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Pragas de piolhos estão a aumentar nas escolas

florindo

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Há cada vez mais piolhos nas escolas nacionais. A vergonha e o silêncio ampliam a dimensão do problema, que as gerações anteriores trataram sem dramas.


É falso que haja actualmente menos piolhos. É um fenómeno que tem vindo a aumentar", explicou Luz do Céu Magalhães, enfermeira especialista em saúde pública ao JN. Os mitos associados ao contágio,tratamento e a vergonha são os principais responsáveis pela propagação dos piolhos em meio escolar.

"Os piolhos estão ainda muito associados à sujidade", contou a farmacêutica Raquel Domingos Neves, autora de uma tese de mestrado sobre pediculose, o nome científico dado à infestação pelo piolho. É por vergonha que muitos pais não avisam as escolas da descoberta de piolhos nas cabeças dos filhos. E cada dia que passa sem combater o contágio é mais um passo em frente rumo ao descontrolo da infestação, avisam os especialistas.

Um tratamento eficaz dos piolhos e a vigilância permanente garantem, à partida, cabeças limpas destes insectos, que durante todo o ano procuram alojar-se no seu único hospedeiro: o homem. Actualmente, existem no mercado tratamentos eficazes, à base de permetrina, mais fáceis de usar, e de dimeticona, mas o melhor aliado dos pais vem de longe: o antigo mas eficaz pente fino. "Aconselhamos o uso diário do pente fino", confirmou a enfermeira Luz do Céu Magalhães. "Só o pente é que resolve eficazmente o problema", insiste a enfermeira, lembrando que os tratamentos químicos matam apenas os piolhos, deixando as lêndeas a salvo.

O biólogo José Grosso-Silva contou ao JN alguma das especificidades desta espécie de piolho em particular, que se aloja no cabelo dos humanos, o "pediculus humanus capitis". São do tipo picador e não têm asas, "embora descendam de formas aladas", explicou o biólogo.

"Os piolhos estão tão adaptados ao seu modo de vida parasitário que perderam as asas", nota José Grosso-Silva, explicando as mutações que têm dotado de maior eficácia este parasita que, por exemplo, desenvolveu nas extremidades uma unha com o diâmetro exacto de um fio de cabelo que lhes permite agarrarem-se eficazmente contra quase todas as agressões.

"Reproduzem-se durante todo o ano, não há uma época mais propícia para a sua reprodução", explicou, ainda, o biólogo, adiantando que esta espécie de piolho pode transmitir doenças como o tifo epidémico, febre da trincheiras e febre recorrente. A farmacêutica Raquel Neves nota, no entanto, um aumento da procura de tratamentos para piolhos no início do ano lectivo e no Verão.

Envolvimento
Os piolhos são um problema de difícil resolução pelo que um combate eficiente só é possível com o envolvimento da família, da escola e dos serviços de saúde. Uma comunicação aberta é essencial para limitar a disseminação dos piolhos através do contacto pessoa a pessoa.



Transmissão
Os piolhos não têm asas, pelo que não voam e o contágio é feito por contacto directo, cabeça a cabeça, ou através de objectos pessoais (escovas, fitas, bonés, almofadas, ganchos).

Prevenção
Os pais devem inspeccionar regularmente as cabeças dos filhos, usando um pente fino. Não se devem partilhar objectos pessoais, como escovas, pentes, ganchos e fitas.

Tratamento
Aplicar o produto parasitário sempre de acordo com as instruções a todos os elementos do agregado familiar e repetir o procedimento oito dias depois; passar o pente fino diariamente para retirar lêndeas e piolhos mortos. Lavar as roupas - lençóis, almofadas e cobertores - a temperaturas superiores a 60 graus ou a seco. O que não puder ser lavado, deve ser fechado dentro de um saco plástico durante 15 dias ou 24 horas numa arca congeladora.

As medidas de vigilância devem manter-se durante um mês, na escola e em casa.

Crianças mais propensas
A infestação ocorre principalmente no couro cabeludo de crianças com idades entre os quatro e os 12 anos, mas pode ocorrer em pessoas de todas as idades.

- Cada fêmea produz cerca de 150 a 300 de ovos, as lêndeas que são envolvidos numa substância semelhante a um cimento com grande poder de fixação. O período entre a postura da lêndea e a saída de um novo piolho é de cerca quatro dias.

- Um piolho humano pode durar 45 a 54 dias;
 
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