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"Tudo" sobre os carteiristas ...

billshcot

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Nov 10, 2010
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Como evitar os carteiristas :

1. Nos transportes públicos, segure bem a mala na frente do seu corpo, devendo usar malas com fecho hermético.
2. Leve sempre a carteira dentro do seu casaco ou nos bolsos da frente das calças e nunca dentro de uma mochila.
3. Evite mostrar largas quantias de dinheiro em público, devendo usar notas pequenas para esse tipo de pagamentos.
4. Tenha cuidado com abordagens de cidadãos com argumentos fortes ou que apelem à comoção, podendo ser uma forma
de o enganar.
5. Não se esqueça que podem ser criados incidentes (dissimulados ou não) com o intuito de o distrair para cometer o furto.
6. Nunca se distraia e tenha sempre em atenção o que se passa em seu redor.
7. Não se esqueça que um furto de um carteirista pode acontecer a qualquer um, pelo que lhes devemos dificultar a vida ao máximo.
8. Caminhe com segurança, evitando andar confuso e distraído, dado que eles procuram esse tipo de pessoas.
9. Antes de sair de um restaurante, café, hotel, comboio, metro, autocarro, ou outro local, verifique bem as redondezas antes de sair.
10. Se estiver a consultar mapas, escolha uma parede nas costas ou num local amplo onde possa aperceber-se da chegada de alguém.
11. Se desconfiar estar a ser seguido por um carteirista, mude de direcção, pare ou entre numa loja, o que talvez fará o carteirista
perder o interesse.

Como reconhecer os carteiristas :

Homem, com idade entre 35 e 60 anos, bem vestido e com um casaco ou jornal pelo braço é o perfil mais comum de um carteirista, autor de um crime que diminuiu 13,4 por cento no ano passado, segundo a PSP.
Apesar de não possuir um retrato robô do carteirista, a PSP tem equipas de polícias preparados para identificar, em determinados locais e eventos, comportamentos que permitem identificar quem pratica este tipo de crime.
De acordo com a PSP, os carteiristas são habitualmente homens, com idades entre os 35 e os 60 anos, bem vestidos e com um casaco ou um jornal pela braço para "ocultar a ação da mão que retira a carteira e ocultá-la de imediato".
Tanto podem operar em grupos de três a quatro pessoas como individualmente. O seu "modus operandi" consiste "em aproveitar os empurrões" dos grandes aglomerados, que são, muitas vezes, causados pelos próprios carteiristas.
Segundo a PSP, os empurrões facilitam "o contacto corporal com a vítima" para lhe retirar a carteira, que após ser furtada é passada "de imediato" a um terceiro.
Isto porque, justifica a Polícia de Segurança Pública (PSP), se a vítima reparar que a carteira lhe foi retirada, o carteirista "já não a terá" e "não poderá ser responsabilizado".
Os carteiristas atuam sobretudo em locais onde existe uma grande concentração de pessoas, como eventos sociais, laborais ou religiosos, sendo também propício para o furto de carteiras os transportes públicos, principalmente na hora de ponta.
As carteiras nos bolsos de trás, no caso dos homens, ou nas malas abertas das mulheres potenciam esta actividade ilícita, adianta a PSP, que refere que os carteiristas desenvolvem esta actividade ao longo de todo o ano.
No entanto, sublinha que quando há mais turistas nas cidades portuguesas o volume de incidência deste tipo de criminalidade é maior.
Lisboa, Porto e Setúbal são as cidades do país onde há mais carteiristas, sendo explicado pela Polícia com o facto do número de pessoas ser superior às restantes zonas do país.
Segundo a PSP, as pessoas que ficam sem carteira costumam denunciar o furto às forças policiais, uma vez que necessitam da denúncia para os processos administrativos de emissão de novos documentos.

Conheça a linguagem utilizada pelos carteiristas :

“Carteiro”, “choro” ou “chouriço” são apenas três dos nomes dados aos carteiristas, classe de delinquentes que possui um dos mais ricos jargões. Não se sabe se o homem, de 55 anos, que a PSP prendeu no último feriado, estaria ou não a “trabalhar” ou a “praticar golfe”, que é como quem diz, na linguagem dos carteiristas, a furtar.

