurecido e descontrolado pela cólera do ciúme. Por isso, desde a mais remota civilização, até os dias atuais, o ciúme sempre foi um fator criminógeno. Ciúme e crime sempre andaram lado a lado. Por isso, rogamos como fez Shakespeare: “Meu Senhor, livrai-me do ciúme! É um monstro de olhos verdes, que escarnece do próprio posto que o alimenta. Quão felizardo é o enganado que, cônscio de o ser, não ama a sua infiel! Mas que torturas infernais padece o homem que, amando, duvida, e suspeitando, adora”.



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