A verdade é que, mesmo não tendo sido notada a presença do “namorado” (um segundo carteirista que ajuda o companheiro durante os furtos), encontrava-se num dos pontos mais vigiados pela polícia. Quando lhe deram voz de prisão resignou-se. Estava evadido da cadeia desde 2010, altura em que foi condenado a cumprir seis meses de prisão em dias livres (cumpridos apenas aos fins-de-semana).

Para “chouriçar” os “carteiros” procuram as “montadas”. O mesmo quer dizer que para praticarem os melhores furtos os carteiristas tentam actuar nos grandes ajuntamentos (transportes públicos, entradas de monumentos ou edifícios muito movimentados, recintos desportivos).

Uma das zonas de Lisboa mais frequentadas pelos carteiristas é da Sé, um “fatio” (zona boa para roubar” sempre bem composta de “guiros” (turistas).

“Livros”, “chatas” ou “cabedais” são os nomes mais dados às carteiras pelos ladrões. Para se chegar às mesmas existem várias técnicas. Primeiro faz-se o “toque de guizo” – um dos “namorados” dá um encontrão na vítima tentando, despercebidamente, localizar a carteira na respectiva peça de vestuário (no “justo”, se for um casaco, na “lima” ou “mimosa” se se tratar da camisa, nas “justas” se forem as calças).

Localizada a carteira passa-se à fase seguinte. Se estiver num sítio muito protegido a opção mais comum é a do empurrão, do aperto. A vítima é quase prensada (nos transportes) enquanto um “choro”, de “baios”, “drifes”, “bastos” ou “compridos” – nada mais nada menos que os dedos – saca a carteira de modo rápido e imperceptível. Roubada a carteira diz-se, também, ainda na linguagem usada pelos criminosos, que a mesma foi “puchada” (com ch e não com x).

Mas há técnicas mais apuradas, tal como a “sangria”. Se o “cabedal” se encontra no “porão” do “justo” (num bolso lateral de um casaco) e se o “chouriço” tiver “unha na palma”, que é como quem diz habilidade, entra em acção um “chino” (canivete) um bisturi ou até uma tesoura.

O fundo do casaco é cortado (“sangrado”) e a carteira cai direitinha nos “garfos” (nas mãos) de um dos ladrões.

Os carteiristas de Lisboa, que nas décadas de 1960 e 1970 tinha especial predilecção pelas canetas de marca que os homens usavam nos bolsos das camisas (diziam que iam às Rosa Negra – marca de uma camisa cara – quando com o auxílio de um jornal dobrado sacavam habilmente as canetas), socorrem-se muitas vezes das chamadas “muletas”.

A “muleta” não passa de um objecto que serve apenas para ajudar a consumar o furto ou dissimular o objecto furtado. Pode ser um jornal (“folhoso”) uma gabardina ou um chapéu-de-chuva.

Também há carteiristas que escondem o objecto dos furtos nos sovacos. A estes dá-se, com alguma lógica, a alcunha de “sovaqueiros”.

Não se pense, contudo, que os “carteiros” são uma espécie sedentária, que assenta arraiais na zona turística da cidade onde vive e raramente a abandona. Nada disso. A polícia tanto dá com eles nas carreiras 15 e 28 dos eléctricos de Lisboa, como dias depois os localiza nos grandes ajustamentos religiosos. E não é só em Fátima ou nas procissões de algumas cidades nortenhas que no Verão homenageiam a comunidade imigrante que os carteiristas são referenciados. É frequente vê-los noutros santuários (Lourdes, em França) e destinos religiosos (Santiago de Compostela, em Espanha) ou até no Vaticano.

Por fim resta acrescentar que a “arte” de roubar carteiras não é um exclusivo dos homens. Em Fátima a polícia identifica com frequência grupos de quatro e cinco mulheres que, mais do que pela fé, são movidas pela gula de “chatas recheadas” (carteiras cheias) que muitas vezes até andam “espontadas”, que é como quem diz colocadas num bolso traseiro (“culatra”) das calças.
 
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